Harry Potter e o Estigma da Serpente escrita por JMFlamel


Capítulo 26
Luta Pelo Manuscrito


Notas iniciais do capítulo

O desfecho do duelo na Biblioteca Secreta da Miskatonic e o início de mais um ano letivo. Será que descobriremos algo mais sobre o "Avatar das Trevas"? E qual será o "Plano-B" de "Escuridão"?



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CAPÍTULO 25

 

LUTA PELO MANUSCRITO

Entrando na biblioteca e rapidamente se escondendo por trás de um balcão, Rony tentava localizar o Ki do provável agente do Círculo Sombrio que estava lá dentro, com certeza atrás dos manuscritos da camareira de Aleister Crowley (“Se esse desgraçado tem conhecimento de ‘Hoda Korosu’ eu preciso tomar muito cuidado, pois qualquer objeto pode virar uma arma na mão dele.Por sorte eu também tenho experiência nessa arte”, pensou ele).

Mal teve tempo de invocar outro Feitiço Escudo, pois vários grampos foram arremessados com o auxílio de um elástico e com força suficiente para cegá-lo, caso o atingissem. Rony conseguiu sentir a direção do Ki, mas não a sua localização exata (“Muito esperto. Sabe manter o Ki rebaixado. Provavelmente teve treinamento Ninja com algum remanescente do Ryu de Kuji-Kiri, assim como outros do Círculo. Só que eu não posso ficar aqui só me defendendo, preciso localizar e neutralizar essa ameaça”, pensou o bruxo). Ao se mover na direção em que havia localizado o Ki, Rony parou e olhou para o alto e para o chão. Várias lâmpadas estavam quebradas e seus cacos estrategicamente posicionados, de modo a denunciar com seu barulho a aproximação de quem os pisasse (“Certo, engraçadinho. Então vamos tentar localizá-lo do alto”).

Utilizando o Bukujutsu, Rony subiu pela parede, saltando para o alto da estante mais próxima, quando percebeu que havia caído em uma armadilha. O bandido havia enfraquecido com ácido as pernas de um lado da estante, de modo que ela se desequilibrasse quando o peso sobre ela aumentasse. A estante foi caindo por sobre as outras que, mesmo sem a sabotagem, iam tombando sob o peso, em um efeito dominó. Antes que perdesse o equilíbrio, Rony saltou para a outra fileira de estantes, aterrando em superfície firme. Do alto, localizou a nova direção do Ki e viu um vulto, agachado por trás das estantes, oculto sob uma capa. Saltou da estante e aterrou, sem ruído, por trás da figura. Nova armadilha.

Na verdade, a capa estava cobrindo uma pilha de livros. Uma mudança na vibração do Ki, durando apenas uma fração de segundo, alertou Rony Weasley do perigo que se aproximava. Empunhando uma revista enrolada, o bandido atacou, deixando de atingi-lo por pouco. Ainda bem, pois o objeto provocaria o mesmo impacto de um golpe de cassetete. Rony desviou-se e empurrou uma escada de rodas na direção do agressor, conseguindo atingir a mão que empunhava a arma improvisada. Porém, o agressor atacou novamente, desta vez empunhando dois crachás plastificados com bordas afiadíssimas, visando o pescoço de Rony que, para não ter suas carótidas seccionadas, empunhou dois dicionários, golpeando as mãos do bandido e, em seguida, seu rosto. A máscara que ele usava caiu e Rony pôde identificá-lo. Era Steve Jansen, assassino trouxa, há anos na folha de pagamento do Círculo Sombrio, entre cujos talentos estava incluído o conhecimento de Hoda Korosu. Não seria um adversário fácil, ainda mais porque a varinha de Rony havia caído, quando ele estava saltando entre as estantes.

A ciência combativa denominada HADAKA KOROSU (Hadaka / Hoda = Nu, desarmado + Korosu / Satsu = matar), conhecida também no Japão medieval como "Oshikiuchi", foi ministrada junto com outras técnicas samurais no clã Aizu gerando o "Aiki Bujutsu" do mestre Sokaku Takeda.

Traduzido para o português como "Nu-matar", o HADAKA KOROSU é o milenar ramo das artes marciais que ensina ataques contundentes às áreas e pontos vitais do corpo humano (e de certos animais) e a improvisar armas a partir de elementos e utensílios comuns que variam de acordo com a época, o ambiente e a cultura local.

Sua história pode ser traçada até o Egito Antigo como o primeiro método científico de combate corpo-a-corpo desenvolvido exclusivamente para atender as necessidades dos guarda-costas de elite dos faraós e, posteriormente, dos imperadores do Oriente quando estes especialistas se debandaram como mercenários vivendo entre os guerreiros citas, mongóis e cossacos.

Nos anos 30 e 40 do século XX, os princípios e manobras remanescentes do Hadaka Korosu eram praticados secretamente na China dentro de alguns templos e escolas de artes marciais internas. Uma vez descoberto pelos instrutores militares europeus, suas técnicas de aprendizado e resultado rápido foi ministrado para acelerar o treinamento de Forças Especiais criadas para missões de extrema urgência.

