Touched By Hell escrita por raquelsouza, milacavalcante


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hey semideuses, tributos e cupcakes, aqui é a Quel *o* Eu sei que a mils disse que esse capitulo não ia demorar pra ser postado mas isso foi culpa totalmente dela. Eu tinha feito o começo desse capitulo antes mesmo de a gente postar, mas ela enrolou então se quiserem bater em alguém, batam nela, hoho.
Anyway, obrigada pelos reviews e divirtam-se :3



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Então é isso, meus pais não tem a capacidade de criar uma filha adolescente, me mandam para outro país e ainda por cima vou pra um internato. Isso é que é ter sorte na vida.

Depois de ter recebido a “feliz” noticia de que eu iria para o melhor internato da cidade, cá estava eu, arrumando a minha gravata azul marinho, me incomodando eternamente com a saia da cintura alta franzida também azul marinho e a blusa de botões branca.

Dando uma olhada geral no espelho, eu estava parecendo nada comigo mesma.

Olhei para a fotografia que Sally tinha posto na minha nova escrivaninha, na foto estava Frederick, minha mãe e eu com seis anos.

– Por causa de você, minha vida virou um inferno. – Disse com desprezo.  

Com um suspiro longo, saí do quarto e desci as escadas, indo direto para a cozinha. O cheiro de bacon com ovos fritos pairava no ar. Meu estômago roncou audivelmente, fazia tempo que eu não comia bem no café da manhã.

– Bom dia minha querida. – Disse Sally para mim.

– Bom dia. – limitei-me a dar um sorriso acanhado.

Sally estendeu um prato para mim, o peguei e me servi. Percy já estava terminando de comer quando percebeu que eu estava ali.

Por um momento houve surpresa em seu rosto, depois ele voltou a fazer aquela cara estúpida de deboche.

– Annabeth se vestindo civilizadamente? – Indagou Percy se levantando. – Milagres acontecem, não?

Senti o meu rosto ficar vermelho, cerrei os punhos, mas me controlei para não pegar o jarro que estava em cima da mesa e jogar na cabeça daquele idiota. Ao invés disso, forcei um sorriso sarcástico e mostrei o dedo do meio.

Pensei que Percy ia ficar constrangido ou algo assim, mas ele apenas deu um muxoxo, balançou a cabeça e saiu da cozinha, o que foi bem estranho.

Franzi a testa e sentei-me à mesa bufando.  Olhei para Sally e lá estava ela, sorrindo novamente para mim.

– Como consegue? – Perguntei franzindo as sobrancelhas.

– O que? – Uma ruga de confusão apareceu em sua testa.

– Ficar sorrindo o tempo todo. – Disse eu. Às vezes isso realmente irritava.

– Ah. – Seu sorriso desvincou por um momento. – Eu gosto de sorri, minha querida.

– Nada te irrita? Nem mesmo o idiota do seu filho?

Ouvi alguém pigarrear atrás de mim, virei -me e vi que Percy estava ali novamente.

– Vamos logo Annabeth, a gente vai se atrasar. – ele disse me fuzilando com o olhar.

- Não vão nos expulsar no primeiro dia de aula. – disse bufando. – E que escola tem aula no primeiro dia de aula?

 Revirei os olhos e voltei a comer.

Sally soltou uma risadinha baixa.

– Vocês ainda não se resolveram, isso faz tanto tempo... Lembro quando Percy me disse que...

- Tchau mãe, te vejo no fim de semana. - Percy disse interrompendo-a e me jogando por cima do seu ombro.

– Eu ainda não terminei de comer. – Reclamei pegando um último pedaço de bacon. – Eu vou vomitar em você, me larga seu idiota.

– Não é problema meu. – ele disse me colocando no chão de um jeito bem rude quase me deixando cair.

 Cruzei os braços e respirei fundo, aquele garoto me tirava do sério.  

– Isso foi desnecessário. – comentei.

Peguei a minha mala e não consegui tirá-la do chão.  Percy riu de mim com deboche, minhas bochechas esquentaram.  Eu até que queria me controlar, mas era impossível com Percy rindo da minha cara. Levantei a mala e joguei em cima dele.

– Desgraçada! – Gritou ele depois de a bolsa ter batido em seu rosto.

– Mostre que você é um cavalheiro, leve a minha mala. – disse sorrindo maliciosamente.

– O que foi isso? – Sally perguntou lá de baixo.

Antes que Sally aparecesse, passei por ele e desci as escadas correndo. Alguns segundos depois, Percy apareceu carregando a minha mala e a dele.

