Rachel olha boquiaberta para aquele italiano arrogante. Ela ouvira bem ou aquele homem acabara de pedi-la em casamento ao mesmo tempo em que a insulta?

- Como é? – ela pergunta, perplexa – Eu ouvi direito, senhor Saggioro?

Lazzaro olha o rosto de sua futura esposa vermelho de tanta raiva e, ri alto, mais uma vez. Estava adorando provocar aquela mulher sem nenhum atributo que lhe chame atenção.

- Ouviu cada palavra. – o Saggioro diz aos risos – Quer que eu repita? Será um prazer. E então, aceita se casar comigo, senhorita tábua de passar roupa?

O italiano começa a rir do olhar incrédulo da secretária. Talvez perder a aposta e ser obrigado a se casar com aquela mulher ice Berg não seria tão ruim. Suas horas de diversões estariam literalmente garantidas.

- É claro que a resposta para esse pedido absurdo é “NÃO”, senhor Saggioro. – diz Rachel, cada palavra carregada de ódio – Eu jamais me casaria com alguém que me chama de tábua de passar roupa.

- Já disse que para a senhorita, tábua de passar roupa é um elogio. – diz o italiano – Pense bem, Rachel, a maioria das mulheres daria tudo para estar no seu lugar, acabando de ser pedida em casamento por mim.

- Ótimo! – diz a secretária, o rosto ainda vermelho devido à raiva – Então vá pedir qualquer uma dessas mulheres em casamento e me deixe em paz!

- Não quero. Sabe, minha querida mulher general, a sua falta de atributos e sua personalidade forte estão começando a me interessar. Com certeza minha nonna ficará satisfeita ao me ver casado com uma mulher igual a você. A senhorita é idêntica a ela no quesito caretice.

- O que o senhor quer dizer com isso?

- Que você é careta e antiquada igual a minha nonna, cara.

Ao ouvir tal frase, a raiva de Rachel chega a níveis extremos. Estava seriamente começando a odiar este Lazzaro Saggioro, que, só porque é multimilionário e tem a mulher que quer a seus pés, acha que pode ofendê-la a troco de nada.

- Vá embora! – ela diz em tom autoritário.

- Nossa, está mesmo ofendida, tábua de passar roupa? – o Saggioro pergunta com um sorriso cínico nos lábios – A-DO-RO mulher irritada!

- Já pedi para o senhor ir embora!

- Vai mesmo expulsar o futuro sócio do seu patrão?

- Não me importo. O senhor é sócio dele, não meu.

- Mas eu posso falar que a senhorita me tratou mal em uma vista. Isso é jeito de se tratar um amigo e seu futuro marido?

O italiano presta bastante atenção nas feições da loira, vermelhas de tanta raiva, principalmente após seu último comentário.

- Está irritada, tábua de passar roupa?

- O que o senhor acha? – Rachel pergunta irritada, a cada minuto, odeia mais a cara de pau daquele homem.

- Sabe de uma coisa, bella. Eu conheço um jeito que acabaria rapidamente com toda a sua irritação.

De repente o sorriso de Lazzaro torna-se sedutor e, Rachel rapidamente conclui que jeito é este acabar com a irritação dela. Precisa se livrar daquele homem o mais rápido possível!

- Senhor Saggioro, se o senhor não for embora imediatamente, chamarei a segurança do hotel.

Lazzaro ri da ingenuidade da secretária e, deita-se muito confortavelmente no sofá em que está sentando, deixando a loira boquiaberta.

- Rachel, você disse que vai chamar a segurança do hotel para me expulsar? – ele diz sorrindo sem parar.

- Sim, é exatamente isso que vou fazer.

- Fique a vontade, tábua de passar roupa. Vamos ver se algum segurança tem coragem de expulsar a mim, Lazzaro Saggioro, o dono deste hotel.

Rachel fica sem fala diante da informação do Saggioro.

Droga!!! Infelizmente ele tinha razão. Era o dono daquele hotel e, se chamasse os seguranças, eles nada poderiam fazer a este respeito.

Lazzaro não consegue parar de rir diante do olhar perplexo da loira. Como é ingênua, enquanto estiverem casados, irá adorar ensinar-lhe algumas coisas sobre a vida. No momento, dará a ela uma pequena trégua, até porque tem uma reunião importante de negócios a qual não pode se atrasar.

- Pois bem, senhorita Rachel. – seu olhar é de puro divertimento – Qual a sua resposta a meu pedido?

- Que pedido, senhor Saggioro?

- Meu pedido de casamento, qual mais?

- E o senhor ainda pergunta? É claro que a minha resposta é e sempre continuará sendo “não”.

