Descendo Do Salto escrita por Dubhe, Miss Strawberry, carolinee


Capítulo 7
Rosa branca


Notas iniciais do capítulo

boa leitura!



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Rosa branca

Por essa eu não esperava!

Brigar com minha irmã por causa de um menino que nem era tão bonito assim?Bem...Sim,ele era lindo,mas valia a discussão?

Quase voltei para pedir desculpas,só que lembrei que se fosse Camila,ela não voltaria.

E também não era o garoto em si que fazia a discussão,estávamos para dizer coisas horríveis uma a outra a um bom tempo,ela implicava comigo por sempre saber de tudo eu odiava o fato de que ela não tinha interesse por nada.

Brigávamos por tudo:roupas,brinquedos,atenção da mamãe(essa eu sempre perdia),por quem ia ser a primeira a cavalgar no pégasus,ou quem ia conseguir mais comer mais ambrosia sem inchar até explodir.

Mas um garoto?Comparei essa briga com uma disputa por um brinquedo,era bonito sim,contudo qualquer uma das suas poderia dar o braço a torcer,não era um brinquedo tão legal assim,mas ai que vinha o orgulho,que não me deixava soltar os braços da Barbie Deusa do Olimpo,o mesmo orgulho que faziam as mãos de Camila apertar ainda mais as pernas da boneca.

Só que Di Ângelo também não era feito de plástico,era real,tinha vontades,quem ele escolheria caso fosse perguntado?

Meu estomago afundou:

Camila.

...

–Oi gata!-Disse Leo Valdez ,quando eu apareci no chalé.

–Não me chama assim- Rosnei e me joguei em sua cama,ele me deu espaço.

–Hum... Então você deve ser do tipo que é introvertida,certo?Que é linda mais não sabe?

–Sou sua irmã, agora dê o fora ou cale a boca.

–Não vou, você é minha irmã!Irmãos servem para...

–Te fazer ficar mal, serem melhores do que você,mais bonitos,mais legais...

–Nossa,não sabia que você achava tudo isso de mim!Sinto-me lisonjeado-Riu ele

Lembrei-me que não havia como Leo saber que eu tinha uma irmã no acampamento.Decidi então mudar o rumo da conversa:

–Me ajuda a fabricar uma arma? -Ele assentiu com entusiasmo

–Amanhã,agora estou com fome!

...

A noite, Leo e todo chalé de Hefesto seguiu em fila para o refeitório.Procurei em todo lugar Camila e seu chalé,quando a avistei estava no outro lado,muito longe,mas consegui lançar-lhe um olhar de desculpas,sinal de que queria fazer as pazes,por que afinal ela precisava der mim,principalmente agora que havia uma maluca lhe jurando morte.

Contudo ela desviou o olhar,de queixo erguido,orgulhosa.Do seu lado um garoto grande e corpulento ofereceu um prato,talheres e comida.Até que outros grandalhões chegaram e continuaram a servi-la.

Olhei indignada para a cena que se prolongava a minha frente.

–Ei Violet,não vai comer?Coloque algo no prato,muita comida ,afinal vai oferecer metade para os deuses- Disse Leo,como um bom anfitrião,mas eu já sabia o que era a oferenda,eu me servia dela todos os dias no Olimpo.-Assim e que eles se alimentam e...UAU...Quem é a loirinha?

Leo havia seguido meu olhar.Resignada eu desviei os olhos e disse:

–Uma amiga.Camila.

–Ela é gata-Disse ele ,bagunçando os cabelos,fazando um olhar sedutor,o gesto me lembrou de Nico,mas não havia o charme que Di Ângelo tinha.Aliais parecia até meio infantil.

Bom,em um tempo perfeito Nico Di Ângelo apareceu das sombras e sentou-se.Impressão minha ou todo acampamento prendeu a respiração?Pelo menos a parte feminina do acampamento, o que me tranqüilizou: eu não era a única a babar no menino... Só que era a única a não ter nunca me envolvido com um, minha experiência com garotos era parecida- ou pior- do que uma garotinha de sete anos.

Camila também percebeu Nico no refeitório,me lançou um olhar irritado e depois virou-se com um sorriso meigo para a mesa do chalé de Hades.

–Se quer que eu te faça uma arma vai ter que me apresentar a ela.

–Ã?O que?

– A sua amiga, me apresente. -Disse Leo.

–Ela gosta de outro- Murmurei, baixando a cabeça.

Leo gargalhou e disse ,seus olhos brilhando com malícia:

–Eu não sou ciumento.

...

–Primeiro você tem que saber que tipo de arma quer...Longo alcance,briga mano a mano,espadas,que é um meio termo.