Uma das principais características que ajudam a identificar estes elementos do Hadaka Korosu diluídos em diversas artes marciais é o seu uso original e não-ortodoxo da mão semi-fechada com o punho geralmente na vertical, e do seu golpe relâmpago parecido com um jab do Boxe. Na Grécia o Hadaka Korosu esteve presente no Pancrácio e em Roma nos embates entre gladiadores e contra feras. Na Índia esta forma peculiar de se golpear foi chamada de Vajramushti.

Resumindo, era uma arte perigosíssima, pois qualquer objeto que estivesse nas mãos de um praticante poderia converter-se em uma arma mortal. Por sorte, Rony Weasley também possuía conhecimento dessa arte, estando apto a enfrentar Jansen.

E foi o que ele fez, aproveitando-se de que o bandido havia soltado os crachás. Mas Jansen não estava indefeso, pois empunhou um lápis recém-apontado, tentando atingir a têmpora de Rony. O bruxo desviou-se e pegou uma folha de papel sulfite novinha, rapidamente passando-a sobre o dorso da mão esquerda de Jansen, cortando uma veia e fazendo com que o sangue começasse a escorrer, distraindo-o momentaneamente com a dor do corte. Foi tempo mais do que suficiente para que Rony pisasse em uma tampinha de refrigerante que algum aluno teria deixado cair e, quando ela subiu, fosse chutada com toda a força, atingindo a testa de Jansen como uma pedrada. Enquanto o bandido estava tonto, Rony executou um Atemi com a mão semifechada, visando o tronco de Jansen na altura do diafragma, para tirar-lhe o ar.

Ainda meio desorientado, Jansen bloqueou de qualquer jeito o golpe de Rony e tentou ganhar distância, enquanto a sala parava de girar. O bandido do Círculo viu que ali não estava um adversário fácil. O manuscrito que procurava não se encontrava ali, devia estar em alguma sala reservada, o que seria mais lógico de pensar dada a sua importância. Mas Jansen não conseguia localizar nenhuma porta que desse acesso a outras salas.

Não teve muito tempo para pensar, pois Rony atacou novamente, fazendo com que recuasse até a mesa da secretária, onde abriu o reservatório do apontador e recolheu as aparas dos lápis, esfarelando-as e lançando o pó no rosto de Rony, que ficou temporariamente cego, esquivando-se de um golpe de Jansen com a orientação do Ki. Naquele momento, o assassino de aluguel notou que a última estante caída havia atingido a parede e removido parte do revestimento, deixando ver algo que parecia o canto de uma porta. Pegando uma cadeira e usando as pernas como alavanca, removeu o restante do revestimento e expôs toda a porta. Uma pequena bomba caseira, feita com fertilizante, Teflon e celulose de talo de bananeira, explodiu a fechadura e permitiu que Jansen abrisse a porta e descesse pela escada.

Rony seguiu atrás dele, antes parando para pegar sua varinha, que ele havia localizado sob uma das estantes. Assim que desceu as escadas, viu-se em um imenso salão subterrâneo, com vários níveis nos quais encontravam-se estantes, vitrines, caixas, baús e mesas, em um misto de biblioteca e museu. Aquela era a Biblioteca Secreta da Miskatonic, onde estavam guardados livros de valor inestimável, bem como objetos arcanos com poderes ocultos, além de documentos com importantíssimos segredos que, se divulgados, seriam capazes de mudar o mundo, elevando-o aos mais altos níveis do desenvolvimento ou precipitando-o nos abismos da destruição.

Mas somente um objeto interessava a Jansen, eram os manuscritos com as anotações da camareira de Aleister Crowley, nos quais estavam transcritos os trechos do Necronomicon que possibilitariam invocar os Ancient Ones. “Escuridão” queria os tais manuscritos e Rony precisava deter Jansen a todo custo, afinal de contas não seria nada bom Cthulhu, Nyharlathotep e outros seres do mesmo tipo andando por aí.

Jansen procurava pelos manuscritos, calculando que estariam em alguma das vitrines ou dentro de algum cofre. Naquele momento, Rony entrou na biblioteca secreta.

— “LOCOMOTOR MORTIS!” _ Rony lançou um Feitiço de Pernas Presas, que deixou de atingir Jansen por uma fração de segundo (“Praga! Esse cara é ágil o bastante para escapar do raio de ação de um feitiço”, pensou o bruxo). O bandido não ficou parado. Arremessou um peso de papéis na base de sustentação do pedestal de um enorme candelabro, que caiu quase em cima de Rony. As velas começaram a incendiar o tapete e Rony tratou de apagar o fogo rapidamente com mais um feitiço _ “AGUAMENTI!” Seu cretino! Esta biblioteca possui segredos e tesouros de arte insubstituíveis e você estava prestes a pôr fogo em tudo!

—Só me interessa levar aquilo que fui pago para roubar. Não dou a mínima para o restante, seja lá o que for.

—Mercenário ignorante! _ exclamou Rony, rapidamente se aproximando e atingindo Jansen com um potente Yoko-geri. O bandido recuou, meio sem ar _ Você não se importa nem com o que “Escuridão” quer fazer com os manuscritos? Acha que vai ser bom para o mundo enlouquecer ao olhar para Cthulhu? E quanto aos outros Ancient Ones?