O italiano levanta-se repentinamente e, para espanto de Rachel, se dirige para a porta de saída.

- Veremos se sua resposta ainda será esta. – diz o moreno dando um beijo na palma de sua mão e jogando-o em direção a loira. – Nos veremos em breve, adio!

Dizendo estas palavras, o italiano deixa Rachel em seu quarto de hotel e, vai em direção ao elevador, onde aperta o botão para o térreo com um sorriso de orelha a orelha em seus lábios.

Na saída do hotel, uma limusine está a sua espera, onde, um motorista particular abre a porta do carro para ele entrar. Já no banco de trás, ele tira de seu bolso um celular e disca um número, onde, no terceiro toque, uma pessoa atende.

- Alô. Detetive Paolo, aqui é Lazzaro Saggioro... Preciso que você faça uma investigação a respeito de uma mulher... É claro que é uma mulher, meu amigo, um homem é que não seria... O nome dela é Rachel Johnson, ela é inglesa... Quero que você descubra tudo o que puder a respeito dela em caráter de urgência... Sim, para o mais rápido possível... Dinheiro não será problema... Mas quero resultados o mais breve possível... Conto com você.

E, ele desliga o telefone sorrindo vitoriosamente.

- Minha querida tábua de passar roupa, esta vitória já é minha.

O italiano pega seu tablete e, olha sua agenda do dia de hoje. Teria um longo dia pela frente, mas, à noite, com toda certeza teria um tempo livre para provocar sua futura esposa.

Nunca conhecera uma mulher que se irritara por tão pouco. E, achou simplesmente hilária a reação dela. Casar com ela não seria tão tedioso quanto imaginara, afinal suas horas de diversão estariam garantidas provocando sua querida esposa tábua de passar roupa.

Três dias depois, Lazzaro está tranquilo em seu escritório, analisando novos contratos que, tem que decidir será assinar ou não, ver os lucros e analisar os pós e os contras. Durante três dias não procurou mais a secretária general, mas, sabe perfeitamente que ela ainda encontra-se na cidade com Evans.

Ainda se casará com ela e honrará a aposta que perdeu. E, mesmo ela sendo uma tábua de passar roupa, conseguirá se divertir com ela. Só o fato de ela cair tão fácil em suas provocações já mostra o quão divertido é deixar ela nervosa. E, o quanto antes Paolo descobrir tudo a respeito dela, melhor para seus planos.

Não deixará sua querida tábua de passar roupas fugir assim tão fácil. Não mesmo, ela não lhe escapará. E, enquanto estiver casado com ela, poderá ter seus casos com suas amantes, longe das vistas dos paparazzi. E, sua nonna ficará totalmente satisfeita com a noiva cafona e sem graça que conseguiu encontrar, e então não terá motivos para lhe tirar a casa do testamento.

Sorri ao ter tal pensamento. E, principalmente ao imaginar um encontro de sua nonna com Rachel. As duas com certeza rapidamente se tornarão amigas de infância e começarão a fofocar sobre qual das duas irá ganhar o Oscar de mais careta do milênio.

O italiano está tão concentrado em seus pensamentos que mal percebe seu celular tocando. Ao se dar conta, sorri ao ver no identificador de chamadas quem está lhe ligando.

- Detetive Paolo. – diz Lazzaro atendendo ao celular – Você adivinhou meus pensamentos, estava pensando exatamente em você... Que notícias tem sobre a investigação que pedi?

Lazzaro excuta atentamente cada palavra dita pelo detetive do outro lado da linha e, conforme vai ouvindo, o sorriso em seu rosto vai aumentando. Acabara de descobrir a forma ideal de convencer sua querida tábua de passar roupa a se casar com ele.

O moreno termina de escutar todo o relatório dito pelo detetive e desliga o telefone para, em seguida, abrir seu e-mail, onde o detetive lhe mandara todo o relatório por escrito de sua investigação. Ele lê atentamente cada linha do relatório, sorrindo mais e mais a cada linha lida.

Quando enfim termina de ler o e-mail, fecha sua caixa de entrada, deixa sua sala e se dirige até a antessala de seu escritório, onde sorri de maneira sexy para sua secretária antes de dizer:

- Entre em contato com meu advogado e mande-o estar aqui daqui à uma hora.

- Sim, senhor Saggioro. – responde a secretária.

Após dar ordens a sua secretária, o italiano volta a sua sala, completamente satisfeito. Com tudo o que o detetive Paolo descobriu a respeito de Rachel e com o que ele fará a seguir, a única alternativa que a secretária general terá será aceitar seu pedido de casamento. Ela simplesmente não terá escolha.

Uma hora depois, o italiano está em seu escritório com seu advogado.