Estávamos nas forjas, havia entrado a pouco tempo mais já pingava de suor.Todos meus meio irmãos trabalhavam sem cessar em um projeto,algo como uma aeronave camuflada,ou um Camaro super veloz.Todos aqueles planos...Aqueles papeis com esquemas de construções ...Me deixaram extasiada.

Certo, concentre-se.

–Gosto de meios termos- Falei.

–Espadas então.Quer desenhar,ou quer que eu desenhe?-Perguntou.

–Deixe-a Leo- Interrompeu Nyssa- Violet tem que fazer a arma sozinha.

O menino pareceu que ia retrucar ,mas pensou melhor e assentiu:

–Boa sorte.

E juntou-se aos irmãos.

Certo pai,me ajude.Quero provar para eles do que sou capaz.

E pus-me a trabalhar.

Meia hora depois eu tinha um rascunho.

Lixo.

Outra meia hora e outro desenho.

Lixo.

Nada me servia,nada me encantava,a cada desenho de lâmina,fosse ela reta ou curva com a dos egípcios,não me agradava,o punho então?Esse me dava trabalho,o desenho que seria feito no bronze celestial tinha que ser perfeito! Nenhum molde,nenhuma pedra preciosa,nada.

Frustrada eu sai das forjas,talvez pegando um pouco de ar eu poderia ter alguma idéia,afinal aquele lugar era muito abafado.

Voltei a minha cama,abrindo todas as janelas do chalé,deixando a brisa entrar e sair,assim deitada eu poderia ter inspiração.Não resolveu,fui tomar meu banho.

Ao mexer na minha mala eu senti uma textura estranha, não era de nenhum tecido, era papelão, foi quando eu me toquei:

A FLOR!A flor de Moony,presa naquela caixa de sapatos.

Morta,completamente seca.

Tive vontade de chorar e me bater ao mesmo tempo.Burra,estúpida,você prometeu e não cumpriu,também prometeu não brigar com a Camila e no final nem olha nos olhos dela!

Droga!

...

–Droga,droga,droga-Sim,ali estava eu,atrás de um chalé qualquer ,tentando plantar aquela droga de flor,rosa branca dos infernos.

Havia cavado um buraco pequeno ,colocado cuidadosamente o talo da rosa na terra e molhado,mas ela ainda estava ali,seca,murcha,sem vida.

Monique vai chorar.

Não, não vai.Nem lembrar.

Sim,ela vai,ela não esquece.

Droga pela milionésima vez.

Sentei-me frustrada no chão.A terra sujava meus jeans e eu pouco ligava,não queria lembrar que tinha uma arma para construir,também não gostava nada de ver aquela rosa,pois sabia que a primeira coisa que Monny iria dizer seria:

‘’Mas você prometeu!’’

E ainda ia pensar que eu havia esquecido ela.

–Moony,me perdoe-Murmurei.

–O que faz aqui?-Perguntou alguém chegando

De inicio eu só vi os tênis pretos,os jeans da mesma cor,e -Ô que surpresa-a camisa também.Era Nico,mais lindo agora,ali no sol,embora parecesse deslocado,aquele rosto pálido não combinava nada com o dia ensolarado.

–Eu perguntei o que faz aqui?-Repetiu

Estava desconfiado,eu percebi.

–Plantando-Respondi.Ruborizei sob seu olhar confuso.-A rosa

A rosa branca seca e murcha permanecia tristemente ao meu lado.

–Hum...Ela é importante para você?

–Sim,na verdade,não é ela,é a pessoa quem me deu.Quer dizer...

–Entendo-Disse ele, mas não parecia contente-Não sou nenhum filho de Demeter, mas acho que posso dar um jeito.

Ele tirou com facilidade a planta da terra.Eu me levantei ainda o encarando,bati meus jeans tirando a sujeira.

–É vida,acho que o filho do deus da morte compreende isso- Disse ele- Feche os olhos.

–O que?

–Vou fazer mágica!Um mágico não revela seus segredos!

–Ah ta- Murmurei.

Fechei meus olhos e esperei.Por um pequeno tempo e me senti estúpida,e se fosse brincadeira dele,muito sem graça,mas fosse?

Abri um olho,depois o outro.

–O que...?Nico?

Não havia ninguém,só a bela rosa branca plantada novamente no chão.Viva,irradiando beleza do mesmo modo que fazia ao ser colhida.

E minha cabeça trabalhou um pouco mais apressada aquela noite,nas forjas.

Eu tive uma idéia,queria colocá-la em prática.


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Notas finais do capítulo

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