Apostas E Paixões escrita por MisuhoTita


Capítulo 5
Entre Tapas e Beijos Uma Quase Declaração de Amor




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Lazzaro observa calmamente a mudança de cor do rosto de Rachel, que passa rapidamente do branco pálido dos ingleses para o vermelho de raiva. A mulher general fica adorável com o rosto vermelho de raiva.

- E então, Rachel, qual é a sua resposta? – pergunta o italiano com um sorriso nos lábios.

Rachel continua a encarar o homem a sua frente incrédula, incapaz de acreditar em como ele consegue coloca-la contra a parede de forma tão calma e ainda parecer se divertir com isso. Seus olhos começam a se encher de lágrimas. Lágrimas de raiva e de frustração.

Ao ver os olhos de sua querida futura noivinha se enchendo de lágrimas, o italiano se aproxima dela, cobrindo a pouca distancia que separa os dois e a abraça, usando suas mãos para secar as lágrimas dela. Rachel se choca com o gesto súbito daquele homem arrogante.

- Por que choras? – pergunta o italiano.

- E você ainda pergunta...? – rebate Rachel, ainda sob o abraço forte de Lazzaro.

- Não precisa chorar, minha querida tábua de passar roupa. Não há motivos para chorar.

- Por que faz isso comigo...? Por que...?

- Minha adorável tábua de passar roupa, estou fazendo isso para seu próprio bem. Qualquer mulher no mundo daria tudo para estar no seu lugar e ao invés de você comemorar e cair de joelhos diante de mim chora feito uma criancinha?

- Odeio você... – diz Rachel, afastando-se do moreno.

- Odiar é uma palavra muito feia, mulher Ice Berg. Você apenas está com uma raiva momentânea porque estou te obrigando a fazer a escolha certa.

- E que escolha certa é essa?

- Casar comigo, minha querida cafona. No momento você está nervosa e não consegue compreender como esta decisão será benéfica para você.

- Você está me chantageando... Obrigando-me a fazer algo que não quero...

- Tecnicamente querida, estou te dando uma escolha. Você é livre para escolher o que for melhor para você.

- Senhor Saggioro, por favor... Sabe que eu jamais abandonaria o meu pai, ele está doente, não pode ficar sem a casa...

- Na verdade, minha adorável tábua de passar roupa, não sei que escolha você fará. Mas torço para você ser politicamente correta e aceitar meu pedido de casamento.

- Não vou abandonar meu pai. – diz Rachel entre lágrimas.

- Que bom que você é uma mulher com princípios, cara.

- O que você quer dizer com isso?

- Se você fosse como algumas das mulheres com as quais eu convivo, mandaria o pai para o inferno e não aceitaria a minha proposta.

- Não me compare ao tipo de mulher com o qual está acostumado, senhor Saggioro.

- Minha querida mulher fria, a partir de agora estamos noivos, vamos parar com tanta formalidade, me chame de Lazzaro.

- Noivos?! – Rachel pergunta, incrédula.

- Noivos, minha querida cafoninha. Quando você disse que não iria abandonar seu pai, automaticamente presumi que aceitou minha proposta de casamento. Iremos nos casas daqui a um mês.

Rachel olha incrédula o italiano anunciar o casamento sorrindo de forma convencida, confiante e até arrogante. Acabara de lhe chantagear e dizia isto como de fosse a coisa mais normal do mundo. Bem, talvez, no mundo dele, onde o valor e a moral devem ter pouco valor, deve ser mesmo a coisa mais normal do mundo.

- Não podemos nos casar daqui a um mês! – anuncia Rachel, tentando desesperadamente conseguir algum tempo para pelo menos tentar se acostumar à ideia de ser esposa do homem mais insuportável e convencido que já conhecera.

- E por que não? – pergunta o moreno com uma calma que só serve para deixar Rachel com mais raiva.

- Será que você não pensa? Será impossível organizar todo um casamento para daqui a menos de um mês. Como você vai organizar civil, igreja, recepção e todas as outras coisa?

Lazzaro cai na gargalhada, deixando Rachel vermelha de raiva. A mulher é mesmo uma figura, achando que terá um casamento nos padrões normais da sociedade, ela provavelmente não o conhece suficientemente bem para saber que ele não é um homem como esses que gostam desta coisa de casamento badalado, fidelidade e constituir família. Se está se obrigando a isto, é puro e simplesmente para garantir sua herança, já que sua nonna não lhe dera escolha.

