Escolha-me escrita por IaraEulb


Capítulo 9
Humildade


Notas iniciais do capítulo

Não odeiem a Haruhi ♥ eu simplesmente a vejo como alguém que coloca as necessidades de alguém acima da sua, e se ela não fosse tão cega pra perceber que alguém gosta dela, ela faria isso no mangá (eu acho! haha).
Eu amei esse capítulo. ♥



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—Kaoru...?

 Estava impressionado com aquela cena, para não dizer confuso. Kaoru rapidamente ficou avermelhado, com o rosto inteiro queimando.

—WAHH EU FALEI PARA VOCÊS, IDIOTAS! EU FIQUEI RIDÍCULO COM ISSO!

—Waaaah acalme-se Kao-chan!

—EU VOU TE MATAR, TONO!

—Você não pode matar seu próprio pai!

—Eu não sou seu filho! – Começou a perseguir Tamaki pela casa.

—Você concordou em fazer isso, Kaoru – Disse Kyouya, tentando amenizar a situação.

—Concordei, mas não esperei vestir algo tão humilhante! – Disse Kaoru, agarrando a gola da camisa de Tamaki e agitando violentamente.

—Mas Kao-chan, esse avental ficou lindo em você! As empregadas até tiraram fotos! – Honey levantou e tela do celular com as fotos de Kaoru de avental cor de rosa.

—APAGUE ISSO!

—Waaahh! Kao-chan me dá medo!

—Se acalme, Mitsukuni.

 De repente, escutam uma risada. Era Hikaru, chorando de rir da situação.

—V-Vocês... Hahahahaha! São demais! Hahaha!

 Hikaru ria descontroladamente. Kaoru muito envergonhado, solta Tamaki e começa a retirar o avental vergonhoso do corpo.

—Não precisa me lembrar que estou ridículo, Hikaru! Seu-

 Antes que pudesse terminar a frase, Hikaru foi até o irmão e o abraçou forte.

—Senti sua falta Kaoru... senti muito a sua falta.

 Kaoru paralisou no aperto do abraço, sentindo que estava cada vez mais vermelho, e depois de um tempo retribuiu o abraço. Retribuiu de maneira muito forte, muito caloroso e aconchegante. Sentiu o coração apertar e esquentar, como se uma parte faltante estivesse sendo preenchida. Estava tão feliz... e quentinho. Tão quentinho que lágrimas se juntaram no canto dos olhos, mas ele se recusou a deixa-las cair.

 Não sabe quanto tempo ficou abraçando Hikaru, mas escutou os hosts darem passos macios em direção à porta de saída da sala. Os agradeceu mentalmente.

Deixa, se fosse sempre assim
Quente, deita aqui perto de mim
Tem dias que tudo está em paz
E agora os dias são iguais

Se fosse só sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
É uma dor que dói no peito

—Kao...

 Derreteu novamente no abraço. Sentir o cheiro do irmão e ouvi-lo chamar de maneira tão carinhosa o fez querer ficar ali para sempre. Mas quebrou parte do abraço para olhar para Hikaru. Afinal...

—Hikaru... Por que voltou cedo?

 Então viu uma rachadura na ternura de Hikaru. Sentiu que o irmão começou a ficar melancólico enquanto virava o rosto constrangido.

—O-O que houve? Hikaru?

—Kaoru... Preciso conversar com você.

 Kaoru empalideceu. O que houve com o irmão para voltar tão triste de uma viagem? Será que ele fez algo para entristecer Hikaru? Será que a lista ficou de seu conhecimento? Que agonia...

—Vamos... vamos para o quarto. Eu preciso tirar essa roupa ridícula.

—Oh... você precisa me explicar isso depois.

—Foi ideia do Tono idiota. E essa roupa é de uma coleção bem antiga da nossa mãe, não sei nem como coube em mim ainda. -Estava extremamente incomodado com as coxas tão à amostra, e extremamente furioso com Tamaki.

—Até que não ficou mal em você, Kaoru. – Hikaru disse, dando um sorriso divertido. Kaoru corou violentamente.

—WAAAHH N-N-Não ficou não! Vamos subir logo! – Ele pega a mão de Hikaru e sobe as escadas de maneira espalhafatosa.