—É “Escuridão” quem me paga, portanto não discuto suas intenções. _ disse o mercenário, massageando o tronco, sem perceber que Rony fazia um pesado livro voar para suas costas, com Telecinese. O livro bateu e desequilibrou Jansen, o suficiente para que Rony o acertasse com um Uraken que, se Jansen não acompanhasse o movimento, teria quebrado seu pescoço. Ele recuou, novamente, limpando um filete de sangue do canto da boca _ Você bate bem forte, Auror. Provavelmente foi aluno de Derek Mason. Bem que o chefe me mandou tomar cuidado, pois talvez mandassem um “Camaleão-Fantasma” para tentar me deter e parece que é você.

Jansen olhava à sua volta por dois motivos. Primeiro, tentando encontrar meios de deter seu oponente e também para ver se localizava algum possível cofre ou vitrine, no qual o manuscrito da camareira de Crowley pudesse estar. Acabou encontrando as duas coisas.

Quando Rony Weasley avançou, Jansen simulou um acesso de tosse e se abaixou, puxando o tapete. O bruxo se desequilibrou e recuou. O mercenário avançou e o empurrou, fazendo com que batesse com força em uma estante, provocando uma chuva de livros, dos mais diversos tamanhos e pesos.

— “PROTEGO!” _ Rony invocou um Feitiço Escudo para impedir que os livros o atingissem mas a quantidade era enorme, sobrecarregando sua barreira com o peso e imobilizando-o da cintura para baixo, sob aquela verdadeira avalanche literária, a varinha escapando de sua mão e rolando para baixo de um sofá, fora do seu alcance.

—Bem, você foi muito bom, Auror. Pena que não o bastante. _ com um sorriso, Jansen dirigiu-se a uma vitrine com vidro reforçado, atrás da qual o manuscrito estava. Empunhou um maçarico Laser e começou a cortar, com cuidado _ Duvido que esse vidro resista ao Laser.

Meio atordoado e preso da cintura para baixo sob uma montanha de livros, Rony viu Jansen terminar de cortar o vidro e retirar de dentro do expositor os manuscritos da camareira de Aleister Crowley, conferindo o texto.

—É isto que o chefe me mandou roubar. Creio que fiz jus ao meu pagamento. Bem, adeus, Auror. Não se esqueça de colocar no seu relatório que foi vencido por um trouxa mais habilidoso do que você. _ disse Jansen, rindo e preparando-se para colocar em uma bolsa os manuscritos.

Sem tempo para convocar a varinha com Telecinese, Rony lembrou que havia algo no bolso de seu Blazer, uma moeda de 50 cents, a qual ele pegou e lançou, como se fosse um pinhão de aço Ninja, com a força de seu Ki, atingindo com precisão o pulso direito de Jansen, fraturando o escafóide e fazendo-o soltar os manuscritos no chão.

—Não vai conseguir, maldito. “ACCIO VARINHA!” _ disse Rony, aliando magia e Telecinese, assim convocando rapidamente sua varinha.

—É o que você pensa, Auror. Sem poder sair de baixo dessa pilha de livros, não poderá fazer muito, mesmo com sua varinha. _ Jansen pegou os manuscritos com a mão esquerda, pois ainda não conseguia segurar nada com a direita, devido ao pulso fraturado. Mas Rony estava disposto a ir longe para evitar que ele fugisse com os manuscritos.

—Não me deixa outra alternativa a não ser fazer isto, seu desgraçado! “SECTUMSEMPRA!” _ o mortal jato de chamas roxas foi disparado por Rony, mas não visava nenhum ponto vital e sim a mão esquerda de Jansen, que foi amputada e caiu no chão, ainda segurando os manuscritos, o urro de dor do bandido ecoando no subterrâneo. Um Feitiço de Desaparição fez o resto _ “EVANESCO!” Nem eu e nem você, bandido!

A mão esquerda amputada de Jansen e os manuscritos que ela segurava desapareceram, sem deixar vestígios, antes que ele pudesse fazer qualquer tentativa de pegá-los com a mão direita, mesmo com o pulso fraturado e inchado.

—Seu desgraçado! Isso dói para valer!! _ gemeu o assassino do Círculo Sombrio.

—Prepare-se para o resto. “IMPEDIMENTA!

Jansen foi atirado uns três metros para trás pela Azaração de Impedimento e levantou-se, cambaleando. Tratou de fugir, enrolando um pano no coto da amputação, o qual sangrava pouco, cauterizado pelo próprio feitiço (“Sei lá se esse cara inventa de disparar uma ‘Avada Kedavra’. Posso não ter tanta sorte da próxima vez”, pensou ele). Saiu correndo pela porta e o eco de seus passos perdeu-se nas escadas, ouvindo-se depois um barulho de vidros quebrados. Logo depois chegaram Smith e Armitage.

Mr. McCarter! O senhor está bem? _ perguntou Armitage.

—Estou vivo, mas preso debaixo dessa montanha de livros. _ disse Rony, com um gemido _ Vocês chegaram a vê-lo?

