Accidentally In Love escrita por MissLerman


Capítulo 8
Capítulo 8 Querido Deus


Notas iniciais do capítulo

Hello lindos do meu coração, esse capítulo é todo da EllieJackson, que me mandou minha 4ª recomendação. To muuuuuito feliz, não da nem para explicar *-* lá vai mais um capítulo, espero que gostem (:



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Percy e eu fomos atrás de Zeus, continuamos de mãos dadas. Em momentos normais, eu me sentiria constrangida ao segurar sua mão. Mas eu senti que segurá-la fazia com que eu me sentisse segura. 

Zeus entrou na velha casa e logo nós entramos também. Não havia mudado muito desde nossa visita noite passada. Estava exatamente igual nós a deixamos. Me virei para fazer uma piada sobre aquele momento para Percy, mas fui surpreendida ao ver que ele me encarava de uma maneira... diferente. Seus olhos estavam inquietos, passeavam sobre meu rosto. O encarei e soltei sua mão, queria evitar ao máximo esse tipo de acontecimento. Percy ficou um tanto sem graça quando o fiz.

- Sabem, tenho que admitir que não são tão amadores quanto eu pensava. Invadir uma mansão como essa não é nada fácil. - Zeus disse enquanto andava por um corredor escuro, que levava a uma porta. Que, aparentemente, estava trancada.

Lancei um olhar sugestivo para Percy. Ele deu um riso fraco, o que fez com que eu risse também.

Sim, Zeus havia nos visto aqui. Ele poderia não ser o cara mais legal do mundo, mas ainda assim era um ex-agente do Serviço Secreto. O que queria dizer que sabia todos os truques de espionagem já inventados.

Ele então parou em frente a porta e colocou uma chave dourada na maçaneta. A girou três vezes e a porta abriu. Fiquei surpresa ao notar o que havia ali dentro. Era um laboratório completo, com computadores, máquinas modernas de análise, microscópios, e tantas outras coisas. Isso fez com que Percy babasse, ele ficou muito maravilhado com tudo aquilo. As paredes eram todas brancas, o que deixava o ambiente mais claro. No canto, havia uma mesa com um computador enorme em cima, e ao lado, uma foto de Thalia. 

Me aproximei da mesa e peguei o porta-retrato. Thalia não mudara muito. Seus olhos continuavam iguais a minhas lembranças. Ela usava uma beca preta e azul, e segurava um diploma nas mãos. Suspirei ao pensar em quanto tempo eu passara sem vê-la. Apesar de tudo, eu faria de tudo para encontrá-la. Coloquei o porta-retrato de volta na mesa e fui me juntar a Percy e Zeus. Zeus explicava para Percy sobre como uma de suas máquinas funcionavam, e Percy escutava tudo atentamente.

Eu gostava de ver como os olhos de Percy brilhavam quando ele fazia algo que gostava, era algo inexplicável. Seus lábios finos formavam um esboço de um sorriso que não sairiam dali tão cedo. Sorri também ao ver como eles pareciam entretidos.

Após o término das explicações, ambos vieram até mim.

- Este lugar é incrível. - Percy disse sorrindo. Seu sorriso era lindo.

Sorri para ele e me virei para Zeus.

- Então, por que tem tudo isso? - eu disse olhando ao redor.

Zeus riu e abriu uma das gavetas de sua mesa. Ele tirou de lá um papel, mas conforme foi chegando perto, notei que era uma fotografia.

- Estar aposentado não é sinônimo de parar de trabalhar. - ele disse e me entregou a foto.

Nela, eu vi um homem que julguei ser Zeus, mas bem mais novo, com cabelos escuros e muito menos barba. A foto tinha uma cor estranha, acho que por ser muito velha. Ao lado dele, tinha um homem de cabelos claro e um sorriso familiar no rosto. Ambos estavam sem camisa e com shorts. Ao fundo, uma mata completava o cenário. Senti meu coração apertar, afinal eu conhecia aquele homem ao lado de Zeus. Seu sorriso era exatamente igual ao meu, minha mãe sempre dizia isso. Meu pai e Zeus estava um ao lado do outro sorrindo como se fossem as pessoas mais felizes do mundo. Sorri involuntariamente.

- Seu pai e eu éramos amigos, Annabeth. - Zeus disse.

Pisquei os olhos algumas vezes para que essa informação fôsse processada em meu cérebro.

- Mas... o que aconteceu...? - tentei perguntar, mas minha voz falhou no último minuto.

