Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 42
... E o Amanhã da Comunidade


Notas iniciais do capítulo

O atentado aos parques é frustrado, mas não sem uma importante baixa. E "Escuridão" resolve lançar mão de um recurso extremo, como seu "Plano-B".



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CAPÍTULO 41

 

... E O AMANHÃ DA COMUNIDADE

Uma chuva mansa e fresca já estava caindo há uns dois dias na região de Orlando, principalmente em Bay Lake, proporcionando uma temperatura agradável e sem atrapalhar muito o funcionamento dos parques. Embora o céu ainda estivesse nublado, os serviços de meteorologia já previam que o tempo iria abrir, o mais tardar no dia seguinte.

Isso era o que ocorria abaixo da cobertura de nuvens.

Acima das nuvens, era outra coisa que ocorria, tendo começado há cerca de três dias, assim que os cilindros com o antídoto comprimido foram acoplados aos aviões de pulverização e as esquadrilhas decolaram de vários campos de pouso, na região de Ocala, Crystal River e Spring Hill. Quando as aeronaves aproximavam-se do Lake Buena Vista, os pilotos conferiram as formações de nuvens, a direção do vento e a temperatura. Certificando-se de que tudo corria conforme o planejado, prepararam-se para pulverizar, os líderes de esquadrilha aguardando o sinal verde de Harry, que liderava a operação.

— “Raio 1 para Raio Líder, câmbio”. _ ouviu-se a voz de Rony pelo rádio.

— “Aqui Raio Líder. Prossiga, Raio 1”.— respondeu Harry, utilizando os nomes de voo _ Raios em posição, câmbio”?

— “Raio 1 em posição, câmbio”. _ disse Rony.

— “Raio 2 em posição, câmbio”. _ disse Hermione.

— “Raio 3 em posição, câmbio”. _ disse Claudiomir.

— “Raio 4 em posição, câmbio”. _ disse Luna.

— “Raio 5 em posição,câmbio”. _ disse Cho Chang Donovan, que se oferecera para participar da operação, ao saber do que ia rolar.

— “Raio 6 em posição, câmbio”. _ finalizando a confirmação dos líderes de esquadrilha, Luke Donovan respondeu.

— “Atenção, Raios e suas Fagulhas, hora de servir o Cappuccinno. Preparar para vaporizar o leite, câmbio”. _ disse Harry, dando a ordem em código para o início da operação.

Cada esquadrilha era composta pelo avião-líder e mais outros dois. As vinte e uma aeronaves executaram curvas para suas respectivas zonas de lançamento e acionaram a liberação do gás comprimido do antídoto.

— “Raio 1, leite vaporizado, câmbio”.

— “Raio 2, leite vaporizado, câmbio”.

— “Raio 3, leite vaporizado, câmbio”.

— “Raio 4, leite vaporizado, câmbio”.

— “Raio 5, leite vaporizado, câmbio”.

— “Raio 6, leite vaporizado, câmbio”.

— “Entendido, Raios. Raio Líder, leite vaporizado. Conforme combinado, acionar reserva de combustível e seguir rumo sul. Aterrissar na Base Naval de Key West, câmbio”.

— “Entendido, Raio Líder. Reencontro das esquadrilhas em terra. Câmbio final”. _ os aviões acionaram suas reservas de combustível e, logo mais, aterrissaram na pista da Base Naval de Key West, já reservada para eles.

Reunidos à beira da pista, todos comemoraram o sucesso da operação.

—Confesso que eu pensei que o combustível não ia dar para chegarmos aqui, Harry. _ disse Luna _ Por que virmos para tão longe de Orlando?

—Nem tão longe assim, Luna. Os aviões já estavam preparados com uma reserva de combustível suficiente para chegar a Key West. Além disso, há um detalhe muito importante. _ e Harry olhou para o seu copiloto, que tentava se afastar deles sem chamar a atenção.

A tentativa de Sheridan foi frustrada por Claudiomir, que lhe passou uma rasteira. No chão, ele ainda tentou reagir e se levantar. Dois bem aplicados chutes do Capitão do BOPE, um no tronco fazendo-o perder o ar e outro que lhe fez saltarem dois dentes da boca, frustraram seu intento.

—Ai, essa doeu só de olhar. _ disse Hermione _ Precisava isso tudo, Claudiomir?

