Tom’s P.O.V on:

Carla disse que tinha tudo sobre controle, e eu, apesar de um pouco preocupado, confio nela.

Ela estava tomando banho no banheiro do quarto dela, eu ouvia a água cair no chão enquanto via televisão, deitado na cama sem camisa.

Estava esperando ela acabar de se arrumar para sairmos agora á noite sozinhos, aproveitar o Domingo, até que o seu celular toca, recebendo uma mensagem. Sei que é um pouco idiota ir lá ver de quem é a mensagem, mas acho que ela não se importaria, afinal não deve ser nada importante.

“Sei que não é da minha conta, mas porque terça e não segunda?”

Fiquei intrigado com a mensagem, abixei um pouco e dizia “De: M”mais nada.

–quem é M? - escutei ela desligando o chuveiro, então apaguei a mensagem e coloquei o celular no lugar onde estava.

–oi - sorriu e saiu do banheiro enrolada na toalha - já decidiu aonde vamos? - neguei calado ainda olhando para a televisão. Eu estava me controlando ao máximo para não perguntar quem era o tal de M, e começar uma confusão.

–aonde você quer ir? - ela fez uma cara confusa e me olhou desconfiada.

–foi você quem me chamou pra sair e agora não sabe aonde vamos? - me mexi incomodado na cama, me controlando ao máximo. Se não fosse alguém importante, ela colocaria o nome e não apenas a provável inicial.

–podemos ir em um lugar qualquer - sorri de lado e ela continuou me olhando desconfiada. Sempre que eu e Carla brigávamos, a briga ia pra além do que imaginávamos.

Flashback on:

Estava esperando ela sair da escola, visto que já não ia á escola desde que Bill saiu daqui.Ela saiu rindo ao lado de um rapaz loiro e de olhos azuis. Ela tinha o caderno na mão e explicava alguma coisa pra ele, caminharam até mim.

–então você me traz na segunda feira ok? - ele assentiu olhando para minha cara que não devia ser muito boa agora - até segunda então - se despediram com dois beijinhos e ele foi em outra direção.Ela se aproximou e me deu um selinho rápido.

–quem era aquele? - olhei para o loiro que caminhava agora com mais 3 rapazes.

–Tiago, ele é da minha turma e eu emprestei o caderno, porque? - parei de olhar para ele, e olhei sério pra ela - não vai começar né Tom - começou a caminhar á minha frente com a mochila em um ombro só.

–acha que eu devo? Eu venho te buscar todos os dias, e todos os dias você desce aquelas escadas com um garoto diferente. Isso não é motivo suficiente para eu desconfiar? - ela parou me olhando incrédula.

–o que você está insinuando? Que eu ando te traindo com todos os meninos que eu ando? - eu já estava nervoso e ela me olhava com raiva - se você não acredita em mim, nem sei porque ainda estamos juntos - meus olhos arderam e sua resposta doeu.

–está acabando comigo é isso? - houve um silêncio na rua, que estava deserta.

–eu não consigo ficar com alguém que não confia em mim Tom - começou a andar de novo, e por mais que eu quisesse ir atrás dela, meu orgulho não deixou, virei as costas e fui em direçao contrária. Mas logo depois voltei atrás dela e vi ela com aquele mesmo rapaz loiro.

Flashback of:

–ok - deu de ombros - pizza? - tirou a toalha na minha frente e vestiu o sutiã preto e a calcinha da mesma cor.

–pode ser - tentei não levar o assunto do misterioso “M”á tona, eu sabia que aquele dia do Almoço ela estava mentindo, e agora essa mensagem sobre alguma coisa que seria na segunda e agora é na terça. Tenho certeza que estavam falando sobre o almoço. Não acho que Carla esteja me traindo, eu confio nela mas, eu sou um homem desconfiado e vou saber sobre o que é isso.

Fomos na pizzaria, conversamos sobre algumas coisas e a levei para casa, como amanhã tinha trabalho ela não me deixou dormir lá, então fui para casa.

A segunda passou chata, não fiz nada e só vi Carla no fim da tarde, quase á noite quando ela chegou do trabalho. Ela veio aqui em casa, e trouxe Hanna já que esta dormiria aqui com Georg.

–eu ainda não sei o que vou fazer em relação á isso, mas estou ansiosa para minhas férias - todos sorrimos, enquanto ela respondia á pergunta de Bill.

–eu vou…no meu quarto, já volto - subi as escadas correndo, deixando eles conversando na sala.Entrei no quarto e vi a bolsa dela em cima da cama, abri e tirei de lá o celular branco e preto. Procurei na lista telefónica o “M” e foi o primeiro que apareceu, apertei o botãozinho verde e começou a chamar.

–alô? - uma voz masculina atendeu e meu sangue ferveu, fechei os olhos com força e os punhos do mesmo jeito - Carla? - continuou e fechei a boca, deixando o filho da puta falar, quem sabe assim ele não dizia o nome - Carla? Você ’tá aí? - desliguei o celular, ou então iria estragar tudo abrindo minha enorme boca.

–merda! - voltei a colocar o celular na bolsa, quando ouvi passos nas escadas. Ela abriu a porta do quarto sorrindo e ao invés de sentir raiva, eu me senti traído e magoado.