– Meu querido, sua gravata está torta. – ela disse ajeitando.

Mordi a minha bochecha para segurar a risada.

– Mãe!

–Tudo bem, vou deixar vocês irem. – Disse Sally quando um carro prata parou na frente da mansão. – Gabe vai deixá-los na Goode.

Engoli em seco.

- Venha cá. - Sally me puxou para um abraço apertado. – Espero que você goste da escola.

- Não se preocupe. – disse desviando os olhos.

- Vocês já viram que horas são? Se apressem, crianças! – Gabe gritou de dentro do carro.

Mordi os lábios temerosa.

– Tchau mãe.– Percy disse me empurrando um pouquinho.

Afastei-me indo pegar minha mala, mas Gabe saiu do carro e pegou-a antes de mim.

 - É realmente uma pena você ter que ir pra esse internato. – ele disse suspirando. – Poderíamos nos divertir bastante.

- O meu conceito de diversão é bem diferente do seu. – disse ríspida.

- De qualquer jeito teremos tempo. – ele disse ignorando o meu comentário. Engoli a bile que se formou em minha garganta.

- Você está se sentindo bem, querida? – Sally perguntou aproximando-se.

- Si-sim. – gaguejei dando um sorriso amarelo.

Entrei no carro e sentei no banco de trás relutante. Logo estávamos seguindo para a tal escola. Eventualmente, Gabe me olhava pelo retrovisor com um sorriso malicioso no rosto.

Que tortura.

Chegamos na escola em exatos trinta minutos. E aquilo parecia tudo, menos uma escola.

A única diferença entre Hogwarts e essa escola é que infelizmente a Goode não era uma escola de magia.

A escola parecia um castelo antigo daqueles que costumamos ver em contos de fadas. Se ignorasse a maioria dos alunos essa escola seria perfeita.

Sai do carro e peguei a minha mala. Percy deu um abraço rápido em Gabe.

- Não ganho um abraço também, querida? – Gabe perguntou estendendo os braços.

Não.

Relutante, andei até Gabe e o abracei meio receosa. Ao contrário de mim, Gabe me apertou até meus músculos doerem.

– Nos vemos no final de semana, gracinha. – Disse ele ao meu ouvido.

Soltei-me de Gabe com um sorriso amarelo, a cor do meu rosto deveria ter sumido também. Depois que Gabe foi embora Percy se aproximou de mim.

- Tente não estragar a minha vida aqui, tudo bem? – ele perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Vou fazer o possível. – disse com ironia. Percy sorriu torto.

- Você está meio pálida. – ele comentou franzindo a testa. – Não se preocupe, diferente do que você pensa o pessoal aqui é bem legal.

Pisquei atônita. Impressão minha ou o Percy está tentando ser gentil?

- Talvez pra você. – disse dando de ombros e me recuperando da surpresa. – Pra mim todos aqui são idiotas.

Percy revirou os olhos e começou a andar. Arrastei minha mala atrás dele.

- Certo, eu preciso de ajuda. – confessei de má vontade. – Onde eu preciso ir?

Percy deu uma risadinha.

- Vamos para o pátio central. - ele disse pegando a minha mala com facilidade. – Eles vão dar os avisos.

O segui ainda estranhando a súbita gentileza dele até um grande pátio. Algumas pessoas me lançaram olhares apáticos que foram rapidamente sufocados por um olhar fuzilante. Todos os alunos estavam se aglomerando no pátio, virados para um pedestal postado não muito longe de onde nos encontrávamos.

- Porque estamos aqui? – pergunto com frustração.

- A diretora vai dizer as regras e nossos quartos.  – ele respondeu entregando-me a minha mala.

 - Obrigada. – resmungo baixo.

- Não há de que. – ele responde educado.

Demorou quase 1 hora para uma senhora gorda vestida num terno grafite e mocassins marrons com um coque baixo apertado aparecer naquele maldito pedestal.

- Bem vindos alunos. – ela disse com um sotaque meio francês. – Sou a Diretora Dodds.

Olhei ao redor atrás de algo mais interessante que aquela velha gorda e pousei os olhos em algo bem interessante.

Um garoto alto vestido igual ao Percy olhava ao redor com desinteresse. Ele era magro, mas seus poucos músculos se destacavam no uniforme branco.

Ele me pegou olhando para ele, ficamos nos encarando e seus lábios deram um vestígio de sorriso. Arqueei uma sobrancelha sugestivamente me voltei para a senhora gorda de novo.

