Lances da Vida escrita por CaahOShea


Capítulo 7
Capítulo 5 - Acertando as Contas


Notas iniciais do capítulo

Oooii minhas lindas, tudo bem? Aii que saudades de vocês!!!
Gente eu sei que eu realmente fiquei muito tempo sem postar, foram dois meses sem postagem em LDV. Mas flores, realmente, não foi por que eu quis.
Infelizmente vocês não sabem, mas o meu avô faleceu no dia 25 de Agosto, foi tudo tão de repente, e eu fiquei realmente sem chão. Mas sei que ele esta descansando agora e Deus como sempre nos dá força para seguir em frente, não é?
Foram dias muito difíceis, e toda minha inspiração foi embora durante um tempo. Eu realmente não consegui terminar o capítulo, e pedi ajuda a minha amiga, Bella, autora do Nyah e que arrasa na escrita, e ela me ajudou a finalizar esse capítulo para vocês. Ela escreveu uma grande parte dele ^^ Obrigada amiga de verdade pela ajuda!
E além dessa perda, tem a Faculdade que tem me consumido toda energia e tempo. kkk.
Mas depois desse tempo sem postar, aqui estou com mais um capítulo fresquinho! Uhu * comemora! *
E também gostaria de agradecer imensamente de coração o comentário da cada uma de vocês no capítulo anterior, eu ameiii de coração, estou muitooo feliz com o carinho de vocês com a fic, e vocês são minha inspiração!
Bom, sem mais, aqui vai o capítulo fresquinho de Lances da Vida! Boa leitura!



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Capítulo 5 – Acertando as Contas

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Apenas não desista, estou trabalhando nisso

Por favor não ceda, eu não vou te decepcionar

Estou inteiro bagunçado, preciso de um segundo pra respirar

Hey, o que você quer de mim?

Adam Lambert - Whataya Want From Me

POV. Edward Cullen:

Estacionei meu Volvo no meio fio do estacionamento do Hospital. Na verdade eu pouco me importava se levasse uma multa.

Eu podia sentir a adrenalina correr pelas minhas veias e meu coração batendo forte no peito. As palavras da minha mãe ao telefone ecoavam em minha mente, me deixando atordoado.

‘’ Sua irmã Alice foi internada as presas!’’

‘’ Alice tentou se matar, filho’’

‘’ Ela cortou os pulsos!’’

Saltei do carro travando as portas e indo direto pra entrada do Hospital. Assim que eu saí do carro pude ver o Troller prata de Emmett estacionado a apenas alguns metros.

Gemi de desgosto quando vi um grupo considerável de repórteres, jornalistas e fotógrafos a minha espera. Eles estavam num ponto estratégico, como um predador prestes a apanhar sua presa e a notícia da tentativa de suicídio de Alice era um prato cheio pra eles.

Eu sabia que não conseguiria escapar deles, mas eu precisava ver minha irmã!

– Edward! – Um deles praticamente gritou meu nome assim que me viu. Rapidamente eu estava cercado por eles. Havia repórteres da CNN, BBC e The New York Times e de quase todos os principais meios de comunicação de Nova Iorque.


As vozes deles ecoavam uma sobre a outra, numa enxurrada de perguntas. Os flashes das máquinas fotográficas me cegaram momentaneamente. Abaixei a cabeça tentando passar por eles em silencio, eu não queria complicar ainda mais a situação, que já estava caótica. Mas as últimas perguntas me fizeram estancar, boquiaberto.

–É verdade que a sua irmã anda se envolvendo com droga?

–Você acha que isso foi uma overdose?

–Os rumores de que vocês tem uma relação incestuosa são verdadeiros?

–Você veio se envolver em uma briga com algum enfermeiro?

– O que?! Relação incestuosa?! Drogas?! Mas que palhaç... – Exclamei nervoso, mas antes que eu pudesse concluir a frase, senti uma mão tocar meu ombro. Virei-me surpreso ao dar de cara com Jonathan, o assessor do meu pai. Eu assenti e ele sibilou algo como ‘’ Deixe comigo, eu resolvo’’

– Sinto muito, mas o senhor Cullen não dará nenhuma declaração agora – Ele disse encarando os jornalistas e um burburinho insatisfeito começou a ecoar – A família Cullen está passando por um momento sério, delicado, tentem respeitar isso, certo? E garanto a vocês que em breve ficarão a par da situação.

