O Chaveiro Em Forma De Gato escrita por Callye Hiver


Capítulo 5
A briga


Notas iniciais do capítulo

Isso ai, saiu cap novo! Espero que gostem o/ Mas só pra constar, eu não sou boa em escrever brigas! Então, não me xinguem ok? >///



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– Satoshi-kun... eu te amo... - disse ela, por fim. Mas logo, arregalou os olhos, pos havia acabado de ver Yuki. Ela se soltou do abraço. - Y-Yuki...

Ela imaginava que ele estivesse bravo, com muita raiva dela, por fazer isso tudo, depois do que ele havia lhe dito. Ele colocou a mão em seu ombro e a empurrou. Ela já estava quase ouvindo os gritos dele contra ela - até que percebeu que não estava bravo com ela, e sim, com Satoshi.

Yuki havia acabado de acertar o garoto com um soco de direita.

- EI! - Gritou o loiro, perdendo o equilíbiro. Ele colocou a mão onde Yuki o havia acertado. - Qual é o seu-- AAAH! - Ele gritou de dor, quando Yuki se aproximou e enrolou seus cabelos entre os dedos, puxando-os.

- Escute aqui, Hikaru - dizia ele em um tom frio e ameaçador, de uma forma que Kaori nunca havia visto. - Eu fiquei te observando faz um tempão. Eu não gosto de você. E eu com certeza não deixarei você tocar novamente na Kaori, entendeu? - Ele olhava o loiro sério. O belo brilho de seus olhos havia sumido.

- Ah é mesmo? - Desafiou ele. - Escuta, eu não te conheço, mas vejo que você me conheçe muito bem.  Pelo jeito... a Kaori deve ter falado muito de mim, não é mesmo? - Provocou, segurando as mãos de Yuki. Apesar de não demonstrar, sentia muita dor com seus cabelos sendo puxados com força.

- CALE A BOCA! - Gritou o neko, jogando o loiro contra a parede com força, e o empurrando contra ela, segurando a gola da camisa dele. - CALE A BOCA! EU NÃO IMPORTO SE A KAORI GOSTA OU NÃO DE VOCÊ, NÃO VOU DEIXAR ELA FICAR COM UM MERDINHA METIDO IGUAL VOCÊ!

Kaori estava paralisada. Ela não sabia o que fazer.

- Isso é o que veremos, garoto - e chutou a barriga de Yuki, empurrando-o para trás.

- YUKI! - Kaori levou as mãos à boca. Ela queria separar os dois, mas sabia que nas condições do neko, ele a empurraria para longe. Ela estava paralisada.

- Ela é minha... Yuki? É esse seu nome? - Ele riu. Empurrou-o, fazendo o garoto cair no chão. Ele começou a dar diversos socos no rosto dele. - Quer saber, Yuki? Você fica ai dizendo que não vai deixar que eu fique com a Kaori, mas quer saber? Ela já é minha. Desde cinco anos atrás. - Ele deu um sorriso desdenhoso.

Quando Satoshi ia dar outro soco, Yuki segurou sua mão. Deu uma forte cabeçada nele - o que fez com que Satoshi colocasse suas mãos na testa, dando oportunidade para Yuki agarrar seu pescoço, enforcando-o.

- Escuta aqui, Hikaru - começou ele, ajeitando seu boné, que por sorte, não havia caído -, não me importo se a Kaori gosta de você desde os 3 anos de idade ou sei lá, eu não vou deixar que ela fique com você. NÃO VOU DEIXAR QUE VOCÊ QUEBRE O CORAÇÃO DELA, ENTENDEU?! - A cada palavra dita, Yuki apertava mais o pescoço do loiro. Ele já não conseguia mais respirar.

- PARA! - Gritou Kaori. A essa altura toda a sala já estava lá, olhando a briga deles. - PARA YUKI! - Ela começou a chorar.

- Kaori...?

- MAS QUE DROGA! SOLTA O SATOSHI-KUN, AGORA!