—Sim, chegamos. _ disse Smith _ Ele saiu pela abertura de acesso e atravessou uma das vidraças. Saiu correndo pelos jardins e sumiu no bosque. Talvez tivesse um carro esperando. Ele conseguiu levar os manuscritos?

—Não, eu os destruí. E ele ainda perdeu a mão esquerda e teve o pulso direito fraturado.

—Por isso ele tinha um pano enrolado no braço esquerdo. _ disse Armitage.

—Certo, agora é hora de sair daqui. _ e Rony fez menção de fazer um feitiço para levitar os livros.

—Espere, Mr. McCarter. _ disse Armitage _ O pessoal do Departamento Médico está vindo aí, não faça nada até eles chegarem.

—Está bem, Dr. Armitage. Vou esperar.

Dali a pouco um grupo de socorro chegava, composto por quatro técnicos de enfermagem e chefiado pelo Dr. Kazumichi Tanabe, com material de primeiros-socorros e uma maca rígida.

Mr. McCarter, vamos remover os livros e colocá-lo na maca. Será mais seguro conduzi-lo ao Departamento Médico para alguns exames. O peso de tantos livros pode ter causado alguma lesão séria.

—Então eu vou ajudá-los, pois agora posso me concentrar na execução do feitiço. “WINGARDIUM LEVIOSA!” _ com o Feitiço de Levitação, os livros começaram a flutuar e ficou bem mais fácil para que fossem afastados, permitindo que Rony fosse transferido para a maca rígida.

—Tudo bem, Mr. McCarter? _ perguntou o Dr. Tanabe _ Consegue sentir as pernas?

—Consigo, estão meio dormentes por eu ter ficado muito tempo em uma mesma posição, mas posso mover meus pés, vejam. _ e Rony movimentou os pés, para alívio de todos. Em seguida, foi carregado para o Departamento Médico, a fim de realizar os exames.

Mr. McCarter, o senhor teve muita sorte. O seu excelente condicionamento físico proporcionou um reforço muscular que impediu uma fratura de vértebras e uma lesão medular que poderia deixá-lo paraplégico ou então fazê-lo freqüentar sessões de fisioterapia por muito tempo, pois creio que seria difícil restaurar sua coluna com cem por cento de cura, mesmo com magia. _ disse Susan Gwillim, a médica que havia acabado de interpretar a Tomografia Computadorizada que Rony acabara de fazer no Departamento Médico _ Vai sair daqui caminhando normalmente, como se nada tivesse acontecido. No seu lugar, qualquer outro estaria em uma cadeira de rodas.

—Que bom, Dra. Gwillim. _ disse Rony, enquanto ia para trás do biombo e despia o avental, vestindo suas roupas, sem notar que a médica não tirava os olhos de sua sihueta, através do tecido _ Confesso que fiquei preocupado.

—Então o senhor destruiu os manuscritos, Mr. McCarter? _ perguntou Smith.

—Sim, Dr. Smith. _ disse Rony, ajeitando o Blazer— Tive de fazê-lo, para que Jansen não os levasse.

—Melhor assim. _ disse Armitage _ Agora a única cópia existente está em segurança, guardada em Hogwarts. Para onde o senhor vai?

—Voltar para Boston e de lá para a Inglaterra. _ disse Rony _ Tenho um relatório para fazer. Precisam de ajuda para arrumar aquela bagunça que ficou, lá em baixo? Creio que um pouco de magia ajudaria bastante.

—Seria de grande ajuda, Mr. McCarter. _ disse o Dr. Edmunds.

Desceram novamente ao subterrâneo e Rony utilizou magia para consertar os estragos e colocar as coisas de volta nos seus devidos lugares, inclusive uma caixa lacrada, que fez seu Ki vibrar. Como estava com pressa de voltar para Londres, nem quis saber o que havia dentro. No final, reconstituiu o disfarce da entrada da ala secreta da biblioteca e reposicionou as estantes, com seus respectivos livros.

Se tivesse aberto a caixa, ficaria espantado ao encontrar lá dentro uma pedra oval polida, com três linhas diagonais e um forte brilho no seu interior. Algo de que ele não ouvia falar desde seus dezesseis anos de idade.

O retorno a Boston e de lá para Londres correu sem maiores novidades. O Shikigami de Rony havia desempenhado bem o seu papel de turista, visitando e fotografando pontos turísticos de Boston. Uma pequena visita a Salem e, no dia seguinte, Rony estava tomando uma lareira com destino a Londres.

Um novo ano letivo estava para ter início e nossa conhecida turma de bruxinhos embarcava no Expresso de Hogwarts, após despachar as bagagens. Novamente duas cabines com Feitiços de ampliação Interna foram reservadas e eles logo trataram de abrir a comunicação entre elas.

—Mais um ano. _ disse Adriano _ E agora vocês já não são mais calouros.

—Pelo menos não foi preciso sair em nenhuma aventura perigosa, como aquela do México. Não sei se teríamos tanta sorte uma outra vez. _ disse Tiago.

