Carvão Em Pérolas escrita por Milady


Capítulo 10
"Stay with me... Let's just breathe..."*


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Quando postei na semana passada, disse que já tinha o capítulo pronto, e minha intenção era postar no meio da semana. Acontece que meu pc morreu e eu só tinha acesso a net no trabalho, aí não deu pra postar antes.
Mas... Antes tarde que nunca né? rsrs
Obrigada por mandarem a opinião de vocês sobre o capítulo.
Um beijo para todos que comentaram: Anna Mellark; CindyMellark; DanyMellark; Elyon; NielliCris; Letícia Krefta; Luana Santiago; ReGina Potter; Marcela Mellark; Katniss Everdeen Mellarck; Katniss Mellark; Eli Abernathy.



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Chegamos no quarto aos tropeções. Estamos no meio do quarto, nos beijando como se nossa vida dependesse disso. Está acontecendo. É real. Ele ergue a cabeça para me olhar, e uma onda de pudor me invade...

“Peeta?”

“Hum?”

“Apaga a luz...”

“Mas eu quero te ver...”

“Por favor...”

Ele me dá um olhar compreensivo e risonho, e também um beijinho estalado. Enquanto ele levanta e apaga a luz, vou em direção da janela. Há estrelas no céu e os postes estão acesos iluminando as ruas da Vila dos Vitoriosos. Abro a vidraça e deixo o vento suave bater no meu rosto. Quando me viro, percebo na penunmbra que Peeta está sentado na beirada da cama me olhando.

“Vem cá.”

Estende a mão para mim e eu vou até ele. Fico de pé, enquanto ele segura meu quadril. Está sério, mas não severo e sim cauteloso... tanto carinho em sua voz...

“Nós vamos mesmo fazer isso?”

“Sim.” - não há nenhum traço de dúvida em minha voz.

“Então, não podemos ficar tão envergonhados na frente um do outro, certo?”

Eu afirmo, mas sei que não vai ser uma coisa tão fácil.

“Obrigada, por apagar a luz... Pelo menos hoje... Acho que me sinto mais a vontade...”

“Se você não quiser...”

“Eu quero! Por favor, não me recuse agora...” – isso é desespero na minha voz?

Ele pega minhas mãos.

“Eu sou incapaz de recusar você... Jamais esqueça isso. Eu só quero te deixar a vontade.”

“Eu quero, eu não vou me arrepender. Porque eu quero... demais.”

Droga. Eu devo estar muito vermelha. Nunca tive o hábito de falar sobre meus desejos, mas eu preciso que Peeta saiba o quanto eu o quero.

Ele me puxa para mais perto e abre o botão da minha calça.

“Mas se você quiser que eu pare... Em qualquer momento...”

“Eu não vou querer parar.”

Então eu me movo ajuda-lo a tirar minha calça. Primeiro uma perna, depois a outra, até estar somente de roupas íntimas diante dele. Ele me abraça pela cintura e beija minha barriga. Minhas pernas fraquejam. Então ele me olha. Há algo naquele oceano azul...Eu nunca me senti tão...

“Linda.” - a voz dele é baixa - “Você é linda.”

Deslizo minhas mãos por seu cabelo, pelos traços do seu rosto... Ele continua.

“Você não faz a mínima ideia do quanto eu sonhei com isso...”

“Eu estou aqui agora. Eu sou sua.”

“E eu sou seu. Sempre fui.”

Peeta me puxa mais para perto e para me apoiar, levo um joelho para o colchão e depois outro, sentando no colo dele. Estamos da mesma altura agora. Olhos nos olhos. E nos beijamos. Sinto como se meu corpo estivesse derretendo e vou escorregando para o colchão, mas ele me segura.

“Eu... Tenho medo de te machucar... Minha perna...”

Seguro o rosto dele com as mãos.

“Você não vai... E... Eu não sei se consigo mais segurar minhas costas... É como se eu estivesse mole...”

Ele ri e me beija de novo, enquanto me deita e mais uma vez me olha. A luz da rua reflete nos poucos pelos louros em seu peito. Depois de quase um ano, já conseguimos voltar ao peso de antes dos primeiros jogos e Peeta parece tão forte quanto na época da escola. Ele se ajoelha e desabotoa a própria calça, para depois dar destino as poucas peças de roupa que ainda restam em mim. Faz isso entre beijos e carinhos Acho que ele advinha o quanto ficarei com vergonha, e não me olha, apenas se debruça sobre mim, me beijando, me acariciando... Pressionando-se em mim. E isso é muito bom.

