Dream Or Reality? escrita por Aneliese Fanfictions, Michi S2


Capítulo 33
2 Temporada - Capítulo 18° - Sonhos - Parte III




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Sonho de Luce:

A grossa neblina que tomava conta dos meus dias agora me deixava confusa ás vezes. Eu me surpreendí ao me ver em meu quarto, sem me lembrar claramente da viagem pra casa da escola ou de abrir a porta da frente. Mas isso não importava. Perder a noção do tempo era o máximo que eu podia pedir da vida.

Eu não lutei contra a neblina quando me virei pra o meu armário. O entorpecimento era mais essencial em uns lugares do que em outros.

Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso.
Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo.

Eu não tive que lutar como sempre pra ignorar a música. Mesmo a minha mente não estando, pela primeira vez, cuidadosamente entorpecida e vazia, eu tinha coisas demais pra pensar pra ouvir as letras.

Eu esperei a entorpecência voltar, ou a dor. Porque a dor devia estar vindo. Eu quebrei minhas próprias regras. Ao invés de me esconder das memórias, eu andei em frente e as cumprimentei. Eu tinha ouvido a voz dele, tão claramente, na minha cabeça. Isso ia me custar caro, eu tinha certeza. Especialmente se eu não podia convocar a neblina pra me proteger. Eu me sentí muito alerta, e isso me assustou.
Mas o alívio ainda era a sensação mais forte no meu corpo - alívio que aquilo tenha vindo do íntimo do meu ser.
Mesmo eu lutando pra não pensar nele, eu não lutava pra esquecê-lo. Eu tive medo que -tarde da noite, quando a exautão pela falta de sono quebrasse minhas defesas - que eu acabasse me dando por vencida. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira.
Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso.
Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo.

Tudo mais podia ser suportado.

Eu me deitei na minha cama alguns minutos depois, resignada como se a dor finalmente tivesse aparecido.

Era uma coisa assustadora, essa sensação de que um buraco havia sido construído no meu peito, fazendo meus órgãos vitais pararem de funcionar e deixando-os em trapos, com cortes não curados nas beiradas que continuavam doendo e sangrando mesmo com a passagem do tempo.
Racionalmente, eu sabia que meus pulmões deviam estar intactos, mas mesmo assim eu lutava por ar e minha cabeça rodava como se os meus esforços não me levassem a nada. Meu coração devia estar batendo também, mas eu não conseguia ouvir o barulho da pulsação nos meus
ouvidos; minhas mãos pareciam azuis de frio. Eu me curvei, abraçando minhas costelas pra me manter junta. Eu procurei pela minha torpência, minha negação, mas elas tinham me abandonado.
E mesmo assim, eu achava que podia sobreviver. Eu estava alerta, eu sentia a dor - a dor da perda que irradiava do meu peito, mandando ondas de dor pelos meus órgãos e minha cabeça - mas era suportável.
Eu podia sobreviver. Eu não sentí que a dor tinha diminuído com o tempo, mas eu tinha ficado forte o suficiente pra suportá-la.
O que quer que tenha acontecido essa noite - fossem os zumbís, a adrenalina, ou as alunações os responsáveis - isso me acordou.

Pela primeira vez em muito tempo, eu não sabia o que esperar pela manhã.

>>>>>>>>>>>>

Os dias passavam lentamente, cada minuto parecia uma hora, cada minuto uma hora, e a dor em meu peito só crescia.

A vontade de vê-lo era tanta...

A primeira semana foi torturante, olhar para ele, sem tocá-lo, sem sentir seus braços ao meu redor, era... sufocante.

Torturante.

A lembrança veio sem perceber, era a lembrança da despedida.

– Você está bem? - perguntou - me, olhando diretamente em meus olhos, talvez ele estivesse tentando adivinhar o que eu sentia. 

– Estou bem. - me surpreendi, minha voz saiu fria.

Por mais que doesse me separar dele nesse momento, era necessário, eu tinha que fazer isso, eu tinha que afastá-lo de mim.

Antes que seja tarde de mais.

Pude ver, - em seus olhos - que ele estava confuso.