- Não toleramos indisciplina. – ela estava falando. – É proibido usar qualquer tipo de drogas dentro do recinto da escola. É proibido dar festinhas dentro dos dormitórios. É estritamente proibido relações sexuais dentro da escola, o aluno que for pego em atos estará sujeito a expulsão iminente.

Dei um sorriso sarcástico. Como se isso impedisse alguém.

A senhorita Dodds começou a citar nomes de alunos e seus respectivos quartos. Por sorte era por ordem alfabética, portanto eu seria uma das primeiras.

- Não haverá trocas de quartos ou colegas de quarto. – ela disse. – Alice Mascarenhas, quarto 35, Amanda Cavalcante quarto 73...

- Annabeth Chase, dormitório 121. – ela disse com a voz rouca de tanto falar.

- Pra onde eu devo ir? – perguntei a Percy.

- Para o dormitório feminino, é claro. – ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. – Se você esperar um pouco eu posso te levar lá.

Bufei e peguei minha mala.

- Eu encontro sozinha, obrigada. – disse arrastando a minha mala pra um lado.

- Annabeth. – Percy chamou mas eu o ignorei. – O dormitório é para o outro lado.

Ouvi algumas pessoas darem risadinhas abafadas. Minhas bochechas esquentaram. Engoli a vergonha e me arrastei para o lado oposto.

- Seu idiota. – murmurei pra Percy quando passei novamente ao seu lado.

- Tenha um bom primeiro dia. – ele disse com humor na voz.

O fuzilei e sai dali o mais rápido possível.  

Andei incansavelmente atrás desses malditos dormitórios. Haviam vários prédios antigos mas nenhum informava se eram dormitórios, salas de aula ou lugares para seitas secretas se reunirem.

Pelo modo que aquele lugar era, a terceira opção era a mais provável.

Joguei a minha mala no chão e suspirei nervosamente. Que beleza de primeiro dia.

- Olá, você parece perdida. – uma voz feminina desconhecida disse atrás de mim.

A dona da voz era alta, parecia ter a minha idade. Seus cabelos eram marrons-chocolate ondulados até a cintura e seus olhos eram uma mistura de violeta e azul. Ela usava o uniforme da Goode e saltos Oxford pretos. 

- Huh, é verdade, estou perdida. – confesso de má vontade. – Pode me dizer onde fica o dormitório 121?

A menina franziu os lábios.

- Você está um pouco longe de lá. – ela disse sorrindo sem graça. – Fica do outro lado do campus.

Ah, mas aquele Cabeça de alga é um cara morto.

Eu devo ter feito uma cara feia pois a menina fez uma cara meio assustada.

- Eu posso levar você até o dormitório... Se você quiser... – ela se ofereceu meio tímida.

Pisquei atônita. 

- E-eu adoraria. – respondi sorrindo. – Sou Annabeth Chase.

A menina sorriu, mostrando um sorriso de covinhas.

- Silena Beauregard. – disse apertando minha mão.

Andamos em silêncio por um tempo.

- Então, você é americana, certo? – ela arriscou perguntar.

- Bom, mais ou menos. – disse e ela franziu as sobrancelhas em confusão. – Digo, eu nasci aqui, mas moro nos Estados Unidos desde os oito anos de idade.

- Porque você voltou? – ela perguntou e agitou as mãos. – Desculpa, eu não quis ser grossa e...

- Tudo bem. – disse sorrindo fraco. – Só vou passar um ano aqui e então volto para a minha velha vida de sempre.

- Você é estudante de ano todo ou só na semana? – ela perguntou.

- O que quer dizer? – perguntei franzindo as sobrancelhas.

- Você vai passar o ano todo aqui ou vai voltar pra casa no fim de semana? – ela esclareceu paciente.

- Acho que vou voltar pra casa no fim de semana. – respondi. – Se bem que eu não posso chamar onde eu estou de casa...

- Como assim? – indagou com olhos curiosos.

- Ah, nada é só que... – hesitei. Porque eu estava contando essas coisas pra ela? – Esquece.

- Tudo bem. – a menina disse dando de ombros. – Você vai pra festa na floresta esta noite?

Ao ouvir a palavra festa meus ânimos voltaram.

- Festa? – indaguei com um meio sorriso.

- É, sempre dão festas na floresta do Robin Hood porque não é muito longe dos muros da escola assim fica mais fácil correr de volta se encontrassem-nos. – ela disse sorrindo.

- Parece interessante. – respondo.

