Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 52
Tsuru no Tsugomori


Notas iniciais do capítulo

Com as identidades de "Sombra" e "Escuridão" reveladas, suas declarações ajudaram a esclarecer ainda mais os pontos que ainda estavam obscuros. Ao final, um pedido inesperado.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/22239/chapter/52

CAPÍTULO 51

 

TSURU NO TSUGOMORI

O silêncio no Grande Anfiteatro foi tamanho que a queda de uma pena seria ouvida em todo o recinto. A quase totalidade dos presentes estava de queixo caído, incapaz de articular uma palavra sequer. Sentado na poltrona, manietado pelas cordas mágicas conjuradas por Harry Potter, encontrava-se o outrora segundo em comando de Lord Voldemort, insano e fanático o suficiente para tentar matar o próprio filho e a garota que o jovem amava, acabando por tirar a vida de sua esposa naquela ocasião. O rosto trazia, além das marcas da idade, que acentuavam as linhas de expressão, a crispação da raiva por ver seus planos caírem por terra através da pessoa que mais detestava: o seu mais odiado inimigo, Harry Potter, juntamente com o filho que ele julgava um renegado, um traidor do sangue. Os seus olhos cinzentos tinham a expressão assassina de que, se o bruxo não estivesse imobilizado, seria capaz de rasgar a garganta de quem estivesse à sua frente a dentadas.

O flash da câmera do Smartphone de Dennis Creevey, registrando aquele momento e enviando a imagem para a redação, a partir do que estaria gravada para a posteridade, tirou a assistência da quase catatonia. Logo foi seguido por outros e pelo foco das filmadoras. O julgamento do século havia proporcionado também a revelação do século. Lucius Malfoy, o bruxo que por mais de uma década estivera sendo dado como morto estava ali, vivo e atento, diante dos olhos do mundo inteiro.

—Ordem no tribunal! _ exclamou Arthur, novamente fazendo uso da campainha, até que a assistência novamente fizesse silêncio _ Os fatos diante de nós são realmente desconcertantes, mas não podem e nem devem comprometer o andamento dos trabalhos! Meirinho, conduza “Escuridão”... digo, o Sr. Lucius Malfoy ao banco dos réus e o sósia a uma cela.

O meirinho cumpriu as ordens e Arthur Weasley deu prosseguimento aos trabalhos daquela fase final do julgamento. As cordas foram retiradas e Lucius Malfoy ficou sentado, aguardando o desenrolar dos acontecimentos.

—Senhoras e senhores, continuemos. Está satisfatoriamente instalado, Sr. Malfoy?

—Tanto quanto possível, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ Todos no recinto sabiam o quanto custava a Lucius dizer essas palavras, tendo que utilizar o tratamento formal do cargo com aquele a quem havia passado anos e anos humilhando.

—Assim sendo, prossigamos com os trabalhos do julgamento. Dadas as circunstâncias, após ter sido revelada a identidade de “Escuridão”, devemos presumir que “Sombra” também não é quem parece ser, acertei?

—Sim, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ confirmou “Sombra” _ Devo dizer que, embora minha verdadeira identidade não esteja oculta sob Feitiço Fidelius, me custou muito trabalho ocultar minha aparência e manter o Ki rebaixado por todos esses anos. E hoje agradeço por não mais precisar manter essa farsa. Como já foi explicado, o Grande Anfiteatro não apresenta bloqueios quanto a situações de mudança de aparência e mesmo se tivesse, há duas formas que não são detectáveis, a Animagia e a...

—... Metamorfomagia! _ exclamou Harry, já fazendo uma ideia de quem poderia ser, enquanto Draco sorria _ Então você é...

—... Exatamente quem você está pensando, Harry. _ completou “Sombra” com um sorriso e mudando de aparência _ Aah, nada como ser a gente mesmo de novo. Contem comigo para toda e qualquer informação que estiver ao meu alcance.

Outra incrível surpresa. Sorrindo para todos, também tendo mudado as vestes que usava para um elegante conjunto de Tailleur e saia Dior em pied-de-poule, com seus cabelos loiros platinados e a aparência um pouco mais madura, estava Valérie St.-Clair Malfoy (“Desculpem, não resisti”, disse ela).

—Srta. Malfoy. _ disse Arthur _ A senhorita também havia sido dada como morta. Gostaria de ouvir sua explicação, quando chegar a sua vez de ser interrogada. Primeiramente, ouviremos o Sr. Lucius Malfoy. Sr. Malfoy, desde quando existe sua relação com o Círculo Sombrio?

Vendo que não havia outro jeito, Lucius resolveu abrir o jogo. Mais calmo e conformado, serviu-se de um copo de água da jarra à sua frente e começou a falar.