—Sei não, gente. _ disse Larissa _ Hogwarts já reserva aventura suficiente para nós.

—Principalmente quando é preciso colocar no lugar alguns idiotas que gostam de fazer Bullying com os outros. _ disse Albert _ E infelizmente eu fazia parte desse tipo de gente, durante o ano passado.

—Fique tranquilo, Pettigrew. _ disse Narcisa _ Prometo que ninguém mais vai encolher suas cuecas.

—Nem me lembre. Aquilo dói um monte. _ disse o garoto, com um arrepio, enquanto abraçava Leilane Jordan, sentada ao seu lado. Depois que havia rompido com os idiotas Waverly e Portman, o jovem sonserino havia sido convidado para o grupo de estudos dos Novos Marotos e sentia-se bem à vontade com eles. Mas havia algo que ele não havia revelado a ninguém e nem pretendia, pelo menos por enquanto.

Ele sabia sobre o grupo das Trevas que o “Avatar” estava sendo obrigado por “Escuridão” a treinar em Hogwarts e queria fazer algo para fazer com que o bruxo que, muito provavelmente, estava sendo forçado a hospedar o espírito de Voldemort se libertasse do jugo impingido pelo líder do Círculo Sombrio.

—É bom ver que você descobriu em tempo o atraso que era continuar na companhia daqueles dois. _ disse Randolph _ Como foi que se juntou com aqueles caras, Pettigrew?

—Eles moravam perto do meu tio, Ozymandias Trelawney. Éramos amigos desde bem pequenos, mas acho que tudo era para me manter doutrinado para as Trevas, sem jamais questionar o papel que meus pais tiveram na Ordem, para que não descobrisse a verdade.

—E quanto a você? _ perguntou Mafalda _ O que achava?

—Primeiro eu não sabia direito de que se tratava. Depois eu achava que eles eram tipo revolucionários, aquela coisa de contracultura, entendem? Lógico que nunca me disseram o que a Ordem das Trevas realmente fazia. Então, quando soube que meus pais haviam sido vencidos em combate pelos Inseparáveis e que o principal responsável havia sido o Prof. Potter aos dezessete anos, eu o considerei responsável, principalmente depois que eu soube da morte deles em Azkaban. Quanto a Lord Voldemort, é lógico que eu sabia quem ele era e sobre sua trajetória como líder da Ordem das Trevas. Mas no ano passado eu fiquei sabendo do outro lado da história, depois que o Prof. Potter me contou sobre o que eles fizeram e que só queriam terminar suas penas em Azkaban e retornar, com seu débito para com a Bruxidade pago.

—Mas o Círculo acabou impedindo. _ disse Tiago.

—Exatamente. Minha mãe engravidou e eu nasci na enfermaria de Azkaban. Minha avó me levou para Carlisle e me criou até que, depois de sua morte, fui para a casa do Tio Ozymandias e lá conheci Waverly e Portman. Mas nunca ninguém me contou nada sobre a juventude de meus pais.

—Acho que nisso eu posso ajudar, Sr. Pettigrew. _ ouviu-se uma voz.

—Diretor Black. Bom dia. _ disseram os jovens.

—Bom dia. Soraya, você esqueceu sua agenda.

—Obrigada, papai. _ e Soraya pegou a agenda, guardando-a na bolsa _ Mas é claro! Vocês foram colegas de Casa em Hogwarts.

—Sim. Formávamos um grupo de criadores de confusão que deixava muitos professores de cabelos brancos. _ disse Sirius.

—Os Marotos. _ comentou Lílian.

—Pois é. Éramos eu, Tiago, Remus e Peter. Então, Sr. Pettigrew, o senhor tem curiosidade sobre a juventude de seus pais? Ninguém lhe contou nada?

—Não, parece que fizeram um pacto de silêncio. Tudo o que eu soube foi por outras fontes.

—Aliás, parabéns pela sua decisão de afastar-se de trevosos. _ disse Sirius, satisfeito com a decisão do filho de seu antigo colega.

—Descobri que não valia a pena, ser partidário das Trevas não iria levar a nada. Não sei se meu raciocínio não é meio distorcido, mas eu acho que se antes ainda havia uma motivação ideológica quando alguém aceitava seguir Lord Voldemort no caminho da Ordem das Trevas, hoje em dia a coisa é diferente. _ disse o garoto _ Com o Círculo Sombrio tomando para si a responsabilidade de tentar reerguê-la, não há mais honra ou convicção e sim somente motivações de ambição e banditismo, pois “Sombra e Escuridão” não passam de escroques bruxos e o Círculo Sombrio é uma quadrilha.

