Lances da Vida escrita por CaahOShea


Capítulo 6
Capítulo Extra


Notas iniciais do capítulo

Estou eficiente ein, dois capítulos no mesmo dia! haha
Bom, espero que curtam essa capítulo especial, nele terá POV. Alice e um POV. Carlisle, bem curtinho. ;D
Vocês devem achar que o Carlisle está muito quieto né? Mas nesse capítulo ele volta a mostrar as garras. =O
Bom, tenho dois avisos amores. O capítulo contém violencia e tentativa de suicidio, ok? Ele está bem tenso!
Segundo, flores, eu resolvi mudar a classificação da fic por causa desse capítulo. Ela será pra +16 agora, ok amores?
Bom, sem mais, boa leitura!
PS, leiam o capítulo ouvindo a música: http://www.youtube.com/watch?v=aMQG09dH2ok Nota



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– Uma vez Augusto Curry disse: " Quando uma pessoa pensa em suicídio, ela quer matar a dor, mas nunca a vida.’’ One Tree Hill

POV. Carlisle Cullen:

Afundei-me ainda mais em minha cadeira, sentindo minha cabeça latejar, massageando minhas têmporas. Aquela maldita enxaqueca estava se tornando quase diária e mais forte. Mas eu não poderia me dar ao luxo de ficar me preocupando com uma dor de cabeça insignificante.

Bufei resignado, tomando os dois comprimidos que de Aspirina que Zafrina, minha eficiente secretária na Cullen’s Eletronic & Cia, empresa que estava a várias gerações na família e onde eu era o Presidente.

– Obrigado. – Respondi fechando os olhos.

– Deseja mais alguma coisa Carl? – Ela perguntou sorrindo arrumando a minha gravata. Sorri ao ouvir meu nome sendo pronunciado pelos lábios suculentos da morena a minha frente.

Ao contrário do que muitas pessoas possam pensar, eu amo Esme. Ela é, e sempre será a mulher da minha vida, a linda e apaixonante garota que eu conheci no Colegial. Mas as coisas não estavam mais indo bem entre nós. Nosso casamento estava frio. Eu havia perdido a conta de quando tempo não nos beijávamos com amor. Agora era tudo muito frio e sem sentimento.

Por isso apesar de amar Esme, eu não conseguia resistir à bela mulher a minha frente.

–Não, não preciso de nada, por enquanto. – Falei piscando pra ela. Ela deu uma sonora gargalhada e se afastou indo em direção à porta

– Zafrina?

–Sim? - Esteja pronta às 20h – Falei – Fiz reservas pra nós dois no Petrossian *

– Sim. – Ela disse cerrando os olhos – Mas e sua mulher e seus filhos eles...

– O que eu já falei sobre isso? – Falei ríspido – Com eles eu me entendo, ok?

– Tudo bem. – Ela disse – Estarei pronta às 20h.

– Ótimo! Agora vá, preciso que você prepare alguns relatórios pra reunião de amanhã. – Falei e ela saiu, murmurando um ‘’Ok’’ e fechando a porta atrás de si.

Voltei a fitar o envelope pardo em minhas mãos. No remetente do envelope havia o nome de Sam Uley, um dos melhores detetives de Nova Iorque, capaz de descobrir coisas sem deixar rastros. E era exatamente isso que eu precisava no momento.

Eu contratei Sam para seguir Alice. Sim, eu havia contratado um detetive para minha própria filha. Alice andava estranha há algumas semanas. E as suspeitas foram confirmadas quando ela se recusou a andar com o segurança particular que eu havia contratado para protegê-la e chegando em casa tarde quase todos os dias.

Abri o envelope e ofeguei surpreso ao ver várias fotos de Alice. E para minha surpresa, ela não estava sozinha na maioria delas. Eu não conseguia manter os meus olhos longes daquele papel amarelo-ovo-encardido. E a última foto foi a que mais me chamou atenção.