—Cerca de um ano e meio depois do meu encarceramento em Azkaban, quando Harry Potter e meu filho estavam no sétimo ano (Harry notou que Lucius não estava usando o adjetivo “renegado” para se referir a Draco), um emissário do “Planejador”, o antigo líder do Círculo, me procurou na prisão, se passando por assistente social. Lá, ele transmitiu a proposta do líder, que era para que eu aderisse à organização, pois descobriram a aliança entre Lord Voldemort e Osama Bin Laden e queriam fazer parte daquilo e receber uma parte. Eu seria o elemento de ligação entre o Círculo e a Ordem das Trevas.

Tomou um gole de água e continuou.

—Mas eu já imaginava que esse plano de Lord Voldemort também não daria certo. Foram tantos anos e tantas tentativas de dominar a Bruxidade, sempre frustradas por Dumbledore e seus aliados, principalmente Harry Potter, que acabou por tirar a vida do Lorde das Trevas. Então pensei em algo mais ambicioso, aproveitando minhas habilidades de persuasão e a facilidade para conseguir aliados. Fui convencendo os membros da alta cúpula do Círculo Sombrio, o Conselho dos Sete, que a organização estava estagnada sob a liderança do “Planejador”. O detalhe decisivo foi quando eu expus planos mais audaciosos para o submarino “Simbirsk”, que estava parado. Nesse meio tempo, também fiz contato com Valérie, que estava cursando o sexto ano em Hogwarts, cumprindo missões para Lord Voldemort e ela aceitou me ajudar, enquanto desempenhava suas outras tarefas... Hnngh!— gemeu Lucius, enquanto pegava um comprimido de um compartimento em seu relógio e levava à boca.

Peguem o comprimido!— exclamou Harry _ Pode ser veneno!

—Não, Harry. _ disse Valérie _ Pelo contrário, se ele não tomar, morrerá.

Lucius colocou o comprimido debaixo da língua e logo ficou mais aliviado, perdendo a expressão de agonia em seu rosto, recuperando um pouco de cor e secando o suor com um lenço.

—Que medicamento é esse, Sr. Malfoy? _ perguntou Harry.

—Um potente antianginoso, resultado de pesquisas conjuntas bruxas e trouxas, que tomo para combater uma malformação cardíaca, que evoluiu com degeneração miocárdica, inclusive com a participação de Neville Longbottom no seu desenvolvimento. Se eu começar a ficar muito tenso, preciso colocar um deles debaixo da língua ou posso ter um infarto fulminante. Por anos, venho me tratando com o Dr. Vesalius no St. Mungus, sob o nome falso de “Vladimir Koslov”. Não se preocupem, quando Draco fingia estar sob o domínio de Nitobe Suwo-san ele foi examinado e não apresenta nenhum problema cardíaco. Aliás, em um esconderijo aqui em Londres eu ainda tenho alguns frascos que consegui tirar da “Cidadela de Bóreas”. Gostaria que os recolhessem e me trouxessem, pois minha vida depende deles. _ disse Lucius, pegando uma pena e anotando o endereço em um pedaço de pergaminho _ Este que tomei era o único que tinha no momento.

—O senhor se acha em condições de prosseguir, Sr. Malfoy?

—Sim, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ disse Lucius _ Já que me descobriram e não tenho outra alternativa, vamos a toda a história. Continuando, consegui convencer o Conselho dos Sete de que era hora de destituir o “Planejador” da liderança do Círculo Sombrio... permanentemente. Então, por intermédio de um veneno oriental de ação lenta, elaborado por Cicuta Cianevski, professora em Durmstrang ele nos deixou após cerca de uma semana, morrendo placidamente durante o sono, sem sofrimento algum. Foi assim que, por aclamação do Conselho dos Sete eu me tornei o líder do Círculo Sombrio, mesmo que ainda estivesse encarcerado em Azkaban. E depois que Valérie foi presa, começamos a planejar a nossa saída daquela rocha.

—Mas vocês aparentemente foram mortos durante a rebelião com tentativa de fuga que houve em Azkaban, a mesma em que Rufus Scrimgeour morreu. Como explica o fato do senhor e da Srta. Malfoy terem sobrevivido àquela batalha?

—Essa explicação será melhor se ficar a cargo de Valérie, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ disse Lucius _ Pode dizer a eles, ma petite?

Oui, mon oncle. _ disse Valérie _ Bien, eu assumi o compromisso de não omitir informação alguma. Alors, vamos a elas. O veneno criado por Cicuta Cianevski, de quem fui uma das mais destacadas alunas em Durmstrang, foi eficaz mas não foi a única coisa a ser utilizada. Fiz uma encomenda de materiais ao Círculo, me baseando nos conhecimentos adquiridos com ela. Esses componentes foram sendo entregues aos poucos, disfarçados de tal modo no meio dos mantimentos, de uma forma que mesmo “Olho-Tonto” Moody não prestou atenção. Eram extratos de plantas que, à primeira vista e em separado, podiam passar por temperos ou medicamentos. Somente um deles, o último, poderia despertar alguma suspeita. Mas entrou juntamente com medicamentos e poções e logo chegou às minhas mãos. Com aquilo, pude concluir uma fórmula que nos tiraria de Azkaban.