Me esforcei para que minha voz saísse.

– Se afaste de mim, Edward. - falei com convicção, olhando diretamente para ele, seus olhos - antes confusos - , agora estavam agonizados, tentei não demonstrar nenhuma reação.

– Por que? - por um momento eu pensei em desistir, pelo seu olhar agonizante, suplicante me pedindo uma pequena resposta pelo meu afastamento repentino.

– Você é perigoso para mim Edward, você é um monstro. - idiota, idiota, era isso que eu era, uma idiota.

Ele fechou os olhos com força antes de abrí-los, e a mesma agonia estava ali, em seus olhos.

– Me perdoe por isso, mas é necessário. - disse fria.

– Você tem razão eu sou monstro, e você deve se afastar de mim. - sua voz soou meio sombria, ele era perigoso.

Meu coração doía muito, parecia que ele iria explodir de tanta dor.

E depois de alguns momentos sem pronunciar mais nenhuma palavra, ele se foi.

Me ajoelhei, pus a mão em meu coração, ele doía, lágrimas caíam de meus olhos.

Eu tinha que admitir.

Eu estava completamente apaixonada por Edward Cullen

Meu amor por ele aumentava, e a dor também.

Por um momento pensei em deixá-lo, ir embora para um um lugar onde eu jamais poderia imaginá-lo, a convicção ia acabar desaparecendo... e isso eu não poderia suportar.
Proibida de pensar, morrendo de medo de esquecer; era uma linha difícil de seguir.

Mesmo quando eu me afastava das imagens,
eu sentia meus olhos se enchendo de lágrimas, e a dor começava a passar perto do buraco no meu peito. Eu tirei uma mão do volante e usei-a pra agarrar meu tórax e segurá-lo em um só pedaço.
Será como se eu nunca tivesse existido. As palavras corriam pela minha cabeça, mas faltava nelas a perfeita claridade das alucinações que eu tive ontem á noite. Eles eram só palavras, sem som, como uma imagem numa página. Só palavras, mas elas abriram o buraco no meu peito, e eu
pisei bruscamente no freio, sabendo que não devia dirigir estando incapacitada desse jeito.
Eu me curvei, pressionando meu rosto no volante e tentando respirar sem os pulmões.
Eu me perguntei quanto tempo isso podia durar. Talvez algum dia, anos mais tarde - se a dor diminuisse de forma que eu pudesse aguentar.
E, se fosse possível que a dor diminuísse aponto de me permitir fazer isso, eu tinha certeza que me sentiria agradecida.

Saí da picape, me dirigi até o prédio ´´3´´, mas fui interrompida por uma Rosalie irritada.

– O que você fez com meu irmão, humana idiota? - perguntou, sua voz saiu fria.

Não respondi, minha voz não saía. E mais uma vez ela falou, sua voz era melosa, mas agora pairava uma irritação.

– Você não sabe como você o está fazendo sofrer, eu nunca me preocupei com ele, mas agora toda a nossa família está afetada por causa disso, e isso é tudo culpa sua.

Agonia.

Era tudo o que eu estava sentindo.

Dor.

Tudo estava doendo.

– Rosalie, pare com isso. - ele falou, não pude idêntificar o sentimento em sua voz, parecia que ele estava vazio, oco.

– Como eu posso parar com isso, Edward.

– Apenas pare, vá embora. - ela me fulminou com seus olhos dourados, abaixei minha cabeça, querendo esconder o que eu sentia.

– Desculpe, ela estava irritada. - sem emoção ele falou.

– Tudo bem. - minha voz saiu meio rouca, ele me olhou.

Agonia.

Tristeza.

Mágoa.

Tantos sentimentos em um único olhar.

– Eu não aguento mais, Zoey... - ele estava sofrendo,e a culpada por isso, era eu, somente minha culpa. - Preciso de você...

Meu coração deu um salto.

Fui ao seu encontro e o abracei, sentindo seu cheiro doce, sua pele fria, eu não aguentava mais ficar longe dele.

Ele me afastou de si, e me olhou, vi confusão em seus olhos.

