Touched By Hell escrita por raquelsouza, milacavalcante


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

heeeeeeey semideuses, aqui é a mila o/
Espero que gostem desse capítulo :3



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Estava voltando da festa na traseira de uma viatura policial. Eu sei, isso não é muito legal porque eu sou uma menina direita e todo o blábláblá que eu vou ouvir quando chegar em casa.

 Pode-se dizer que eu sou uma garota problema. É o que os policiais, professores e qualquer pessoa com alguma sanidade diz. 

Bom, eu não penso assim. As pessoas adoram exagerar nas coisas ruins que você faz.

O policial parou na frente da minha casa. Mordi os lábios nervosa, da última vez que um policial veio me deixar em casa minha mãe não reagiu muito bem.

 O policial tocou a campainha e logo minha mãe abriu a porta. Ela estava com uma camisola escondida pelo seu robe de seda rosa claro. Atena franziu as sobrancelhas para os policiais como se tentando adivinhar o motivo deles a acordarem àquela hora e então ela me viu.

 Revirei os olhos para o seu olhar fuminante e ela suspirou pesadamente.

 - Entrem. - ela disse dando um passo para o lado. 

Eu entrei e sentei no sofá da sala, o policial - vamos chamá-lo de Bob - permaneceu de pé. 

- Aceita uma xícara de café? - minha mãe perguntou.

Bob rejeitou educadamente.

 - O que Annabeth fez? - ela  perguntou inexpressiva.

 - Invasão de propriedade e perturbação da paz. - ele disse.

 Revirei os olhos de novo. Isso não pode ser considerado crime.

 - Ela vai presa? - Atena perguntou com as sobrancelhas franzidas. 

O canto dos lábios de Bob se levantaram.

- Ainda não. - ele falou sorrindo um pouco. - Mas Annabeth precisa se comportar mais ou ela poderá acabar na cadeia. 

Afundei no sofá e encarei o teto. Notei uma formiga, ela andou até um buraco no canto da parede e sumiu. Queria ser uma formiga pra sumir por um canto na parede e parar de ouvir a conversa chata deles.

 - Eu darei um jeito nela. - Atena falou firme. - Obrigado por trazê-la.

- Não há de que, boa noite senhora. - Bob falou. - Tchau Annabeth.

- Tchau Bob. - falo acenando com a mão indiferente.

 Minha mãe arregalou os olhos pra mim como se mandando eu ficar calada e Bob franziu os lábios confuso, mas saiu pela porta sem dizer mais nada.

 Pensei em correr pro meu quarto antes dela começar a falar, mas sabia que não teria jeito, eu teria que ouvir o seu sermão.

 - Ok, desabafe querida. - falei me ajeitando confortavelmente no sofá. 

Minha mãe ficou vermelha e apontou pra mim ameaçadoramente. Engoli o desejo de bocejar.

 - Essa é a última vez que você chega aqui escoltada por um policial, está entendido? - Atena disse controlando a voz para não gritar. - O que pensariam de você Annabeth?

 - Que eu sou uma vadia criminosa. - respondo enrolando um cacho de cabelo com um dedo. Minha mãe fica roxa de raiva.

 - Já chega, eu não sei o que eu fiz pra merecer uma filha como você, estou cansada, ouviu? Cansada dessa sua indiferença, dos seus surtos de menina rebelde, eu cansei entendeu? Você não fica mais nessa casa. - ela disse quase gritando.

- Você está me expulsando?- pergunto sem acreditar. 

- Claro que não garota, eu não iria deixar minha filha viver sem um teto. - falou franzindo os lábios. - Eu já falei com Sally sobre isso e logo você estará indo morar com ela. 

Pisquei atônita. Que história de morar com Sally é essa? Minha mãe ficou doida? 

- E o que eu vou fazer lá? - pergunto debilmente.

 - Passar o ano inteiro longe dessas más influências que você tem por aqui. - ela disse com desprezo na voz. 

Queria poder contar para a minha inocente mãe que as más influências estavam em todos os cantos inclusive dentro de casa, mas é claro que eu não posso. Eu não podia ficar na Inglaterra, de jeito nenhum. 

- Tá louca? Eu não vou pra Nottingham. - minha voz subiu um oitavo.