–tudo bem? - assenti apenas. Ela caminhou até mim mas me desviei - o que aconteceu Tom? - olhei para o lado - Tom? - a olhei e ela estava confusa e desesperada - pode me dizer o que aconteceu? - ela continuou e eu não conseguia dizer nada - eu vou embora…. - o silêncio reinou ali, e acho que ela estava á espera de uma resposta minha - ok… - uma lágrima desceu em seus olhos e ela saiu do quarto batendo a porta.

–droga! - me sentei na cama com raiva e sinceramente, eu me calei para não brigarmos ou então a situação ficaria muito pior.

A porcaria da janela estava aberta e a porra da luz do sol estava entrando por ela e batendo diretamente nos meus olhos. Me levantei rápido da cama ainda meio tonto, tirei aquela roupa toda e entrei no banho.

“-ok, amanhã na hora do almoço, no Spago”

Eu iria saber quem é esse cara hoje mesmo. Saí do banheiro e vesti uma roupa qualquer, peguei o celular que tinha 3 chamadas não atendidas dela, olhei as horas e eram 11h25.Peguei um cap e uma casaco com gorro e saí de casa, não avisando ninguém pra onde ia.

Cheguei em frente ao restaurante que eu já conhecia e que não me deixa boa lembranças, não demorou muito o carro dela chegou, ela saiu de lá com uma roupa que provavelmente trazia do trabalho.Um vestido um pouco curto, pra mim, preto e com padrão no busto valorizando-o, saltos altos exageradamente altos, mala preta, e cabelos soltos(http://www.polyvore.com/cgi/set?id=50097714&.locale=pt-br)

Ela deu as chaves do carro para um senhor e entrou no restaurante, e eu fiquei ali os minutos, e horas que precisei pra ver ela saindo com o…

–Mário? - olhei para a cena, ela estava sorrindo e ele também, conversaram um pouco na frente do restaurante até que o o mesmo senhor trouxe o seu carro.Eles se abraçaram e ela entrou no carro.A segui, e enquanto o fazia apertava o volante do carro com força, só mesmo eu sabia a força que fazia para não gritar ou voltar lá e dar uma porrada naquele desgraçado.

Ela foi para a casa dela, ao invés de ir para o trabalho e quando parou na porta de casa, desceu do carro e entrou em casa, mas antes de fechar a porta empurrei a mesma com força fazendo ela dar 3 passos para trás assustada.

Entrei na casa dela com raiva e ela me olhava assustada.

–o que você fazia com ele? Hein? - sua bolsa estava no chão juntos com as chaves do carro e as da casa.

–você ‘tá…?você me seguiu, é isso? - me olhava incrédula e assustada, minha raiva já tinha tomado conta do meu corpo e da minha consciência.

–responde! - gritei, eu não conseguia vê-la com outro homem, muito menos ele… - responde Carla, o que você estava fazendo com ele? - ela estava assustada e por mais que algo em mim dissesse para parar, pois eu estava de uma certa maneira, machucando-a, eu não conseguia.

–foi só um almoço - ela também estava alterada e com raiva.

–só um almoço, e se foi só um almoço por que não me disse nada? Porque escondeu, se foi só um almoço? - estava um pouco mais calmo, tentando me controlar sem resultado.

–e você queria que eu falasse o quê? Que eu iria almoçar com o meu -ex? você faria uma cena pior do que está fazendo agora! - gritou - já me conhece há tanto tempo e ainda não confia em mim. Você deveria saber que eu nunca iria te trair ou algo do gênero.

–e porque mentiu? Hun? Eu também pensava que você nunca pudesse me trair, mas vejo que pensei mal - ela semicerrou os olhos e ficamos em silêncio um tempo.

–eu nunca iria te trair, nunca!

–mas traiu! - gritei e ela deu um passo pra trás - traiu, e traiu com aquele filho da puta, você é uma vadia, vadia! - perdi o controle dos meus sentimentos e pior, das minhas ações, quando me dei conta, o estalo ecoou pela casa, ela se desequilibrou e caiu no chão.

Eu me senti péssimo, uma dor forte veio sobre meu peito e me arrependi no mesmo segundo. Ela me olhou com várias lágrimas molhando seu rosto, estávamos em silêncio e eu não sabia o que fazer.

–vai embora!!! - gritou com a mão no lado esquerdo do rosto - vai embora Tom!!

–des…desculpa…eu, Carla por fa… - eu não sabia falar, não conseguia pensar eu só sentia uma dor horrível sobre mim.

–sai daqui!! - sua maquiagem começou a descer junto com as lágrimas e a dor piorou - sai!!

Eu saí dali, sem saber o que fazer ou saber o que eu fiz. Num ato desesperado eu liguei Bill, enquanto sentia meu rosto ficar quente em algumas partes, limpei as lágrimas que caíam e ele atendeu.

–Tom?

–Bill eu…eu… - eu não conseguia falar, eu só queria voltar para dentro daquela casa abraçar ela e dizer o quão arrependido eu estou.

–Tom, aconteceu alguma coisa? Você está bem? - ele estava preocupado e eu finalmente disse o que estava entalado na minha garganta.

–Bill eu…eu bati na Carla

–o quê?!