—Sem dúvida, Sra. Weasley. _ disse Claudiomir _ Esse #$%&*@!!! desse bruxo das Trevas sabotou a compressão do antídoto, reduzindo a sua concentração e, consequentemente, sua eficácia.

—C-como foi que você descobriu, trouxa de m***a (“Xii, ele não deveria falar assim. Se Claudiomir estiver de bom humor, Sheridan estará com sorte se apenas tomar sopa com canudinho por pelo menos um mês”, pensaram todos)?

Claudiomir levantou o espião do Círculo Sombrio e tampou a boca dele com mais um soco, que lhe arrancou outros dois dentes.

—Já imaginávamos que alguém tentaria sabotar a “Operação Cappuccinno” e, anteontem, uma dica confirmou quando, como e quem seria. Então nós terminamos de “dobrar os meios”, como eu havia dito antes. Ou melhor, “triplicar os meios”, através de outras maneiras de administrar o antídoto. Ele está adicionado a todas as bebidas vendidas nos parques e a refrescos oferecidos como cortesia. Mas isso ainda não é tudo, não é, Harry? _ perguntou Claudiomir.

—Sem dúvida nenhuma, meu caro Claudiomir. “Atenção, Trovão 1, aqui Raio Líder. Chantilly no Cappuccinno, agora”. _ disse Harry ao celular.

No mesmo instante, um C-130 decolou de uma pista vizinha e todos ouviram a voz de Neville Longbottom pelo viva-voz do celular do bruxo da cicatriz.

— “Entendido, Raio Líder. Nos falaremos assim que o Cappuccinno estiver com todo o Chantilly. Trovão 1, câmbio final”.

—Vamos ver o que está acontecendo agora. _ disse Harry, sacando a varinha e conjurando uma Tela Mágica _ “CINESKOPIA!

A tela mostrava a aeronave subindo até acima das nuvens e, logo em seguida, liberando vários tubos de sua fuselagem. Por eles, saíram as nuvens do antídoto, pressurizado e pulverizado sobre a área. Todos observaram que o aerossol tinha uma cor meio azulada, diferente do que os outros haviam pulverizado, que era branco. Menos de uma hora depois, o C-130 aterrissava e dele desembarcaram dois bruxos sorridentes, vestindo macacões de voo e segurando seus capacetes. Neville Longbottom e Derek Mason.

—Missão cumprida, Harry. O Cappuccinno acabou de receber todo o Chantilly, como planejado. _ disse Neville _ E com a ajuda do Prof. Mason, ficou ainda mais fácil.

—Eu não perderia de modo algum a oportunidade de lhes dar uma força. Sem contar que já estava com saudades de pilotar um C-130. Lembra-se da primeira vez que fizemos isso, Harry? _ perguntou Mason.

—Mas claro que sim, Prof. Mason. _ disse Harry, sorrindo e cumprimentando o professor _ Foi quando saltamos de paraquedas em Azkaban, para resgatar Janine.

Cuspindo sangue, Sheridan olhou para Mason, com ódio.

—Então vocês tinham um plano de contingência, desgraçados? Uma aeronave C-130 adaptada com pulverizadores. Muito engenhoso, realmente. Mas como descobriram? _ perguntou Sheridan.

—Desde quando planejamos espargir o antídoto, já sabíamos que alguém tentaria sabotá-lo e o momento mais propício seria, logicamente, durante o processo de compressão e acondicionamento nos cilindros. _ disse Mason.

—Então, tivemos a ideia de dar corda ao sabotador, para que ele mesmo se enforcasse. _ disse Claudiomir.

—Deixamos que você sabotasse apenas parte do antídoto, durante a sua compressão. _ disse Neville _ Enquanto isso, a maior parte era comprimida em outro lugar e adicionada de um reforço que eu criei. Além disso, ainda havia a parte que foi adicionada a todas as bebidas dos parques.

—E agora não haverá perigo. _ disse Luna _ Os visitantes dos parques estarão imunizados, caso não seja possível neutralizarmos o míssil.

—Malditos! Pensam que vão nos vencer? Será fácil avisar “Escuridão” de que o plano deverá sofrer alterações. _ disse Sheridan.

—Para isso, você precisará estar consciente. “ESTUPEFAÇA!!!

Esticando o braço, Harry canalizou o Feitiço Estuporante através do seu anel e incapacitou o bandido.

—Será que ele não conseguiu avisar o Círculo? _ perguntou Rony.