– Nosso trabalho é levar informação as pessoas! – Um deles se queixou.

– Estou certo que desejam levar as informações corretas até elas, não é? – Jonathan disse aparentemente calmo. O repórter ficou alguns segundos calado, processando a pergunta e procurando algo para retrucá-lo. Os flashes das câmeras cessaram imediatamente e eu agradeci mentalmente por isso, eu estava atordoado.

– Vem comigo, Edward. – Ele disse e eu o segui passando as mãos pelo cabelo nervoso. Finalmente entramos no Hospital. As luzes brancas e o cheiro forte cloro e desinfetante fez meu estomago retesar.

Levantei o rosto por alguns segundos e algo me chamou atenção. Uma garotinha de mais ou menos quatro anos estava sentada no colo de mãe. Elas estavam nas cadeiras da emergência. Assim que ela me viu entrar ela sorriu e sussurrou algo no ouvido da mãe, acenando para mim e escondendo o rosto entre os cabelos da mãe, envergonhada.

– Obrigado por ter me livrado lá fora. – Agradeci baixinho andando a passos largos pelo corredor.

–Não foi nada garoto, eu detesto isso. – Ele resmungou – Eles parecem abutres rondando a presa.

– Como ela está? – Perguntei esfregando minhas mãos suadas. Eu precisava saber da minha irmã e por mais forte que eu tentasse ser, meus olhos queimavam e ardiam. Eu sentia que a qualquer momento lágrimas começariam a rolar.

Jonathan suspirou parando de andar para me fitar.

– Quando eu desci ela estava sendo examinada pelos médicos. – Ele disse – Ela está sedada Edward, perdeu muito sangue. É um caso delicado... Sinto muito.

Eu apenas consegui assentir, sentindo um bolo se formar em minha garganta. Sabe quando você se vê preso em uma situação em que você nunca imaginaria se encontrar? Aquele momento em que você daria tudo para que não passasse de um pesadelo? Era assim que eu me sentia.

Eu não havia sido capaz de cumprir a promessa que fiz a Alice quando ela tinha apenas onze anos, quando presenciamos uma forte discussão entre nossos pais. Eu havia prometido a ela que jamais permitiria que algo ruim acontecesse. Tinha prometido que não permitiria que nada interferisse na sua felicidade. E agora eu não tinha sido capaz de manter minha promessa. Me sentia tão impotente. Inútil. De mãos atadas.

A única coisa que eu conseguia pensar era o porquê. Por que Alice tentou se matar? Por que ela desistira de viver?

– E Carlisle? – Perguntei enquanto caminhávamos em direção ao elevador. – Ele já... Sabe? - Sim – Jonathan respondeu apertando o botão do oitavo andar. – Ele já está vindo para cá.

Eu apenas assenti fechando os olhos por alguns instantes quando a porta do elevador se fechou. Naquele momento, eu só queria que tudo terminasse bem.

Minutos depois eu estava caminhando a passos largos pelo corredor gélido do Hospital. Oitavo andar, era ali que a minha irmã estava.

Oh meu filho! – Minha mãe disse chorando, saindo dos braços de Emmett e me abraçando com força assim que eu entrei no corredor onde Alice estava. Eu a puxei para mais perto de mim. Eu sabia que de todos nós, Esme era a que mais estava sofrendo. - Minha menininha...

– Eu sei mãe, eu sei. – Falei sentindo meus olhos marejarem. Um logo soluço ecoou pelo corredor silencioso e mamãe levantou o rosto para me fitar. Seus olhos estavam vermelhos e levemente inchados. Eu podia ver toda a dor escondida em seus olhos cor de mel. Aquilo era torturante.

Emm estava com a cabeça baixa, encostado na parede ao lado de um bebedouro, com os braços cruzados sobre o peito.

– Eu não sei como aconteceu, filho. Foi tudo tão de repente. Ela chegou estranha do colégio, estava abatida e subiu direto para o quarto. – Minha mãe disse torturada, apertando a gola da minha camisa – Ela demorou demais no banheiro, eu bati na porta e ela disse que estava saindo. Eu devia ter reparado que algo estava errado, eu não vou me perdoar se... Se...

– Vai ficar tudo bem, mãe. Nada vai acontecer. – Falei tentando lhe passar segurança.

– E esses médicos que não dão notícias... - Emmett resmungou fechando as mãos em punhos.

