Liz saiu da Shield e passou o dia inteiro vagando, sem rumo, pelas ruas de Nova York. Tony voltou para casa, estava totalmente confuso com toda a situação que antecedeu esse sumiço dela. Ele tentou ligar para ela algumas vezes, mas o celular estava desligado.

            Depois de tomar quatro copos de café na Starbucks e passar horas sentada num banco do Central Park, Eliza foi para na Ponte do Brooklyn. Ela costumava caminhar por lá com sua mãe. Quando chegou ao meio da ponte, o sol já estava se pondo e as luzes do local acenderam. Liz pegou o celular, viu algumas fotos dela com Tony e as lágrimas vieram. Chorou por quase uma hora, chorou tanto que uns três senhores vieram em sua direção e perguntaram se ela estava passando mal. Educadamente ela disse que não, agradeceu, se afastou um pouco e voltou a chorar. Era um choro de adeus, era um choro de amor. Choro que se só cessou quando, ao passar as fotos, vê uma que estão presentes sua mãe e sua avó e ela, era em seu aniversário de cinco anos. Sua avó já estava bem velhinha e sua mãe usava um lenço na cabeça, estava sem cabelo, por causa da quimioterapia. Aquela imagem deu força para Eliza continuar a seguir seu destino.

- Eu vou seguir – Liz funga e enxuga as lagrimas – Não por mim, mas por vocês.

Ela, então, volta a Torre Stark e sem dar nenhuma explicação a Tony, entra no quarto, pega seu travesseiro, sua coberta e sai. Seu destino, naquele momento, é dormir no quarto de hospedes. No meio do caminho Tony vai atrás dela, ele não quer saber onde ela esteve, só quer saber por que chorou tanto.

- Seu rosto está inchado e seus olhos vermelhos, ou você se drogou e tomou uma surra do traficante ou chorou durante muitas horas seguidas. Quer conversar? – Tony tenta uma aproximação.

- Agora não. – Liz força uma frieza e entra no quarto de hospedes.

- Por que está indo dormir ai? – Tony questiona.

Liz olha alguns segundos para ele e responde friamente:

- Às vezes temos que fazer as coisas que devemos e não as que queremos. – Ela está pronta para fechar a porta na cara dele.

- Eu sempre faço o que quero. – Tony fala segurando a porta.

Stark coloca o cabelo dela para trás da orelha e a beija. Eliza não resiste e deixa o travesseiro e a coberta caírem no chão. Existe muito sentimento entre os dois, eles pegam fogo quando se entregam dessa forma. Liz sabe que seu destino é diferente disso, ela sabe que seu caminho é outro, mas seu coração é dele. Tony empurra Liz na parede e tira lentamente cada peça de roupa que ela veste. Aquilo é torturante para ela, já que está seguindo seus instintos e não sua razão. Cada suspiro de prazer que dava, era uma lágrima que escorria. Liz virou o jogo algumas vezes e fez Tony pirar. Eles passaram a madrugada inteira se amando. Era como a última noite juntos, era a última noite juntos.  

Tony estava dormindo quando, como de costume, Liz foi caminhar, só que antes ela fez uma breve ligação e marcou um encontro no Rockefeller Center.

Depois de caminhar durante meia hora, Liz comprou dois cappuccinos e foi para o seu encontro.  Lá estava Steve Rogers, com sua jaqueta de couro marrom, mesmo sem entender muito sobre aquele encontro relâmpago, mas como ainda estava preocupado com a saúde de Eliza, foi. Antes de ir falar com ele, ela abaixou a cabeça e respirou fundo, como estivesse encarnando uma personagem. Steve estava distraído quando ela se aproximou.

- Oi! – Liz diz meio sem jeito.

- Olá! – Steve dá um beijo no rosto dela.

- Toma, é pra você – Liz entrega o copo de cappuccino – Esse lugar também fica bonito na primavera.

- Obrigado. – Steve agradece – Verdade, as pessoas só costumam vir aqui pra patinar, mas é um bom passeio em todas as épocas.

- Desculpe pelo convite de última hora. 

Eles sentam em uma mureta do parque.

- Não, tudo bem! Eu queria mesmo falar com você, queria saber se já está cem por cento melhor.

- Estou sim, obrigada por ter me esperado acordar. Foi um gesto fofo. – Liz sorri para ele.

No mesmo momento que Liz e Steve conversam e riem no famoso Rockefeller Center, Tony acorda na Torre Stark, logo se dá conta da ausência de Eliza e pede ajuda a Jarvis, como na outra vez.

- Jarvis, tem como descobrir a localidade de Eliza?

- Através do GPS no celular dela?