- Doutor Gasparoni. – diz Lazzaro, apertando a mão de seu advogado – Fico satisfeito que tenha atendido a meu chamado.

- Estou sempre as suas ordens, Lazzaro. – responde o advogado, antes de sentar-se na poltrona oferecida pelo Saggioro.

- Ótimo. Vou ir direto ao ponto, doutor Gasparoni. Quero que o senhor pague uma hipoteca de uma pequena casa em Londres, que atualmente está no nome de Leonard Johnson. Este homem também possuiu dívidas nos três principais bancos de Londres, quero pague todas elas em meu nome e se possível, passe a casa para meu nome também.

O advogado olha para Lazzaro intrigado, O conhece há anos e, o empresário do ramo da hotelaria nunca havia lhe pedido algo tão absurdo.

- Não entendo, senhor Saggioro. – diz o advogado – Sei que não é de minha conta, mas o que há por trás desta ordem tão estranha?

Lazzaro cai na gargalhada diante da pergunta de seu advogado.

- É um presente de casamento.

- Um amigo do senhor vai se casar?

- Não, o presente de casamento será para minha noiva. Estou praticamente de casamento marcado com uma adorável tábua de passar roupa.

O advogado engole seco e olha com olhos arregalados de espanto para o Saggioro. Não devia ter escutado direito. Talvez estivesse escutado errado, Lazzaro Saggioro, o solteiro mais cobiçado da Itália, o número um capa de revistas de fofocas... Esta homem não podia estar falando em se casar...

Lazzaro não consegue conter o riso ante a expressão de total surpresa de seu advogado.

- Está surpreso? – ele pergunta, sorrindo cinicamente.

- Perdoe-me, senhor Saggioro. Mas acho que não escutei direito. Quem o senhor disse que vai se casar?

- Pelo contrário, escutou perfeitamente bem, eu vou me casar muito em breve, e você redigirá cada linha do meu contrato pré-nupcial. Mas, isto virá depois. No momento, quero que você faça exatamente o que mandei. Você pagará todas às dividas do meu sogrão e as passará para meu nome. Inclusive a casa que foi dada como bem de garantia.

O advogado continua encarando Lazzaro Saggioro boquiaberto. Ainda não consegue acreditar que este homem vá se casar, é quase que impossível imaginar o maior mulherengo do país trocando alianças e votos de fidelidade. Porém, não é pago para especular a vida de seu patrão e sim para obedecer às ordens que lhe são dadas.

- Para quando o senhor quer que eu compre estas dívidas, pague a hipoteca e passe a casa para seu nome? – pergunta o advogado.

- Para o mais breve possível. – responde o Saggioro – Estou louco para fazer uma adorável surpresa a minha querida e amada tábua de passar roupa.

- Perdão pela intromissão em sua vida particular, senhor Saggioro, mas, quando o senhor diz “tábua de passar roupa”, está se referindo a sua noiva?

- Exatamente. – diz Lazzaro com um enorme sorriso – Quando a conhecer, no dia em que ela assinará o contrato pré-nupcial, entenderá o porque. E agora que já estamos entendidos, vou pedir que se retire e agilize seu trabalho, tenho uma reunião importante daqui a dez minutos.

E, dizendo estas palavras, Lazzaro acompanha o advogado até a saída de sua sala, totalmente satisfeito. Em breve, sua adorada tábua de passar roupa aceitará seu pedido de casamento.

Dois dias depois, Rachel está em seu quarto de hotel, arrumando suas malas para, no dia seguinte, finalmente pegar seu avião de volta a Londres, de volta a sua casa. Essa semana que passara na Itália fora a pior de toda sua vida, principalmente depois de certo play boy italiano ter a ousadia de chama-la de tábua de passar roupa para no minuto seguinte pedi-la em casamento.

Depois disso, o italiano não voltou a procura-la. Porém, em todas as reuniões em que se viram, ele a olhou com provocação e sempre sorria de modo a provocá-la, um sorriso cínico e sexy ao mesmo tempo. Embora não tenha tempo para relacionamentos, muito menos com homens que se acham donos do mundo como Lazzaro Saggioro, não consegue deixar de sentir raiva só de olhar para o homem.

Ela olha-se no espelho e gosta do que vê. Seu terno azul claro combina perfeitamente com sua pele clara e o coque em seu cabelo está impecável, do jeito que gosta para reuniões formais.

Quando está terminando de colocar seus brincos, escuta baterem na porta e, rapidamente vai atender, achando que é seu chefe, porém, tem uma desagradável surpresa ao encontrar Lazzaro Saggioro sorrindo para ela forma provocativa com um buque de rosas vermelhas em uma das mãos e uma pasta na outra.