—Sua cueca está aparecendo, Kaoru.

—DEIXE QUE APAREÇA.

 Hikaru riu. Chegando no quarto, Kaoru controla a respiração afobada e fecha a porta, ficando de costas para ela. Estava tão ansioso para ouvir Hikaru que não estava mais focado nas roupas.

—Agora... O que precisa falar comigo, Hikaru?

 Hikaru suspirou e foi até a cama, se sentando. Estava cansado, mas sentia muita necessidade de desabafar com Kaoru.

—Bem... – Não sabia como começar a dizer isso.

—É sobre o quê? Os hosts, Haruhi... Nós? – Kaoru apertava um pouco as mãos ao falar. Estava ansioso demais.

—Haruhi.

—A-Ah sim, claro... – Uma onda de alívio o atingiu, para ser logo recolocada por agonia novamente. Não deu tempo de pensar nas opções para desespero, pois Hikaru logo as eliminou.

—Ela terminou comigo.

 Kaoru ficou incrédulo. Término? Haruhi terminou com Hikaru?

—Ela... O quê?!

—Ela terminou comigo. Disse que gostaria de sermos apenas amigos, que não temos um futuro. Eu... fiquei arrasado na hora. – Hikaru deu um riso seco e amargo. – Ela gosta de mim... como gosta de todos os hosts. Inclusive você.

 Kaoru estava sentindo o coração doer. Fez a lista com tanto cuidado para Hikaru ficar com ele, e Haruhi simplesmente fez o trabalho todo de Hikaru voltar para ele com poucas palavras. E ainda magoou seu irmão. A última coisa que ele queria fazer, era magoar o irmão. Agora, vendo o quão triste está, sentiu vontade de se sufocar com algum travesseiro.

—Hikaru...

—Está tudo bem. De verdade.

 Kaoru sentia a dor do irmão. Está arrependido de não ter ido na viagem. Se tivesse ido, não permitiria que isso acontecesse. Sentiu que desperdiçou seus dias com uma lista boba, que no fim, a pessoa na qual ele queria ser, magoou seu irmão. Sabe que Haruhi é maravilhosa, mas ainda não estava aceitando o término.

 Apertou os punhos, deu passos largos até Hikaru e o abraçou com força. Muita força. Acabaram caindo na cama em um laço de aperto magoado.

 Kaoru chorou. Chorou por sentir raiva, por sentir tristeza, arrependimento... por sentir que fez tudo errado. Não tem medo ou vergonha de tomar a dor do irmão. Lágrimas silenciosas saltaram de seus olhos. Hikaru retribuiu com gosto, mas suas lágrimas se foram no avião.

—Kao... Está tudo bem. Ela me fez enxergar outras coisas.

—Não... não está tudo bem. Como ela pôde? Você é maravilhoso Hikaru, não sei o que deu nela pra...

—Kaoru.

 Kaoru endureceu no abraço. Soltou-se e se apoiou nos cotovelos, encarando o irmão enquanto secava as lágrimas raivosamente. Ele sabe que Haruhi não é uma pessoa má, mas precisava dizer sua indignação.

—Ela tinha razão, sabe. Era tudo muito novo para mim, o sentimento, o quanto queria ser correspondido, a situação... eu acho que não a amo de verdade.

 Kaoru arregalou os olhos. Depois do dia em que Hikaru pintou seus cabelos para um tom escuro, percebeu que o irmão era mais maduro do que parecia. Que ele quem tinha pensamentos precipitados e Hikaru atitudes precipitadas. Está impressionado que com um término, o irmão absorveu tanta experiência. Estava orgulhoso. Deu um leve sorriso.

—Desculpe Hikaru... é só que... não aceito muito bem ela dizer que vocês não tinham um futuro promissor.

—É, acho que foi a parte mais chocante. – Hikaru deu um leve sorriso. – Admito que estava me esforçando, mas não era pra ser.

—Eu consigo enxergar perfeitamente um futuro com você. – Kaoru disse de maneira muito simples e sem pensar. Ficou impressionado com as próprias palavras. E Hikaru também. Ambos arregalaram os olhos.