Entramos num prédio vermelho desbotado com a arquitetura semelhante a todos os outros. Fala sério, porque não põem uma placa avisando que ali era o dormitório ou pelo menos um daqueles negócios de ‘’Você está aqui’’ que tem nos shoppings.

As portas eram de madeira vermelha e tinham grandes números na porta, o corredor era um pouco escuro e não tinha câmeras como na antiga escola.

- Aqui não tem câmeras? – perguntei desconfiada.

Silena me olhou estranhamente.

- Porque teria? – ela revidou. – Isso seria invasão de privacidade.

Sorri maliciosamente.

- Não tem câmeras em nenhum canto dessa escola? – indaguei novamente só para ter certeza. – Nem fiscais, monitores, guardas, policia ou algo do gênero?

Silena fez careta.

- Não, claro que não. – ela disse. – Assim pareceria uma prisão.

- Que interessante. – disse mais pra mim mesma do que para Silena.

Viramos em um corredor chapinhado de garotas, algumas falaram com Silena e algumas até disseram um oi tímido pra mim. A maioria simplesmente me olhou torto.

Paramos na frente da porta 121.

- Esse é o seu quarto. – ela disse sorrindo. – Espero que você se dê bem com suas colegas de quarto.

- Eu também espero. – confessei sorrindo. – Obrigado por me trazer até aqui.

- Disponha. – ela disse. – Qualquer coisa, estou no 154.

Acenei em despedida e entrei no quarto.

O quarto era azul claro como o meu uniforme e tinha uma janela de vidro temperado no canto oposto da porta. Três camas estavam postadas lado a lado com um baú grande na frente de cada uma e um criado-mudo ao lado.

Havia uma porta pequena que provavelmente levaria a um banheiro e é claro, tinha as minhas duas novas colegas de quarto brigando.

- Eu cheguei aqui primeiro, então eu escolho a cama do canto. – a menina baixinha disse pra uma outra.

- Eu não quero saber quando você chegou, eu quero aquela cama. – ela disse apontando para uma cama exatamente igual às outras duas.

- Huh, oi. – disse fechando a porta atrás de mim.

A menina baixinha sorriu amigavelmente pra mim. Ela era um palmo menor que eu e tinha os cabelos negros como breu caídos em cachos até os ombros. Sua pele era cor de oliva e seus olhos eram negros.

- Olá, eu sou Bianca DiAngelo. – ela disse. – Essa emburrada aqui é Thalia Grace.

- Emburrada é o... – a garota chamada Thalia começou mas Bianca a interrompeu.

- Somos suas colegas de quarto. – ela disse amigavelmente.

Thalia bufou e deitou na cama pelo qual elas brigavam.

- Minha cama. – ela resmungou e Bianca a fuzilou com o olhar.

- Sou Annabeth Chase. – disse.

Thalia sentou-se abruptamente.

- Seu nome me é familiar. – ela disse olhando para o teto tentando se lembrar.

Olhei para Thalia, tentando lembrar se já a tinha visto antes. Seu cabelo era curto e espetado, ela usava maquiagem carregada nos olhos o que destacava seus elétricos olhos azuis e tinha as bochechas salpicadas por sardas.

- Desculpe, não sei se a conheço. – disse. – Qual é a minha cama?

- A da janela. – Bianca disse timidamente.

Comecei a ajeitar as minhas coisas e as duas voltaram a brigar pela cama do canto.

Não é tão ruim assim, precisava admitir. As duas pareciam ser legais e dava pra aprontar sem problemas nessa escola.

Bocejei e olhei minha vista da janela. Lá embaixo havia várias pessoas se reencontrando depois das férias. Alguém bateu na porta e entrou.

- Hey garotas, a Annabeth conseguiu chegar aqui?- Percy perguntou bem humorado.

As duas olharam pra mim com uma interrogação nos olhos.

- Seu idiota. – disse e taquei minha sapatilha nele. Ele se desviou facilmente.

- O que diabos você já fez, Percy? – Thalia perguntou revirando os olhos.

- Nada tão grave. – ele disse fazendo cara de inocente.

- O que você quer? – perguntei ríspida.

- Me senti culpado depois de ter feito você andar tanto. – ele disse suspirando forçadamente. – Eu disse pra você me esperar.

Taquei minha outra sapatilha nele. Thalia riu e Bianca tentava entender.

- Você não toma jeito, primo. – Thalia disse amarrando os cabelos num rabo de cavalo.

- Vocês são primos? – perguntei sem acreditar.

- Não vê a semelhança? – Thalia perguntou e os dois fizeram careta ao mesmo tempo. – Somos quase gêmeos.