– Por quê? – Mamãe murmurou angustiada– Por que ela fez isso?

– Eu não sei, mãe. – Confessei. E na verdade eu realmente não sabia o que dizer ou o que pensar. Mas uma parte de mim dizia que algo estava errado. Como um quebra cabeça com peças faltando, quase impossível de se desvendar. E somente Alice poderia responder as nossas perguntas...

– Com licença – Ouvimos um pigarro, quebrando nosso silencio. Levantei o rosto rapidamente para encarar o jovem médico parado a nossa frente. Ele segurava uma prancheta nas mãos e usava roupas num tom verde água, o deixando quase monocromático. Ao seu lado havia uma médica, também jovem. Sua pele, cabelo e olhos eram todos de tons parecidos de marrom. – Vocês são parentes de Alice Cullen, certo?

– Sim, eu sou a mãe dela. – Esme respondeu rapidamente – Doutor, por favor, diga como minha menininha está. Não esconda nada!

– Eu sou o doutor Albert Chapman. Cuidei do caso da sua filha Senhora Cullen. Essa é a doutora Katherine Wayne, ela é psiquiatra e auxiliou a equipe no caso. – Ele disse apontando para a médica ao seu lado – Alice já está fora de perigo. Mas não vou mentir, o caso dela é delicado, ela perdeu muito sangue, foram cortes profundos. Ela necessita de cuidados. -Ela... Vai ficar bem? Não vai? – Emmett perguntou – Haverá alguma sequela?

– Estou bastante otimista. A esquipe conseguiu conter a hemorragia e os sinais vitais dela estão estabilizados. – O doutor disse – Mas por algumas horas ela vai ser mantida sedada, para que possa se recuperar melhor. Em algumas horas eu volto para examiná-la de novo.

– Obrigado doutor – Agradeci – Nós podemos ir vê-la?

– Claro, com certeza! – Ele disse nos tranquilizando e eu deixei um longo suspiro aliviado escapar – Mas agora a doutora Katherine precisa tratar de um assunto importante com vocês. Vou deixá-los à vontade. Com licença.

Ele disse e assentimos enquanto ele sumia logo sem seguida pelo longo corredor, passo á passo.

A doutora se virou para nós com um sorriso sereno. Ela pediu para que a acompanhássemos até a sua sala para conversamos com mais tranquilidade. Assim que adentramos o local ela fechou a porta e pediu para nos sentássemos. Ela soltou um longo suspiro, como se estivesse procurando as palavras certas para iniciar a conversar.

– Eu sei que talvez esse não seja o melhor momento para essa conversa, sei que estão preocupados. Mas é importante. De verdade. – Ela disse séria – No exame os médicos constataram que Alice tentou cometer suicídio e isso é muito sério. Há vários fatores que podem desencadear uma tentativa de suicídio, como por exemplo, a depressão profunda, a morte de alguém muito próximo, esgotamento emocional. Eu gostaria que vocês entendessem que o papel de vocês é muito importante agora para que possamos descobrir o que a levou a fazer isso, entendem?

– Sim – Esme disse esfregando as mãos, nervosa – Eu me sinto tão culpada, eu deveria ter notado que algo estava errado.

– Eu entendo, Esme. Eu também sou mãe – A médica disse solidária apontando para o porta retrato sobre a mesa. Um garotinho de cabelos negros estava na foto agarrado a ela. Com certeza deveria ser o filho dela. – Mas muitas mudanças de comportamento são difíceis de detectar, não se sinta culpada. Mas preciso de que me contem tudo, por mais insignificante que possa parecer a vocês, pode ajudar muito. E quando Alice acordar ela poderá confirmar o que aconteceu.


[...]

Eu andava de um lado para o outro do corredor, agoniado. Minha mãe já estava no quarto com Alice a mais de uma hora, já que os médicos decidiram diminuir os sedativos aos poucos para que Alice acordasse.

Suspirei me sentando em uma das cadeiras que havia ali no corredor do hospital. Um nó se apertava em minha garganta e meus olhos se apertavam fitando a porta e esperando desesperadamente que ela se abrisse. Passei a mão pelo meu cabelo, nervoso.

– Ela está demorando demais Emmett ...– Reclamei tombando a cabeça para trás.- E se Alice...

– E ‘’se’’ nada cabeçudo, vamos esperar! – Emmett reclamou me fazendo revirar os olhos. Emm e a mania de colocar apelidos ridículos nas pessoas.