—Er, digo, é meio óbvio que eu consiga, né? Vivemos a tanto tempo juntos... na verdade o tempo inteiro, mas você... – Se embaralhou totalmente nas desculpas, e vendo que não ia adiantar nada consertar a situação, começou a se levantar com um sorriso constrangido. Para ser puxado para baixo novamente.

—Hikaru! Eu vou te machucar desse jeito!

—Kaoru...

 Sentiu o hálito do irmão no pescoço, e ficou paralisado. As lembranças do sonho voltando à tona.

“Droga, droga, droga, DROGA”

—H-Hikaru, é sério. Esse vestido está apertando minhas cost—

—Eu senti muito a sua falta.

 Kaoru corou. Não esperou a resposta do irmão quando fez a ligação. Só confessou que estava com saudades de Hikaru, mas não quis saber se era recíproco. Sentiu medo. Agora, só sabe dizer que seu coração ficou morno, e sentia suas batidas ritmadas com o coração de Hikaru. Retribuiu o abraço, passando os braços pelo pescoço do irmão embaixo dele, deixando transmitir todo o sentimento de solidão que sentiu nos primeiros dias, todo sentimento de ansiedade que sentiu quando o dia de Hikaru voltar se aproximava. Deixou transmitir... a determinação que tem a respeito de seus sentimentos.

E Hikaru as sentiu.

—Sabe Kaoru... Haruhi me fez perceber o quanto senti sua falta. Achei que era loucura, mas...

—Hikaru... – Kaoru sentiu a confusão do irmão. Era a mesma confusão que sentia quando seus sentimentos “estranhos” por Hikaru começaram a se formar. Será dependência? Será desespero? Síndrome de Ansiedade por Separação? Hoje ele sabe o quão Hikaru é importante para ele. Queria mostrar o quanto o irmão fazia diferença na vida dele. - Sempre estarei aqui para você. Vamos continuar juntos como sempre, independente do que aconteça. – Disse cortando a frase de Hikaru. Não eram palavras novas para ele, pois Hikaru já as tinha dito para ele. Mas o sentimento estava o fazendo sentir seu sangue esquentar, seu peito formigar, suas mãos tremerem. Queria falar mais, mas as palavras ficaram presas. Estava com medo do que o irmão poderia pensar, ou como poderia reagir.

 Hikaru congelou com as palavras. Sorriu. É como se Kaoru fosse a luz que sempre o iluminaria, independente do quanto ele tentasse ir para um lugar mais escuro e distante. Estava se sentindo tão querido, sentiu falta do calor do irmão, e não queria se soltar. Mas o braço de Kaoru começou a formigar, e o gêmeo precisou se soltar do tão querido abraço.

—Er, eu vou tirar esse vestido idiota. – Kaoru disse se levantando e indo em direção ao armário de roupas.

—Você ainda precisa me contar essa história. – Hikaru se apoia em um braço.

 Kaoru corou violentamente. Como ia explicar ao irmão sobre a lista, a comida, os hosts em sua casa? Ai, que confusão.

—Eeerrrr foi ideia do Tono idiota. Como ele sentiu muita falta de Haruhi, queria que eu virasse ela por um dia. É isso! Hahaha – “EU SOU UM GÊNIO. “

—Acho bom você me explicar melhor. Sabe que não aceito mentiras, Kaoru.

“Maldita telepatia. “

—Não coloque a culpa na telepatia. Você mente muito mal para mim.

“Malditos laços fraternais. ”

—Tá, te explicarei melhor. Mas, gostaria de te pedir um favor... – Kaoru começou a tirar o vestido, procurando de maneira rápida alguma calça para vestir. O sonho ainda estava fresco em sua memória.

Ele se vira e Hikaru o beija. Foi um beijo leve, muito leve. Mas sentia o encostar dos lábios como duas penas se tocando.

 

—Kaoru...

 

 Quando Kaoru olha para frente novamente, suas calças haviam sumido. Ele estava completamente nu. Hikaru desce as mãos para a virilha do mais novo e massageia o lugar, para provocá-lo.