Ele faz questão de dar atenção a cada parte do meu corpo. Arrepios correm sobre minha pele e eu só quero tocar cada parte dele que eu possa alcançar (e que minha vergonha me permita ousar). Fecho os olhos depois de um susto quando ele me toca de verdade. Os lábios dele fazem um ótimo trabalho em meu corpo cheio de cicatrizes e suas mãos quentes me fazem sentir coisas que eu nunca tinha pensado que existissem. Começo a gemer baixo quando correntes elétricas começam a me atravessar.

“Peeta?”

“Sim.”

“Me... Me beija.”

“Por quê?”

“Ai... Porque... eu não... eu não quero gritar.”

Ele ri e me beija. Me beija e não pára. Até que sinto algo como uns tremores... minha respiração falha... E o mundo explode dentro de mim.

Meus braços caem moles ao lado do meu corpo. Não consigo abrir os olhos imediatamente... Minha respiração está acelerada.

“Katniss”

Abro os olhos para ver Peeta me olhando.

“Sim.”

“Fique comigo.”

Pisco duas vezes e sorrio.

“Sempre.”

Então eu o puxo para um beijo forte e o abraço com força. Peeta está inquieto, mesmo em suas carícias eu o sinto nervoso... cauteloso...


“Peeta?”

“Katniss... Eu...”

“Vem.”

Ele me olha com expectativa.

“Tem certeza?”

“Nunca tive tanta certeza em toda a minha vida”

Ele beija o meu rosto e eu envolvo meus braços ao redor dele. Começa devagar. Mas meu corpo se contrai com uma fisgada. Peeta percebe e seus olhos perguntam novamente. Eu seguro seu rosto e me movimento em sua direção.

“Vem.” - eu repito. Porque é exatamente o que eu quero.

Preciso de alguns segundos para me acostumar, mas de repente me pego acompanhando o mesmo ritmo de Peeta. Há uma única palavra para descrever tudo aquilo: É maravilhoso.

Encontrei o banquete para minha fome. É delicioso.

Olho para o homem a minha frente. E me dou conta de que ele é o homem da minha vida. Não que não soubesse antes, mas é a primeira vez que penso nele nesses exatos termos. Sons roucos e baixos saem de sua garganta. Sua expressão é um misto de maravilha e... dor? Mas ele não está sentindo dor. Tenho certeza que não. O abraço com força no momento em que ele afunda o rosto em meus cabelos.

“Katniss...”

“Sim.”

“Me beije.”

Eu rio, deliciada.

“Por que você vai gritar?”

Ele me olha, sorrindo também.

“Não. Porque eu adoro seus beijos.”

Eu faço o que ele me pede. Estamos indo mais rápido, mais forte... As mãos dele continuam a deslizar em mim, enquanto meus dedos apertam a pele de suas costas. Há sons que eu não consigo decifrar... Sinto o suor umedecer a pele de Peeta e a minha . Tem uma mecha de cabelo louro grudado em sua testa e eu sinto os meus próprios cabelos colados em meu pescoço. Talvez eu esteja dizendo algo, talvez ele esteja sussurrando algo... Mas é tudo tão entrecortado pelas nossas respirações. É tão bom... Eu me sinto tão viva de repente... Eu abro os olhos e percebo Peeta me fitando. Eu não quero parecer piegas ou coisa assim, mas ele está tão lindo quando fecha os olhos e um gemido escapa de seus lábios... Então Peeta relaxa sobre mim. Ele quer sair, mas eu não deixo. Ele beija meu ombro e se solta devagar e rola para o lado. Eu faço o mesmo e ficamos de frente um para o outro. As formas dos nossos corpos visíveis na pouca luz que vem da rua. Puxei o lençól sobre nós dois. A madrugada estava esfriando.

Ele toma minha mão direita na sua, fazendo carinho nos meus dedos, e continua me olhando. Confesso, estou cada vez mais sem jeito. Será que não existe nada que o deixe envergonhado?

Ele deslizou a mão pelo meu rosto, escorregando para a pérola novamente, mas parou no meio do caminho.

