Touched By Hell escrita por raquelsouza, milacavalcante


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

heeeeeeeeeeeeeey semideuses o/
Aqui é a mila, estava com saudades de vocês ♥
Esse capítulo demorou um pouco pra sair porque eu e a quel estávamos em semana de recuperação (o qual eu preciso me gabar porque eu fiquei só em 1 e a quel em umas 5, haha)
Espero que gostem desse capítulo :3



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Thalia me mostrou todos os alojamentos do internato e eu preciso admitir, não sei se fiquei mais impressionada com a arquitetura ou com a quantidade de lugares vazios e meninos gostosos.

Não pense que eu sou fútil por reparar nos meninos gostosos. Isso por aqui é algo impossível de não se notar.

É, talvez as coisas por aqui serão bem mais agitadas do que eu pensara.

Paramos em frente a um prédio antigo, com colunas dóricas pintadas de um vermelho-sangue que a muito tempo desbotara.

- Há quanto tempo isto está aqui? – pergunto admirando as colunas.

- Desde 1790,  foi criada pelo arquiteto Máximos Abram, um dos estudantes da Goode. Dizem que ele era o melhor arquiteto da cidade.

Olhei para Thalia estupefata.

- Como você sabe tudo isso? Você também gosta de arquitetura? – indaguei.

- Não, está escrito nesta placa. – ela disse apontando para uma placa dourada posta sob uma das colunas.

Ri com vontade.

- Louca. – disse eu dando um soco no ombro de Thalia.

- Ué, você não queria saber? – ela disse com um sorriso travesso no rosto.

- Posso saber o que essas duas lindas senhoritas fazem neste prédio? – uma voz masculina perguntou.

Virei-me e me deparei com o garoto que tinha visto mais cedo no pátio. Ele ainda vestia o uniforme da escola, mas três botôes de sua camisa estavam abertos e sua gravata estava torta.

Pelos deuses, esse menino sabe ser sexy.

- Prazer, bela dama, sua presença torna esta escola ainda mais maravilhosa. – o garoto pegou a minha mãe e a beijou suavemente.

- Corta essa, Ethan. – Thalia deu um soco forte na costa do garoto.

- Fala Cara de Pinheiro. – Ethan olhou para Thalia, depois voltou a olhar para mim. – Sou Ethan Nakamura, e você?

- Annabeth Chase. – digo dando de ombros.

- Precisamos voltar para o dormitório. – Thalia falou de repente e me empurrou para fora do prédio as forças.

- Vocês vão para a festa? – Ouço Etha perguntar quando já estamos bastante distantes.

- Talvez. – Thalia gritou de volta.

- O que foi isso? – perguntei quando já estávamos longe do Ethan.

- Não se meta com o Ethan. – ela diz simplesmente.

- Porque?

- Ele não presta.

- Como você sabe?

- Experiência própria. – ela disse dando de ombros.

Thalia continuou a me mostrar as dependências da escola. Aquele internato era tão grande que quando terminamos de andar as minhas pernas estavam fatigadas.

Já eram quase 12 horas quando o sinal tocou.

- Está quase na hora do almoço. – Thalia disse ajeitando a gravata. – Não podemos nos atrasar.

- Por que não? – perguntei enquanto andávamos rumo ao nosso quarto.

- Aqui seguimos os hábitos ingleses com veemência. – ela disse. – Precisamos nos trocar antes de ir pro refeitório. Aquele foi o primiro sinal.

- Que estranho. – respondo.

- Isso porque você não viu o chá das 4. – ela disse forçando o seu sorriso britânico. – Senhoritas se reunindo para falar sobre assuntos interessantes sem a supervisão de adultos responsáveis.

- Eles realmente acham que adolescentes conversam sobre coisas importantes? – perguntei.

- Boa pergunta. – ela reflete. – Na maioria das vezes as meninas se agarram ou brigam.

Nisto, tínhamos chegado ao quarto. Bianca estava vestindo um vestido com estampa de flores com a saia rodada e sapatilhas amarelas.

- Que linda. – Thalia disse histérica. Bianca corou.

- Para com isso. – ela disse jogando uma almofada em Thalia.

Tirei o meu uniforme e coloquei uma saia de pregas acima do joelho, camisa ¾ preta e sapatilhas azuis. Thalia vestiu coturnos pretos, jeans escuros e uma camisa do Green Day.

Depois de se vestir, Thalia nos olhou dos pés a cabeça e revirou os olhos.

- Como se já não bastasse eu andar com a princesinha ai, ainda tem você? – ela disse suspirando.

- Cala a boca Thalia. – Bianca disse  já no batente da porta.

- Espera, o que você quer dizer? – indago.

- Vocês são “Barbie’s” demais, entende? – Thalia fez uns gestos com a mão para demontrar despreso.

Sorrio sarcásticamente pra Thalia.

De uma coisa eu tenho certeza, Barbie é algo que eu não sou. Bonecas são feitas para serem perfeitas, para enterter meninas mimadas.

Bufei e troquei minha saia por uma calça preta rasgada nas pernas.

- Gostei da calça. – ela disse sorrindo.