E onde estava Carlisle? Jonathan falara que ele já estava a caminho e até agora nada.

Aquilo era bem típico dele. Eu realmente não compreendia e nem gostaria de compreender. Ele não se importava nem mesmo com a filha que estava no Hospital. Ele tinha uma pedra no lugar do coração?! Eu chegava a cogitar seriamente essa opção.

– Edward? – Uma voz macia e doce me chamou me tirou dos meus devaneios. Não demorou para que eu reconhecesse aquela voz. Levantei meu rosto, encarando as orbes chocolates de Bella, surpreso.

– Bella! – Disse me levantando da cadeira e indo até onde ela estava, abraçando-a. – Como você...?

– Eu vi no noticiário na televisão. Sinto muito. – Ela disse solidária. - Como Alice está? Os médicos já deram noticias?

– Ela já está fora de perigo. – Falei suspirando – Mas ainda sim é um caso delicado, precisa de cuidados.

Ela assentiu.

– Fico feliz que esteja aqui. – Falei sincero, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Ela sorriu envergonhada, mas seu sorriso logo se transformou numa meia careta.

– Me desculpa por não ter chegado antes. – Ela disse torcendo os lábios – Bem... Digamos que eu tive que alguns probleminhas para ‘’ passar’’ pelos seguranças.

– Não precisa se desculpar Bella. – Falei – Bom, na verdade eu é que preciso me desculpar, por ter saído da sua casa daquela forma e...

– Shh! – Ela disse me cortando – Tudo bem, Edward. É a sua família, você fez certo. Alice vai precisar muito de vocês agora.

– Eu sei... – Murmurei enterrando o rosto nas mãos.

– Vai ficar tudo bem. Você vai ver. – Ela disse convicta, acariciando minha mão com o polegar. Sorri com o gesto.

Eu nunca soube realmente consolar alguém. Não sabia que palavras dizer para confortar, ou como agir. Nunca soube como lidar com o sofrimento. Mas Bella parecia saber exatamente o que fazer. Ao lado dela eu me sentia confortado, era como um calmante.

E então nossos olhares se encontraram. Suas orbes pareciam um mar de chocolate derretido, brilhavam forte e me fitavam com um misto de carinho e preocupação. Ok, sei que soa clichê demais, mas meu estomago parecia estar numa festa de borboletas dançantes.

Um pigarro alto me tirou dos meus devaneios, me fazendo fitar Emmett, que se colocou ao nosso lado. Só então percebi que meus braços estavam em torno do ombro de Bella.

– Não vai me apresentar sua amiga, Edward?

– Ah, claro, Err... Essa é a minha... Amiga... – Falei embaraçado. – Ela também é amiga da Al.

– Eu sou Emmett. – Meu ‘‘irmão urso’’ falou – Sou irmão desse manézão aqui.

Rolei os olhos. Emmett riu socando meu ombro. Bella sorriu estendendo a mão para ele.

– Sou Isabella – Ela disse – Mas pode me chamar de Bella.

– Prazer Bella!

E então aconteceu rápido demais. Uma voz no alto falante começou a falar, alarmada. Eu podia ouvir gritos histéricos ecoarem vindos da direção oposta.

‘’EMERGÊNCIA! CÓDIGO VERMELHO! QUARTO 305!’’

Vários enfermeiros correram em direção à outra Ala Médica no fim do corredor. As expressões deles eram de pura preocupação. Minha mãe, Esme, vinha logo atrás deles, com o rosto pálido e um semblante desolado. Ela franziu a testa ao se aproximar e ver Bella ao meu lado. Mas aquele não era o melhor momento para apresentações.

– Mãe, o que está acontecendo? – Perguntei de pronto, preocupado.

– Alice acordou. Ela está descontrolada. – Ela disse com voz embargada – Só você pode acalmá-la filho, ela vai te escutar, tenho certeza. Por favor, querido, converse com ela.

– Eu não sei, mãe... – Sibilei indeciso.

– Por favor, filho. – Implorou – Eles vão sedá-la de novo. Eu não quero isso.

– Certo. Tudo bem, eu vou. – Falei respirando fundo, olhando para Bella – Você vem comigo?


POV. Bella Swan:

Eu decidira acompanhar Edward até o quarto de Alice. Afinal, não poderia negar isso, ele havia pedido minha ajuda. E Al era minha amiga e desde que soube que ela estava no Hospital, senti algo forte dentro de mim dizendo que eu devia estar ao lado dela. Era o momento de retribuir tudo o que ela havia feito por mim também.