Era uma foto da minha filha beijando alguém que eu não conhecia!

Eu me sentia traído e com certeza dava pra perceber que aquele garoto não serviria pra Alice.

Junto com as fotos havia um papel deixado por Sam com todas as informações do garoto. Apertei o papel com força, amassando-o, jogando no lixo em seguida. Eu estava enfurecido. Senti minha cabeça imediatamente voltar a latejar! Inferno!

Ah mas eu não ia deixar isso acontecer. Aquele garoto não iria enganar Alice, não iria conseguir nosso dinheiro, não mesmo!

Peguei meu telefone rapidamente, discando um número que eu conhecia bem. Chamou algumas vezes até que finalmente a voz do outro lado atendeu.

– James – Falei – Preciso de um favor seu. Urgente!

POV. Alice Cullen:

– São quinze dólares, senhorita. – Falou o taxista quando paramos na frente de uma pequena e aconchegante casa. Sorri involuntariamente. Eu finalmente mataria minhas saudades, não nos víamos há alguns dias e eu estava morta de saudades do meu príncipe.

– Aqui está, obrigada. – Falei sorrindo, descendo do carro. Eu havia ido direto do Colégio para casa dele e ainda estava de uniforme. Sorri com o pensamento, rumando em direção à porta de entrada.

Senti algo quente se entrelaçando em minhas pernas enquanto caminhava e sorri ao ver Hunter, nosso lindo filhote de Beagle, que olhava pra mim com seus os olhinhos caramelo pidões e abanando o rabinho. Eu ri pegando Hunter no colo com cuidado, acariciando suas orelhinhas. Hunter era o filhote mais esperto do mundo, tinha apenas dois meses quando o compramos, e agora no auge dos seus sete meses de vida era PURA ENERGIA. A energia dele parecia não se esgotar nunca. Era inacreditável!

– Sentiu minha falta, Hunter? – Perguntei rindo. Ele latiu alto em resposta. – Certo, eu também senti. Agora vamos entrar, ok?

Com um esforço hercúleo eu consegui pegar as chaves na minha bolsa enquanto segurava Hunter. Eu tinha a chave da casa, afinal ele tinha me dado a copia das chaves, eu poderia entrar quando quisesse. Abri a porta com cuidado e a madeira roçou no chão, rangendo.

A casa era pequena, tinha apenas três cômodos, era bem diferente da casa em que eu vivia e onde eu cresci, mas ainda sim era bem aconchegante. E para minha surpresa, estava escura e silenciosa. Hunter pulou do meu colo indo até seu potinho de comida e me olhando com uma cara de: ‘’ Estou com fome, quero minha comida. ’’

– Calma ai garotão. – Falei colocando ração pra ele, que devorou rapidamente. Deixei Hunter com seu ‘’ almoço’’ e assim que cheguei à sala eu o vi. Jasper estava todo encolhido no sofá ainda trajando a roupa do hospital. Rolei os olhos. Aquilo era bem típico dele.

Toquei seu rosto com cuidado para que ele não acordasse. Sua barba por fazer, fazia cocegas na minha pele. Ri involuntariamente. Meu coração parecia explodir de tanto amor. Quando eu estava com ele, tudo parecia estar no lugar, não existia angustia, vazio. Apenas amor. Muito amor.

Há uma tempestade chegando

E eu tenho que me preparar

Porque este sentimento está ficando

Mais forte a cada dia


Então, as lembranças tomaram conta da minha mente. O dia em que eu conheci meu príncipe encantado.


# Flashback On#

– Eu sinto muito mesmo por não poder buscá-la no Colégio, filha. – Minha mãe disse pesarosa.

– Tudo bem, mãe. Não tem problema. – Falei acalmando-a - Eu vou de metrô. Daqui a pouco estarei em casa.

– Ai filha, tudo bem. Mas tome cuidado sim? – Ela disse claramente preocupada – Nós vemos mais tarde querida. Cuide-se!