- Qual é a graça? – pergunta à loira.

- Você. – responde o italiano, sem conter os risos – Acha mesmo que teremos um casamento nos padrões da sociedade, minha querida tábua de passar roupa? Pois engana-se, querida. Nosso casamento será apenas no civil, com minha nonna, meu pai, e alguns amigos íntimos, e o mesmo para você. Este casamento é apenas uma fachada para que eu consiga obter a minha herança. Assim que a velhinha assinar o maldito testamento e me deixar como único herdeiro, iremos nos divorciar e você estará livre de mim para sempre e com uma boa quantia em dinheiro em sua conta bancária pelos serviços prestados.

Rachel o olha com um horror que nunca em sua vida havia sentido antes por uma pessoa. Como um homem pode ser assim tão frio e calculista?

- Odeio você. – diz a loira, com frieza.

- Pode odiar a vontade. – responde Lazzaro, sem deixar de sorrir – Porém, na frente dos outros, terá que fingir me amar e estar perdidamente apaixonada por mim.

- Como é???!!!

- Ora, querida, exatamente o que você ouviu. Na frente dos outros, seremos o típico casal apaixonado. Por isso vamos nos casar daqui a um mês, para que todos saibam como estamos apaixonados um pelo outro.

- Não acha que está levando esta farsa a sério demais?

- De forma alguma, minha querida breguinha. Só nós dois saberemos que nosso casamento é apenas uma farsa, para o resto do mundo, somos um casal completamente apaixonado que não vê a hora de casar e viver feliz para sempre em nosso ninho de amor.

- Como você consegue ser tão cínico?

- Sou prático, querida, apenas isso. Temos um acordo?

- E eu por acaso tenho escolha?

- É claro que tem. – responde o moreno com um sorriso bem cara de pau – Só que neste caso sua escolha mais vantajosa é aceitar minha proposta.

- Sim, senhor Saggioro. – diz Rachel, sentindo-se cansada e derrotada – Temos um acordo.

- Ótimo. Então a partir deste momento esqueça o Senhor Saggioro e me chame de Lazzaro, minha querida tábua de passar roupa.

- E você, vai esquecer o “tábua de passar roupa” e me chamar de Rachel?

Lazzaro solta uma forte gargalhada e encara Rachel de forma debochada, como é ingênua. Certamente, o tipo de noiva que sua nonna aprovará em questão de cinco minutos. Realmente, perder a aposta com o Evans não foi um negócio tão ruim assim.

- Minha querida tábua de passar roupa. – zomba o italiano – Entenda uma coisa, aqui, quem dita às regras sou eu.

Rachel continua a encarar o italiano espumando de raiva, quanto mais ele sorri e se mostra superior, mais sua raiva aumenta. Como conseguirá viver ao lado deste homem?

Lazzaro cobre a pouca distância entre ele e Rachel e a toma em seus braços. Surpresa, a loira fica estática, enquanto percebe pasma que os lábios do italiano se aproximam cada vez mais dos seus. A loira continua imóvel enquanto o italiano cobre seus lábios com os dele.

Por uma pequena fração de segundos, Rachel não tem reação, fora pega completamente desprevenida pelo gesto do italiano. Mas, quando se dá conta de que está sendo beijada pelo homem, não pensa duas vezes e acerta uma bofetada no rosto do moreno.

Lazzaro se afasta de Rachel e leva uma das mãos a face, no local onde recebera a bofetada.

- Sua louca! – diz o italiano com agressividade – Por que fez isso?

- Eu é que pergunto seu mulherengo de quinta, por que me beijou? – retruca Rachel, igualmente agressiva.

- Ora sua coisa horrorosa, eu estava apenas selando nosso acordo com um beijo! Isso é mais do que natural já que agora somos noivos!

- Como ousa me chamar de coisa horrorosa, seu Don Ruan fajuto?

- Eu te chamo do que bem entender, já disse que quem dita às regras neste joguinho sou eu!

- Você não passa de um sem vergonha, mau caráter e chantagista!