- Ahá, não, o senhor de novo? – diz Rachel, sem esconder o tom de desaprovação.

Lazzaro sorri de forma provocante. A mulher mal o viu e já estava irritada.

- Também estou muito feliz em vê-la novamente, minha querida tábua de passar roupa. – diz o italiano sorrindo cinicamente.

- Quem disse que estou feliz em ver o senhor?

- Está em seus olhos, cara. – o moreno continua a sorrir – Não vai me convidar para entrar?

- NÃO!!!!

- Então eu sou obrigado a me convidar para entrar. Já que sua boa educação não lhe permite.

Sem esperar ser convidado, Lazzaro entra no quarto da inglesa e, entrega a ela o buque de rosas vermelhas, antes de se sentar confortavelmente em um dos sofás e colocar seus pés em cima de uma mesinha de centro, mostrando-se totalmente à vontade e dando risada da coloração vermelha que o rosto de Rachel vai assumindo, devido à raiva.

Rachel não consegue acreditar na tremenda cara de pau daquele homem, como ele se atreve a aparecer em seu quarto, entrar sem ser convidado, se instalar como se os dois fossem grandes amigos?

- O que quer, senhor Saggioro? – diz a loira – Pensei que tinha sido bem clara em nossa última conversa.

- Clara como cristal. – diz o italiano sem deixar de sorrir.

- Então o que o senhor quer?

- Não está na cara? – responde o moreno sorrindo cinicamente – Vim reiterar meu pedido de casamento.

Ao ouvir tais palavras, a raiva de Rachel aumenta a ponto de seu rosto ficar totalmente vermelho e jogar o buque de rosas no chão.

- Eu já disse, senhor Saggioro, que jamais me casaria com o senhor. Nem que o senhor fosse o último homem da face da terra.

- Tem certeza? – pergunta o moreno, sem se deixar abalar pelas palavras de Rachel.

- Absoluta. – diz a loira, decidida.

Lazzaro deixa sua confortável posição, e, levanta-se do sofá, para pegar sua pasta, abri-la, tirar alguns documentos e o entregar a Rachel. A secretária olha para o rosto do italiano sem entender o gesto dele.

- O que é isso? – ela pergunta.

- Porque não dá uma olhada? – responde Lazzaro, sem deixar de sorrir.

Rachel começa a examinar a documentação que lhe foi entregue e, conforme vai lendo cada linha, sendo rosto vai ficando branco ante o pavor que lhe toma ao compreender o que aquele homem havia feito.

- Como seu rosto está branco de susto. – diz o moreno – Devo deduzir que já descobriu do que se trata esta documentação, minha querida tábua de passar roupa.

- Como... Como o senhor...? Como o senhor pode...? Como... Como descobriu sobre isso?

- Simples. – responde o italiano sem deixar de sorrir – Pedi a um detetive particular que investigasse a sua vida, cara. Foi fácil para ele descobrir todas as dívidas feitas por seu pai, inclusive a hipoteca de sua casa. Depois disso foi fácil, só precisei mandar meu advogado comprar as dividas, pagar a hipoteca e passar a casa para meu nome.

Rachel continua encarando Lazzaro com o rosto branco de susto. Por que ele comprara as dívidas de seu pai?

- Por que o senhor fez isso?

- Ainda não percebeu? – diz Lazzaro, com ironia – Minha querida tábua de passar roupa, achei que fosse mais inteligente.

- Quer parar de chamar de tábua de passar roupa?

- Estou desinclinado a atender a este pedido, tábua de passar roupa. E bem, querida, não tenho o dia todo, sou um homem de negócios. Qual é a sua resposta?

- Resposta a que? – a loira pergunta, irritada.

- A meu pedido de casamento, cara. Aceita se casar comigo, senhorita tábua de passar roupa?

- A resposta continua sendo NÃO!

- É mesmo? – pergunta o italiano, com um sorriso sarcástico – Mesmo sabendo que se você recusar meu pedido, coloco seu querido papai no olho da rua?

- Como é???!!! – Rachel pergunta, incrédula.

- O que você ouviu, Rachel. Ou você se casa comigo, ou agora mesmo ligo para meu advogado e mando-o ir para a Inglaterra entrar com uma ordem de despejo e deixar seu pai sem casa.

- O senhor não pode fazer isso...! – diz Rachel, o desespero começando a dominá-la.

- Tanto posso, como vou. É claro que, se você se casar comigo, seu papai continua vivendo tranquilamente na casa, como se nada tivesse acontecido. Mas, se você recusar meu pedido, hoje mesmo ele vai para a lista dos sem teto de Londres. E então, aceita se casar comigo, ou vai deixar seu pai no olho da rua?