“Eu fiz isso em você?”

A voz dele podia ter um tom culpado, mas não... Ele parecia... Brincalhão.

Depois de toda a vergonha que ele me fez passar, agora ele ria disso?

“Sim. Hoje de tarde” - falei irritada, puxando o lençol mais para cima - “Effie viu... Praticamente morri de vergonha, com o Haymitch rindo da minha cara...”

Ele riu também. Que ódio!

“Isso não é engraçado!”

“Claro que é...”

“Isso é porque não foi você que passou...”

“Vem, você pode fazer uma em mim, se quiser... Vou adorar sair por aí exibindo uma marca dessas...”

“Você e Haymitch podem ir pro inferno!”

E me viro para o lado, de costas pra ele. Ele não merece meu olhar, nem minha atenção... Nós acabamos de fazer amor, por que ele tinha que tocar nesse assunto?

“Hey, Kat... Não faz assim...”

Ele fala ainda rindo. Desgraçado. E me abraça pelas costas, afasta meu abelo para cima e desliza os lábios novamente em meu pescoço... Ele vai deixar outra marca?!?!? Ele vai...

“Peeta, não! Peeta... Pára... Peeta... Droga...”

Um arrepio pelas minhas costas...

“Que foi?”

“Isso é bom...”

“É bom?”

“Muito... Bom...”

“Quer que eu pare? Eu posso parar...”

“Não ouse parar.”

“Tem certeza?”

“Vocé é um chato...”

Então ele encosta os lábios no meu ouvindo e pergunta em um tom que parece ser de brincadeira.

“Você me ama. Real ou não real?”

Eu congelo, porque no fundo, eu sei que não é brincadeira. No fim de tudo, eu sempre fui uma grande incógnita para Peeta... Mas eu não quero que ele se sinta inseguro em relação a mim. Eu não quero que seja brincadeira. Porque eu me viro para ele novamente, eu preciso que ele veja meus olhos e saiba...

“Real.”

Sinto o ar atingindo meu rosto quando ele solta a respiração. Ele me olha, uma expressão em seu rosto tão serena. Vejo seus olhos fecharem, como em câmera lenta, e um sorriso calmo se formar em seus lábios. Eu espero que ele diga alguma coisa, porque ele simplesmente sempre tem algo a dizer, mas ele apenas me olha de novo e toca meu rosto com a ponta dos dedos... Então, pela primeira vez, eu me questiono sobre o tamanho do sentimento que Peeta tem por mim e, consequentemente, do meu por ele.

A resposta, pelo menos no que se refere a mim, é que não existe como mensurar isso. Apenas me envolve como um cobertor quente numa noite fria de inverno... É maravilhoso.

Sem que eu perceba, o corpo dele já está colado ao meu novamente em um abraço tão bom... tão bom... Eu sei que deveria me sentir incomodada por estarmos assim, completamente nus... Mas, para minha surpresa não estou. Eu não o vejo, meu problema é quando a nudez está exposta, eu tenho consciência disso. Mas estarmos assim, sob os lençóis... É tudo muito natural: eu sou de Peeta, e ele é meu.

Como eu estava enganada no dia em que pensei isso em relação a Gale.

O corpo de Peeta é acolhedor e quente, com excessão da prótese mecânica em sua perna, que é dura e fria, mas eu não me importo. Ele brinca com meus cabelos entre seus dedos talentosos, me fazendo carinhos singelos.

Isso é ser um casal? Era esse tipo de sensação que meus pais tinham quando estavam juntos? Essa calma, esse preenchimento... Como se o mundo de repente estivesse... completo?

Eu retribuo os carinhos. Do meu jeito desajeitado, porque eu ainda estou aprendendo a ser assim. Eu o beijo. Eu o amo e ele me ama. Ele adormece enquanto eu faço carinho em seu peito e sou envolvida pelo sono antes que tenha consciência dele.


*-*-*-*


*Just Breathe - Pearl Jam


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Notas finais do capítulo

Pois é... Na minha cabeça foi assim que aconteceu rsrs
Espero que não tenha ficado vulgar.
Por favor, me deixem saber se vocês gostaram ok?
O pedido de sempre: Comentem, recomendem e façam de mim uma pessoa mais feliz rsrs
Beijos, beijos!!!