—O senhor está certo. Bem, para sabermos dos Marotos, teremos de retornar aos dias da minha infância. _ disse Sirius _ A família Black sempre foi partidária das Trevas, salvo algumas exceções. Quando éramos crianças e chegávamos à idade escolar, tínhamos a opção de seguir os estudos com um preceptor em casa ou de ir para escolas trouxas. Eu disse ao meu pai que preferia ir para uma escola trouxa, alegando que assim poderia me infiltrar entre eles mas, na verdade, não queria receber doutrinação trevosa a domicílio. E foi em uma escola primária trouxa, onde fiz as primeiras séries, que conheci Tiago Potter. Embora nossos pais se conhecessem, não se cruzavam muito. Orion Black sempre foi partidário das Trevas e, pelo contrário, Norman Potter sempre as havia combatido, assim como seus ancestrais. Os Potter meio que me adotaram como um segundo filho e eu passava muito tempo com eles, até que saí de casa e, aos dezesseis, montei casa própria, ajudado por meu tio, Alphard. Mas, voltando ao nosso primeiro ano, estávamos na Plataforma 9 ½, aguardando para embarcar. Vimos que dois bruxinhos com vestes mais humildes estavam sendo incomodados por outros, entre os quais reconheci Lucius Malfoy, Ebenezer Crabbe e Sylvius Goyle. Só puros-sangues esnobes e filhos de trevosos.

—E o que vocês fizeram? _ perguntou Narcisa.

—Eu e Tiago nos aproximamos e fingimos tropeçar. Naquele momento, enchemos os bolsos das vestes deles com Chumbinhos Fedorentos. Quando eles começaram a liberar o fedor, ninguém conseguia ficar perto deles e então tiveram de passar a maior parte da viagem na sacadinha do último vagão, até que o mau cheiro se dissipasse. Acho que era por isso que Lucius Malfoy não gostava muito de mim. _ disse Sirius, com um falso sorriso inocente, enquanto os jovens riam _ Depois, quando Tiago e eu já estávamos na cabine, os dois garotos entraram, pois as outras estavam lotadas. Na época, as cabines ainda não eram magicamente ampliadas, mas nós demos um jeitinho e aumentamos o seu tamanho. Eles se apresentaram como Peter Pettigrew e Remus Lupin. Começamos a conversar e logo parecia que éramos amigos há anos. Depois chegou um outro garoto que, embora não estivesse usando vestes bruxas, chamava a atenção pois vestia um quimono japonês.

—Só podia ser papai. _ disse Sabrina.

—Exatamente. Era Derek Mason, que explicou a razão de usar quimono, pois até então vivera no Japão com seu avô adotivo, Ryusaku Komori. Aquele dia foi o nascimento dos Marotos. Derek era o quinto, mas sempre afirmava não merecer tal honra.

—Não foi naquele dia que vocês conheceram papai? _ perguntou Nereida.

—Foi. Ele e Lílian Evans já eram amigos desde a infância e também partilharam a cabine conosco. Na verdade foi também o início da inimizade entre Severo e Tiago.

—E piorou ainda mais quando vovó foi selecionada para a Grifinória e o Prof. Snape para a Sonserina. _ comentou Tiago.

—Sim. E só não se carneavam porque Derek sempre conseguia evitar que acontecesse o pior entre os dois. Não foram poucas as vezes nas quais ele impediu que os dois saíssem no braço. Como eu disse, os Marotos foram um dos maiores grupos de Criadores de Confusão de Hogwarts. Aprontávamos mil e uma pegadinhas, principalmente em cima de sonserinos. Era uma época em que a rixa era grande entre as duas Casas e eu me vi bem no meio do fogo cruzado, no início do primeiro ano.

—Como assim, Diretor? _ perguntou Leilane.

—Sendo um Black na Grifinória, eu era quase que uma aberração. Os grifinórios me olhavam com desconfiança por ser de uma família tradicionalmente trevosa e os sonserinos me desprezavam por eu ter sido selecionado para a Grifinória. E quem mais levantava a bandeira das Serpentes eram Lucius Malfoy e minha “querida priminha”.

—Bellatrix. _ comentou Lílian, enquanto Mariel e Mirela tiveram um involuntário tremor, talvez pela fama que a falecida bruxa possuía. A varinha de Lílian, feita de Pau-Brasil e tendo como cerne mágico um fio de cabelo da Iara vibrou de leve e Julius percebeu algo.

—Estão ouvindo uma canção suave? _ perguntou o garoto.

—Não, nada. _ responderam as meninas.

—Eu estou ouvindo. _ disse Randolph e os garotos concordaram. Sirius também ouviu.

—Deve ser alguma coisa da varinha de Lílian. _ disse Sirius.

—É mesmo. _ disse Tiago _ De vez em quando ela cantava suavemente e só eu e papai ouvíamos. Como o cerne é um fio de cabelo da Iara, quando ela canta só os homens ouvem.

—Da mesma forma que as mulheres são imunes ao canto das Sereias. _ Narcisa observou.

—Continuando, com o tempo o pessoal parou de pegar no meu pé, principalmente porque viram que eu era diferente dos outros Black, ao contrário do meu irmão mais novo, Regulus. _ disse Sirius, sem deixar de notar o fato da reação da varinha de Lílian, imediatamente após o tremor de Mariel e Mirela.

Talvez os outros atribuíssem o tremor à menção do nome e à fama de crueldade e insanidade de Bellatrix Lestrange, prima de Sirius e amante de Voldemort. Mas o bruxo sabia de outras coisas como, por exemplo, a parte da conversa entre Dumbledore e Harry, que o afilhado havia contado somente a ele sobre os filhos de Bellatrix e Voldemort e a probabilidade de um deles ser o “Avatar das Trevas”.