—E o que era, Srta. Malfoy? _ perguntou Arthur, curioso.

—Uma certa quantidade de Rododendro, o suficiente para produzir a pomada que eu precisaria. Como sabem, o Rododendro é uma planta que existe em todo o Norte da Europa, sendo utilizada como antitussígeno, no tratamento de bronquite e para induzir sono. Em uma certa concentração pode induzir um transe leve, devido à presença de terpenos, razão pela qual os druidas o utilizavam em certos rituais. Porém, em uma concentração maior e bem exata, a pomada pode reduzir o metabolismo e simular um estado de morte aparente, com frequência cardíaca quase imperceptível, respiração superficial, redução da temperatura corporal, etc. Mas se eu errasse para mais, tanto nas cápsulas quanto na pomada, estaríamos mortos de verdade. E ainda não era tudo.

—Creio que estou entendendo. _ disse Harry _ A concentração e o tempo deveriam ser exatos, não é?

—Precisamente, Harry. _ concordou Valérie _ As cápsulas deveriam ser tomadas e a pomada aplicada na hora exata, para que parecêssemos ter morrido durante a rebelião, atingidos por uma “Avada Kedavra”.

—Por isso que eu e Jan não notamos nada de diferente quando fomos chamados para reconhecer seus corpos. _ disse Draco _ Além de que estávamos emocionados e queríamos dar um funeral digno aos dois.

—Aquilo nos favoreceu, pois havia um limite de tempo para que permanecêssemos nos ataúdes. _ disse Lucius _ Se deixássemos passar desse limite, o efeito das cápsulas e da pomada passaria, nosso metabolismo retornaria ao normal e morreríamos asfixiados antes que os operativos do Círculo nos retirassem deles. Matei Scrimgeour, coloquei na mão dele a mensagem do Círculo e então tomamos as cápsulas e aplicamos a pomada nos pulsos, peito e pescoço.

—Foi o bastante para que nosso metabolismo se reduzisse e caíssemos no chão, como se tivéssemos sido atingidos por uma “Avada Kedavra”. Na confusão da batalha, ninguém percebeu o que havíamos feito. _ disse Valérie _ O resto, todos sabem. O mundo nos julgou mortos, fomos sepultados no Mausoléu Malfoy, no Cemitério Pére-Lachaise. Menos de vinte e quatro horas depois, fomos retirados de lá e despertamos em uma base do Círculo, aquela de Amsterdam.

—Onde enganei o Círculo, fazendo-os pensar que estavam me viciando, quando na verdade estavam me injetando vitaminas. Parte do meu plano para desmascarar “Mantis”. _ disse Harry.

—E eu acompanhei tudo aquilo, pois, como vocês agora sabem, eu era “π” e sempre estive passando informações para os Aurores, desde o início.

—Mas por que, Valérie? _ perguntou Lucius, embora aquilo fosse um interrogatório e não fosse sua função fazer perguntas ali _ Por que fazer isso, sendo líder da organização?

—Sr. Malfoy, o senhor não está autorizado a fazer perguntas. A Excelsa Corte irá relevar, devido à importância das informações.

—Sinto muito, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ disse Lucius _ É que eu também estou curioso com as razões que levaram minha sobrinha a me enganar dessa forma.

—Como eu disse, Sr. Malfoy, vamos relevar. _ disse Arthur _ Prossiga, Srta. Malfoy.

Merci, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ disse Valérie _ Desde antes de ser presa, eu já tinha a intenção de destruir o Círculo Sombrio o que poderia ser fácil, sendo um dos líderes. Durante o sexto ano eu estava seduzida pelo caminho da Ordem das Trevas, tanto que não hesitei em soltar a mamba negra conjurada no encanamento, instruindo-a a sair para a Sala Comunal da Grifinória. A intenção era que ela picasse Gina, poupando Harry, já que Lord Voldemort queria matá-lo pessoalmente. Mas, segundo eu soube, ela foi morta por uma alabarda que se desprendeu de uma armadura.

—E quando foi que a senhorita começou a questionar sua lealdade à Ordem das Trevas e a Lord Voldemort? _ perguntou Arthur.