“PARE KAORU, PARE. “

—Qual favor? Ei, você está bem, Kaoru? – Hikaru pergunta com uma careta engraçada enquanto encara o irmão dando pulinhos ao tentar colocar uma perna nas calças jeans, apressado.

—Tudo ótimo! Haha. – Kaoru se atrapalha com as calças. Como se explicar? – Vamos descer! Quero te pedir um favor lá embaixo.

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—E então? O que acha?

—Então você quer que eu... coma isso?

—Sim!

 Kaoru coloca o bento que fez à tarde com os hosts na frente de Hikaru, que está sentado à mesa. Estava com uma grande expectativa.

—Fui eu que fiz. Aprendi com uma revista que o Honey-senpai me deu. Ah! Ele me ajudou a montar também! – Lembranças de uma cozinha destruída fizeram ele ficar constrangido.

—V-Você que fez? Mas por quê? Estava tão entediado assim? Haha!

E agora? Kaoru deveria dizer o verdadeiro motivo? Como tentar explicar?

—Er... sim. Estava entediado. – Não tinha coragem de dizer o verdadeiro motivo. Deu um sorriso de canto.

—Realmente. Foi essa revista aqui, não é? – Hikaru levanta uma revista com capa cor de rosa extremamente chamativa cheia de bolos. – A vi no sofá enquanto você arrumava o bento. Porque você marcou uma página de quiz? E que quiz esquisito... você precisa realmente me explicar algumas coisas. – Hikaru folheou a revista até a marcação do quiz, e começou a ler rapidamente.

 Kaoru não sabia onde enfiar a cara. Essa ele não saberia como se defender. Tentou retirar a revista da mão do irmão, que enfiou a mão na cara de Kaoru, o afastando enquanto lia.

Hikaru ficou surpreso com o que leu.

—Você... está apaixonado Kaoru?

—NÃO! Eu... eu...

 Hikaru olhou atentamente o irmão. Como Kaoru mente mal. Mas está tão nervoso... por que Kaoru ficaria constrangido assim, tão de repente, na presença dele? Sempre contaram tudo um ao outro... está começando a ficar nervoso também. E se Kaoru realmente estiver apaixon-

—Eu fiz essas receitas... para surpreender você. Eu fiz um bolo também, mas os hosts comeram tudo. O quiz foi... para me ajudar.

 Tentou pensar em outra desculpa para despistar o quiz, mas Kaoru não sabia esconder nada de Hikaru. Viu a cara que o irmão fez ao achar que ele estava apaixonado, e não ter dito nada. Geralmente ele dá pequenas dicas, pequenos jogos de palavras..., mas o sentimento no peito o estava fazendo soltar as palavras sem dó nem piedade. E para sua surpresa, estava corado. E uma nova surpresa: Hikaru também estava.

 -Para... me surpreender?

—S-Sim. Eu pensei... que pudesse cozinhar como Haruhi. Ela cozinha tão bem, gostaria que você percebesse que tanto na casa dela quanto aqui, você poderia ter uma comida caseira. Que... não esquecesse que aqui também é seu lar.

 De onde veio isso? Kaoru quer sair correndo dali. Não queria que o irmão percebesse sua necessidade de estar sempre com ele, e deduzisse que era um egoísta mimado. Mas ficou parado, em pé, com os braços para trás, olhando para a janela, sem arrependimento do que disse. Se sentia a vontade com Hikaru.

—Kao...

—Estou sendo sincero contigo Hikaru. Por favor, não pense nada... errado ou estranho de mim.

 Todo o orgulho que Kaoru sentia, se foi. Todo orgulho de sentir que nunca admitiria o que sente por Hikaru, se foi. Está sentindo o coração acelerar de maneira louca. Ele foi humilde o suficiente para declarar para o irmão o que fez e por quê fez na cozinha. Quer falar o restante, mas não aqui. Hora de ser responsável com seus próprios sentimentos. Hora de colocar a coragem em ação. Ele encara Hikaru nos olhos, observando a cara espantada que o irmão fazia, e o leve rubor nas bochechas.

Ele amava Hikaru. E quer falar o que realmente sente.


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Notas finais do capítulo

yay for twincest ♥



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