Eu ri.

- Você não lembra da Thalia? Ela sempre ia com a gente para o lago. – Percy disse.

Tentei lembrar do que o Percy dizia, mas não conseguia lembrar de nada que acontecera antes do meu inferno começar.

- Desculpa, eu não lembro. – confessei desviando os olhos.

- Agora eu me lembrei. – Thalia disse saltando da cama. – Você é a garota por quem o Percy era apaixonado.

Arregalei os olhos e Percy corou.

- Eu não era... – ele tentou dizer mas Thalia caiu na gargalhada.

- Ai meu Deus Thalia, o que você faz. – Bianca disse colocando a mão na testa.

- Eu não era apaixonado por ela, fala sério. – ele disse com o desprezo habitual.

- Não? – Thalia retrucou. – Eu lembro de você dizendo que...

- Thalia, eu tinha seis anos e eu não era apaixonado pela Annabeth, por tudo o que é mais sagrado, cala a sua boca. – ele disse passando a mão no cabelo.

Thalia riu mais ainda.

- Ele ficou nervosinho. – ela disse sorrindo abertamente. – Acho que você vai querer relembrar a infância, não é Pers?

- Só se for a parte em que eu batia nele. – disse simplesmente.

Percy bufou.

- Claro, onde eu iria querer ter alguma coisa com uma garota mimada, revoltada e vadia? – ele disse e olhou pra mim. – Sem ofensas.

- Não chegou perto de ofender. – disse dando uma piscadela.

Percy e eu ficamos nos encarando por um tempo até que ele desviou o olhar um pouco constrangido.

– Vocês vão para a festa? – Indagou.

– Claro, evidente. – Disse Bianca.

– Claro evidente. – Imitou Thalia. – Que modo antiquado de falar, princesa.

– Eu não sou uma princesa! – Berrou Bianca.

Percy se limitou a dar um sorriso. Ele se virou e voltou para a porta, mas antes de sair, ele direcionou um rápido olhar para mim.

Fiquei encarando a porta com a testa franzida. Nem percebi que Bianca e Thalia já tinham parado de discutir e agora me encaravam.

– Hm – Thalia balançou a cabeça sugestivamente para mim. – interessante...

Revirei o olhar e voltei a arrumar as minhas coisas.

Acho que o termo “arrumar” não se aplica bem porque eu estava socando as roupas dentro do baú. Toda raiva que havia dentro de mim tinha voltado.

Peguei a ultima peça de roupa dentro da minha mala e a encarei. Era uma blusa amarela de alças. Ela era antiga. Tinha a ganhado  de Frederick  no meu aniversário de 13 anos. Peguei uma tesoura que se encontrava jogada no chão e cortei a blusa.

Eu ofegava. Bianca agora me olhava assustada, mas Thalia me olhava com certa curiosidade.

– Problemas com os pais? – Thalia perguntou sentando-se em minha cama.

Afirmei com um aceno de cabeça tímido.

– O que fez para estar aqui? – Perguntou Thalia.

– Minha mãe não tem capacidade de me educar e acabou  me mandando pro outro lado do mundo para morar com a Sally e o idiota do seu filho. – Disse eu em um fôlego só.

Bianca se aproximou de mim e levantou a mão para passar em minhas costas, mas desistiu logo de imediato.

– Sua mãe não deve ser tão ruim assim.

– Geralmente ela é pior. – Dei os ombros.

– Pelo menos você tem mãe. – Retrucou.

Virei para encará-la mas ela já estava sentada em sua cama de costas para mim;

– Desculpe. – Disse eu.

– Tá se desculpando de quê? – Bianca riu fraco.

– Não sei. – Admiti.

Thalia se levantou da minha cama e me puxou para fora do dormitório.

– Vamos deixar a princesa sozinha.

– Aonde nós vamos?

Thalia deu um sorriso curto e começou a andar.

– Vou te mostrar as dependências da escola. 


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Notas finais do capítulo

Uhules, o capitulo saiu grande, kkk. Seguinte, eu e a mils ficamos em recuperação em algumas tarefas e por conta disso, o capitulo 3 não vai sair tão cedo, mas eu vou fazer de tudo pra não demorar tanto assim, até porque eu sei que vocês odeiam quando a gente demora a postar. K
Mandem reviews e junto deles, mandem um feliz aniversário pra mim porque amanhã é o meu aniversário, nhac. Quem quiser conversar comigo no twitter é só seguir @UmaPerciana ok?
Anw, até o proximo cupcakes :*