—Foi quando eu, pela primeira vez, tirei uma vida de forma direta. Quando Harry estava no último ano, a elfo doméstica Winky morreu ao provar um chá que eu havia envenenado, disfarçada com a aparência de Dobby. A maioria da Bruxidade não dava e muitos ainda não dão importância aos elfos domésticos, mas era uma vida e ela se perdeu por minha causa. Depois matei, mesmo que de forma relutante, o antigo professor de Poções, Horatio Slughorn. Eu não queria e estava a ponto de desistir daquilo, mas Voldemort deixou bem claro que se eu não fizesse, mataria meu pai e meus tios, Jacques e Danielle, juntamente com suas famílias. Foi essa a razão pela qual concordei com aquilo e também mandei uma naja picar Rony Weasley, sendo que antes daquilo eu já havia tentado algo contra ele, com uma cerveja amanteigada envenenada com Manary, um veneno mongol.

—Aquilo quase matou Millicent Bulstrode. _ disse Harry, lembrando-se da ocasião _ Precisei usar um antídoto especial para salvá-la.

—Então, quando você tentou matar o Ministro Weasley e Amélia Bones na Solenidade de Posse, também o fez sob ameaça? _ perguntou Draco.

—Sim. E você teria me alcançado, se eu não tivesse disparado aquelas moedas para te atrasar. Eu sabia que você conseguiria evitá-las, mas perderia tempo.

—Eu te perdi por pouco, você escapou após estuporar Dolores Umbridge. Depois descobrimos que ela era agente do Círculo. _ disse Draco.

—Com a sua permissão, Respeitabilíssimo Sr. Ministro, eu queria perguntar algo a Valérie. _ disse Lucius.

—Certo, Sr. Malfoy. Dada a importância de quaisquer informações, o senhor poderá fazer perguntas, desde que solicite permissão antes. _disse Arthur.

—Você também não matou o elfo doméstico Pooka, ao saber que ele era um dos responsáveis por vazar informações? _ perguntou Lucius.

—Não, Tio Lucius, eu nunca poderia matar Pooka. Ele era outra das minhas identidades. Resolvi abandoná-la para deixá-lo menos desconfiado quanto a espiões infiltrados. Na verdade, lancei a “Avada Kedavra” em um corpo inanimado que conjurei a partir de um vaso de plantas do corredor.

—Com isso, então, eles ficaram menos desconfiados e seguiram com seus planos, permitindo que você continuasse a me passar informações. _ disse Harry.

—Exatamente. Foi o que permitiu, mais recentemente, que Draco e Svetlana planejassem a armadilha com o “Audacious II”, depois que o Círculo teve que sacrificar o “Simbirsk”, rebatizado como “Leviathan”, com toda a tripulação. Devido à necessidade de um novo submarino nuclear de grandes dimensões para dar continuidade à “Operação Dâmocles”, manter o mundo sob o temor de uma ameaça que poderia vir de qualquer lugar, quer fosse química ou biológica, Tio Lucius não hesitou em autorizar que o plano de capturar o “Audacious II” e sua tripulação fosse colocado em prática.

—E como era um submarino completamente novo, seria necessário que a tripulação original instruísse os operativos do Círculo. _ disse Lucius, cuja intervenção havia sido autorizada _ Por isso os levamos para a “Cidadela de Bóreas”. Eu só não podia imaginar que Draco não estivesse sob o controle de Nitobe Suwo-san e que o submarino era, na verdade, um “Cavalo de Tróia”, para franquear a invasão de nossa base. O plano deles foi arquitetado de forma magistral, devo reconhecer. Eu só soube que era uma invasão quando já era tarde demais.

—O senhor também foi responsável pessoalmente por várias mortes, desde que assumiu a liderança do Círculo Sombrio, não foi? _ perguntou o Assistente da Promotoria.

—Na verdade nem foram tantas quanto se imagina, Respeitável Assistente da Promotoria. Durante toda a minha vida, posso ter torturado muita gente, entre trouxas, bruxos traidores da Ordem das Trevas e Aurores. Mas foram cinco vezes que eu matei alguém pessoalmente. A primeira vítima foi uma ex-namorada dos tempos de Hogwarts, de antes de eu namorar Narcisa. Ela foi o meu cordeiro de sacrifício para aderir aos Death Eaters. A segunda vez foi em Azkaban. Depois que os planos de Lord Voldemort em obter a quinta Pedra de Sankhara foram frustrados, eu quis matar Janine por acreditar que ela havia virado a cabeça de Draco contra nossas tradições, principalmente por ela ser uma nascida trouxa. Transtornado, em um momento de fúria eu também tentei matar Draco, sem pensar direito no que fazia, por achá-lo um traidor do sangue. Narcisa entrou na frente da “Avada Kedavra” que lancei e acabou morrendo. A terceira vez foi quando matei Scrimgeour. Na quarta vez, matei Rita Skeeter no Hospital St. Mungus, por segurança. Ela era o misterioso repórter investigativo “Scarab”, que repassava segredos para que sua sobrinha os publicasse (Arianne tremeu de raiva). Depois daquilo, apenas estive ao lado de Mariana, enquanto ela matava o casal Chebrikov, depois de raspar seus cabelos para utilizar em uma Poção Polissuco. A quinta morte diretamente causada por mim foi a do inútil do meu cunhado Lucien Didier Bashir, “Le Touareg”, em Monte Carlo (Na assistência, Danielle Malfoy Bashir contraiu os maxilares com fúria, tendo ao seu lado os filhos, Remy e Nadine). São essas as mortes que podem ser atribuídas pessoalmente a mim.