 - Não há discussão. - ela disse e me encarou. 

Engoli as lágrimas que se formaram, eu não iria chorar na frente dela mas eu não posso voltar praquele lugar, eu não posso!

- Você não pode fazer isso. - falei, ela me ignorou. - Por favor, mamãe, não me mande para lá, eu posso mudar, eu juro.

 Senti que ela amoleceu diante disso. Eu não a chamava de mamãe desde que era uma garotinha.

- Annabeth, eu já até comprei as passagens. - ela disse tentando ficar firme em sua decisão.

O pânico subiu pela minha garganta, enterrei o rosto nas mãos para esconder minhas lágrimas.

- O que Frederick disse sobre isso? - indaguei inexpressiva. - Provavelmente foi ele quem deu a ideia. 

Minha mãe suspirou.

- Eu já lhe contei milhares de vezes, ele é seu pai, você não pode chamá-lo de Frederick. - ela respondeu sentando na poltrona. 

Ri com escárnio.

- É o nome dele não é? - perguntei em fúria exagerada. - Foi ele quem quis que eu fosse para a Inglaterra?

 - Ele acha que podemos tirar algo produtivo disso. - ela respondeu gesticulando com as mãos.Sinal claro que ela estava nervosa.- Mas foi Sally quem propôs.

Suspirei. 

Pensei nisso por um momento. Um ano longe da minha mãe e do meu pai viciado. A ideia parecia boa para qualquer outro adolescente, mas não pra mim.

Do meu ponto de vista, essa mudança só traria de volta lembranças que eu desejaria poder esquecer. Por outro lado, as chances daquilo acontecer novamente eram mínimas.

Faz dois anos que eu não vou a Nottingham e seis anos desde que nos mudamos de lá, quem sabe poderia ser diferente. Eu não sou mais uma criança confusa, eu posso cuidar de mim mesma.

Com esse pensamento eu vi o lado bom de me mudar.

Sem pais em outro país.

Sem ninguém pra me dizer o que é certo ou errado...

Senti um sorriso maligno se formar em meu rosto. 

- Eu acho que me mudar pode ser agradável. - eu digo para a surpresa da minha mãe. 


Dois dias depois eu estava no aeroporto embarcando para Nottingham. Apenas meus pais vieram se despedir, pois a maioria dos meus amigos não se importavam e os que se importavam eu já me despedira.

- Vou sentir saudades, Annabeth. - minha mãe falou me dando um abraço desajeitado, retribui com um sorriso amarelo.

 - Também vou morrer de saudades, filha. - Frederick disse me puxando para um abraço forte.

Claro que vai, quem mais vai enrolar Atena enquanto você torra tudo o que temos? 

Após fazer o check in, embarquei no avião e fiquei com o fone de ouvidos no máximo até o avião pousar em Londres. Ouvi todos os tipos de musica que você possa imaginar: Rock, pop rock, dance, eletrônica, indie e até mesmo aquele Oh, If a Catch You. 

O avião pousou e a aeromoça nos conduziu até a entrada de desembarque. Peguei as malas, depois procurei por Sally. 

Sally era a melhor amiga da minha mãe desde que elas eram crianças, elas tinham uma amizade tão forte que mesmo quando nos mudamos para os Estados Unidos seis anos atrás a amizade delas continuou intacta. 

Avistei-a assim que ela saiu do elevador. Seus cabelos castanhos estavam amarrados num coque frouxo, ela usava um suéter azul e jeans escuros, além de sapatilhas pretas.

Ela me viu e acenou. Acenei de volta. 

Pobre Sally, iria ter que conviver com a garota problema por um ano inteiro.Fui até ela arrastando as malas pelo chão.

- Finalmente você chegou, Annabeth. - ela disse me dando um abraço caloroso.

A abracei de volta.

Eu gostava de Sally. Ela era meiga, carinhosa e me tratava muito bem desde pequena. 


O filho dela, Percy, tinha muita sorte de tê-la como mãe. Falando nisso, eu e ele nos odiamos desde pequenos.


Não é culpa minha se ele sempre implica comigo quando nos víamos. Mas eu posso lidar com ele agora.


- Obrigado por me receber. - disse sorrindo. 


