Meus Imortais escrita por Rafa


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Oiee.
Pelo oq deu pra perceber, o cap. anterior ficou confuso ""
Juro q ñ foi minha intenção!
Espero q esse aqui esteja mais esclarecedor... ñ sei.
Ah, como vão ver ao longo da Fic, sim, é GSR. Mas tbm tem Morganders.
Valew pelos reviews lindios de vcs sz



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Quando chegaram em casa Zoe largou a mochila na porta principal e mais uma vez fez o que melhor sabia fazer. Correu. Subiu as escadas e foi para o quarto que diziam ser dela, mas ela sabia que não era. Sentia que nada naquela casa a pertencia. Por isso a necessidade de sair dali. Precisava voltar pra casa. Ficar perto de seus pais.


Jogou-se  na cama e enterrou a cabeça no travesseiro. Chorava tanto. Com os olhinhos fechados ela orava mentalmente e pedia para que quando os abrisse ela estivesse em casa outra vez. Apertava os olhos com tanta força e orava tão veemente que as palavras começaram a sair de sua boca em uma suplica.


Quando abriu os olhos enxergou as paredes amarelas, a cor do sol, como ela dizia. Na parede onde ficava a cama tinha um quadro de borboletas. Elas voavam em um bosque de gramas verdes e flores rasteiras de cores diversas. No canto esquerdo uma menininha que trajava um macacão lilás e um chapéu de mesma cor apontava para as criaturinhas que dançavam no céu azul.  Cinco borboletas de cores diferentes. O quadro era um quebra-cabeça de cinco mil peças que levou semanas para ser concluído. Sempre que podiam Zoe e seus pais afastavam os móveis do quarto e se acomodavam no chão para encaixar o maior numero de peças possível.


A pequena saiu de sua imaginação quando Greg e Morgan entraram no quarto. As paredes voltaram a ser azul e o quebra cabeça de cinco mil peças desapareceu. Tudo voltou a ser a casa dos outros.


- Zoe... nós... -Greg sentou-se no chão ao lado da cama - sentimos muito.


Não sabia o que dizer a uma menina de sete anos que acabara de perder seus pais em um acidente.


Eles não sabiam como reagir diante aquela situação. Talvez devessem brigar por ela ter ido até a rodoviária sozinha. Mas não podiam repreende-la por querer sua vida de volta.



- Sabemos o quanto está sendo difícil pra você, - Morgan sentou-se na cama - mas te ver assim, chorando e desesperada, corta o nosso coração.


- Não consigo evitar. Me desculpem. -  Virou-se para olha-los.


- Tudo bem querida. Acho que não me expressei direito. -Afagou o cabelo de Zoe.


- Nós também sentimos falta deles. - Greg  segurou-se para continuar firme quando viu a tristeza nos olhos da pequenina - Eram nossos amigos.


-  Seu rostinho não combina com esses olhos tristes, eu queria tanto ver um sorriso seu...


- Nunca mais vou sorrir tia Morgan, - falou em tom de mágoa - eu queria ter morrido junto com eles! nunca mais vou ser feliz sem eles ao meu lado.


- Não diga uma coisa dessas  - falou Greg com a voz preocupada - não vamos deixar que isso aconteça.


- Eles estão ao seu lado querida, mesmo que não possa vê-los eles sempre vão estar com você. Olhe só pra você... qualquer um consegue ver isso, seus olhos são iguais o de sua mãe... a Sara tinha os mesmos olhos chocolate encantadores que você. -  Passou a mão no rosto de Zoe para enxugar as lágrimas.


- E essa covinha no queixo é idêntica a que o Gil tinha. - tocou o queixo de Zoe com o indicador - E fica ainda mais parecida quando você sorri.


- Viu só Zoe, seus pais se foram mas deixaram muitos pedacinhos deles com você. Aqui, aqui - Morgan tocava Zoe por todo o corpo fazendo cócegas em alguns pontos - aqui. E principalmente aqui. - pousou a mão no coração da pequena.


- Aqui no meu coração eles estão inteiros... todos os pedacinhos. Mas eu não consigo toca-los. Eu queria tanto vê-los, não me  despedi deles... - ajeitou uma mexa de cabelo que caia sobre o rosto.


- Você ainda estava no hospital quando... eles... você sabe. - Greg disse apreensivo. Zoe abaixou o olhar e o silêncio se instalou no quarto.


- Quando eles foram enterrados !- Zoe disse de repente sentando-se na cama fazendo com que uma caixa de livros caísse no chão. Durante os seis dias que estava ali não teve coragem de guardar seus pertences. Suas coisas estavam em malas e caixas espalhadas por todo o quarto.


- Me desculpem, não fiz de propósito.


- Nós sabemos querida, foi um acidente. - disse Morgan.


- Você tem muitos livros - Greg guardava-os dentro da caixa novamente. - Estava desviando o assunto.


- Meus pais me deram todos. Eles me chamavam de sua pequena biblioteca.


- E você já leu tudo isso? É muito livro pra uma menininha da sua idade... eu acho. - Morgan olhava surpresa.


- A maioria. Esse aqui - pegou um livro da capa vermelha - meu pai disse que só posso ler quando for grande.


- Ah, eu que escrevi sabia? - Greg disse  - Conta a história de Vegas, é melhor mesmo deixar pra ler outra hora, mas eu te garanto que é muito bom. É seu livro preferido não é ?


