O Irmão Gêmeo escrita por VeronicaFerCard


Capítulo 8
Capítulo 8




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“Oh! Desculpe por isso. São minhas palavras. Não do Lance. É só que... Ele parecia tão mal naquela época.”

“É, tão mal que ele virou hetero.” Arthur não guardava mais nenhuma magoa de Lance, mas ainda assim, ele não podia evitar a amargura quando ele pensava em como Lance o havia deixado quando ele mais precisava.

“Tenho que concordar com você, amigo. Eu teria oferecido meu ombro para ele chorar.” Merlin disse rindo. “Sério, como você pode deixa-lo escapar? Você viu aquele rosto?”

“Não seja oferecido, Merlin. E claramente você não tem a história toda. Ele me deixou.”

“Não foi o que ele contou. Ele disse que não te viu por meses. Você simplesmente se mandou.”

Meu pai estava doente!” Arthur gritou. Então ele abaixou a voz e disse sarcasticamente. “Ou Lance se esqueceu dessa parte? Ele precisava de mim!”

“O Lance também!”

Arthur deu uma risada sarcástica. “Ele não parecia ter câncer terminal da ultima vez que o vi.”

“Eu sei Arthur, eu entendo. Você tinha que cuidar de seu pai. Mas três meses, Arthur! Como você se sentiria se seu parceiro simplesmente sumisse por três meses sem uma palavra? Ele teve que deixar uma carta porque ele não sabia quando ia te ver de novo.”

Ambos haviam levantado suas vozes e agora eles estavam praticamente gritando um para o outro.

“Exatamente, Merlin, uma carta. Aqueles foram os piores meses da minha vida. Quando eu não estava trabalhando eu estava no hospital com meu pai, eu mal dormi. E só pra ficar claro, nós costumávamos falar no telefone toda noite. Mas ai parou de responder minhas ligações então eu fui ao apartamento e, o que eu encontro? Um carta! Agora, diga-me, como você se sentiria se a pessoa para quem você entregou seu coração te largasse através de uma carta, quando você mais precisava dele?”

Merlin não disse nada. De repente a pizza pareceu pesar no estômago de Arthur. Ele se levantou do sofá marrom pela segunda vez naquele dia. Mas dessa vez ele não se sentiu mal por deixar Merlin sozinho.


oOo



O apartamento de Arthur parecia um daqueles “decorados” onde as pessoas poderiam ver como sua casa ficará depois de pronta. Não tinha vida, nem toque pessoal. Mas para ser sincero, Arthur não passou muito tempo lá. Ele comprou quando entrou na universidade, então foi morar com Lance depois da formatura. Ele voltou depois da separação, mas naquele tempo ele costumava passar a maior parte do tempo com seu pai. Despois da morte de Uther ele ficou lá por apenas algumas semanas antes de ir para Dublin. Então ele não podia realmente reclamar sobre a falta de vida, ou comida no lugar.


Ele também não podia ficar mais na casa de Uther. Ele nem queria ter ido para lá para começar. Ele compraria tudo que ele precisava no dia seguinte. Naquele momento ele apenas queria estar num lugar que o pertencesse.


oOo



O dia seguinte era um sábado então Arthur se permitiu ficar na cama até meio dia. Ele tinha que buscar suas coisa na casa do pai e fazer compras. E ligar a geladeira.


Depois de mais uma olhada para o relógio em cima criado mudo ele saiu da cama e foi tomar banho. Só quando ele fechou o chuveiro que Arthur se lembrou de que suas roupas estavam todas nas malas. Na casa de Uther. Arthur praguejou para seus shampoos.

Felizmente ele achou um velho par de jeans e uma camisa polo no closet, mas nenhuma meia. Arthur nem se deu ao trabalho de procurar por cuecas. Ele lavou e fez o seu melhor para secar suas boxers com o ferro de passar. O dia não havia começado bem.


oOo



Quando ele chegou à mansão de Uther Arthur teve que parar o carro atrás do Porsche vermelho. Merlin estava certo. O destino realmente existia. E era uma bela de uma vadia.


Ele quase não teve tempo de sair do carro e ela já o estava abraçando.

“Arthur!” Oh, como eu senti sua falta, querido! Como você está?” Ela disse enquanto o sufocava com seus braços.

“B-em.” Ele respondeu enquanto tentava gentilmente puxa-la para trás.

“Oh, olha para você! Tão magrinho! Eu aposto que você não tem se alimentado direito. Venha, vamos almoçar.”

Ele deveria ter ficado na cama.

Depois de comer o suficiente para um time de futebol Arthur finalmente conseguiu escapar para o andar de cima e pegar suas coisas, ele estava quase indo embora quando Catrina o encontrou novamente.