– ME SOLTEM! - Ouvimos os gritos de Alice mais nítidos conforme nos aproximávamos de seu quarto. Quarto 305. Edward estancou ao meu lado. - EU NÃO QUERO SEDATIVO, NÃO QUERO!

–Ei, deixem ela em paz! – Edward gritou para os enfermeiros que seguravam os braços fininhos de Alice que se debatiam no ar, tentando se desvencilhar, sem muito sucesso. – Ela já falou que não quer!

–Pacientes psiquiátricos em colapso devem... - Disse uma mocinha que parecia estar no jardim de infância, repetindo as exatas palavras da professora.

–Está falando sério? - Ele disse rolando os olhos - Ela não está em colapso! Está assustada, estão deixando-a nervosa!

Alice parou de se debater, olhando feio para quem a segurava, dando mais efeito ao que o irmão dizia.

–Soltem minha irmã agora ou dêem adeus às suas licenças! - Ele ameaçou, sério.

Os enfermeiros se entreolharam em uma conversa silenciosa e soltaram os braços da minha amiga. Tinham marcas vermelhas neles.

Fui até Alice de pronto, puxando-a para um abraço enquanto os enfermeiros saíam um a um, lançando olhares ferinos a Edward. Olhei para Alice, que abraçava minha cintura, assustada. Ela estava tão acuada. Nem parecia a mesma menina que me defendera bravamente no Colégio. Seu rosto estava mais pálido que o normal, os lábios brancos, vários fios enfiados no braço.

– Oi Bella – Ela disse sorrindo fraco, se encolhendo como uma bola.

–Ei, você está bem?

Edward fechou a porta atrás de si, e ela fez que sim, me soltando e esfregando os braços vermelhos. Com certeza aqueles hematomas ainda levariam um bom tempo para sumirem.

–Tem certeza? - Ed insistiu, puxando uma cadeira, na qual ele se sentou, com ela ao contrário, ao lado da cama. Ela respirou fundo e fez que sim.

–É só que não é agradável acordar em um lugar estranho com um monte de gente em cima de você. – Reclamou torcendo os lábios.

–Eu sei. Mas não é sobre isso que queremos saber. – Ele disse com um longo suspiro, olhando para os pulsos de Alice, que estavam envoltos em bandagens e curativos. – O que aconteceu Al?

Alice suspirou e olhou para ele e depois para mim, procurando qualquer brecha para que não tivesse que falar naquilo. Mordeu o lábio inferior e por fim, começou. Puxei a outra cadeira de plástico do quarto.

–Bem, começou há algum tempo... A gente se conheceu por acaso.

Nós? De quem está falando? – Perguntei confusa.

–Do meu namorado. Jasper.

A história era bonita, cheia de altos e baixos. Um Romeu e Julieta moderno. Ela precisava esconder a felicidade da família, e do mundo todo a fim de que o pai não descobrisse. E quando o fim chegou cedo demais, seus esforços se mostraram vãos.

Estremeci ainda incrédula com tudo que Alice tinha acabado de contar. Como um pai seria capar de fazer isso, com a própria filha?!

–Eu... Eu não sabia o que fazer... Me senti perdida, e sozinha...

–Se você tivesse me ligado... - Edward tentou.

–Você não o traria de volta. – Ela suspirou – Nada mais vai trazer. Eu sei que não tem explicação para o que eu fiz... Mas eu simplesmente não podia lidar com aquilo.

Eu e Edward trocamos um olhar, perdidos em pensamentos. Seus olhos verdes estavam cheios de ódio, que eu sabia não ser da irmã. Alice errou, mas estava justificada em seu erro, que no fundo não passara de uma fuga que para ela.

Imaginei no que Edward estava pensando. Suas mãos estavam fechadas fortemente em punhos, apertando com força uma das barras da cama de Alice.

–Tudo bem. – Eu lhe disse – Você está bem, e é isso que importa.

Ela olhou-me com os olhos marejados.


–Mas ele ainda não vai voltar. Nunca mais.

Respirei fundo, pegando sua mão, tentando colocar-me em seu lugar. Sem um amigo para buscar por socorro, para partilhar do segredo, para partilhar da dor, oprimida pelo pai, separada à força da pessoa amada. Não me admirava que tivesse feito o que tinha feito.