—Acho que não. _ respondeu Harry _ Se isso tivesse acontecido, “π” ou Pooka nos avisariam. Mas não podemos dar qualquer chance para o azar. Fred e Jorge estão cuidando da parte deles?

—Já, Harry. _ disse Hermione _ Estão em posição e já têm tudo pronto.

—Então podemos ficar mais tranquilos. Vamos para o nosso PRPO (Ponto de Reunião Próximo ao Objetivo). _ disse Claudiomir.

Todos seguraram uma vara de pescar e rodopiaram para seu destino, quando a Chave de Portal se acionou.

Enquanto os preparativos para frustrar o atentado do Círculo Sombrio em Orlando eram finalizados, uma importante reunião transcorria, na “Cidadela de Bóreas”. O Conselho dos Sete, liderado por seu Prior, Draco Malfoy, apresentava os últimos resultados das operações dos vários braços da organização.

—As operações de contrabando, chantagem, jogos, prostituição e outras vão de vento em popa, “Escuridão”. _ disse Draco _ Mas nas operações de tráfico de drogas parece até haver uma maldição. Todas aquelas nas quais o Círculo Sombrio assume a frente, sofrem retumbantes fracassos. Somente aquelas nas quais a nossa participação é pouco mais do que mínima é que obtêm algum sucesso, embora o lucro seja algo de simbólico, para não dizer irrisório. Creio que os nossos reveses do passado já criaram uma aura de pouca confiabilidade do Círculo no tráfico de drogas.

—E não é para menos. Basta lembrar o que Harry Potter fez com todas as nossas operações pelo mundo. Praticamente uma “Vitória de Pirro”. Temos sorte de nossas cabeças não estarem fazendo companhia à de Choo-Pak, na ponte da entrada de Roanapur, conservadas em cera. _ comentou “Escuridão”.

—Onde está “Sombra”? _ perguntou Mariana, enquanto um elfo doméstico saía pela porta, levando uma bandeja com jarras de água e garrafas térmicas de café vazias, consumidas durante a reunião _ Ela não deveria estar aqui conosco, ora pois?

— “AVADA KEDAVRA”!!! _ ouviu-se o brado de “Sombra” no corredor, lançando uma Maldição da Morte.

Todos saíram correndo da sala de reuniões e viram “Sombra” no corredor empunhando sua varinha, ainda em posição de combate. Aos pés da bruxa, jazia o corpo sem vida de um elfo doméstico, o mesmo que havia saído da sala há pouco com as bandejas.

Draco não havia prestado atenção no elfo mas agora, vendo os olhos azuis desmesuradamente abertos, pôde ver de quem se tratava.

Pooka. O pequeno informante que antes servira a Anastasia Artamonov.

—Por que você matou o elfo, “Sombra”? _ perguntou “Escuridão”.

—Eu já estava de olho nesse elfo há algum tempo, por isso não participei da reunião. Reparem na mão direita dele.

—Um Cristal de Armazenagem! _ exclamou Mariana.

—Exatamente, minha cara. _ confirmou “Sombra” _ E vejam que ele ia colocá-lo em um tubo de transporte junto com uma Bolha de Mensagem, certamente endereçada a Harry Potter, para informá-lo sobre os assuntos de nossa reunião.

—Desgraçado! _ exclamou “Escuridão”, pisoteando o tubo, o cristal e a bolha, dando vazão à sua raiva _ Sabe-se lá há quanto tempo essa peste estava passando informações para o Testa Rachada.

—Vou dar fim nesse corpo, ele não acrescenta nada à decoração do corredor. “EVANESCO!” _ com o feitiço de “Sombra”, o pequeno corpo do elfo desapareceu do lugar, como se jamais tivesse estado ali _ Agora, vamos cuidar do que interessa. Há um complexo de parques esperando por um ataque químico.

Aquilo podia representar grandes dificuldades (“Eu não contava com essa. A morte de Pooka vai dificultar um pouco o fluxo de informações”, pensou Draco). Absorto em seus pensamentos, o bruxo loiro voltou-se, a tempo de ver John Wayne aproximando-se dele.

—Só pode ser você, “π”. _ disse Draco _ Viu o que aconteceu?

—Não vai representar um grande problema, Draco. Pooka já estava muito doente e criou essa situação para que “Escuridão” desenvolvesse uma falsa confiança, achando que o espião foi neutralizado.

—Então, tudo está correndo como esperado?