– Pode deixar – Falei rindo – Tchau mãe.

– Tchau querida.

Meu carro estava na oficina àquela semana, pois havia apresentado um problema de freio e minha mãe havia prometido de ir me buscar no Colégio. Mas agora ela havia me ligado avisando que não poderia, pois haviam convocado uma reunião de última hora e ela saíra às pressas de casa. E Emmett havia ido à empresa levando Joel, o nosso motorista.

Conclusão: Eu iria de metrô pra casa. Não que eu me importasse, afinal andar de metro era uma boa opção no transito caótico de Nova Iorque.

Guardei meus cadernos e livros em minha mochila, saindo da sala. A aula havia acabado há alguns minutos e apenas a professora se encontrava na Sala.

Caminhei em meio à multidão de alunos que se encontravam no estacionamento do colégio. No turno diurno eram quase 800 alunos cursando no Golden Eage College.

Rumei a passos largos pra fora do estacionamento onde vários grupinhos conversavam animados. Um deles infelizmente era o de Mike Newton.

Segui meu caminho, colocando meus fones de ouvido, ligando meu Ipod num volume alto.

E então aconteceu tudo rápido demais.

– CUIDADO MOÇA! – Gritou uma voz desconhecida e eu levantei o rosto assustada e vi uma bicicleta vindo em minha direção. Não tive tempo de reagir, quando me dei conta já havia sido atingida.

– Aiiiii – Resmunguei sentindo minha cabeça latejar. Eu estava sentada no asfalto um pouco zonza. Um garoto de mais ou menos quinze anos saltou da bicicleta entrando no meu campo de visão.

– Oh, você está bem? – Ele perguntou preocupado – Ai me desculpa eu perdi o freio da bicicleta e estava totalmente distraindo quando eu te vi eu...

– Eu estou bem. – Falei tentado me sentar. Levei a minha mão a testa e me assustei ao ver que meus dedos estavam machados de sangue- Oh!

– Oh meu Deus você está sangrando!– Ele disse alarmado – Eu acho melhor você ir pro Hospital, me desculpe, eu realmente não queria te machucar.

– Tudo bem você não teve culpa. Eu... Preciso ir pra casa. – Murmurei me levantando e caminhando a passos trôpegos. Eu estava zonza, meus ouvidos zumbiam fortemente e de repente tudo se se apagou.

A inconsciência não me segurou por muito tempo. Quando abri os olhos me deparei com o teto branco desconhecido e um forte cheiro de agua sanitária que fez meu estomago se contrair. E então eu me lembrei de tudo. Eu havia sido atropelada por uma bicicleta. Estava no Hospital.

Minha garganta estava seca e os bips irritantes dos aparelhos ecoavam pelo quarto silencioso. Perguntei-me quando tempo eu estava ali, quanto tempo eu havia ficado apagada.

Então a porta se abriu e meu coração perdeu a batida por alguns segundos. Um jovem médico passou por ela sorridente. Ele não devia ter mais de vinte e poucos anos. Ele era alto, magro, mas ainda assim musculoso. A cor de seu cabelo é louro cor de mel e seus olhos numa cor verde incomum.


– Olá, vejo que você acordou. – Ele disse com um sorriso cansado, mas ainda sim sincero. – Eu cuidei de você. Você foi atropelada por uma bicicleta e desmaiou. O garoto que te atropelou te trouxe pra cá. Consegue se lembrar?

Eu assenti e estranhamente senti meu coração palpitar mais forte. Era como mágica. Eu não conseguia tirar os olhos do médico. Como imãs. - Sente alguma dor, tontura ou náusea? Você provavelmente bateu a cabeça quando desmaiou. – Ele perguntou analisando meus olhos com uma pequena lanterna. Neguei com a cabeça e ele sibilou um ‘’ ótimo’’ baixinho.

– Há quanto tempo eu estou aqui? – Perguntei com voz rouca.