Aparentemente calmo, mas mantendo sob controle a enorme fúria que havia em seu interior (percebida por todos aqueles que eram capazes de sentir o Ki de alguém), Harry Potter fixou em Lucius Malfoy seus olhos verdes de um modo que parecia querer perfurá-lo com o olhar.

—O senhor ainda tem uma morte na sua conta que se esqueceu de computar, Sr. Malfoy. _ disse Harry, os olhos verdes faiscando _ Tente se lembrar de uma menina, quase por nascer, cujo cérebro foi removido, ainda no útero de sua mãe, para que o senhor pudesse completar o “Contrato de Seth e Anúbis”, uma menina que viveu apenas o tempo suficiente para ser batizada, antes de morrer. TENTE SE LEMBRAR DA MINHA FILHA NÃO NASCIDA, MOLLY HERMIONE WEASLEY POTTER!!!

Depois daquela explosão, que estourou meia dúzia de lâmpadas, Harry se acalmou e sentou-se de volta em sua cadeira.

—Sinto por essa cena, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. Isso estava entalado há anos e eu precisava dizer. Repetindo, essa é mais uma morte na conta do Círculo Sombrio e, pessoalmente, na de “Escuridão”, ou seja, do Sr. Malfoy.

—Compreendemos como se sente, Sr. Potter. _ disse Arthur _ Mas eu peço que se controle. Afinal de contas, não queremos o Grande Anfiteatro às escuras. Algo mais a nos dizer, Srta. Malfoy?

—Algumas coisas mais, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ disse Valérie, puxando pela memória _ Não foi fácil passar esses anos todos sendo co-líder do Círculo Sombrio e informante secreta de Harry Potter. Foi preciso bastante criatividade para não ser descoberta, para criar as personagens para os contatos, embora isso tenha sido bastante divertido. Mas o mais difícil era participar das operações e conseguir não matar ninguém. Peço desculpas, principalmente a Heiko Musashi Townsend-san pelo Sectumsempra que lancei nela, embora tenha feito o possível para atingi-la apenas de raspão. Não espero compensação por minhas declarações, tão somente tentar reparar alguns dos erros que cometi no passado e arcar com as consequências deles. Obrigado aos que confiaram em mim, principalmente Harry Potter e meu primo, Draco Malfoy. Espero que um dia vocês possam me perdoar, meu pai, René Malfoy, meus tios, Danielle e Jacques, meus primos, Remy, Nadine, Ferdinand e Anne-Marie, bem como todos a quem eu possa ter prejudicado de alguma forma. Estou pronta para o que quer que tenham para mim.

—E quanto ao senhor, Sr. Malfoy? Deseja fazer mais alguma declaração?

—Sim, desejo, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ disse Lucius, se ajeitando na cadeira _ Ainda devo dizer mais algumas coisas e, se preciso for, responder a mais perguntas.

—Assim sendo, Sr. Malfoy, queria perguntar mais algumas coisas, a fim de esclarecer algumas dúvidas. _ disse o Assistente da Promotoria.

—Estou ao seu dispor, Respeitável Assistente da Promotoria. Pode perguntar o que quiser, a esta altura eu nada mais tenho a esconder. _ disse Lucius.

—Então diga, o que foi que realmente o motivou a ingressar e depois liderar o Círculo Sombrio? O senhor já não era o segundo em comando de Lord Voldemort?

—Ganância, Respeitável Assistente da Promotoria. Ganância, cobiça, sede de poder e, por que não dizer, um pouco de mágoa em relação a Lord Voldemort.

—Por que mágoa? _ perguntou o Assistente da Promotoria.