- Eu não sei tio Greg, ainda não li.


- Viu filho, como seu papai é convencido ? - Morgan alisou a barriga - O convencido mais lindo que a mamãe já viu.


- E o que ela mais ama também. - Greg depositou um beijo no joelho de Morgan. Eles se olhavam de um jeito diferente. De um jeito que Zoe conhecia bem, exatamente como seus pais se olhavam. Sua mãe dizia que aquele era o olhar de mil e uma palavras bonitas. Por um instante Zoe sentiu inveja do bebê, ele era um sortudo por ter seus pais assim tão perto. A lembrança fez uma lágrima rolar por sua face.


- Esse eu também não li. - Quebrou o silêncio. Pegou um caderno de capa laranja - Mamãe disse que eu só posso ler na hora certa. - Passou a costa da mão nos olhos.


Greg e Morgan se entreolharam surpresos.


- E você sabe a história desse? - Morgan perguntou.


- Huhum, mamãe me contou.


- Eu também escrevi esse... não é bem um livro, por isso está em um caderno. Só escrevi  pro lápis riscar o papel. Quando eu terminei de escrever esse - apontou para o livro da capa vermelha - senti falta de saber a história dos outros. Mas não consegui terminar... é estranho sabe, eu não consegui encontrar um final pra ele. Por isso não está concluído.


- Sara te disse qual é a hora certa ?


- Não, mamãe disse que quando chegar a hora certa eu vou saber. - suspirou - Papai disse que tem uma vida inteira aqui dentro... Eu queria que essa hora chegasse logo. - Olhou para o relógio ao lado da cama. E mais uma vez, secou as lágrimas.


- Vai chegar Zoe, vai chegar... acredite. - Greg levantou-se - Tenho que ir pro Lab, não vai ser nada bom eu chegar atrasado.


- Sinto que meu pai está sobrecarregando você.


- Não vamos deixar que isso se torne um problema não é mesmo ?. - Transmitia confiança.


- Não enquanto esse for o propósito dele.


- Vocês vão ficar bem ? - ambas assentiram com a cabeça - Zoe, promete que não vai fugir de novo ? - a pequena balançou a cabeça envergonhada - Promete ?


- Prometo tio Greg. - Ele beijou-lhe a cabeça.


- E qualquer coisa que você precisar, qualquer coisa mesmo, é só apertar o número seis. - Apontou para o telefone ao lado da cama - E isso serve pra você também - beijou Morgan suavemente.


- Entendido tio Greg - Morgan fez biquinho.


Quando já tinha atravessado a porta, Greg deu meia volta para encara-las, como se tivesse esquecido algo muito importante. Enfiou as mãos no bolso.


- Eu amo vocês.



___CSI.CSI.CSI___



Teve o cuidado de prender o cabelo de Zoe para não molha-lo. Abriu o chuveiro e a água quente caia embaçando o espelho. Molhou a mão para checar a temperatura.


- Está quentinha.


Zoe entrou em baixo do chuveiro e fechou os olhos ao sentir a água morna percorrer seu corpo que tempo atrás estava congelando com o frio que fazia lá fora.


- Está um pouquinho melhor ? -  ensaboava o corpo esguio da menina que apenas abaixou a cabeça - Espero que sim, em poucos dias eles vão sumir. - Se referia aos arranhões que Zoe tinha pelo corpo.


- Tia Morgan, tem quanto tempo desde que tudo aconteceu ?


- Dez... ou doze dias... - Esfregava os braços de Zoe com cuidado para não ferir os machucados que a pequena ganhara no dia do acidente.


- Você acha que já deu tempo deles chegarem no céu?


- Claro querida - gostava de tamanha inocência- eles já estão no  céu.


- E se eles não gostarem de lá?


- Todas as pessoas gostam do céu. Lá é muito bonito, tem arco-íris todos os dias.


- Será que eles encontraram minha vózinha? - Começou a desenhar qualquer coisa no vidro vidro que estava embaçado por conta da aguá morna.


- Tenho certeza que sim.


- Ai! Aqui ainda doe. - Disse estendo o braço para mostrar um corte no pulso.


- Me desculpe.


- Tia Morgan, você acha que ele vai ficar chateado por causa do quarto ?


- Ele quem ? - Morgan não entendeu.


- Seu bebe. Eu não iria gostar se alguém pegasse o meu quarto. Talvez ele fique bravo.


Zoe referia-se ao quarto em que ela dormia. Aquele seria o quarto do filho de Greg e Morgan que nasceria em poucos meses. O quarto estava quase pronto para a chegada da criança. As paredes eram azul claras e no meio passava uma faixa com desenhos infantis. Nunca se deu ao trabalho de observar quais desenhos eram. O guarda-roupa na cor branca era bem pequeno, apenas duas portas. Próximo a janela havia uma cômoda com muitas gavetas. E um tapete também azul, mas escuro, ficava bem no meio do quarto que tinha muitos brinquedos para uma criança que ainda não havia nascido. Só faltava um berço,ao invés disso tinha a cama onde Zoe dormia.


- Meu bebe não vai se importar - sorriu - não se preocupe.


- Sinto falta do meu quarto da cor dos raios de sol.


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Notas finais do capítulo

Sério, deve parar?
Tudo bem, ñ vou matar ninguém com a faquinha de cortar pão. Prometo *_*
Mas sejam sinceras.
Bjoooooooos