Saímos do quarto e demos de cara com o corredor mais abarrotado de garotas que o normal. Segui Thalia até entrarmos dentro de um grande refeitório.

Algumas garotas passavam por nós e cumprimentavam a mim, Thalia e Bianca. Outras nos olhavam torto e desviavam o olhar para coisas mais interessantes.

O refeitório era maior que um estádio de futebol. Haviam 10 mesas compridas distribuidas lado a lado e um banquete em cima de cada uma.

Thalia sentou-se no meio da quinta mesa, sentei ao seu lado.

Estava com fome pois Percy não deixou eu terminar o meu café da manhã e eu passei a manhã andando com Thalia. Ao ver o tanto de coisas gostosas meu estômago roncou.

Notei que ninguém tinha começado a comer ainda.

- Porque não estamos comendo? – perguntei frustrada.

- Precisamos esperar o segundo sinal. – ela disse inexpressiva. – Eu sei, isso é muito chato.

Assenti e notei uma garota me olhando do outro lado do refeitório. Ela era baixinha com os cabelos longos ruivos e encaracolados. Os olhos verdes estavam cravados em mim e seu sorriso de deboche deixava claro que ela era daquele jeito...

Sustentei o seu olhar até ela levantar e vir na minha direção. Ela vestia uma saia de cintura alta tão curta que aparecia a barra de sua meia 5/8 e uma blusa rosa semi-transparente.

Vadia.

Limitei-me a revirar os olhos. Seu sorriso arrogante continuava ali, mas eu não me importava.

- Olá! – ela disse com falsa alegria. – Sou do comitê de de boas vindas e...

- Cai fora Dare. – Thalia disse com desprezo na voz.

Os cantos dos lábios da garota se crisparam.

- Calada Grace, não estou falando com vadias. – ela disse pondo a mão na cintura.

Logo percebi que havia uma intriga muito grande entre as duas e para não perder o costume comecei a debochar da ruiva com o meu estilo.

- Então...  o que você está fazendo aqui? – indaguei entrelaçando as mãos embaixo do queixo. – Eu provavelmente sou a garota mais vadia que você vai conhecer na sua vida toda.

- Comecei a perceber. – ela disse voltando a sorrir com deboche.

- Já acabou, querida? Você está me trapalhando  – disse fazendo cara de inocente.

A menina bateu o pé e saiu rebolando até uma mesa cheia de garotinhos e garotinhas frescas.

Dois meninos sentaram na nossa frente. Um era moreno e com sérios problemas de acne e o outro era meio gótico e muito fofo.

- E ai pessoal, essa é Annabeth Chase, uma caloura que eu encontrei perdida por ai. – ela disse sorrindo novamente. – Esses são Grover e Nico.

- Hey. – os dois disseram em uníssono.

- Prazer em conhecê-los. – disse educadamente.

Procurei por Bianca pelo refeitório e a encontrei sentada perto da ruiva vadia.

- Bianca faz parte daquele grupinho? – perguntei boquiaberta.

- Sim. – ela disse simplesmente. – Mas ela é diferente deles. Ela é a única que ainda fala comigo.

- Ou briga. – digo.

- Exatamente. – ela concorda. – Eu costumava sentar com eles, mas alguns acontecimentos me forçaram a sair daquele lugar.

- Quais? – insisti.

- Vários. – disse dando de ombros e começou uma conversa com Nico, deixando claro que não queria falar sobre isso.

Olhei mais uma vez para a mesa. Demorei o olhar em casa pessoa que compunha aquele grupo. Ethan Nakamura estava naquela mesa e deu uma piscadela quando me viu olhando-o.

Deuses, é óbvio que aquele garoto não presta, mas ele é muito sexy.

Eu iria continuar encarando-o se não tivesse notado o garoto de cabeça abaixada sentado na frente dele.

O menino levantou a caneça e para a minha surpresa, era Percy quem estava lá.

Sei que Percy está lindo e tudo mais, mas porque sentar com eles?

Thalia me viu olhando.

- Isso mesmo, Percy Jackson está lá. – ela comentou com leve desprezo.

- Não me surpreende. – respondo ainda olhando para ele.

O sinal do almoço finalmente toca e começo a encher o meu prato. Como em silêncio pensando nos fatos que ocorreram até agora.

Sem perceber, volto a olhar para a mesa onde Percy estava sentando e nossos olhares se encontram.

Idiota.

Porque eu tive que vir morar justo com ele?

Percy fez menção de que ia sorrir, mas foi interrompido por uma cabeleira ruiva lascando um beijo ‘’desentupidor’’ nele.

Depois que eles se separaram a ruiva sussurrou algo em seu ouvido que o fez sorrir.

A tal de Dare olhou na minha direção com um sorriso zombeteiro.

Revirei os olhos. Como se aquilo fosse me atingir.

Comi até não poder mais. Esperei Thalia terminar e depois voltamos pro quarto.

Tirei meus sapatos e me joguei na cama.

- O que temos que fazer pela tarde? – perguntei sonolenta.

- Nos inscrever nas aulas. – ela disse bocejando. – Depois podemos morgar até as aulas começarem, amanhã.