- Pode achar o que quiser, tábua de passar roupa. Mas guarde sua opinião para si. Amanhã à noite jantaremos com minha nonna para oficializarmos o nosso noivado, e quero que se mostre apresentável, nada desses seus terninhos bregas, use algo mais feminino.

- E por que eu deveria fazer isso? – Rachel pergunta em tom de desafio.

- Porque meu pai também estará presente, e ele me conhece bem demais e sabe que eu não desposaria uma tábua de passar roupa mais brega do que mulher do século retrasado.

- Como ousa falar mal do meu gosto para roupas?

- Vista-se melhor e me prove o contrário, minha querida breguinha.

E, após dizer estas palavras, Lazzaro deixa o quarto de Rachel aos risos.

Quando Rachel se vê sozinha, se joga em sua cama e começa a chorar, derramando lágrimas de ódio, de frustração e de não ter condições de se livrar do homem arrogante e egoísta que é Lazzaro Saggioro.

Com tantas mulheres que, como ele diz, porque a escolheu? Porque não arranjou outra para brincar de casinha? Se tem alguém que ela odeia do fundo do coração é Lazzaro Saggioro e, mesmo sendo obrigada a se casar com ele, fará de tudo para ele se arrepender do infeliz momento em que a escolheu como noiva.

*****

Em seu carro, Lazzaro sorri, satisfeito por ter conseguido fazer seu acordo de casamento, apesar da noiva não ser o tipo de mulher com o qual está habituado, não pode negar que é muito divertido provocá-la e ver como ela fica vermelha de raiva. E, apesar de ela não ter correspondido a seu beijo, o modo como o esbofeteara só o fez ter certeza de que no fundo, bem no fundo, ela havia gostado do beijo. Só não estava disposta a assumir isso.

Seu celular começa a tocar, tirando-o de seus pensamentos. Olhando no identificador de chamadas, sorri, satisfeito. Nada como uma boa diversão após acabar de se comprometer com as algemas do temível casamento.

- Beatrice, cara mia! – sorri o italiano ao atender ao telefone. – Si, mia bella, para você tenho todo tempo do mundo.

*****

Na noite seguinte, Lazzaro está em sua cobertura, terminando de se arrumar para apresentar sua adorável tábua de passar roupa para seu pai e sua nonna. Escolhera uma calça social preta, e uma camisa de manga comprida social azul marinho, onde deixara uns três botões sem abotoar de propósito, deixando um pouco de seu peitoral a mostra para impressionar sua adorável noivinha ice Berg.

- Lazzaro Saggioro, esta noite entrará para a história! – diz para si mesmo.

O italiano tranca seu apartamento, e desce de elevador até a garagem, onde escolhe para dirigir sua captiva vermelha, que costuma dirigir em ocasiões mais familiares, tipo esta. Passará no hotel para buscar a mulher general e então começar a brincadeira, o primeiro round em que mostrará para sua queria nonna que ela pensa que pode enganá-lo, mas que no fundo ele é bem mais esperto e será capaz de dobrar a velhinha com a noiva que fora obrigado a escolher.

*****

Em seu quarto de hotel, Rachel está quase terminando de se arrumar para o temível jantar com a avó de Lazzaro, seu irritante noivo. Sim, por mais que odeie, está oficialmente comprometida com o italiano.

Primeiro, pensou em provoca-lo e vestir seus típicos ternos de trabalho, só para enfurecê-lo e mostrar pra ele que é uma mulher de fibra e personalidade e que veste o que bem entender sem que ele precise ficar lhe dando ordens. Porém, se arrependeu cinco minutos depois de ter tido esta ideia, e preferiu mostrar para ele que por trás da mulher de negócios e altamente profissional que ele conhecera e chantageara, existe uma mulher bonita e sofisticada, sem ser vulgar, exatamente o contrário do tipo de mulher que o milionário está acostumado.

Para isso, escolhera um de seus vestidos favoritos, branco estampado com flores rosas bem delicadas, em tecido de algodão, bem leve. Frente única, com um decote não muito revelador, saia rodada na altura dos joelhos, e na cintura um cinto branco, que marca bem a mesma, deixando-a com uma aparência jovial. Em seus pés, uma sandália de salto plataforma prateada.