– Uma hora aproximadamente Alice. – Ele disse e meu coração deu um solavanco quando ele falou meu nome. – Sua mãe já está vindo pra cá.

Assenti olhando para o jaleco dele onde havia seu crachá de identificação. Doutor Jasper Whitlock. Esse era o nome dele.

– Você teve um corte profundo na testa, vou ter que dar alguns pontos. – Ele disse examinando o ferimento – Vai ter que confiar em mim.

Ele disse sorrindo.

– Eu confio. – Assegurei.


Costumava ter tudo planejado

Mas agora é diferente

Quando você veio, você viu

Você conquistou meu coração

#Flashback Off#


Mais tarde naquele dia, eu fui liberada e minha mãe me levou para casa. Eu não consegui tirar o Doutor Jasper da cabeça, por semanas. Até que o destino resolveu nos dar uma forcinha e nos encontramos numa Cafeteria em frente ao Hospital onde ele trabalhava.

Lá eu descobri que ele havia se mudado com a família há dois anos para Nova Iorque após conseguir a bolsa para Medicina. E agora ele trabalhava como residente no Hospital New York Presbyterian.

Jasper era de família humilde, teve que lutar muito pra conseguir tudo o que conquistou e aos poucos fomos nos conhecendo. Ele é o ser mais incrível que eu já conheci. Doce, amável, prestativo e completamente devoto ao trabalho.

Houve um pouco de resistência dele de inicio, principalmente quando ele soube quem eu era, mas o sentimento foi mais forte para nós dois e depois de algumas idas de vindas da vida acabamos aceitando que estávamos apaixonados e começamos a namorar.

– Alice?! – A voz de Jasper me chamou me tirando os meus devaneios. Ele agora estava sentado no sofá me encarando com uma expressão surpresa. Ele ainda estava meio sonolento, mas mesmo com a carinha amassada ele ficava lindo!

– Oi amor. – Falei sorrindo – Estava com saudades, então resolvi vir aqui te ver.

– Oh minha pequena. – Ele disse sorrindo me puxando para mais perto – Eu também estava com saudades. Agente só se falou aquele dia pelo telefone na festa.

–É. – Falei tristonha. Eu não podia negar, eu tinha medo. Medo do que poderia acontecer caso meu pai descobrisse nosso relacionamento. Medo principalmente por que Jasper era de família humilde e meu pai nunca aceitaria. – Eu te amo.

– Eu te amo. – Ele sussurrou beijando o canto dos meus lábios enquanto enrolava seu dedo nos meus cabelos castanhos.

– O que vamos fazer Jazz? – Falei tristonha pousando minha cabeça em seu peito – Não podemos passar o resto da vida assim, acuados, escondidos. Não estamos fazendo nada de errado, nos amamos.

– Nós vamos dar um jeito Al. Eu prometo. – Ele disse. Apertei meus braços em torno da cintura dele e ele recostou o queixo carinhosamente sobre a minha cabeça.

– Mas não vamos pensar nisso por enquanto. – Falei quebrando o silencio – Temos que aproveitar os nossos momentos juntos, não é?

– Com certeza – Ele concordou sorrindo voltando unir nossos lábios

– Como foi no hospital? Plantão Difícil?– Indaguei tocando seu rosto. – Desculpe ter te acordado.

– Cansativo. – Sorriu, alisando meus cabelos – Mas não encontrei nenhuma garota atropelada por uma bicicleta sabe.

Ele disse piscando. Ficamos em silencio por um longo tempo, e eu estranhamente me sentia calma e segura perto dele. O único som que eu podia ouvir era o som de nossas respirações. Mas logo meu estomago começou a roncar, nos trazendo de volta a realidade. Jasper riu.

– Eu acho melhor irmos almoçar, amor. – Ele disse colocando uma mecha do meu cabelo atrás da orelha.