Olhei em volta e vi que Percy estava bem ao meu lado. Sorri para ele e esperei a resposta de Zeus.

- No dia em que... bem, ele faleceu... estávamos prestes a prender um Serial Killer que, a muito tempo, vínhamos procurando. Era um caso muito importanto, mas, na época, para mim, minha família era mais importante. - ele fez uma pausa, como se estivesse parando para respirar - Naquela noite, tínhamos combinado de nos encontrar em Long Island para tentar prendê-lo, mas eu não apareci. Hera estava grávida e teve um aborto espontêneo e eu a levei para o hospital. Na hora, eu não pensei duas vezes, não pensei no caso, nem que seu pai estava sozinho com um Serial Killer. Quando me dei conta do que tinha feito, corri para encontrar Frederick, mas era tarde demais. 

Senti o peso das palavras de Zeus. Me lembro perfeitamente daquele dia, minha mãe me disse que meu pai precisaria viajar, mas eu sabia que eles me escondiam certas coisas. Nunca fui uma criança muito bobinha.

Uma lágrima solitária escorreu em meu rosto. A limpei na mesma hora.

- Nunca me recuperei bem depois deste dia. Pedi minha aposentadoria do Serviço Secreto, mas não abandonei totalmente o ramo da investigação e espionagem. Assim que Thalia sumiu, comecei imediatamente a colocar meus aparelhos para funcionar. Mas não consegui encontrá-la, então Hera ligou para vocês. Ela nem imagina o que tanto guarda na casa dos fundos. - Zeus disse e riu sem muito humor.

Esbocei um sorriso e segurei novamente a mão de Percy. Ele retribuiu apertando ainda mais nossas mãos entrelaçadas.

- Assim que vocês chegaram, naquela madrugada, notei que você, Annabeth, me parecia familiar, eu só não sabia exatamente de onde. E então você me disse que era uma Chase.Tenho que admitir que quase não acreditei que você pudesse ser filha de Frederick. Me espantei ao ver como a doce garotinha que eu vira no enterro de seu pai pudesse ter crescido tanto.

Dei risada novamente.

- Acho que "doce" não é um adjetivo perfeito para mim, Zeus. - eu disse olhando para Percy.

- Concordo, acho que "salgada" combina mais. - Percy disse com firmeza.

Nós três rimos.

- Você é mais parecido com seu pai do que imagina, Annabeth. Me lembro dos detalhes de Frederick até hoje. Ele era teimoso, impaciênte, não costumava ter muito paciência... mas isso mudou assim que ele se casou com Atena e você nasceu. Senti o mesmo quando Thalia nasceu. E agora aqui estou eu, sozinho, e minha filha está perdida em algum lugar.

Instantaneamente, me senti culpada por ter desconfiado de Zeus. É difícil você julgar alguém antes mesmo de conhecer sua história. Agora, que já estava tudo explicado, entendi que Zeus, na verdade, seria um grande aliado neste caso.

- Nós vamos encontrá-la, Zeus, tem a nossa palavra. - eu disse e Percy assentiu.

Zeus deu um leve sorriso e caminhou para sua mesa, onde vários papéis se encontravam. Ele pegou um deles e voltou para nosso encontro.

- Acho que já devem saber o que era aquele líquido escuro que encontraram em minha casa, certo? - ele disse e me entregou o papel.

Lá estava escrito exatamente a mesma coisa que Grover havia nos dito. Era soro fisiológico misturada a extrato de "Comigo-ninguém-pode". Acho que Zeus também desconfiava que aquela mistura tivesse alguma coisa a ver com Thalia estar desaparecida.

- Sim, ficamos sabendo disso noite passada. - eu disse deixando o papel em cima da bancada.

- Na mesma noite em que vocês invadiram minha casa, não é? - ele disse em um tom sacana.

Senti meu rosto corar bruscamente. Sorri sem graça e lhe disse:

- É, foi. Mas como nos viu?

Zeus riu e nos guiou até seu enorme computador. Lá podíamos ver imagens de vários lugares da mansão. Os exatos pontos cegos, que Percy havia me dito.

- Isto é incrível. - Percy finalmente se manifestou.

- Quem vocês acham que ligou o alarme da casa? - Zeus disse ainda sentado em sua cadeira vermelha como sangue.

- Então o senhor fez isso de propósito? - perguntei um tanto surpresa.

- Fiz, vocês dois precisavam descobrir a verdade sobre mim, mas não acidentalmente, eu mesmo queria fazer questão de contar. Por isso liguei para que viéssem me ver hoje de manhã, mas acho que você acabou descobrindo antes.