Ao invés dos habituais coques que o italiano está acostumado, prendeu os cabelos em um rabo de cavalo, deixando algumas mexas soltas na frente e cacheando-as,  deixando seu rosto mais cheio de vida. Resolveu se maquiar de forma bem discreta, apenas base, corretivo fácil para disfarças às olheiras da noite anterior, pó de arroz, um blush em tom rosado e um discreta sombra dourada, que evidenciam seus olhos.

E, para completar o visual, usa os brincos e colar de pérolas que pertenceram a sua mãe. Lazzaro pode até acha-la brega para seus padrões de mulher vulgar, mas, ela acha que está muito bem para a ocasião. Não conhece a avó de Lazzaro, mas tem pena da pobre mulher, por ter um neto tão sem sentimentos.

Após borrifar um pouco de seu perfume favorito, escuta alguém bater na porta de seu quarto e já sabe de quem se trata. Com muita confiança e uma tremenda vontade de provocar seu noivo, Rachel abre a porta para o italiano, e não é surpresa alguma vê-lo sorrindo de forma tão convencida. Sua surpresa fica por conta do visual do moreno, mais sport, sem deixar de ser chique, e, olhando pelo canto de olho ela não deixa de notar a pele acobreada do homem, e quase soa frio ao ver onde seus pensamentos estão lhe levando.

Por sua vez, Lazzaro olha boquiaberto para Rachel, sem conseguir esconder a surpresa pelo visual dela. Estava esperando encontrar a mulher general, totalmente vestida para a batalha, e, ao invés disso, encontrara uma mulher “quase” sexy.

Sem esperar por um convite e se recuperando do susto da mudança repentina d visual de sua noiva, o italiano adentra o quarto.

- Ual! – zomba o italiano – Até que quando quer, você sabe ficar apresentável, minha querida noivinha.

- Como se eu tivesse pedido a sua opinião! – devolve Rachel.

- Que língua afiada possui minha adorável tábua de passar roupa!

- Já vai começar a me ofender, senhor Saggioro?

- Ofensa? – diz Lazzaro, sem deixar de sorrir – Mas estou te elogiando, minha querida! E, já disse, a partir deste momento estamos noivos e completamente apaixonados um pelo outro, então me chame de Lazzaro.

- Que tal se eu te chamar de meu amor? – ironiza Rachel – Seu italiano arrogante!

- Tenho uma ideia melhor, queria. Chame-me de meu noivo sexy e galante!

Lazzaro começa a rir ao ver o rosto de Rachel vermelho após ouvir sua última frase. Como é divertido provocar esta mulher. Agora só falta uma coisa antes de irem para a casa de sua nonna, a fim de darem início ao show principal da noite.

Ele tira do bolso de sua camisa uma pequena caixinha de veludo e a abre, revelando um anel de ouro com uma pedra branca, um belo e valioso diamante. Ele mostra o anel a Rachel, agora sério.

- Gosta dele? – pergunta o moreno.

- É lindo. – diz Rachel – Uma bela joia, mas porque está me mostrando isso?

- Foi o anel de noivado de minha mãe, e, antes disso, de minha nonna. É passado as gerações da família Saggioro. Agora é seu, o símbolo de que realmente estamos noivos.

Rachel olha boquiaberta para o homem, não pela joia, mas sim pelo desapego dele a uma joia de família.

- Não pode me dar uma coisa dessas!

- E por que não?

- Porque é uma joia de família, idiota! Use-a quando for e casar de verdade!

Mais uma vez, o italiano começa a rir da ingenuidade de sua noiva.

- Entenda uma coisa, minha querida tábua de passar roupa, mesmo de mentira, este será o único casamento de minha vida, não colocarei as algemas de novo, não me dou bem com esse negócio de amar e respeitar até que a morte nos separe. E, como é meu único casamento, nada mais justo que você use o anel de noivado de minha família. Agora, se me permite...

E, o dizer estas palavras, Lazzaro segura a mão direita de Rachel, e, com delicadeza, desliza o anel sobre o dedo anelar de sua noiva, selando o compromisso dos dois.

- O anel combinou com você.

Rachel se surpreende ao ouvir um elogio de Lazzaro a sua pessoa, nunca esperara algo assim. Ela olha para o diamante solitário em sua mão, sentindo o peso do compromisso.

- Agora vamos, minha querida tábua de passar roupa, o show está prestes a começar.

CONTINUA...


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