- Vamos pra casa. - ela disse sorrindo. - Teremos panquecas para o jantar. 


Sally era casada com Gabe Ugliano. Assim como a maioria dos padrastos ele era gordo, fedorento e irritante.

Além de perigoso, excepcionalmente perigoso.

Gabe era um empresário bem sucedido de modo que não faltava dinheiro para eles.


Fomos até o carro de Sally, que era um Maserati preto - vale ressaltar- , e ela dirigiu pelas ruas da cidade com rapidez.

De Londres para Nottingham era quase duas horas de carro.  
A viagem inteira foi fascinante.

A cidade estava completamente diferente do que eu lembrava, e sua arquitetura era incrível, - diversas vezes fiquei tentada a pedir que Sally parasse para que eu observasse melhor, mas me contive - eu teria bastante tempo pra estudar cada prédio dessa cidade. 

Logo chegamos na sua casa gigante.

A casa tinha uns três andares e uma piscina - como alguém conseguia ficar numa piscina com esse frio eu não sei -, a casa era branca e tinha grandes janelas de vidro. Notei alguém nos observando da janela do segundo andar, mas a pessoa desapareceu antes que eu visse quem era.

Franzi as sobrancelhas saindo do carro e pegando minhas malas , mas um senhor chegou com um grande sorriso no rosto e as carregou para mim.

– Você cresceu, Annabeth. – o senhor disse sorrindo para mim enquanto íamos em direção a casa.

Ele tinha um sutaque mexicano misturado com britânico.O homem era baixo e parecia ter um milhão de anos. Usava camisa de algodão branca e jeans surrados. 

- Obrigada. – respondo-lhe franzindo as sobrancelhas, tentando me lembrar quem era ele.

- Lembra do Senhor Gonçalvez? - Sally perguntou apontando para o homem. - Você adorava comer as panquecas dele. 

- Ai meus deuses, agora eu me lembro. - disse sorrindo. - Uma vez nós cozinhamos panquecas dançando músicas mexicanas.

 O Senhor Gonçalvez riu.

- Você lembra daquilo? - ele perguntou sorrindo. - Que bueno.

Ri dele. Ele deu um aceno com a cabeça e subiu as escadas com minhas malas.

– Espero que as coisas entre você e Percy tenham melhorado. – Sally disse quando eu entrei na casa.

– Prometo não quebrar nenhum vidro da casa. – Falo lembrando da última vez que eu e Percy ficamos na mesma casa.


Não foi assim tão agradável, devo confessar. Tínhamos vindo passar o Natal aqui, eu já estava com 11 anos.

Ele havia escondido o meu celular, lembro que eu peguei um vaso de cerâmica e joguei nele, mas ele desviou e a pedra acabou acertando a grande janela de vidro dos fundos. 

A casa tinha mudado em poucos aspectos, na sala havia dois sofás de couro preto, uma mesinha de centro de vidro preta com um vaso de rosas em cima, uma tv de plasma ocupava uma pequena parte da parede com perfeito acabamento. 

Uma festa aqui seria perfeito.

– Venha conhecer o seu novo quarto. – Sally me conduziu escada acima e eu me surpreendi ao ver tantas portas.

Ela abriu uma porta à direita e entrou me puxando pelos praços delicadamente.

– Bem vinda. – Disse ela com um sorriso empolgado quando entramos no quarto.

Observei todo o quarto, uma cama de casal estava encostada em uma parede branca com pequenos detalhes em azul, uma escrivaninha de mogno branco estava no outro lado do quarto, havia uma porta que levava ao banheiro e do outro lado um closet enorme tomava conta da parede, como um lado inteiro da casa era de vidro, uma das paredes eu tinha a vista da varanda e da piscina logo abaixo.

– Esse quarto vai ser meu? – Perguntei debilmente.


 Olhei para Sally. Ela estava sorrindo para mim de modo tão amigavel que me senti um pouco infeliz. Se ela soubesse pelo menos um pouco da verdade...

Como minha mãe pode ser tão egoísta a ponto de empurrar sua filha adolescente revoltada para outro país e morar com pessoas tão ingênuas como a Sally e pessoas tão manipuladoras como Gabe?

– Obrigada. – Falo sentando-me na ponta da cama. 