—Sim, Draco. _ respondeu “π” _ Harry e os outros já têm tudo pronto.

—Amanhã será o grande dia, no qual uma vez mais os planos do Círculo Sombrio serão frustrados.

— “HOOYAH!” _ exclamou “π”, agora com a aparência de Mark Wahlberg, todo fardado para uma operação no Afeganistão.

—Só mesmo você, “π”, para dar uma de “Lone Survivor”. Tudo a ver com o perigo que enfrentamos. _ disse Draco, rindo.

Na manhã seguinte, o sol surgiu brilhante, proporcionando um belo dia, como já estava previsto pelos Serviços de Meteorologia. Os parques dos complexos Disney e Universal prometiam receber um enorme fluxo de visitantes, ávidos por usufruir daqueles paraísos de diversão. Todas as bebidas servidas nos parques já estavam adicionadas de doses do antídoto para o gás de nervos. Devidamente disfarçados e imunizados, Harry e seus amigos circulavam pelos parques, tentando localizar eventuais operativos do Círculo Sombrio, pois era certo que estariam por ali.

—Acha que conseguirão localizar o “Leviathan”, Mione? _ perguntou Rony, sorvendo um gole do Frappuccinno que havia comprado no Starbucks e que saboreava com prazer _ Gostoso, não?

—Creio que sim. _ respondeu Hermione, também tomando um gole do dela, semicerrando os olhos _ Delicioso. No momento do disparo, Fred e Jorge já poderão rastrear o míssil e interferir na sua frequência, bem como tentar traçar a rota que o “Leviathan” fará para retornar ao “Galactic”.

Em outro ponto, Harry fazia contato com Fred e Jorge. Os gêmeos Weasley haviam montado sua Workstation em um local que nem mesmo Harry tinha conhecimento, por razões de segurança. Os telefones de todo o grupo eram criptografados e as chamadas sofriam pelo menos meia dúzia de desvios. Os ruivos não brincavam em serviço.

—E então, “Castor” e “Pollux”? Tudo em ordem? _ perguntou Harry.

—Afirmativo, “Xangô”. _ respondeu Jorge _ Acabamos de rastrear o “Galactic” e parece haver uma pequena mudança, uma vibração junto à proa. O nosso sonar magicamente ultrassensível acabou de captar.

—E o que vocês acham que pode ser? _ perguntou Harry.

—Creio que deve ser a escotilha de liberação do “Leviathan”, abrindo abaixo da linha d’água, Harry. _ disse Fred _ O submarino mascara o sinal de sonar da sua turboélice com uma vibração semelhante a um canto de baleia.

—Certo. Mas não consegue mascarar totalmente a emissão de calor, não é verdade? _ perguntou Harry.

—Não consegue. E como um bônus nós também conseguimos isolar a frequência do “canto de baleia” do “Leviathan”. Ou seja, sabemos exatamente onde aquele peixinho está a cada momento. Totalmente hackeado.

—Mal sabem eles que, enquanto pensam que vão nos pegar de surpresa, estaremos à espera deles. Avisem assim que captarem sinais de que eles vão disparar o míssil.

—OK, “Xangô”. Deixe por conta de “Castor” e “Pollux”. _ A ligação foi encerrada. O Círculo Sombrio jamais conseguiria rastreá-la (“Vamos causar mais uma ferida naqueles bastardos e com um pouco de sorte será mortal ou, no mínimo, irá aleijá-los”, pensou Harry).

No submarino Classe Typhoon, outrora denominado “Simbirsk” e agora rebatizado como “Leviathan”, o comando estava sendo exercido por um veterano Capitão da “Военно-морской флот СССР”, a “Voyenno-morskoy flot SSSR”, Marinha da União Soviética. Alexei Timofeyevitch Borzov envergava o uniforme de submarinista do Círculo Sombrio, com as insígnias do posto e sentia-se bem à vontade, pois muito comandara aquele tipo de belonave. Observando pelo periscópio a costa da Flórida, ao longe, ele revisou os cálculos que havia feito e julgou que era o momento. Dirigiu-se à mesa dos mapas, conferindo que aquela era a posição exata. Tomou do microfone e deu início às operações.

—Atenção, Sala de Mísseis, preparar. Carregar silo Nº 1 e aguardar comando de disparo.

A tela mostrava o quadro dos mísseis, com o silo Nº 1 carregado e pronto. “Escuridão” havia optado por carregar as ogivas químicas em um IRBM, pois não era o caso de usar um míssil intercontinental.