—E houve uma época em que vocês se tornaram Animagos. _ disse Randolph, trazendo Sirius de volta ao assunto da conversa.

—Ah, sim. E foi por causa do seu pai, Randolph. _ disse Sirius _ Quando entramos para Hogwarts, o Salgueiro Lutador foi plantado no jardim. Na verdade ele encobria a velha e agora interditada passagem secreta que levava à Casa dos Gritos, que era o lugar onde seu pai ficava quando se transformava. Quando descobrimos que Remus era um Lobisomem, ele teve medo de que nos afastássemos dele. Mas fizemos algo para que seus períodos de transformação fossem menos penosos. Tornamo-nos Animagos clandestinos.

—Uau! _ exclamou Larissa _ Tornar-se um Animago registrado, com supervisão de um orientador, já é difícil. E vocês o fizeram por conta própria?

—Não foi fácil. Peter teve muita dificuldade, precisou de toda a nossa ajuda e, para facilitar, escolheu um animal pequeno. Ele se transformou num rato, eu em um cão negro e Tiago em um cervo. Assim podíamos fazer companhia a Remus, durante seus períodos de transformação lupina, deixando-o menos selvagem. Naquela época, Tiago acabou salvando a vida de Severo, por causa de uma brincadeira de mau gosto da minha parte, que me custou uns seis meses de detenções e da qual me arrependo até hoje. Severo acabou entrando pela passagem, indo até a Casa dos Gritos e surpreendeu Remus em transformação. Tiago o tirou dali, enquanto eu e Peter acalmávamos Remus.

—Que perigo! _ disse Nereida _ Papai poderia ter morrido ou sido mordido.

—Pois é. E ainda não havia a vacina para a Maldição Lupina, como há hoje. Remus se mantém calmo através da versão mais recente da Poção Mata-Cão, que permite a ele ter controle de sua mente, mesmo transformado. Depois, no sétimo ano, Derek descobriu que Severo havia aderido aos Death Eaters mas, alguns anos depois da formatura, ele passou a agir sob ordens de Dumbledore, infiltrado. Foi ele quem descobriu sobre o perigo que rondava os Potter, devido à profecia de Sibila.

—Minha mãe? _ espantou-se Albert.

—Sim. Ela foi contratada por Dumbledore, para lecionar Adivinhação. Naquela época, Voldemort estava no auge dos seus poderes e nós fazíamos parte da Ordem da Fênix, combatendo as forças das Trevas e tentando levar nossas vidas. Meu irmão, que havia entrado para os Death Eaters e depois desertado, foi morto por Rosier. Meus pais já estavam mortos e eu acabei herdando o patrimônio e os negócios dos Black, mesmo meio a contragosto, para evitar que Bellatrix tomasse posse, pois era a Black mais velha depois de mim. Mas foi bom, porque pude fornecer apoio logístico à Ordem da Fênix. Sem que soubéssemos, Peter havia se tornado espião de Voldemort e foi ele quem ouviu parte da profecia de Sibila, sob transfiguração, com a aparência de Severo. Só que quando ele informou Voldemort, Severo estava perto e depois pôde avisar Dumbledore.

—Sobre o que tratava a profecia, exatamente? _ perguntou Vicenzo _ Eu sei que falava sobre o Tio Harry, mas nunca foram divulgados muitos detalhes.

—Já se passou muito tempo e, mesmo assim, grande parte dos fatos ainda não é de conhecimento geral. _ comentou Lílian _ Papai só nos disse que a profecia tratava sobre uma criança, nascida no final de julho e que teria o poder de vencer Voldemort.

—A profecia dizia que uma criança poderia vencer Lord Voldemort, devido a um poder que o Lorde das Trevas não possuía. Poderia ser Harry ou Neville, pois Lílian e Alice estavam grávidas e com o parto previsto para a mesma época.

—Papai? _ perguntou Julius.

—Sim. Mas Voldemort julgou que Harry seria a maior ameaça, devido à sua origem mestiça, vendo algo de si nele. Depois que as crianças nasceram, Voldemort concentrou seus esforços em perseguir Harry, também pelo fato dele ter nascido no último dia de julho, enquanto Neville havia nascido antes.

—Foi quando eles passaram cerca de um ano se escondendo. _ comentou Cliff.

—Quando Harry estava com um ano, ativamos um Feitiço Fidelius para ocultar o esconderijo dos Potter e, no princípio, eu seria o Fiel do Segredo. Sem que mais ninguém soubesse, nós mudamos o Fiel na última hora. Tiago, Lílian e eu escolhemos Peter como Fiel do Segredo, por ele ser praticamente desconhecido dos Death Eaters, um especialista em operações cobertas e sigilosas, sua Animagia ajudando bastante.

—Mas vocês não sabiam que ele já espionava para Voldemort. _ disse Albert.