Yuki abaixou os olhos. Lentamente, ele soltava o pescoço do garoto, que caiu de joelhos no chão, respirando fortemente.

- QUE DROGA! - Ela se aproximou do loiro e se ajoelhou ao seu lado. Colocou as mãos nas costas dele. - YUKI, POR QUE VOCÊ NÃO CUIDA DE VOCÊ MESMO? PARA DE FICAR SE PREOCUPANDO COMIGO! ME DEIXA VIVER SOZINHA! EU NÃO PRECISO DE VOCÊ ME PROTEJENDO DE TUDO! VOCÊ QUER SABER DE UMA COISA? NÃO IMPORTA O QUE VOCÊ ME DISSE NAQUELA HORA, VOCÊ É UM IDIOTA! EU TE ODEIO!

Ao ouvir essas palavras, Yuki arregalou os olhos e estremeceu.

- Não... - sussurrou.

Ele percebeu. Ela não dizia da boca pra fora só por ter ficado com raiva. Ela odiava ele de verdade. Yuki sentiu-se no limite daquela forma. Ele só podia ficar como um garoto, se Kaori o amasse. Se ele estivesse sumindo, isso significa...

Isso significa que Kaori não sente mais nem um pouco de amor por ele.

- K-Kaori...

- VAI EM BORA, YUKI! - Gritou ela. - VAI EM BORA! NÃO VENHA MAIS ATRÁS DE MIM! NÃO ME PREOCUPE! NÃO QUERO VER OU OUVIR VOCÊ NOVAMENTE! NUNCA MAIS!

Yuki não podia ficar mais ali. Não passaria de um minuto naquela forma. Se continuasse tentando falar com a ruiva, acabaria se transformando no chaveiro novamente.

Ele correu. Correu até a saída dos fundos - o local mais próximo para escapar - e desabou no chão, transformando-se no chaveiro novamente. Yuki começou a chorar.

- Kaori.... - repetia para si mesmo, limpando suas lágrimas com as patas. Por mais que tentasse, ele já não conseguia mais se transformar em humano novamente.

- Satoshi-kun... você está bem? - Perguntou Kaori ao garoto. Ela o ajudou a levantar.

- Estou sim - ele respirou fundo e massageou o pescoço. - Aquele cara tem uma força hein... aonde ele foi?

- Não ligo - respondeu ela rapidamente.

- Muito bem muito bem, voltem para o ônibus - dizia o professor responsável. - Hikaru, você está bem mesmo? Não quer ir até o médico?

- Não precisa, estou bem - ele sorriu. - Vamos? - Perguntou, olhando para Kaori. Ela corou e segurou sua mão.

Era noite. Eles já haviam voltado para casa, e Kaori dormia. Ela se remexia na cama, inquieta. Estava com frio.

- Yuki... - chamou. Costumava abraça-lo quando sentia frio de noite.

Silêncio.

- Yuki? - Ela levantou a cabeça e olhou a caminha dele, em uma mesa.

Logo, a ruiva lembrou-se que o havia mandando em bora, que disse que nunca mais queria vê-lo. Ela fechou os olhos e suspirou.

- Você não precisa mais dele, Kaori... - sussurrou para si mesma.

Ela mentia. Sabia que sentia falta do neko. Ele podia ser chato, e irritava todos os momentos em que era atrevido - mas ela achava engraçado. Sentiu falta de todas as vezes que ele tentou dormir abraçado com ela a força, ou quando a encostava na parede, tentando lançar um olhar sedutor, que sempre o fazia ter uma cara engraçada. Ele acava rindo todas as vezes. Ou até quando, no caminho para a escola, ele mostrava uma roupa maid na vitrine de uma loja, e dizia que ela deveria usar uma e fazer tudo o que ele quisesse.

Ela fitou o teto. Agora, isso nunca mais aconteceria. Ela voltaria a ter uma vida normal, de uma garota de 16 anos normal - normal, e monótoma.

Ela fechou seus olhos. Uma lágrima escorreu do canto deles.

- O que foi que eu fiz? - Sussurrou.


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