—Silo Nº 1 carregado e aguardando ordens para disparar. _ comunicou o Artilheiro pelo rádio _ É uma honra participar de uma missão com o senhor, Capitão Borzov.

Спасибо, Борис. Я очень рад служить таким талантливым и преданным молодым людям (“Spasibo, Boris. YA ochen' rad sluzhit' takim talantlivym i predannym molodym lyudyam” “Obrigado, Boris. Fico muito contente em servir com jovens tão talentosos e dedicados”). _ respondeu o Capitão _ Aguardar o meu comando. 3..., 2..., 1..., DISPARAR!

Boris apertou o botão e, com um estrondo, o míssil emergiu e alçou voo, impulsionado pelos seus propulsores. Subiu verticalmente, até atingir a altitude de cruzeiro e então direcionou-se para o continente.

—Pegamos, mano! _ exclamou Jorge, após captar o sinal do míssil na tela do seu computador _ Estamos no rastro da bala.

—E que tamanho de bala, hein? _ disse Fred, inserindo os comandos para interferir no sistema de orientação do IRBM. _ Atenção, “Xangô”! Acabaram de despachar a encomenda e já estamos melando a entrega.

—Entendido, “Castor” e “Pollux”. Mesmo que não consigam melar a entrega, o destinatário está protegido. Mas sempre é melhor não dar chance para o azar. Sei que essa encomenda é do tipo que solta vários presentes.

—Sabemos disso, “Xangô”. _ disse Jorge _ Estamos trabalhando para que os presentes fiquem pelo caminho.

Enquanto o mortal artefato se deslocava pelos ares, Fred e Jorge Weasley interferiam na frequência de sua navegação, para desviar sua trajetória e impedi-lo de espalhar sua carga. O míssil era de um tipo que, ao atingir a altitude e a distância programadas, liberava seis ogivas contendo a carga química, biológica ou nuclear, conforme o caso. Aquilo servia para ampliar a área de cobertura.

—Mano, conseguimos! _ exclamou Jorge _ Bloqueamos o sinal de navegação e liberação.

—Beleza, Jorge. Estou avisando Harry. _ disse Fred _ Harry, está feito. Conseguimos desviar o míssil e travar as ogivas.

—Ótimo, Fred. Vou avisar aos outros. _ disse Harry.

Mas no instante seguinte, os gêmeos ficaram brancos.

—Menos uma! _ exclamou Fred _ De algum modo uma das ogivas escapou de nosso controle e foi liberada, antes de desviarmos o míssil para cair na Green Swamp Wilderness Preserve, totalmente inerte.

—Até parece que alguém interferiu na nossa interferência, mano. Aqueles malditos devem ter um Hacker de ultra-elite. _ disse Jorge. _ E só pode ser...

ESTEBAN STORAKIS, O “GREY LYNX!”— exclamaram juntos os gêmeos, entre surpresos e furiosos _ Aquele FDP deve ter conseguido liberar uma das ogivas, depois que a travamos. Está ouvindo, Harry?

—Estou, cunhados. _ disse Harry _ E essa ogiva vem para que área dos parques?

Magic Kingdom e EPCOT Center. _ disse Fred _ Exatamente onde vocês estão.

—Bem, não vai dar em nada, todos estão imunizados. E está servindo para identificarmos operativos do Círculo, pois parecem estar meio agitados. Parece que no EPCOT está acontecendo o mesmo, pelo que Ferris está dizendo. Eles já estão prendendo os safados e os Aurores estão recebendo um grande reforço: Cho, Luke e o Prof. Mason.

Com efeito, vários dos visitantes do Magic Kingdom estavam agindo de forma meio ansiosa, mesmo antes que fosse ouvido o som do arrebentamento e a ogiva liberasse o seu pernicioso conteúdo.

Nada aconteceu aos milhares de turistas e aos funcionários. O talento de Neville Longbottom não havia falhado.

Aliás, falando em Neville Longbottom...

Já era certo que haveria um ou outro operativo do Círculo Sombrio, infiltrados entre os turistas, até mesmo entre os funcionários, mas aquilo era diferente. Ele já a havia visto há pouco e ela parecia não estar se movendo da mesma maneira, parecendo até ser outra pessoa.

Afinal de contas, não era de se esperar que a responsável por personificar a ratinha Minnie se movimentasse como se não estivesse acostumada com a fantasia da personagem.

