Na volta para o apartamento, o elevador estava vazio. Não havia mulheres desagradáveis com comentários hipócritas, então entramos em paz ali.

– Minha blusa ainda está molhada, que frio! – Maddy exclamou, esfregando os braços.

– Tira ela. – Dei de ombros.

– Claro, vou ficar de sutiã dentro do elevador. Realmente o frio vai diminuir. – Ela revirou os olhos e eu ri.

– Vem cá, eu te esquento. – Abri os braços e ela sorriu, andando até mim. Abracei-a com força e beijei-lhe a bochecha.

O elevador parou no sétimo andar e nós atravessamos o corredor, entrando no apartamento. Jogamos nossas bolsas no sofá e subimos as escadas do mezanino rapidamente. Tirei meu casaco grosso e os tênis, chutando-os para o lado exatamente como Maddy fez. Abracei-a novamente e não tive que me esforçar muito para tirar-lhe a blusa listrada de mangas compridas.

Joguei a peça de roupa sobre a cama e senti sua pele nua se arrepiar sob o toque daminha mão.

– Vick... – Ela murmurou em um tom manhoso. – está frio!

– Você precisa de um banho quente, pequena. – Murmurei.

– Você também. – Ela deu um sorriso que unia malícia e inocência.

– Mas antes você, ok? – Perguntei e ela revirou os olhos, um sorriso leve nos lábios.

– Ok.

Levei as mãos ao cós da sua calça jeans e ela permitiu que eu a desabotoasse. Tirei a peça e joguei-a perto da blusa listrada.

– Posso? – Perguntei, tocando o fecho do seu sutiã nas costas.

– Que pergunta. – Ela revirou os olhos e eu ri e eu desabotoei aquela peça, tirando-a e colocando junto às outras roupas. Acariciei delicadamente seus ombros e as costas, abraçando-a por trás.

– Vamos para o banheiro. – Falei e coloquei um braço em suas costas e o outro atrás de seus joelhos, levantando-a de uma só vez.

Ela riu.

– Eu sei andar, sabia? – Perguntou.

– Sei disso. Mas eu quero te carregar, posso? – Perguntei enquanto descia as escadas do mezanino.

– Claro que pode, amor. – Ela sorriu e acariciou minha bochecha.

Entramos no banheiro e eu coloquei-a no chão logo depois de fechar a porta. Ela permitiu que eu retirasse a única peça de roupa que ainda a cobria e nós andamos até o box de vidro.

Maddy entrou e eu abri a torneira, fazendo que a água quente começasse a cair. Recuei um passo e ela riu, segurando o meu braço.

– De jeito nenhum, Vick. Você vem junto. – Ela riu novamente e me puxou de uma vez para dentro do box.

Olhei para o seu rosto, que tinha uma expressão divertida e tive que rir também enquanto a água quente do chuveiro molhava-me as roupas e o corpo.

Ela sorriu e se aproximou de mim, tirando a minha blusa molhada e colada no corpo e o sutiã branco também ensopado, jogando as duas peças para fora do box de vidro. Tirei com certas dificuldades a calça jeans que eu usava e joguei-a perto do montinho de roupas. Madison deu um sorriso e tirou rapidamente o resto da minha roupa, me abraçando logo depois.

– Não trouxemos roupas limpas. – Maddy concluiu assim que terminamos nosso banho.

Soltei uma risada. Definitivamente estava frio demais para subirmos as escadas  apenas de toalha.

– Deixa que eu vou lá. – Dei de ombros.

– Sério? – Ela arqueou uma sobrancelha.

– Espere aí, ok? – Falei, dando-lhe um beijo rápido nos lábios.

Saí do banheiro e subi as escadas do mezanino. Vesti um par de roupas íntimas, uma camiseta grande e shorts provenientes do armário, pegando um sutiã e uma calcinha cor-de-rosa e uma blusa e shorts como os meus para Maddy.

Desci novamente as escadas e entrei no banheiro, sem conseguir me concentrar em muitas coisas ao ver Madison enrolada na toalha branca, com os cabelos molhados e presos em um coque bem bagunçado pingando água em seus ombros.

– Vick! Acorda! – Ela exclamou e eu balancei a cabeça, saindo das minhas divagações.

– Desculpa... eu me distraí. – Ela sorriu.

– Sei...

– Você me distrai, Maddy. A culpa não é minha!

Ela riu e revirou os olhos.

– Ok, ok. Agora me dá isso aí. – Ela pediu, esticando a mão. Entreguei-lhe as peças de roupa ela colocou-as sobre a pia, tirando a toalha que a envolvia.

Respirei profundamente; eu conhecia cada pequena parte do corpo de Maddy, mas eu simplesmente não conseguia deixar de admirá-lo da mesma forma que eu fizera desde... bom, desde a primeira vez que eu a vira.

– Victoria... você pode, por favor, parar de me olhar como se estivesse olhando para alguma maravilha do mundo?

Eu tive que rir disso.

– Não, porque você é uma para mim.  Você é a pessoa que eu mais amo em toda a minha vida, Maddy! – Dei de ombros e a vi sorrir.