Me senti obrigada a falar a verdade.

– Me desculpe, eu fui uma idiota ao me afastar de você, querendo que você me esquecesse, mas nem eu conseguia o mesmo, eu tinha que afastá-lo, eu não sou do seu mundo, eu... - parei já sentindo as lagrimas saindo de meus olhos. - Me perdoe Edward... - dor, dor, e mais dor.

Ele continuava a me olhar, mas não havia mais confusão, as sim outro sentimento que não pude idêntificar.

– Zoey, eu... - sua voz estava embargada, parecia que ele iria chorar a qualquer momento, mas isso era impossível.

Me senti sem chão.

Corri para longe dele.

Mas fui interrompida por ele, e surpreendida com seu beijo.

Seus lábios gelados contra os meus quentes, pareciam Fogo e Gelo, unindo-se como um só...

Queria que esse momento durasse eternamente.

>>>>>>>>>>>


Seus lábios gelados moviam-se também por meu queixo, meu pescoço...
Suas mãos também percorreram o caminho de quase todo o meu corpo. Eu o senti apertar-me a cintura tão forte enquanto ainda me beijava, que quase arquejei de dor. Mas não me importei com isso. Não mesmo. O que me importava não era a dor física.
E foi pensando nisso — na dor que eu sentiria daqui a algumas horas, se eu tivesse a sorte de que ele ficasse pelo menos por esse curto prazo — que precisei libertar meus lábios dos dele. Não que eu quisesse isso, de jeito nenhum. Mas eu precisava muito respirar. De verdade. Ele não me deixava.
Por isso empurrei-o gentilmente, mas ainda com as mãos entrelaçadas em seu pescoço para mantê-lo deitado em cima de mim, e arfei buscando o ar para meus pulmões. Eu precisava pensar em algo para dizer. E rápido.
Edward apertou os braços ainda com mais força em minha cintura. Mesmo no quarto escuro, eu era capaz de ver a agonia dilacerar seu rosto lindo de anjo.
E então ele voltou a beijar-me de novo. Suas mãos enchendo-me de carinho e seus lábios gelados suavemente apertados contra os meus.
Não entendi o que ele estava querendo dizer quando quase implorou para que eu fingisse que queria aquilo. É claro que eu queria. Estaria ele brincando?
Mas ele continuou apenas me beijando e apertando minha cintura, deslizando a mão por meu colo, meu rosto... Por quase toda a madrugada.
Nos braços de Edward, eu estava no céu, nas estrelas. Seus braços fortes prendiam-me com força e sua boca era tão urgente quanto carinhosa na minha.
Era exatamente isso. Edward era o meu paraíso. Ainda que um paraíso temporário.
Segurei o pescoço dele com mais força, tentando fazer com que as lágrimas não caíssem enquanto eu o beijava.
Será que ele poderia simplesmente me matar antes de partir? Eu não me importaria nem um pouco em morrer entrelaçada em seus braços. Enquanto seus lábios ainda moviam-se contra os meus. Enquanto meu coração cantava de alegria e a dor parecia apenas uma lembrança dolorosa e distante.
Edward percebeu que eu estava tentado reprimir as lágrimas. Ele tirou os lábios dos meus e fitou-me. Seus olhos eram uma mistura de entusiasmo, excitação e dor.
— Eu a machuquei? — Perguntou ainda bem baixinho. A angústia meio que distorcia sua voz.
— Não... — Minha voz falhou quando eu limpava as lágrimas com as costas das mãos.
Ele pegou uma de minhas mãos e a beijou delicadamente. Olhou para ela ao falar.
— Por que está chorando? — Perguntou com a voz estrangulada.
Porque te amo tanto que isso está acabando comigo.. Porque você é lindo demais e me corta o coração vê-lo sofrendo tanto. Era o que eu queria dizer.
Abaixei minha cabeça, mas ele a levantou com um dedo.
– Por que está chorando, Zoey? Me diga por favor.... - eu o beijei antes que ele continuasse a falar, eu não o aguentava vendo ele sofrer tanto.



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