Nos fundos de uma das lojas, Neville confirmou suas suspeitas. A funcionária que personificava Minnie estava ali, nua e morta por uma “Avada Kedavra”. Só havia uma pessoa que ele supunha ser capaz de matar alguém desnecessariamente, com tamanha frieza e precisão. E ele estava indo atrás dela, o mais rápido que podia.

Vestindo a fantasia da Minnie e correndo para um lugar seguro, fora do raio de alcance do bloqueio de desaparatação que havia no local, ela olhou para trás e viu quem a perseguia, correndo e desviando-se dos obstáculos com suas habilidades Ninja, ficando contente com aquilo, pois proporcionaria a vingança que ela esperava.

Só que outra pessoa também havia percebido que algo estava errado e também corria no encalço da ratinha. Luna seguia por outro caminho, tentando alcançá-la antes que chegasse à Casa Mal-Assombrada, onde o bloqueio perdia sua força e ela poderia desaparatar para longe dali. Os três chegaram quase que ao mesmo tempo e, para levar vantagem, tomou como refém uma menina que se aproximou dela, sem saber do perigo que corria.

—Joguem no chão e fora do seu alcance as varinhas ou mato esta miúda, sem a menor hesitação, ora pois. _ disse ela, com a voz abafada pela cabeça da fantasia, mas com o sotaque não deixando dúvidas sobre sua identidade.

Luna e Neville Longbottom obedeceram à ordem, pois jamais colocariam em risco a vida de civis. Sentindo-se segura, ela soltou a menina, que correu para seus pais. Ao preparar-se para desaparatar, uma dor aguda no ombro esquerdo chamou sua atenção. Cravado nele, havia um “Lunar”, um dardo Shuriken personalizado, arremessado por Luna.

—Tente fugir desacordada, ordinária. _ disse Luna, avançando. Mas a outra era resistente e ainda conseguiu agir, de maneira inesperada e fatal.

— “AVADA KEDAVRA!” _ a bruxa bradou e o raio verde da Maldição da Morte atingiu em cheio o seu alvo.

Neville Longbottom caiu morto, aos pés de Luna, diante do olhar incrédulo de sua esposa.

Aproveitando-se da situação, a outra bruxa removeu a cabeça da fantasia, mostrando sua face, confirmando o que já sabiam.

Mariana Lugoma, a amante de “Escuridão”. Talvez o sedativo tivesse enfraquecido por falta de uso do “Lunar”, talvez a bruxa tivesse alguma imunidade parcial, mas o fato foi que, mesmo entontecida, ela teve forças para matar Neville, tirar a cabeça da fantasia e saborear sua vingança, antes de desaparatar.

—Eu tencionava somente fugir deste parque, mas antes disso poder matar Neville Longbottom, um dos “Top Five” da minha lista, é algo que completa o meu dia,ora pois. _ disse Mariana, com a voz meio pastosa, desaparatando em seguida.

Após um momento de choque, Luna tomou consciência do que havia acabado de acontecer e caiu de joelhos ao lado do corpo de seu esposo, sem conseguir sequer chorar, em choque. Somente com o grito que os Inseparáveis deram ao chegarem e se depararem com aquela cena foi que ela começou a voltar à realidade.

NEVILLE!!!— Harry, Rony e Hermione chegaram ao local, olhando com incredulidade para aquela cena. Neville Longbottom morto, com Luna abraçada a ele.

—Não... não pode ser! _ exclamou Hermione, sem acreditar no que via.

—Neville... morto? Mas como? _ perguntou Rony.

—Quem foi que fez isso, Luna? _ perguntou Harry, ajoelhando-se ao lado da amiga, que não soltava o corpo do esposo.

—F-foi Mariana... Lugoma. Aquela vadia das Trevas estava us-usando a fantasia da ratinha Minnie, certamente deve t-ter matado a funcionária e vestido o traje. Ela... ela fez uma refém e n-nos mandou soltar as... as varinhas. Quando ela soltou a menina, eu l-lancei um “Lunar” que a atingiu no ombro.

—E então? _ perguntou Claudiomir.

—De algum modo o sedativo não fez efeito imediatamente, Claudiomir. Ela ainda teve forças para lançar uma “Avada Kedavra” em Neville e desaparatar. _ disse Luna com voz trêmula, enquanto seus nervos finalmente cediam e a loirinha começou a chorar copiosamente.