– Eu também te amo demais, Vick. – Ela disse e andou até mim, colocando os braços ao redor do meu pescoço e apoiando a cabeça no meu ombro. Envolvi sua cintura com os meus braços e nós nos abraçamos demoradamente. Eu sorri sentindo seu perfume suave, a maciez da sua pele e o conforto do seu abraço.

Assim que nos separamos Maddy pegou a sua toalha e pendurou-a no lugar destinado à isso, enquanto eu me abaixava para recolher as roupas molhadas no chão.

– Deixa que eu seco isso. – Ela falou e eu ri.

– Nada mais justo. – Dei de ombros. – A culpa foi sua.

– Mas a ideia foi boa. – Ela mordeu o lábio inferior e sorriu. Soltei uma risada e balancei a cabeça, saindo do banheiro.

Levei as roupas molhadas até a área de serviço e coloquei-as na máquina de lavar junto a algumas outras que ali estavam. Logo depois voltei ao mezanino.  

– Que horas são, Vick? – Ela me perguntou assim que eu coloquei os pés ali, como se adivinhasse a minha presença. Ri com esse pensamento.

– Não faço a menor ideia. – Respondi. – Deixa eu ver aqui. – Completei, andando até a mesa de cabeceira e pegando o meu celular.

– Quase cinco. – Respondi.

– Ah... certo. – Ela disse, soltando os cabelos molhados. – Eu estou com fome. – Riu.

– Somos duas. – Ri. – Vamos descer?

– Vamos lá.

Andamos até a cozinha e Maddy resolveu que prepararia sanduíches para nós enquanto eu a observava, sentada em um banco.

– Sabe do que isso me lembra? – Perguntei assim que ela colocou os pratos sobre a bancada.

– O quê? – Ela perguntou enquanto tirava dois copos do armário e colocava-os sobre a bancada.  

– Daquele dia em que a gente estava na sua casa. – Dei de ombros. – E você fez sanduíches para mim, para você e para o Will. E ele deixou a gente se beijar, por que ele sabia que a gente namorava. – Ri com a lembrança e ela sorriu, pegando suco de laranja na geladeira.

– Eu sinto falta dele. – Ela deu de ombros.

– Qual foi a última vez que eles vieram aqui? Foi nas férias, não foi? – Perguntei e ela assentiu enquanto puxava um banco e se sentava à minha frente, do outro lado da bancada.

– Já faz seis meses. – Ela mordeu o lábio inferior, olhando para baixo.

– Relaxa, Maddy. Daqui a pouco eles estão aqui de novo. – Eu falei, acariciando sua bochecha com as costas dos dedos e levantando seu rosto logo depois.  

Ela colocou a mão sobre a minha.

– Sei disso.

– Então não precisa ficar triste, ok?

Ela deu um sorriso pequeno.

– Ok.

– E você não estava com fome agora há pouco? – Perguntei e ela abriu mais o sorriso. – Vamos comer.

Acabamos com os sanduíches rapidamente, e enquanto Maddy andava em direção à porta de vidro na sala eu coloquei os pratos e copos na máquina de lavar louças. Limpei as migalhas da bancada e coloquei os bancos no lugar, para depois seguir até a varanda.

Maddy estava de pé, de costas para mim, apoiada no parapeito da varanda. Andei até ela o mais silenciosamente que consegui, abraçando a sua cintura e beijando seu pescoço. Ela riu e girou, ficando de frente para mim e colocando os braços ao redor do meu pescoço. Apertei a sua cintura e beijei-a sem demora, mirando o seu rosto logo depois. Deslizei a ponta dos meus dedos pelo contorno do seu queixo e dos lábios, pelos traços do seu nariz pequeno e ao redor dos seus olhos cinzentos; ela sorriu e, logo depois, me beijou novamente.

– Vick... – Ela sussurrou logo que o beijo terminou, dando-me um selinho logo depois.

– Hm? – Murmurei antes de dar-lhe outro.

– A gente tem algum dever para amanhã? – Ela perguntou, logo depois de retribuir meu selinho. Eu ia fazer o mesmo, mas não consegui reprimir uma risada ao ouvir a sua pergunta.

– Não, Maddy. – Sorri.

– Que bom. – Ela deu uma risada baixa. – Porque me deu sono agora.

– Vamos subir. – Dei de ombros.

– Eu estou com preguiça! – Ela murmurou e eu ri.

– Isso é o de menos. – Dei de ombros e carreguei-a da mesma forma que antes, com um braço sob seus joelhos e o outro sob as suas costas.

Ela riu.

– Vick, como você tem força para me carregar assim? – Ela olhou para o meu rosto e eu ri.

– Sei lá. Costume? – Arqueei as sobrancelhas e ela riu.

– Deve ser.

Terminei de subir as escadas do mezanino e coloquei Maddy sobre a cama, me deitando ao seu lado. Ela encolheu-se entre os meus braços, com as costas contra o meu peito – como ela gostava de ficar – e, depois que eu ajustei o despertador do meu celular, acabamos dormindo juntas.