– Ok amor, mas antes preciso de um banho. – Falei torcendo os lábios. – Vim direto do Colégio e minha última aula foi Educação Física.

– Ok minha porquinha – Jasper falou rindo, rumando para a cozinha estilo americano que ficava a alguns metros, sendo acompanhado por Hunter que pulava animado. Bufei. Hunter era um traidor mesmo!

Revirei os olhos e caminhei até o quarto de Jazz. Ele morava sozinho naquela pequena casa alugada há alguns meses já que seus pais moravam do outro lado da cidade, numa pequena Pensão para Imigrantes.

Virei-me para o quarto, onde repousavam uma cama de casal com lençóis creme, uma televisão de 14 polegadas sobre o suporte na parede e um pequeno guarda roupa. Eu guardava algumas mudas de roupas no pequeno guarda roupa marrom de duas portas. Andei até a porta, escolhendo uma camisa regata roxa, um short jeans com botões e um tênis Al Star personalizado.

Fui em direção ao banheiro e tomei um banho quente. Passei as mãos em meus cabelos sentindo a água bater contra minhas costas. Naquele momento era como se a minha vida passasse como um filme em minha mente, junto com várias perguntas. Perguntas ainda sem respostas.

Suspirei imaginando o que seria da minha vida quando meu pai descobrisse a verdade. O que eu faria?! Jasper trouxera alegria de volta a minha vida. Eu não poderia deixar que ele partisse.

Desliguei o chuveiro, pegando a toalha branca para me secar e quando o fiz, peguei minhas roupas e as vesti, logo mais uma vez, passando a toalha em meus cabelos, tentando secá-los.

Abri a porta do banheiro devagar, fazendo com que o vapor condessado no cômodo se esvaziasse. A casa estava muito quieta. Parecia que não tinha ninguém ali além de mim.

– Jazz? – Chamei baixinho, rumando a passos largos até a sala. Não houve resposta. Meu coração batia forte no peito. De repente eu me vi amedrontada e milhares de coisas ruins passaram pela minha cabeça.

À medida que eu me aproximava da sala sons indistintos ficaram mais e mais identificáveis.

– Por. Favor. Me. Deixem. Em. Paz. – Disse a voz de Jasper sufocada.

Grunhidos e gemidos de dor, o barulho de carne batendo na carne e de ossos se partindo, tudo acabou com um baque surdo deixando um silêncio tenso e ameaçador pairando no ar.

Me escondi atrás da porta amedrontada e levei a mão até a boca para cortar o grito. Dois homens encapuzados imobilizavam Jasper. Ele estava completamente ferido, seus olhos estavam inchados e arroxeados e sua boca cortava sangrava.

– E esse é em nome Senador Carlisle Cullen... - Um deles desferiu um soco no estomago de Jasper que se curvou com um grunhido de dor.

– Sabe garoto, se eu fosse você eu ficaria longe da garota. É um conselho.

Ofeguei surpresa. O meu pai?! Ele mandara surrar Jasper?! Mas... Como? Por quê? Como ele teve coragem?!

– James, já chega! – O outo falou – Vai acabar matando ele e esse não era o combinado!

– Ok!– O tal James disse levantando as mãos em rendição. Lágrimas grossas caiam pelo rosto deixando minha visão turva. Meu coração estava em pedaços e eu estava ali, sem poder fazer nada. Nada!

Isto é crítico

Eu estou me sentindo impotente

Tão histérico

E isso não pode ser saudável


– Garoto não procure mais sarna pra se coçar, se quiser viver. – O outro disse deixando Jasper no chão. – E nenhuma palavra será dita sobre o que aconteceu, entendido? E então tão sorrateiramente como entraram, eles saíram deixando Jasper completamente machucado no chão.

JASPER! – Gritei correndo até ele colocando sua cabeça em meu colo. Eu abracei a cabeça de Jasper e deixei minhas lágrimas caírem em seu rosto. Eu tentei parar de chorar, mas as lágrimas corriam mesmo assim. – Jasper, amor, fala comigo, por favor!