– Não há de quê. Vamos deixar você descançar um pouco, depois desça para jantar. – Sally disse saindo do quarto.

Levantei da cama com um sorriso no rosto. 


Espera até todos saírem dessa casa, isso seria perfeito. Comecei a planejar várias coisas para o ano todo, meus pensamentos estavam a mil.

Andei o quarto todo observando cada detalhe.

Eu estava dentro do closet olhando para as prateleiras que já estavam com algumas peças de roupa quando saio e dou de cara com o meu mais novo vizinho de quarto, Percy.


– Veio dar boas vindas a sua amiguinha? – Perguntei enrolando uma mecha no meu dedo distraidamente. 

– Vim te dar um aviso, Annabeth. – Disse Percy me dando um olhar reprovador. 

Me surpreendi com a voz dele, estava mais grossa, mais sexy, seu sotaque britânico fazendo-o parecer mais confiante.

Analisei Percy da cabeça aos pés. Ele estava encostado ao batente da porta com os braços cruzados. Parecia que havia malhado, pois seus músculos estavam bem definidos, ele estava mais alto que eu, seus olhos verde-mar estavam incrivelmente mais lindos e o seus cabelos estavam caindo em seu rosto. 

Uau.

– Que aviso? – Falo tentando esconder a minha surpresa.

Quando isso aconteceu?

– Eu sei dos seus atos, não foi à toa que sua mãe te mandou pra cá. Se você, seja de qualquer forma, destruir a minha família, fizer a minha mãe passar noites acordadas por sua causa... - ele deixou a ameaça pairar no ar.

- Desculpe desapontá-lo, mas sua família perfeita é uma grande ilusão. - digo indiferente. 


– Eu estou de olho em você, Annabeth. – Percy virou-se e desceu as escadas.


Revirei os olhos. 


Quem ele pensa que é para me ameaçar de algo? 


Troquei de roupa, colocando jeans surrados e uma camisa de manga preta. Respirei fundo e fiquei andando de um lado para outro no quarto.

Não poderia adiar o inevitável então desci até a sala de jantar e sentei em uma das cadeiras da mesa de doze lugares.Sally sorriu para mim serenamente.

Percy me deu um olhar de desprezo.

Logo o Senhor Gonçalvez colocou cinco panquecas no meu prato. 


- Então Annabeth, conte-nos o que anda acontecendo na América. - Sally perguntou.

- Você não gostaria de saber, Sally. - disse e mordi a língua. - Quer dizer, o tempo está esfriando mas não é nada comparado ao quão frio é esse país. 


Senti o olhar fuzilante de Percy. Segurei-me para não rolar os olhos.

Eu mal cheguei aqui e esse garoto já começou a implicar comigo?


Comecei a comer minhas panquecas. Estava acostumada a comer pizza e lasanha congelada todos os dias então eu não pude deixar de elogiar.

- O Senhor Gonçalvez deveria cozinhar para os deuses. - disse entre uma garfada e outra. - Isso está incrível. 


- Ele é incrível mesmo, não é? - Sally disse com um sorriso meigo e então franziu as sobrancelhas. - Onde está Gabe, Percy?

Percy fechou a cara. 

- No escritório. - ele respondeu indiferente. 

- Sua mãe já lhe contou onde você vai estudar Ann? - Sally indagou sem tirar os olhos do prato.

 - Não, ela só disse que cansou de mim então aqui estou eu. - disse com um suspiro fingido. 

- Tenho certeza que não foi isso Annabeth. - Sally disse depois de um silêncio constrangedor. - Ela só quer o seu bem.

- Não pelas razões certas. - rebato.

O garfo de Percy bate no prato causando um barulho audível. Ouvi passos de alguém entrando na sala de jantar, abaixei os olhos para meu prato com medo da minha reação.

- Olhe só quem chegou. - Gabe comemora. - Estava falando com seu pai nesse momento.

 Mordo a bochecha por dentro da boca até que sentisse o gosto de sangue. Por favor, que o papai não tenha feito o que eu estou pensando...

- Olá Senhor Ugliano. - digo com educação levantando a cabeça. 

- Me chame de Gabe querida. - ele disse sorrindo amarelo. 

Gabe parecia ter engordado mais cem quilos desde a última vez que viemos para cá. Senti a comida voltar.

