O Irmão Gêmeo escrita por VeronicaFerCard


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Eu mantive os nomes que o Merlin usa para xingar o Arthur no original, até porque acho quem nem tem tradução.



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A porta da frente estava aberta quando Arthur chegou, ele tomou aquilo como um convite e entrou.

“Merlin?” Ele chamou quando encontrou a sala vazia.

Não houve resposta.

“Merlin?” Arthur tentou de novo, indo para a cozinha.

“Ele sempre esteve lá por mim.” Merlin estava sentado no chão da cozinha, ele estava olhando para a garrafa vazia que estava em suas mãos. Ele não estava chorando, mas havia rastros de lágrimas em seu rosto.

Arthur se sentiu desconfortável parado em pé então sentou no chão ao lado de Merlin.

“Você tomou tudo aquilo?” Arthur perguntou, apontando a garrafa. Desesperadamente tentando achar algo para preencher o silêncio que se seguiu.

“Só estava meio cheia.” Ele respondeu. Ele riu sem humor. “Cathal podia beber um barril inteiro como se fosse água. Acho que isso é só mais uma coisa em que ele era melhor que eu.” Ele ficou em silêncio por alguns segundos e continuou. “Eu sou tão covarde. Eu fugi. E mesmo assim, ele ainda me amava. Ele disse isso, na carta. As últimas três palavras do meu irmão para mim. ‘Te amo, Merls.’” Sua voz começou a ficar mais e mais embargada a medida que ele falava. “Agora, diga-me Arthur. Diga-me. Como ele poderia continuar me amando? Como? Eu o deixei para traz, eu não estava lá quando ele mais precisou de mim.” Ele começou a chorar de novo. Havia enormes lágrimas correndo por seu rosto. Então ele se virou e encarou Arthur com os olhos azuis mais brilhantes que ele havia visto. “Diga-me, Arthur. Como ele poderia ainda me amar depois de eu tê-lo deixado sozinho?”

A respiração de Arthur ficou presa em sua garganta. Ele não sabia como responder aquilo. Merlin parecia tão frágil, tão destruído, que Arthur teve vontade de abraça-lo, e já que ele não tinha nenhuma palavra para conforta-lo, ele o fez. Ele colocou seus braços ao redor dos ombros de Merlin e Merlin se aconchegou em seu peito. Ele começou a tremer, agarrando a cintura de Arthur com a força de um alguém que está se afogando. Arthur podia sentir as lágrimas ensopando sua camisa, mas ele não se importava.

“Shh. Vai ficar tudo bem. Eu estou aqui.” Ele disse enquanto fazia círculos com a mão esquerda nas costas de Merlin.

Demorou um tempo, mas eventualmente Merlin parou de tremer. Ele levantou a cabeça do de onde estava escondida no peito de Arthur e o olhou. Seus olhos estavam avermelhados e seu um pouco rosto inchado pelo choro, mas ele parecia mais calmo.

“Assim é melhor.” Arthur disse com um sorriso simpático.

“Eu estou bêbado. Desculpe pela camisa.”

“Tudo bem, não se preocupe. Hm, talvez nós devêssemos sair do chão, quer dizer, se você estiver bem.”

Eles se encararam por um longo momento antes que Merlin respondesse.

“Sim, sim. Claro.”

Eles se levantaram e Merlin colocou a garrafa vazia em cima da pia. Ele parecia melhor, e nenhum pouco embaraçado pelo seu colapso, o que surpreendeu Arthur (que não era acostumado a demonstrar seus sentimentos, especialmente para estranhos), mas também, Merlin estava bêbado.

“Eu deveria ir para casa e te deixar descansar, você parece estar preci...”

E então Merlin vomitou na pia antes que Arthur pudesse terminar a frase.

“Ou talvez eu deva ficar um pouco mais.” Ele decidiu depois que Merlin terminou de esvaziar seu estômago.

“Não, por favor. Você fez já o bastante, eu deveria sair do seu pé.”

“E toda aquela conversa de não querer ficar sozinho?” Arthur não queria deixar Merlin sozinho para se afogar no próprio vômito. Ele parecia atrapalhado o bastante para fazer aquilo.

“Acho que estou um pouco mais sobreo.”

“Ok. Eu estou com fome. Eu estava no meio do meu jantar quando você ligou. Então, que tal você me compensar com pizza. O que você diz?

Merlin pareceu considerar a ideia por alguns segundos antes de responder.

“Eu digo que sim.” Então aquele sorriso estava lá novamente e o coração de Arthur pulou uma batida.


oOo


“Como alguém tão magro pode comer tanto?” Eles haviam pedido duas pizzas grandes e Merlin comeu uma praticamente sozinho.

“Eu também estava com fome.” Ele disse com a boca cheia. “Não comi nada desde manhã!”

“Modos Merlin! Engula sua comida antes de falar.”
“Eu estou na minha casa seu clotpole. Eu como do jeito que eu quiser.” E só para provar seu ponto ele lambeu o dedo indicador.

Arthur engoliu em seco.

Merlin, sem a mínima ideia dos efeitos que estava causando, continuou a lamber seus outros dedos enquanto falava.

“As pessoas deveriam se sentir a vontade em suas próprias casas. Especialmente agora que eu sou o único morando aqui. Quer dizer, claro que eu me sentia confortável com a Gwen, ela é minha melhor amiga afinal de contas. Mas ele é uma mulher e, você sabe, mulheres e sua mania de limpeza. Eu espero que ela não esteja enlouquecendo o Lance, ele é um cara legal...”

Gwen. Lance. Graças aqueles dois nomes Arthur conseguiu sair do transe em que os dedos de Merlin haviam o colocado antes que ele se envergonhasse deixando seu corpo seguir a linha de pensamentos que ele estava tendo sobre aqueles dedos. Ele sacudiu a cabeça para clarear a mente. Foi quando a ficha caiu.

Gwen. Lance.

“Merlin!”

“... o ex-namorado dele era um idiota real. Que?” Arthur nem havia percebido que ele ainda estava falando.

“Quando você diz Gwen e Lance, você quer dizer Guinevere e Lancelot?”

“Sim. Você os conhece?”

“Não conheço a Guinevere, mas o Lance eu conheço muito bem.”

“Oh, que coincidência louca, Gwen morava comigo, mas agora que ela está gravida ela foi morar com o Lance. Mas você já deve saber disso.” Arthur se perguntava se aquilo era o álcool ou se Merlin sempre falava como se estivesse em uma competição para saber quem consegue usar mais palavras por segundo. “Então, de onde você conhece o Lance?”

Arthur estava tão maravilhado pelo fato de o mundo ser tão pequeno e de como todas as peças de sua vida pareciam o direcionar para Merlin que ele simplesmente sorriu e respondeu.

“Eu sou o idiota real.”



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