–Alice...

– Shii, shiii. – Eu disse colocando meus dedos sobre seus lábios – Eu estou aqui, estou aqui.

– Me desculpa, eu não queria que visse isso. – Ele disse baixinho.

– Jasper, temos que chamar a policia! – Falei exasperada – Meu pai foi longe demais dessa vez, ele não pode sair impune!

– Não. – Ele disse sério.

– O que?! – Falei incrédula- Como assim?! Você pode ter quebrado algum osso, eles poderiam ter matado você!

– Alice... – Ele disse respirando fundo, grunhindo de dor em seguida. Ele fez uma careta de estranha como se estivesse nauseado, levando a mão até a boca.

– Quer vomitar?- Perguntei preocupada e ele assentiu rapidamente. Ajudei ele a se levantar com muita dificuldade afinal ele estava com muitos pontos doloridos. Assim que chegamos até o banheiro Jasper se postou no lavatório, mas ele não vomitou. Fiquei assustada ao ver algo em tom vermelho vivo sair de sua boca. Ele estava cuspindo sangue!

– Espere aqui, amor. Eu já volto. – Falei correndo até a cozinha pegando um pano limpo molhando-o na torneira da pia.

Quando voltei ao banheiro, Jasper estava na mesmo posição, completamente estático, exceto por ele ter tirado a camisa ensanguentada, ficando apenas de caça jeans. Ele encarava o cômodo sem expressão e suspirou ao me ver entrar no banheiro.

Comecei a limpar seus ferimentos com cuidado. Por mais que eu tentasse não chorar, não me mostrar fraca, as lágrimas corriam mesmo assim.

– Jasper, você precisa ir para o Hospital. – Falei com o fio de voz que me restava.

Era terrível vê-lo naquele estado, era como se meu coração fosse capaz de se partir em minúsculos pedaços. Ele negou com a cabeça respirando fundo.

– É melhor você ir embora Alice. – Ele murmurou encarando o espelho com uma expressão fria.

Eu o encarei, incrédula, com olhos arregalados. Ele não quer que eu realmente o deixe sozinho aqui nesse estado, quer?

– Eu sabia que esse dia iria chegar, só não pensei que fosse tão rápido. – Ele murmurou tocando meu rosto com os dedos trêmulos. - É tão difícil...

– Jasper do que você está falando?!

– Eu quero que você vá embora. E não volte mais. – Ele disse sério – Eu não quero que machuque, não quero que se prejudique. Não por minha culpa. Eu não tenho esse direito.

– VOCÊ ENLOUQUECEU? – Gritei exasperada – EU TE AMO, JASPER! E NÃO VOU TE DEIXAR, ENTENDEU? MEU PAI NÃO VAI CONSEGUIR O QUE QUER!

– Alice, não torne as coisas mais difíceis, por favor. – Ele disse com um fiapo de voz.

– Não me peça isso. – Eu implorei chorando novamente – Não me peça pra deixa-lo, por que eu morreria.

Não consigo comer nem dormir

Quando você não está comigo

Amor, você é o ar que eu respiro.


– Eu te amo Alice. – Ele disse – Mas a corda sempre arrebenta do lado mais fraco, não podemos lutar contra a maré!

– Não vai nem tentar? – Perguntei engolindo os soluços diminuindo o tom.

– Talvez já tenhamos ido longe demais. – Ele disse – Eu só quero te ver segura agora. Por mais que me doa, é melhor parar por aqui.

– Doer? – Perguntei rindo irônica – Você não tem ideia de como está doendo aqui!

Falei entre soluços levando a mão sobre o meu coração despedaçado. Ficamos alguns minutos nos encarando em silencio.

– É isso mesmo que você quer? – Perguntei chorando e ele assentiu de olhos fechados.