A sala ficou em silêncio depois disso. Ninguém sabia o que dizer. Chocados. Acho que essa seria a palavra certa.

Uma movimentação começou a se formar lá fora. Gritos vieram do outro lado da porta, do corredor. Eu não conhecia aquela voz, mas eles pareciam conhecer muito bem. Alice apertou minha mão e olhou para Ed.

–Eu não o quero aqui, não o deixe entrar. – Pediu num choramingo baixo. – Por favor, Ed.

Em silêncio, Edward levantou-se e foi em direção à porta. Desejei que o senador Cullen jamais tivesse deixado seu escritório naquela tarde. Algo me dizia que algo muito ruim ia acontecer.

POV. Edward Cullen

– Senhor, não pode entrar no quarto! – Disse um enfermeiro tentando impedir Carlisle de se aproximar do quarto.

–O que estão fazendo?! Me deixem entrar! – Ele gritou encarando o homem de quase dois metros a sua frente.

– Sinto muito senhor. São ordens da paciente! – O enfermeiro disse aparentemente calmo, mas eu sabia que faltava apenas um décimo de segundo pra ele pegar o seu rádio Nextel e chamar os seguranças.

– É minha filha, seu bando de incompetentes! Vou processar todos vocês! O que fizeram a ela?!

Ele gritava, não deixando que ninguém explicasse nada. Fechei a porta devagar, fazendo barulho o bastante para chamar a sua atenção.

–Acho que você devia olhar para si mesmo antes de tudo. - Disse, alto o bastante para que ele parasse de gritar. Ele olhou para mim como se eu fosse uma lesma esmagada sob o seu sapato. Enojado. Não muito diferente do que ele tinha olhado para mim nos últimos anos, desde que aquele lance de política começara.

–O que quer dizer com isso? – Falou dando um passo a frente.

–O que acha que quis dizer?! – Perguntei irônico. – Não sabe mesmo sobre o que eu estou falando Senhor Cullen?

Ele cerrou os olhos em advertência para mim. Ele com certeza queria que eu ficasse calado. Mas eu não iria acobertá-lo.

– Você mandou espancar o garoto! – Falei alto - Que bem achou que isso faria?! Qual o seu problema em deixá-la ser feliz, seja com quem for?!

Ele nem tentou negar. Era inacreditavelmente nojento. A minha vontade era socá-lo até que ele ficasse desacordado. Mas eu não me rebaixaria.

–Ele não a merecia! – Ele disse – Eu só queria protegê-la!

– Protegê-la?! – Ri – Como da vez que ela quase foi estuprada e você ocultou tudo para não destruir sua imagem de bom samaritano?

–Não me dê lições de moral, garoto!

–Como é que consegue?! – Perguntei, furioso – Eu lhe disse o que aconteceu naquela noite! Sua filha, iria ser violentada, e o que você fez?! NADA!

– Você acha que é tão melhor do que eu, mas eu tenho uma novidade. Você não é! É exatamente como eu!

–Eu tenho nojo de você! – Gritei - Não sou como você!

–É claro que é! – Ele disse rindo com escárnio - A única diferença é que você e seus irmãos ficam dando esse tipo de comida à mídia, sem se importar com tudo o que eu fiz para chegar aqui!

–Somos sua família! Não cones de trânsito para a sua carreira!

–Não fazem ideia do estrago que podem fazer!

–VOCÊ FEZ A SUA FILHA TENTAR SUICÍDIO!

O silêncio que se seguiu foi cortante e hostil. Nos encarávamos, raivosos. Mamãe se aproximou de nós, devagar, com as mãos tremulas.

–O que é que está acontecendo aqui? - Disse baixinho, assustada com nossa gritaria depois das horas em silêncio.- Por que estão gritando? Estamos num Hospital!

– Eu sei por que Alice tentou se matar. – Disse e Esme me olhou surpresa.

– Céus, eu tentei fazê-la conversar comigo – Ela choramingou – Mas ela não disse uma palavra!

– Ele mandou espancar o namorado dela. - Expliquei, sem desviar os olhos dele. Mamãe fez que não com a cabeça. - Por isso Alice fez o que fez.

–Isso é ridículo, querido. Ela não... Ela me contaria se...

–Ela escondeu! Escondeu com medo que ele descobrisse. E quando ele o fez e viu que ele não tinha a mesma condição que nós, achou que isso interferiria na sua amada carreira!