 Limpo a garganta e boto um sorriso amigável no rosto.

- Então, onde eu vou estudar? - disse mudando tão rápido de assunto que Sally demorou uns segundos para responder.

- Oh sim, claro... - ela disse se enrolando. - Você vai estudar junto com o Percy na Goode Academy. 

- Parece... interessante. - disse sem dar a mínima só queria desviar a atenção daquele cara para outra coisa, qualquer coisa. 


- Pois é... essa escola é um internato particular que fica perto da floresta. - ela disse hesitante. 


Congelei. Não tinha me passado pela cabeça que eu iria ter que estudar em um internato cheio de pessoas esnobes.

 Manti meu rosto sem expressão.


- Com licença, acho que eu preciso ligar para a minha mãe. - disse com um sorriso maníaco no rosto. - Para avisar que eu cheguei, sabe? 


Notei que Percy tentava segurar o riso. Matei-o de diversos jeitos diferentes antes de voltar para o meu quarto.

Procurei meu celular na bolsa e disquei o número de Atena cega pela fúria. Ela atendeu ao quarto toque.

- Eu quero voltar. - digo séria. Atena ri.

- Não seja boba Annabeth. - ela disse e eu ouvi a voz de Frederick do outro lado. 

- Eu quero voltar. - repeti firme. - Não acredito que você me mandou para um internato em outro país!

Atena fez um muxoxo.

- Não pense nisso como algo ruim. - ela disse. - Você vai ter um quarto só pra você.

- Eu vou ter uma colega de quarto. - digo bufando.

 Atena ri novamente.

- Isso não é incrível? É como se vocês fizessem festas do pijama todos os dias. - ela disse.

Encarei o celular com raiva, como se ela pudesse ver.

 - Você é idiota? - perguntei gritando. - Eu não quero uma colega de quarto, eu não quero ir para um internato estúpido! Eu quero meus estúpidos amigos irresponsáveis de volta e aquele idiota que você diz ser meu pai fora da minha casa.

- Minha casa. - ela corrigiu séria. - Não se esqueça disso.

Travei o maxilar engolindo a raiva.

 - Você é uma droga como mãe, sabia? - indaguei. 

Atena suspirou.

- Estou fazendo o meu melhor Annabeth, tente entender. - ela disse com a voz triste, ouvi Frederick resmungar algo incompreensível. 

- Seu pai quer conversar com você. - ela disse. - Até mais Ann, amo você.

Houve um silêncio súbito então a voz de Frederick soou.

- Annabeth. - ele anunciou.

- Eu só gostaria de entender. - disse com raiva. - O que eu fiz para merecer vocês dois? 

- Annabeth, me escute. - ele disse. - Eu dei a ideia de colocar você no internato junto de Percy. 

Ri com sarcasmo.

- Porque eu não estou surpresa? - perguntei. - Porque você me odeia tanto? 

Meu pai não respondeu de imediato então eu continuei.

- Me diga, o que você estava falando com Gabe antes? - perguntei com medo em minha voz. - Por favor, me diga que você não o fez de novo, por favor...

- Ele parece estar obcecado por você, Annabeth. - ele disse.

 Senti minha respiração falhar.

 - Você o fez, não é? - perguntei chorando. - Você não pode fazer isso comigo!

Frederick suspirou.

- Eu não queria que chegassemos a isso, querida. - ele disse. -  Eu sinto muito.

- Você sente muito? - indaguei com ironia. - Se você sentisse qualquer coisa não teria me mandado pra cá para começar.

- Porque você acha que eu mandei você para um internato? - ele indagou. - Assim você fica longe dele.

 - Nossa, eu devo te agradecer por ser um pai super preocupado e responsável? - indaguei sarcasticamente. 

- Annabeth... - ele começou mas eu o interrompi. 

- Espero que você morra. - digo e jogo o celular na parede.

O celular se desmontou no chão. Me joguei na cama chorando ruidosamente.

Porque ele fazia isso comigo? 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Me contem nos reviews :3
Para os novos leitores que não me conhecem, leiam a minha fic : https://www.fanfiction.com.br/historia/178159/Dream_A_Little_Dream
Para os meus leitores fiéis: nhac :3
até a próxima o/