—Porque, mesmo eu tendo sido seu segundo em comando, seu braço direito como ele dizia, Lord Voldemort deixou bem claro que um dia, mesmo que conseguisse alcançar a imortalidade, deixaria o comando da Ordem das Trevas nas mãos de um sucessor e permaneceria apenas como um conselheiro. Eu esperava que ele me escolhesse, pois seria a lógica. Mas ele declarou oficialmente que queria Draco como seu sucessor. Pensem, um garoto, ainda que meu filho, mas que estava dando mostras de querer romper com as Trevas. E isso piorou quando ele conheceu Janine e os dois começaram a namorar. De qualquer forma, eu já tive minha vingança e minha vitória sobre Lord Voldemort. Durante a batalha na “Cidadela de Bóreas”, meu sósia tinha a missão de quebrar o frasco que continha parte das cinzas de Lord Voldemort, fazendo com que se perdessem. Por causa disso, os três espíritos estão aprisionados em um único corpo, o do “Avatar das Trevas” já que, sem as cinzas, não será possível desfazer a fusão dos gêmeos Mariel e Mirela, tampouco libertar o espírito de Lord Voldemort para prosseguir, condenando o “Avatar” à morte ou à loucura.

Tomou um gole de água, respirou fundo e continuou aquela confissão que, para ele, era ainda mais penosa do que o relato de seus crimes.

—Eu ainda nutria um pouco de esperança de que Draco apenas estivesse preparando a garota como seu cordeiro de sacrifício, principalmente porque ela era a Prometida para o Ritual de Revelação da Quinta Pedra de Sankhara, contido no lendário livro em Sânscrito “Luzes da Trindade”.

—E que livro era esse, Sr. Malfoy? _ perguntou o Assistente da Promotoria.

—Um livro raro, do qual Lord Voldemort tomou conhecimento quando era aluno e que o encontrou em um compartimento secreto da Biblioteca de Hogwarts, tendo retirado as folhas que tratavam do ritual, escavando parte da capa e escondendo-as no próprio livro. Posteriormente ele foi roubado e seguiu mudando de donos, até que o pai de Janine, o Coronel Adriano Sandoval, o adquiriu em um sebo de Portobello Road, quando era Adido Militar da Embaixada do Brasil na Inglaterra. Somente depois de alguns anos, bem depois de sua morte, soubemos que ele pertencia à Divisão de Assuntos Bruxos da Inteligência Militar, sendo Oficial de Ligação com o Ministério da Magia do Brasil.

—E Lord Voldemort seguiu à procura desse livro?

—Sim, Respeitável Assistente da Promotoria. Foi quando Draco oficialmente rompeu com as Trevas e Lord Voldemort descobriu que o livro estava no Brasil, na estância dos avós de Janine, em São Borja. Mas ele foi retirado de lá por Dora e Remus Lupin e levado para Dumbledore, antes que pudessem pegá-lo. Depois, Janine foi sequestrada por Sibila Trelawney e Peter Pettigrew. O resto, todos conhecem pelo que está em um dos volumes de “Hogwarts, uma História”.

—E foi quando o senhor matou a Sra. Narcisa Malfoy? _ perguntou o Assistente da Promotoria.

—Foi naquela ocasião, Respeitável Assistente da Promotoria. Como eu disse, transtornado em um momento de fúria, tentei matar Janine e Draco, por acreditar que a união dos dois macularia a pureza de sangue da linhagem Malfoy. Narcisa, que já havia sido marcada, desaparatou de onde estava e surgiu na frente dos dois, empurrando-os e recebendo o impacto da “Avada Kedavra” que lancei. _ disse Lucius, a sua voz tremendo um pouco ao se recordar daqueles acontecimentos _ Depois que ela morreu, a sua Marca Negra foi se apagando, até desaparecer completamente.

—E com a morte de Lord Voldemort no ano seguinte, as Marcas Negras de todos os Death Eaters desapareceram, não foi?

—Exato. E foi acompanhado de uma dor terrível e da transformação dela em fumaça, o que denunciou grande parte de Death Eaters ativos ao redor do mundo. Aproveito para afirmar, embora seja de conhecimento público, que meus três irmãos, René, Jacques e Danielle, embora tivessem envolvimento com a Ordem das Trevas no passado, jamais foram Death Eaters. _ disse Lucius, enquanto um mensageiro trazia um frasco do seu antianginoso o que foi providencial, pois ele já estava precisando de outro.

Após colocar um comprimido sob a língua e tomar um gole de água, Lucius respirou fundo e se preparou para continuar.

—O senhor se sente em condições de prosseguir, Sr. Malfoy?

—Sim, Respeitabilíssimo Sr. Ministro. _ respondeu Lucius, após Arthur fazer a pergunta _ A exemplo de ma nièce Valérie, não pretendo omitir nada. Je n’ai plus rien à perdre ou à gagner, eu já não tenho mais nada a perder ou a ganhar. Depois que assumimos a liderança do Círculo Sombrio, fomos ampliando as ramificações da organização no meio trouxa, até que ela tornou-se uma organização mista e foi aí que algo mudou na minha vida. Por mais que se possa ser um bruxo cruel, criminoso e assassino, você não é mais a mesma pessoa após matar a mulher com quem escolheu dividir a vida e que era a mãe de seu único filho.

—O que está querendo dizer, pai? _ perguntou Draco.