—Exato. Foi o nosso erro, ele soube dissimular muito bem. Quando Voldemort soube da localização, foi até Godric’s Hollow e atacou. Depois soubemos que Peter estava com ele e recolheu sua varinha, mantendo-a sob sua guarda até o seu retorno. Eu e Hagrid chegamos quase ao mesmo tempo e tiramos Harry da casa. Deixei minha moto voadora com ele e fui atrás de Peter, sabendo que somente ele poderia ter sido o traidor. Não sinto nenhum orgulho nisso, mas confesso que desejei ardentemente matá-lo pelo que ele havia feito a uma família que o estimava e havia confiado nele.

—Foi quando ele forjou a própria morte. _ disse Adriano.

—Sim, foi. Nós nos confrontamos em uma rua e ele, que já havia amputado o dedo, utilizou uma “Bombarda Maxima” para explodir a tubulação subterrânea de gás, antes gritando “Como você pôde fazer isso com eles?”, para lançar a culpa em mim. Havia bruxos ali e eles ouviram o que Peter dissera. Na explosão, treze trouxas morreram e só encontraram o dedo dele. Eu fiquei rindo, pois pensei que ele havia morrido com seu próprio feitiço e que a justiça havia sido feita. Só que, para toda a Bruxidade, eu era o Fiel do Segredo e, portanto, o traidor dos Potter.

—Foi algo planejado de forma muito inteligente. _ disse Mafalda.

—Bastante. _ concordou Sirius _ Eu fui preso, Crouch me mandou direto para Azkaban e só a certeza da minha inocência me impediu de enlouquecer com os Dementadores. Fiquei encarcerado por doze anos e, nesse meio tempo, Peter ficou disfarçado como rato com sua família, primeiro com Percy e depois com Rony.

—E ninguém desconfiou de nada. _ comentou Sabrina.

—Ninguém. Quando Harry estava no terceiro ano, Fudge foi me visitar em Azkaban e eu pedi o jornal a ele. Quando vi a foto dos Weasley no Egito, reconheci Peter no ombro de Rony, constatando que ele não havia morrido e que continuava espionando, atrás de notícias sobre um possível retorno de Voldemort. Fugi de Azkaban como cachorro e nadei até a costa.

—Deve ter sido difícil nadar naquela água gelada do Mar do Norte. _ Soraya e Leilane se arrepiaram ao imaginar o que Sirius havia passado.

—Nem me fale. _ disse Sirius _ Antes de ir para Hogwarts atrás de Peter, dei uma passada em Surrey para tentar ver Harry.

—E acabou dando um baita susto nele. _ disse Tiago _ Ele me contou.

—De lá fui para Hogwarts, sem saber que Ayesha me ajudava secretamente, deixando pelo caminho itens mágicos que poderiam ser úteis. O resto é de conhecimento geral. Peter foi desmascarado, mas conseguiu fugir e juntou-se a Voldemort na Albânia, dando os contornos finais ao plano do seu retorno. Voldemort retornou e houve a Segunda Ascenção, com as batalhas do Ministério da Magia, Azkaban e Avalon, onde Voldemort cometeu Seppuku.

—Uma história cheia de detalhes e mistérios. _ disse Albert _ E creio que muita coisa ainda não pode ser dita.

—Um dos maiores mistérios foi o meu retorno do Mundo do Além. Acho que ainda não era a minha hora. _ disse Sirius _ E agora o perigo voltou, com o Círculo Sombrio. Mas um dia eles terão o que merecem.

—Com certeza, Diretor. _ disse Albert _ Oh, estamos quase chegando a Hogsmeade. Mais um ano letivo nos espera.

Desembarcaram e tomaram os coches, em direção a Hogwarts para mais um ano de estudos.

Em Montreal, no Canadá, um homem com uma prótese na mão esquerda e uma tala na direita entrou em um prédio de escritórios, tomando o elevador e indo ao último andar. Lá chegando, dirigiu-se à sede de uma indústria de medicamentos e, após anunciar-se à secretária, foi conduzido à sala do presidente. Um oriental alto, de olhos verdes, sorriu e o cumprimentou.

—Vejo que foi difícil na Miskatonic.

—Não consegui os manuscritos, o maldito Auror os desintegrou, juntamente com minha mão esquerda. Mas aqui está o outro objeto que você queria, chefe. _ disse Jansen, estendendo para “Escuridão” uma caixinha que havia roubado na Biblioteca Subterrânea da Miskatonic e que ocultara no pano que havia enrolado no coto do antebraço, ao fugir.

—Excelente, Mr. Jansen. _ disse “Escuridão” _ A chance de invocar os Ancient Ones se perdeu, ao menos por enquanto. Mas um bom estrategista jamais fica sem um bom “Plano-B”. Agora tenho tudo o que preciso para colocar em prática um plano que nem mesmo Voldemort poderia realizar. Creio que essa sua prótese pode melhorar um pouco. “Animatur!

A prótese de Jansen tornou-se animada, igual a uma mão natural, respondendo aos comandos de sua mente.

—Muito obrigado, chefe. Pode me requisitar, sempre que for necessário.

—Com certeza. Bom dia.

Depois que Jansen saiu, “Escuridão” olhou para o conteúdo da caixinha e, satisfeito, colocou um comprimido debaixo da língua e começou a rir, insanamente.


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