Naquele momento, Mason, Cho e Luke aparataram no local, após terem sido informados do que havia ocorrido.

LUNA!— exclamou Cho, correndo e abraçando a amiga.

—Teremos que sair daqui antes que comecemos a chamar demais a atenção, Harry. _ disse Luke _ As pessoas estão se aproximando e logo vão começar a fazer perguntas.

Tem razão, Luke. É melhor apagar as memórias dos turistas que estão aqui, enquanto ainda são poucos. “OBLIVIATE!” _ bradou Harry, apagando as memórias dos poucos turistas que estavam lá. Em seguida, segurou no ombro de Claudiomir e todos desaparataram para a base de operações.

No centro de Orlando, um apartamento alugado sob nome falso servia de base de operações para o grupo de Harry Potter. A missão havia sido quase que totalmente bem-sucedida, exceto por um triste detalhe. No centro da sala, um ataúde lacrado guardava o corpo do valoroso Neville Longbottom, responsável direto por salvar milhares de vidas, impedindo que o atentado químico do Círculo Sombrio à Disney tivesse sucesso. Consternados, os presentes tentavam não pensar em nada, enquanto aguardavam qual seria o próximo passo. Fred e Jorge ainda não haviam chegado, pois permaneciam monitorando os movimentos do “Leviathan”, já que o submarino ainda não havia retraído para o “Galactic”.

Enquanto isso, em um apartamento em Fort Lauderdale, “Escuridão” aguardava que Mariana recobrasse os sentidos. Assim que sua amante acordou dos efeitos do “Lunar”, o bruxo a abraçou.

—Minha querida, meus parabéns. _ disse “Escuridão”.

—Mas por que, ora pois? O atentado não deu certo.

—Calma, minha cara. Sempre tenho uma carta na manga. _ e o bruxo das Trevas beijou Mariana, apaixonadamente _ Você atingiu profundamente Harry Potter e seus Inseparáveis ao matar Neville Longbottom. E o atentado químico já é uma página virada.

—Como assim? _ perguntou “Sombra”, que acabara de chegar, juntamente com um grupo de operativos.

—Oh, olá, “Sombra”. _ disse “Escuridão” _ Bem, por que vocês acham que dei ordens para que o Capitão Borzov não retraísse com o “Leviathan” para o “Galactic”? Digamos que agora vai rolar a segunda parte do show. Vou colocar em prática o meu “Plano-B”.

—E qual seria? _ perguntou Mariana.

—O que é que começa com “B”? “Bomba”, é claro. Mas não uma bombinha qualquer. Vai fazer bastante... “sujeira”.

Presente na sala, “π” ficou horrorizada, pois havia percebido o significado das palavras de “Escuridão”. Assim que foi possível sair do local, desaparatou dali, indo para um local pré-combinado, no qual encontrou a pista da localização de Harry.

No apartamento, Harry tinha uma Budweiser long neck na mão e a saboreava em pequenos goles, tentando decidir o que fazer. A perda de Neville atingia a todos eles, pois eram amigos desde o primeiro ano de Hogwarts. Os outros também tomavam cervejas geladas, exceto Luna. Vencida pelo cansaço, pelo choro liberado e a conselho de Harry, a bruxa loira havia ido para o quarto e estava dormindo, após tomar uma poção para não sonhar. Naquele momento, uma batida à porta tirou Harry de seus devaneios.

—Quem é? _ perguntou o bruxo de óculos, com sua varinha em punho.

—Entrega para o Sr. Harry Potter. Taxa postal de 3,14 centavos.

Harry abriu a porta e viu Terence Hill à sua frente. Imediatamente, assumiu a aparência de Bud Spencer.

— “Como decidiremos quem ficará com o Buggy?” _ perguntou Harry.

— “Que tal uma disputa de salsicha e cerveja?” _ redarguiu “π”.

Ela entrou e Harry reassumiu sua própria aparência. Ofereceu uma Budweiser a ela, que abriu e tomou um gole.

—O que houve, “π”? _ perguntou Harry.

—O perigo ainda não terminou, Harry. _ disse “π” _ “Escuridão” pretende utilizar seu “Plano-B”, uma nova bomba.

—Mas não vai adiantar lançar mais ogivas químicas, todos estão imunizados. _ disse Rony.

—Não é química, Rony. _ disse “π” _ Será uma “Bomba Suja”.


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