—Quero dizer que, de todas as coisas terríveis que eu possa ter feito na vida, ter tentado matar você e acabar matando sua mãe foi a pior de todas. Nunca deixei transparecer o quanto aquilo me mudou, nem mesmo para Valérie. Então, quando pensei que jamais gostaria novamente de alguém, conheci Mariana Lugoma.

—A filha do Ministro da Magia de Angola, Ricardo Lugoma? Como foi que o senhor a conheceu? _ Draco estava curioso.

—Eu a recrutei para o Círculo. Ela queria vingar-se do pai, por julgá-lo responsável pela morte da mãe e não estava de todo errada. Ricardo era ausente no lar, um mau marido e pai, traía a esposa com frequência e ela acabou perdendo a vontade de viver. Acabei me apaixonando por ela e ela por mim, mesmo sem poder saber quem eu era na realidade. E aquilo sinalizou uma mudança no meu jeito de ver as coisas. Não me leve a mal, Draco. Eu amava sua mãe, de verdade. E depois que a matei, julguei que jamais haveria alguém na minha vida novamente e principalmente uma bruxa que não fosse de sangue puro. A mãe de Mariana era uma bruxa nascida trouxa, alguém que eu chamaria de “Sangue-Ruim” em outros tempos, mas incrivelmente aquilo não me incomodava mais. No final, ambos os lados tiveram grandes perdas, todos nós sabemos quais foram. Da minha parte eu perdi Mariana que, cerca de duas semanas antes, havia perdido a criança que esperava, seu meio-irmão. Mas agora é tudo história. Sei que depois de tudo o que fiz estou além de qualquer perdão, mas só não quero ser encarcerado sem deixar tudo esclarecido.

—Eu gostaria de perguntar algumas coisas, Sr. Malfoy. _ disse Harry.

— Sim, Harry Potter. E o que seria? _ concordou Lucius, curioso.

—Tendo em seu poder o volume do Necronomicon que trazia as fórmulas para invocar as pragas do “Eser Ha-Makot”, o senhor deixou de lançar a Décima Praga, “Makat Bechorot”, a Morte dos Primogênitos, mas acabou não o fazendo, em todos esses anos. Por que não o fez?

—Por dois motivos, Harry Potter. _ disse Lucius _ Primeiramente, se você reparar no capítulo do “Eser Ha-Makot”, verá que as folhas referentes a “Makat Bechorot” foram rasgadas, retiradas do livro pelo próprio Abdul Al-Hazred, que deixou uma anotação: “Arranquei e destruí as folhas. Terrível demais para ser utilizada”. O segundo motivo é que, por mais cruel e assassino que eu seja, jamais faria algo que acabasse por molestar meu filho e meu neto, além de meus sobrinhos. Podem acreditar, eu jamais lançaria essa praga. Creio já ter dito tudo o que me lembrava no momento, Respeitabilíssimo Sr, Ministro. Caso eu me lembre de mais alguma coisa, pedirei para complementar minhas declarações. Estou pronto para receber a punição que me couber.

—E quanto à senhorita, Srta. Malfoy? _ perguntou Arthur.

—Também estou pronta para a sentença, pois ambos sabemos qual é o veredito. Eu me submeterei à decisão da Excelsa Corte. _ disse Valérie.

O Respeitável Corpo de Jurados e o Meritíssimo Colegiado de Juízes deliberaram e, rapidamente, chegaram ao resultado. Este foi colocado em um envelope magicamente selado e entregue ao meirinho, que o levou às mãos de Arthur.

—Senhoras e senhores presentes à sessão, já temos o veredito e as sentenças dos réus. O veredito, como bem afirmado pela Srta. Valérie St. Clair Malfoy é “culpado” para ambos, nas acusações já relatadas desde o início do julgamento e suas penas, devido à abrangência mundial dos crimes do Círculo Sombrio, poderão ser cumpridas em qualquer prisão bruxa do mundo. Quanto à sentença, a Srta. Valérie St. Clair Malfoy foi condenada a cumprir uma pena de vinte anos de reclusão na ilha-presídio de Azkaban. No entanto há circunstâncias atenuantes, graças à relevância do trabalho de informações por ela desempenhado durante todos esses anos, com grande risco da própria vida, concede à ré uma redução de cinquenta por cento de sua pena, que passará a ser de dez anos de reclusão, podendo ter uma nova redução de um terço do tempo por bom comportamento e a possibilidade de liberdade condicional após o cumprimento de cinquenta por cento da pena.

Com lágrimas de emoção rolando por sua face, Valérie acolheu a sentença, que era muito mais suave do que ela imaginava que seria. Então Arthur novamente fez uso da palavra para anunciar a sentença de Lucius.