–Edward. – Ela repreendeu – Seu pai jamais faria isso. Certo, querido?

Perguntou, um hábito que a carreira de primeira-dama lhe conferira. Se estiver em dúvida, confirme com quem sabe de tudo.

–Ora é claro que não. Eu não sou como certas pessoas que distribuem violência gratuitamente. - Ele disse, ajeitando o terno que amassara, provavelmente ao tentar passar pelos repórteres. Eu ri sarcasticamente.

–Você não consegue parar de mentir não é? –Virei para mamãe que claramente não entendia o que estava acontecendo ali. Papai pousou a mão sobre seu ombro, claramente me alertando – Ora vamos Carlisle, conte a ela! CONTE. O. QUE. VOCÊ. FEZ!

– Pai, o que Edward está... – A voz de Emmett soou, surpresa. Estávamos tão envoltos que nem havíamos percebido que ele estava ali agora, ouvindo tudo.

– TENTARAM ABUSAR DE ALICE! – Gritei e pude ouvir minha mãe arfar levando a mão ao peito - Por isso bati naqueles garotos naquela boate e fui preso! Tentei contar a ele e ele me mandou mentir!

–O que? Mas isso é loucura! Isso... – Ela pensou por um segundo e deu um passo atrás, deixando a mão dele cair no vazio – Isso é verdade?!

Ele demorou um pouco pra responder.

–Mas é claro que não! O garoto é dissimulado não vê?!

–Sou seu filho! - Lembrei a ele. Talvez se eu repetisse algumas vezes, ele se lembrasse. – Talvez a dissimulação esteja no sangue!

–Calado! – Retrucou - Estou cansado das suas gracinhas!

–Defender minha irmã é uma gracinha repreensível?!

–Agora chega! Já chega! Vou entrar nesse quarto! Vamos Esme! – Chamou estendendo a mão para minha mãe. Mas ela continuou no seu lugar.

–Não Carl. – Falou com os olhos marejados - Você foi longe demais dessa vez.

Ele a olhou incrédulo, gritou e saiu batendo os pés.

POV. Bella Swan:

–Eles estão brigando por minha causa... - Alice gemeu, infeliz.

–Não é sua culpa coisa nenhuma! Eles brigam bastante não é?

Ela suspirou, se ajeitando na cama.

–Mais do que cão e gato.

–Então não é nada demais, certo? Quando duas pessoas brigam, qualquer coisa é motivo para brigar.

Ela sorriu levemente e levantou os olhos para a TV ligada do quarto, onde uma novela em espanhol estava sendo exibida. Segui seu olhar.

–Quando eu era pequena, o único canal com uma imagem decente era o canal em espanhol. – Eu ri da lembrança. – Eu passava tardes imaginando os diálogos. Nunca vou esquecer quando Manuelita foi sequestrada pelos alienas e seu marido Juan comprou uma calopsita de estimação que veio da barriga da vizinha dos dragões de peitos grandes.

Alice riu. Provavelmente imaginando quantas mais maluquices que eu devia inventar. A briga lá fora parou após mais um grito. Nós duas ficamos em silêncio e a porta se abriu. O homem sempre sorridente dos canais de notícia entrou no quarto, furioso. Senador Cullen.

–E quem diabos é você?! - Perguntou, me fulminando com o olhar de desprezo. Era como se ele pudesse me atravessar com um olhar de raio X e ver minha condição. Me senti pior com aquele único olhar do que com qualquer um dos insultos de Mike Newton.

–É minha amiga! – Alice me defendeu, ainda mais furiosa que o pai.

–Fora daqui! - O senador ordenou, como se eu fosse algum tipo de cão vira-lata.

–Não! - Protestou Alice. – Fora você!

Alcancei minha bolsa e pendurei-a em meu ombro. Não aguentaria ficar sob aquele olhar nem mais um segundo. Levantei-me.

–Eu... Eu tenho que ir, Al. Eu... Volto depois.

Disse, baixando o olhar e escapulindo da sala. Fechei a porta, respirando fundo, procurando me calmar com os sons daquele lugar cheio de vida e morte. Era como se a presença daquele homem tivesse me assustado

–Não se sinta mal, ele faz isso com todo mundo. - Disse Edward, encostado a parede de braços cruzados.

–Ei, você está bem?

Ele fez que sim.