“Eu sei que deveria parar de vir aqui.” Ela disse enquanto ele fechava o porta-malas. Ele se virou para olha-la.

“Não! Tudo bem, sério. Ninguém vem aqui de qualquer forma. É bom que você tome conta do lugar.”

“É só que... Eu tenho tantas memórias boas da época em que morei aqui. Por que você ou Morgana não moram aqui? É um ótimo lugar.”

“Acho que a casa é muito grande para uma pessoa solteira. E Morgana nunca gostou daqui.”

“Bobagem. Tenho certeza de que quando um de vocês começar a ter filhos vocês vão lutar para ver quem fica com a casa. Você está certo sobre não ser um lugar para uma pessoa solteira. É um lugar para uma família.” Ela sorriu para ele. “Avise-me se você não me quiser mais por aqui, querido. Até mais.” Ela entrou no carro e se foi.

Um lugar para uma família. Arthur não quis ser rude então ele não contou a ela que a razão pela qual Morgana nunca gostou da casa era o fato de que depois da morte de sua mãe eles foram criados praticamente por babas e tutores, isso sem mencionar as três madrastas. Uther nunca estava em casa. Não parecia uma família para nenhum deles, mas Morgana era três anos mais velha que ele e ela se lembrava de como a família Pendragon costumava ser.

Por sua parte Arthur sempre amou o a casa onde ele havia crescido, mas era um lugar grande demais só para ele, e ele não via uma família no seu futuro próximo. Talvez ele devesse perguntar o Troll se ela queria comprar.


oOo


Depois de deixar suas coisas no apartamento Arthur fez a lista de tudo que ele precisaria comprar e foi ao supermercado. Ele ainda estava pensando sobre vender a casa então ele ligou para Morgana para pedir sua opinião enquanto ele dirigia o carrinho pelos corredores do supermercado.

“Adivinha quem eu vi hoje?” Ele perguntou quando ela atendeu.

“Ela te abraçou, não foi?”

“Como um urso.” Eles riram. “Escuta, eu estava pensado.”

“Nunca um bom sinal.” Ela provocou.

“Cala boca e escuta. Eu estava pensando em vender a casa do pai para a Catrina. O que você acha?” Ele segurou o telefone entre o ombro e a orelha para que pudesse pegar uma caixa de cereal da prateleira.

“Eu teria feito isso meses atrás se fosse por mim, mas você ama aquela casa, nem tente negar. Por que você quer se livrar dela?”

“É muito grande só para mim. De qualquer forma, o que você acha?” Ele perguntou de novo, pegando o celular na mão e indo para o próximo corredor.

“Eu acho que você vai se arrepender.”

“Por quê?”

“Porque quando você começar a ter filhos você não vai querer morar em um apartamento. É um péssimo lugar para criar crianças.”

“Você só pensa em filhos agora, hein?” Ele brincou enquanto pegava mais um dos itens de sua lista. “Eu nem sei se vou ter filhos um dia.”

“Claro que vai. Eu só vou arruinar meu corpo uma vez, e eu não quero gêmeos. Então, você precisa me fornecer sobrinhos para que meu filho tenha com quem brincar. Eu não quero que ele ou ela cresça sozinho.”

“Eu não acredito que você disse isso. Sua vadia egoísta. Só por isso eu decidi que não vou ter filhos, nunca. E se eu mudar de ideia eu não vou deixa-los brincar com sua criação maligna.”

“Va se foder.”

Arthur estava passando pela seção de bebidas quando viu a garrafa do uísque que Merlin havia tomado no dia anterior.

“Enfim, deixa isso para lá. Eu tenho que te contar como foram as coisas como o MERLIN!”

O destino estava realmente tentando foder com ele hoje.

Arthur quase bateu nele com o carrinho enquanto vira o corredor.

“Arthur?” Morgana e Merlin disseram ao mesmo tempo.

“Hey.” Ele respondeu levantando a sobrancelha.

“Arthur? Que diabos? Morgana perguntou de novo.

“Eu não deveria ter deixado você sair daquele jeito noite passada. As coisas que eu disse... Acho que deveríamos conversar.” E lá estava ele, falando rápido e quase sem respirar.

Merlin estava usando um moletom verde-escuro grande demais para ele. Ele parecia melhor que na noite anterior. Havia uma caixa de lasanha congelada em suas mãos. Comida de universitário, Arthur pensou.

“Eu não sou uma pessoa grosseira. E eu fui grosseiro com você, o que é imperdoável. Especialmente depois de tudo o que você fez por Cathal e por mim. Então, o que você diz? Você vai me dar uma chance para me redimir?” Ele perguntou sorrindo.

“Arthur?” Morgana gritou do outro lado da linha.

“Falo com você mais tarde.” Ele desligou na cara dela.



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