—Quanto ao Sr. Lucius Abraxas DeGiscard Malfoy, a situação é diferente. Seus crimes à frente do Círculo Sombrio em todos esses anos atingiram tanto a Bruxidade quanto o mundo trouxa, em quase todas as nações conhecidas, tornando a sua situação além do alcance de quaisquer circunstâncias atenuantes. Não vou relatar aqui os crimes por ele cometidos, pois são muitos e de conhecimento de todo o mundo, apenas citando aqui o tráfico internacional de drogas e órgãos, chantagem e atentados QBN e os vários assassinatos cometidos pela organização, alguns deles pessoalmente, como ele mesmo declarou. Portanto, é a decisão da Excelsa Corte que o Sr. Lucius Abraxas DeGiscard Malfoy cumpra uma pena de reclusão no presídio bruxo Aldeia dos Caiporas, localizado na Selva Amazônica Brasileira, pelo resto de sua vida natural, sem direito a liberdade condicional ou a apelação. As penas deverão ter início em setenta e duas horas, a contar de agora. Está encerrado o presente julgamento de todos os operativos do Círculo Sombrio.

Com um golpe de malhete, Arthur Weasley deu por encerrado o julgamento do século. A assistência prorrompeu em aplausos pela lisura e respeito às leis bruxas e trouxas com que os trabalhos foram conduzidos. Valérie aguardava sentada pelo momento de ser conduzida à cela, um sorriso de alívio nos lábios. Então, sem que ela esperasse, Draco se aproximou e a abraçou, seguido por Harry e pelos Inseparáveis.

—Sinto muito por Neville, Luna. _ disse Valérie _ Se eu tivesse comandado aquela operação, Neville certamente ainda estaria vivo.

—Agora nada mais pode ser feito, Valérie. _ disse Luna, abraçando a outra loira _ Obrigada por estar do nosso lado todos esses anos.

—Valérie, espero que você logo possa estar livre. _ disse Janine, segurando as mãos da prima de seu esposo _ Eu sabia que não era por acaso que Hermione percebeu que seu Ki oscilava, quando você foi presa em nosso baile de formatura. Você já tinha esse plano em mente.

—Sim, Jan. E estou contente que tenha dado certo. Onde está Draco?

—Parece que está ali, conversando com o pai. _ disse Rony.

Um pouco afastado, Draco estava falando com Lucius.

—É estranho vê-lo de novo após todos esses anos. _ disse Draco.

—E o que você sente, agora que descobriu, Draco? _ perguntou Lucius.

—Difícil descrever, pai. Quando descobri sua identidade, com a ajuda de Harry, primeiro me senti indignado e com ódio. Depois de vê-lo no banco dos réus, até mesmo meio humilhado, senti pena. Mas, incrivelmente, depois de seu relato, eu o compreendo e chego a sentir certa compaixão. Creio que os anos me trouxeram maturidade e serenaram meu espírito.

—Talvez você não acredite, mas eu também mudei um pouco nesses anos. Os sonhos de poder se desvaneciam a cada operação que vocês frustravam. Só havia duas pessoas de quem eu queria me vingar e uma já havia morrido, que era Lord Voldemort. A outra era Harry Potter, que sempre nos atrapalhou desde que era criança. Esse foi o principal motivo de eu ter utilizado o cérebro de sua filha não nascida para o ritual. Depois, comecei a refletir no que fizera, mas não havia como voltar atrás. Eu precisava daquilo para meus planos.

—E o que o senhor desejava, nos últimos tempos? _ perguntou Draco.

—Me afastar, assim que pudesse. Encontrar um sucessor para a liderança e sumir para um destino ignorado com Mariana, depois que ela se vingasse do pai dela. Mas agora é tarde, ela está morta e eu estou prestes a ser transportado para cumprir minha pena, no Brasil. Draco, eu tenho um pedido para lhe fazer. Isso é claro, se você concordar e o Ministro Arthur Weasley autorizar.

—E o que seria? _ perguntou Draco, curioso.

—Eu não queria ir para a prisão Aldeia dos Caiporas sem conhecer meus netos. Nem que fosse para aconselhá-los a nunca serem como eu. Embora você, certamente, já o tenha feito.

—Isso seria possível, Ministro Weasley?

—Se você concordar, eu não vejo nenhum inconveniente em autorizar a visita deles, Draco. _ disse Arthur.

—Então está bem. Pode ser amanhã de manhã. Eu e Janine queremos estar presentes.

—Obrigado. _ disse Lucius, antes dos Aurores o levarem _ Você não sabe o quanto isso significa para mim.

Lucius Malfoy deixou o Grande Anfiteatro escoltado por dois Aurores em direção às masmorras, onde aguardaria sua transferência para o presídio onde cumpriria sua pena de prisão perpétua.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Harry Potter e o Estigma da Serpente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.