– Vou ficar. – Falou dando-me um beijo na testa e se afastou.

– Ei, Edward, aonde você vai?

– Vou fazer algo que deveria ter feito há algum tempo. – Falou enquanto se afastava.

POV. Alice Cullen: ( * POV. Especial)

Depois que eu me neguei a dizer uma palavra que fosse a criatura que eu antes pensava ser meu pai, mamãe conseguira convencê-lo a sair do quarto. Pobre da minha mãe. O único elo que nos mantinha juntos. Depois de um tempo no quarto, Emmett levou-a para comer alguma coisa.

Suspirei.

Não podia nem ir até a janela tomar um ar sem ser bombardeada por flashes. Nunca me sentira tão presa. Estava seriamente considerando fugir dali e não parar até chegar ao Canadá.

–Essa é uma área restrita.

Disse a voz grossa de um dos seguranças do meu pai, do lado de fora da porta.

–Ah desculpe. Estou procurando o banheiro que me mandaram limpar... Eu sou novo aqui... Estou meio perdido.

–É por ali.

Disse o outro segurança, mais gentil que o outro.

–Obrigada, e ah... Porque não estão usando máscaras? – Disse Jasper. – Disseram que o paciente que usou o banheiro tinha a bactéria geneurohemoblástica...

–E daí?

–Bem, acho que não tem problema se sua esposa não se incomoda que você sangre e faça diarreias até morrer na cama enquanto dorme ao lado dela. – Pude imaginar a cara de pânico dos seguranças. Segurei o riso – Sem pânico. É só pedir algumas máscaras na farmácia do segundo andar.

–Eu vou.

Disse o segurança mais gentil imediatamente.

–Como assim? Vai me deixar aqui com a bactéria?

–Vou pegar uma para você! E alguém tem que ficar com a pequena patroa.

–Fique você!

Os seguranças entraram em uma severa discussão sobre quem ficaria e quem iria, e suas vozes foram desaparecendo à distância. Passos ecoaram pelo corredor. Minha porta se abriu e se fechou.

–Oi.

Jasper disse, tirando a máscara, sorrindo e ofegante. Meus olhos de arregalaram de surpresa. Não acostumado a fazer coisas erradas, sua adrenalina devia estar nas alturas. Sorri.

–Oi.

E no segundo seguinte estávamos nos braços um do outro, nos abraçando com força.

–Como soube?

–A garotinha que eu estava atendendo no pronto socorro gritou quando viu sua foto na TV. Ela queria vir vê-la de qualquer maneira. – Ele umedeceu os lábios. - Fiquei tão aflito... Você está bem?

Fiz que sim, apertando-o contra mim, desejando que aquele momento nunca acabasse, que não estivéssemos tão presos à louca vida social de minha família, e que pudéssemos simplesmente voltar a ignorar isso tudo como fazíamos não muito tempo atrás. Ele acariciou carinhosamente minha cabeça. Ele sentou-se e tirou algo do bolso. Desviei o rosto do seu peito para encontrar uma margarida amassada.

–Eu lhe traria um buquê. Mas aqueles dois suspeitariam.

–Certamente que sim – Eu disse, alcançando a flor, tomando cuidado para não deixar meu pulso em sua vista – Mas obrigada. É linda.

– Não tanto quando você... – Ele disse tocando meu rosto pálido.

– Ainda quer terminar comigo? – Perguntei mordendo o lábio inferior, temendo a resposta.

Não. Por mais egoísta que isso seja, eu não posso ficar longe de você, não consigo. – Ele disse sincero. – Mas temos que conversar, Al.

Assenti suspirando.

Seria uma longa conversa.


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Notas finais do capítulo

E ai, e ai, gostaram? ^^ *_* Espero que sim flores, eu e minha amiga trabalhamos juntinhas nesse capítulo pra que ele pudesse sair ^^
Bom flores, espero que não tenham me abandonado flores,kkk, sei que eu demoro a postar flores, mas eu prometo que jamais abandonaria vocês ou a fic. Vocês moram no meu coraçãozinho ^^E há, o Jazz e a Alice não sã fofos juntinhos? Lindos né!
Há, e agora ein, o que será que o Ed vai fazer? =O
Bom, isso e muito mais no próximo capítulo, que já estou trabalhando nele
E que tal deixar uma linda e primerissima recomendação e deixar uma autora super hiper mega feliz? ^^
Beijões!