Rimos novamente. Me senti aliviada. Acho que no fundo, não queria que Zeus fosse culpado. Existe algo mais terrível do que um pai tentar matar a própria filha? Acho que não. Ficamos no laboratório por um tempo, vendo fotos de meu pai e Zeus, e rindo.

Sem me dar conta, acabei olhando no relógio. Já havia passado do meio-dia, meu estômago estava começando a implorar por comida. Cutuquei Percy e lhe mostrei as horas. Ele ficou decepcionado ao perceber que eu queria ir embora. Na verdade eu não queria ir embora, mas precisava.

Explicamos para Zeus que precisaríamos ir. Ele entendeu. E nos fez prometer que voltaríamos. Nós aceitamos e saímos da velha casa. Mas antes que eu pudésse chegar no carro, ele me disse:

- Gostaria que ficasse com isso Annabeth, seu pai ficaria feliz se soubesse que você a tem. - e me entregou uma fotografia, não tão velha quanto as outras.

Olhei para ela e vi meu pai, Frederick, carregando um bebê gordinho, com alguns cabelos loiros no topo da cabeça. Eu não tinha fotos com meu pai, por isso amei aquela. Agradeci a Zeus e entrei no carro. Percy já me esperava lá dentro. Nos despedimos uma última vez e ele dirigiu para minha casa. 

Foi um caminho confuso e silencioso. Acho que tanto eu, como Percy, estávamos processando tudo o que havia acabado de acontecer. Ficamos em silêncio até ele parar em frente a minha casa, e se deparar com alguém não muito agradável, Luke!

- O que esse idiota está fazendo aqui? - Percy disse irritado.

Olhei confusa para Luke. Ele parecia me esperar.

- Eu é que pergunto. - eu disse abrindo a porta do carro, mas antes que pudesse sair, Percy segurou meu pulso.

- Annie, lembra do que prometeu pra mim, certo?

Assenti. Eu não iria me deixar levar pelas palavras de Luke novamente. Lhe dei um beijo no rosto e sai do carro. Mas antes de ir para minha casa, disse para Percy:

- Hoje temos um jantar na casa de minha mãe. Te vejo as 6:30?

Ele sorriu e balançou a cabeça positivamente. Sorri e caminhei até Luke. Ele tinha um sorriso maroto no rosto.

- Não acho que este seja o horário mais apropriado para uma visita. - eu disse parando em sua frente.

Ele riu e me disse:

- Só vim ver como você está. E me desculpe pelo acontecimento noite passada...

Senti meu rosto corar um pouco.

- Tudo bem, mas no momento eu preciso mesmo dormir, Luke. Estou um tanto cansada. - eu disse colocando a chave na fechadura.

Ele se aproximou um pouco e sussurrou em meu ouvido:

- Talvez eu possa te ajudar a dormir.

Trinquei os dentes e lhe dei uma colovelada em seu pulmão. Ele ficou uns tempos se contorcendo e dizendo que não conseguia respirar, mas eu entrei em casa e tranquei a porta por dentro. Esperava que ele não me encomodasse mais.

Fui caminhar até meu quarto, mas encontrei algo no chão. Um bilhete rosa, exatamente igual ao último que eu recebera. O peguei do chão e o abri. Nele estava escrito:

"Querido Deus, a única coisa que eu te peço é pra cuidar dela quando eu não estiver por perto, quando eu estiver muito longe. Annabeth, não sabe o quanto me doí te ver sofrendo. Saiba disso: a única coisa que eu quero é te ver feliz. Eu estava longe, mas agora me encontrei, e encontrei você.

Assinado: alguém que está completamente apaixonado por você"

Eu estava longe... Me senti um tanto decepcionada ao pensar na possibilidade de Luke estar me mandando aqueles bilhetes. Suspirei e o guardei na gaveta junto com o outro. 

Não sabia exatamente o que pensar. Será que era Luke? Me neguei ao pensar que fosse ele. Ele nunca fora romântico, muito menos um bom escritor, não poderia ser ele. A menos que alguém estivesse escrevendo e ele entregaria como se fossem dele... Minha cabeça girava, eu já não sabia mais o que pensar.

Decidi deixar este assunto quieto ir me preocupar com outras coisas, como o que fazer até o horário de ir para a casa de minha mãe.


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Notas finais do capítulo

Para os leitores que querem Percabeth logo: Tenho uma leve impressão de que está próximo HUEHEUHEUHEUH até mais blueberries, até amanhã NHAC ;3