- Sim, obviamente. – Tony responde irritado.

- Pesquisando... Encontrado.

- Onde ela está? – Pergunta Tony, ansioso.

- Precisamente, dentro do complexo do Rockefeller Center.

- Obrigado. – Tony veste seu casaco de corrida e vai atrás dela.

No Rockefeller Center

- Estamos conversando há tanto tempo, mas você raramente olha nos meus olhos. Você é tão envergonhada assim? – Steve pergunta.

- Um pouco. – Liz responde dando uma desculpa. – Ou deve ser o sol que está na minha direção. Deixa-me colocar os óculos escuros.

-Não! – Steve segura a mão dela – Eu gosto dos seus olhos, eles são lindos.

- Obrigada!

- Eu sei que sempre falo a mesma coisa, mas parece que te conheço de algum lugar. – Ele aperta a mão dela delicadamente.

Liz olha para a mão dele na dela e fica tensa.

- Talvez isso seja um sinal.

- Um sinal de que? – Steve se aproxima mais dela.

- Disso.

Liz toma coragem e dá um beijo em Steve, é um beijo meio duro, meio sem jeito, mas é um beijo. Rogers gosta e a agarra para outro beijo mais caloroso. Depois que o momento acaba, Eliza olha preocupada para todos os lados. É como se ela sentisse que Tony estaria por perto.

- Você...eu... é... – Steve nem consegue terminar a frase.

- Não precisa se desculpar, a culpa foi toda minha. – Eliza tenta acalmar Steve.

- Mas o Tony e você... – Steve é interrompido por Eliza.

- Não temos nada sério! – Ela fala completamente nervosa – Ele é um garanhão, eu acho que ainda é apaixonado pela ex, não sei... Meu destino é ficar com você.

Tony sempre chega nos momentos cruciais.

- “Meu destino é ficar com você”, é por isso que você andou tão entranha comigo. – Tony passa a mão na cabeça – Ontem nós fizemos amor na casa inteira e hoje você diz pra esse...esse...velho com cara Ken que o seu destino é ficar com ele? Você é pior do que as prostitutas que eu contrato. – Ele abre os braços e gesticula com as mãos dizendo – Que eu contratava, né? Antes de você.  

Eliza não esboça nenhuma reação, ela está totalmente em choque. Steve tenta se meter, mas é impedido de falar.

- Nem tente falar, coroa. – Tony coloca o dedo na cara de Steve – Eu não tenho nada pra falar com você, fica quietinho, senão eu quebro o teu nariz gelado.

- Deixa... – Eliza estende o braço pra afastar Steve de Tony.

- É melhor deixar mesmo. – Tony olha apenas para Eliza. – Agora, sua vadia, você entende porque não coloco meu amor nas mãos de uma mulher? – Tony aumenta o tom de voz – Se eu quiser ter uma puta, eu pago, mas com dinheiro e não com meus sentimentos.

Eliza fica chocada com a reação de Tony, mas continua sem falar uma palavra. As lagrimas no seu rosto, parecem uma cachoeira.

Steve não admite que Tony xingue Eliza de “Puta” e tenta defendê-la, mas mais uma vez ele é impedido de falar.

- Deixa, Steve! – Eliza grita chorando – É o destino, Tony, tem que ser assim.

Eliza e Tony se olham nos olhos e por alguns segundos a raiva dá lugar ao amor que eles sentem um pelo outro. O olhar de Stark só faltava perguntar “Por quê? Por que isso, Eliza? O que eu te fiz?”, mas seu orgulho é de ferro e ele não tem coragem de falar nada.

- Tudo bem, é o destino. – Tony fala firme – Depois passe lá em casa para pegar suas coisas.

- Tudo bem. - Liz também fala firme. – Vou depositar o seu dinheiro amanhã.

Steve fica meio perdido no meio daquilo tudo, ainda mais quando Tony vai embora para um lado e Liz vai embora para outro, deixando-o lá sozinho.

Ele dá um tempinho e liga para o celular de Eliza.

- Oi, Steve. – Diz ela com a voz chorosa ainda.  

- Onde você está?

- Na ponte do Brooklyn, sempre venho para cá, quando estou triste.

- Posso ir para ai?

Liz demora um pouco para responder.

- Pode, claro!

Steve Rogers vai até lá e quando ele chega, dá um abraço forte em Liz.

- Eu não sei por que tudo isso aconteceu, mas saiba que estou do seu lado. – Ele diz enquanto esta a abraçando.

Liz dá um beijo no rosto de Steve.

- Só quero entender, por que eu conheço seu olhar de algum lugar.

- Talvez um dia você entenda... talvez.