- Precisamos fazer isso agora? – perguntei enfiando a cara no travesseiro.

- As melhores aulas enchem bastante rápido. – ela disse. – Não quero fazer aulas extras de química de novo, pelo amor de Deus.

- Então vamos. – disse levantando e me espreguiçando.

Fomos até o auditório onde iriam ser feitas as inscrições. Acabei me inscrevendo em desenho, exatas, história, psicologia e outras matérias obrigatórias.

- Você só escolheu as piores matérias. – Thalia disse exasperada.

- Só escolhi as que eu gosto. – respondi dando de ombros.

- Você tem sérios problemas mentais, que horror. – ela comentou.

Andamos de volta ao dormitório lentamente. Thalia de vez em quando parava pra falar com alguém e me apresentava.

Sorri e apertei a mão de um monte de pessoas, mas não gravei o nome de nenhuma.

- Vou dar uma volta nas quadras, quer vir? – Thalia perguntou.

- Não, obrigada. – rejeitei educadamente. – Acho que vou dormir um pouco.

- Tudo bem então, até mais tarde. – ela disse se afastando.

Entrei no quarto silenciosamente. Bianca também estava fora, provavelmente com o grupinho de frescos.

 Tirei os sapatos e os jeans, peguei meu Ipod e meus fones de ouvido e fechei os olhos, adormecendo segundos depois.

Sonhei comigo mesma.

No sonho, eu ainda era uma criança. Estava cantarolando uma canção de ninar quando uma batida forte veio da porta do quarto.

A pequena Annabeth sentou na cama balançando as pernas no ar, esperando a pessoa entrar.


- Já vai dormir, Ann? – Frederick disse sentando-se ao meu lado e passando a mão nos meus cabelos.


- Sim, papai. – a pequena Annabeth disse sorrindo inocentemente para aquele que ainda considerava seu pai.


- Você precisa me escutar com atenção agora, filha. - ele disse pousando a mão nos ombros finos da garota. Seu olhar era sério e um pouco insano.


A garotinha encarou seus olhos com atenção.


- Você ama sua família, Annabeth? - ele perguntou com ar coturno.


- Amo. - a pequena Annabeth respondeu sem o menor indício de hesitação.


Os lábios de Frederick tremiam.


- Você faria qualquer coisa por mim? - perguntou-me com tremor  nos dedos.


- Sim, papai. – a pequena eu respondeu.

- Não! - Eu queria gritar. – Não faça isso!

- Eu tenho muito orgulho de você, querida. - ele disse beijando minha testa com aspereza. - Eu espero que um dia você me perdoe por isso.


- Não entendi papai. – o meu eu mais novo disse, uma ruga entre suas sobrancelhas se formando diante da confusão.


- Você entenderá quando for mais velha. – Frederick disse levantando e caminhando até a porta. - Eu amo você, Annabeth.


- Eu amo você, papai. - a garotinha respondeu observando seu pai fechar a porta cuidadosamente.

Sabia o que aconteceria a seguir, tentei gritar para que a outra Annabeth corresse, mas a minha voz me traía.

Logo a porta de seu quarto abriu-se novamente. O desespero que eu estava sentindo triplicou. Tentei ficar na frente de Annabeth como um escudo humano, mas o homem passou por mim como se eu não existisse.

Caí de joelhos no chão e enterrei o rosto nas mãos. Não aguentava ver o que aconteceria em breve.

- Mas você precisa prometer que não contará a sua mamãe, entendeu? – o homem perguntou.- Será um segredo entre você, eu e seu pai.


- Eu prometo. - ela respondeu inocentemente.


- Essa é a minha garota. - o homem disse e eu pude ouvir o farfalhar das roupas.


Logo a pequena Annabeth começou a se debater e gritar por seu pai que nunca apareceria para protegê-la.


- Mocinhas não choram para suas mães, entendeu? - ele disse com ferocidade.


Tapei os ouvidos com as mãos para inutilmente não ouvir os gritos de dor que a pequena Annabeth daria.

– Só vai doer um pouco, está bem? – o homem disse com a voz cheia de desejo.

Logo os gritos começaram.

Acordei sobressaltada e com lágrimas nos olhos. Minha garganta estava seca e meus lábios tremiam com o choro. Passei a mão no cabelo para me recompor e lutei contra as lágrimas que insistiam em serem derramadas.

Respirei fundo algumas vezes até me acalmar. Eu estava com medo de ficar aqui sozinha, no escuro, à beira da insanidade.

Eu não podia deixar que essas lembranças possam voltar a me atormentar, eu não podia deixar o medo me controlar. Eu já estava acostumada, eu era forte. 


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Notas finais do capítulo

E ai, gostaram? Final dramático esse né? Adoro um drama.
Enfim, se gostaram, odiaram, querem dar sugestões, críticas e etc, nos deixem reviews, nós adoramo reviews ♥
Para os meus leitores em Dream a little dream: Eu não abandonei a fic, só estou com problemas de tempo e inspiração, mas logo sai capítulo novo, NÃO ME ABANDONEM PELO AMOR DE TODOS OS DEUSES.
Até a próxima semideuses s2 nhac