– Ok. – Foi só o que eu consegui dizer. – Então, acho que acabou

Sai do banheiro batendo a porta com força. Não, isso só podia ser um pesadelo, um pesadelo!

Era como se tudo, todo meu mundo estivesse desmoronado. O que eu faria? O que eu faria Jasper?

Corri até a sala pegando minha bolsa em cima do Sofá, indo em direção da porta, destrancando-a e saindo. Por sorte um taxi estava passando no exato momento que eu saí da casa.

– Espero que esteja feliz pai. – Murmurei para mim mesma, entrando no taxi – A minha vida acabou.


[...]

Naquele instante, eu só queria morrer.

– Alice filha, abra a porta querida. – Minha mãe chamou pela milésima vez. Eu estava trancada há horas no banheiro desde que chegara em casa. Eu estava na banheira há tanto tempo, que minha pele já estava ficando enrugada. Mas eu não me importava com nada.

– Já vou, mãe. – Murmurei baixinho, saindo da banheira, me enrolando numa toalha felpuda. Senti um leve tremor dominar meu corpo.

Meu reflexo reluziu no espelho, mas ele não estava como sempre. A partir daquele dia eu não seria mais a mesma Alice. Meus olhos estavam inchados e vermelhos por causa do choro ininterrupto, olheiras profundas lágrimas continuavam a sair de meus olhos.



Eu queria lutar. Queria lutar contra aquela situação. Queria lutar contra meu pai, e contra todos que se pusessem no meu caminho e no de Jasper. Mas eu não podia, e isso fazia com que uma frustração crescesse dentro do meu peito, maior do que qualquer outra dor que pudesse vir a trazer na vida.

As palavras de Jasper giravam e giravam e minha mente.

‘’ Talvez já tenhamos ido longe demais. ’’

‘’ A corda sempre arrebenta do lado mais fraco’’

‘’ Não podemos lutar contra a maré!’’

Fechei os olhos com força querendo gritar, mas não eu não podia. Não. Então, algo entrou no meu campo de visão. Um objeto pequeno e cortante.

E de repente tudo ficou claro demais. Aquela era a única solução. Eu queria me livrar daquela dor que partia meu peito em pedaços. Queria sumir. Desaparecer para sempre.

Com passos bamboleantes caminhei até a prateleira e peguei a gilete com mãos trêmulas. Sentei-me no chão, ainda trêmula, entendo o braço para que ele ficasse bem estirado. Fechei os olhos E então lentamente encostou sobre a pele, sentindo uma dor aguda instalar-se ali. Um líquido vermelho vivo começou a escorrer, caindo em filetes, manchando o piso de ladrilho.

Estranhamente, eu me sentia mais calma. Entorpecida. E então tudo se apagou.

♫ CriticalJonas Brothers



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Notas finais do capítulo

E ai, alguém vivo depois dessa capítulo revelador?
Poois é gente, situação tensa. Carlisle mandou baterem no Jasper para ele se afastar da Alice. =/
Ficou bem tenso o capítulo e eu sei que talvez possa parece exagero da Alice em se matar, mas gente, imagine no lugar dela, descobrir que seu pai mandou bater no seu namorado, seu amor, e ele acaba termindo com você pra te proteger. Tenso. =/ E por favor, não odeiem o Japerzinho, ele só quer proteger a Al.
Gostaria de agradecer especialmente a minha amiga Bella que me ajudou muito com essa capítulo e betou ele, obrigada amigaa! *_*
Eles são tão fofos juntos né? Será que as coisas irão se resolver? Bom, isso só nos próximos capítulos!
E no próximo terá o acerto de contas entre o Carlisle e o Ed, Uhuuu! O próximo promete ein!
Não se esqueçam de comentar minhas lindas, e estou muito feliz com os review de vcs! ^^
PS: Criei um cantinho pra responder qualquer dúvida e sugestão de vocês flores, estarei lá diariamente, pra falar sobrea fic e agente bater um papo: http://ask.fm/CaahOShea