Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 8
Realidade


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Perdão pelo atraso! Achei que o capítulo estava "ralo" de mais e não me permiti postá-lo enquanto não conseguisse esticá-lo o suficiente.
Vou deixar algumas observações sobre a fic lá embaixo, espero que leiam!
Por agora, só desejo a todas uma boa leitura!
ATENÇÃO: no início desse capítulo aparecem cenas um pouco mais quentes! Aviso feito... Divirtam-se!



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Eu estava em algum ponto entre a consciência e a inconsciência, não sabia se o que estava sentindo era sonho ou imaginação, mas estava bom. Estava muito bom.

Eu estava abraçada a alguma coisa. Era quentinho e confortável. Algo me embalava e eu estava segura. Minha respiração batia no que quer que eu estivesse abraçada e eu podia sentir um cheiro extremamente agradável vindo daí.

Ainda de olhos fechados me permiti ser conduzida a um sonho.

Eu estava sentada em uma clareira linda. Árvores frondosas formavam um círculo quase perfeito a minha volta, o vento soprava gentilmente, jogando meu cabelo para trás, o chão estava coberto por grama perfeitamente verde e algumas flores violetas, amarelas e brancas. Eu sabia que em algum lugar ali perto havia um rio passando, podia ouvir o barulho e a certeza estava gravada em minha mente.

Um rapaz vinha andando em minha direção. Era jovem, mas tinha postura de homem. Seu cabelo era ruivo, seus olhos eram verdes e seu sorriso era lindo. Ele estendeu sua mão para mim, me ajudando a ficar de pé e logo me puxou contra ele. Seus braços envolveram minha cintura me erguendo e ele começou a girar.

O som das nossas risadas invadiu a clareira. Com medo de cair segurei fortemente em seus ombros e pude sentir seu aperto em minha cintura se intensificar.

Caímos juntos no chão, ele por cima de mim, meus braços estendidos paralelos ao meu corpo deixando-me sem defesa alguma. O céu acima de nós estava em um azul lindo sem nuvem alguma. Seu cheiro delicioso invadiu meus pulmões. Seu rosto foi de encontro ao meu pescoço e ele deixou um beijo ali.

Fechei os olhos para me permitir sentir melhor tudo aquilo.  Seus beijos foram descendo em direção ao meu ombro. Abri os olhos por um momento e agora havia um teto branco acima de nós, mas eu não me importei.

Fechei os olhos novamente e seus beijos agora subiam, indo novamente para meu pescoço. Podia sentir seu cheiro mais forte e seus beijos mais intensos. Abri os olhos novamente e percebi que além do teto que tomara o lugar do céu, havia paredes que tomaram o lugar das árvores a nossa volta, mas também não me importei.

– Oh Bella, eu tive um sonho tão terrível. – ouvi o rapaz dizer, mas sua voz era de homem. Seus beijos chegaram ao lóbulo da minha orelha a sensação que isso causou fez com que eu me importasse ainda menos com as confusões a minha volta – Sonhei que eu não podia mais te beijar, nem abraçar, nem tocar... – agora ele subia pelo meu pescoço, suas mãos se movendo em minha cintura, sua respiração me causando arrepios – E não foi por causa de alguma briga, você não lembrava de mim, amor. – seus lábios estavam em meu rosto, beijando cada parte, suas pernas se esfregaram nas minhas e eu estava ficando louca – Obrigado por estar aqui, por não esquecer que eu te amo. – Congelei.

Tudo fez sentido. Não era mais um sonho. O homem em cima de mim era meu marido, de quem eu não lembrava após ter acordado em um hospital por conta de algum acidente que sofri e que fizera com que eu esquecesse de boa parte da minha vida.

Seus lábios estavam quase nos meus e eu podia sentir uma determinada parte sua bem rígida próxima a uma determinada parte minha. Suas mãos estavam por dentro da minha blusa passando por minha barriga, quase chegando em meus seios, mas da mesma forma que eu, ele também parou.

– Bella? – ele perguntou cheio de incertezas na voz. Não foi necessário responder. No momento em que olhou em meus olhos ele se levantou da cama como se estivesse deitado sobre brasas. – Bella...

Sem saber o que fazer, fiz por impulso. Levantei da cama e corri para o banheiro do quarto, trancando a porta, pois sabia que minhas pernas não conseguiriam me levar a lugar algum mais distante do que isso.

Uma vez lá dentro minha certeza se confirmou. Minhas pernas cederam e caí no chão aos prantos.

– Bella, por favor, abra a porta, vamos conversar. – Edward tentava abrir a porta – Me perdoa, eu juro que nunca mais vou fazer nada que possa te assustar ou machucar, nem ao menos te toco mais, não foi minha intenção! É só que... Quando eu te vi ali, do meu lado, achei que... – não consegui controlar meus soluços, que começaram a ficar cada vez mais altos – Por favor, Bella!

– Edward, me deixa aqui. Por favor. – implorei entre os soluços. Era muita coisa para pensar e parecia que tudo havia caído de uma vez só em cima de mim. Uma mistura de medo, incertezas e culpa faziam um carrossel de emoções em mim.

Eu queria que ele desistisse de mim, queria que me deixasse ali chorando e avaliando sozinha tudo o que estava acontecendo, mas sabia que ele não faria isso. Ele era Edward, afinal. Ele jamais me abandonaria.

– Bella, por favor, eu faço qualquer coisa para consertar isso! Qualquer coisa, Bella! Só me diga o que eu tenho que fazer. – controlei meu choro e fui abrir a porta.

Edward estava bem ali, de pé em minha frente com o olhar desesperado, o cabelo revoltado e a postura de quem estava pronto para fazer qualquer coisa. Assim que descobrisse o que fazer.

– Bella! – ele se aproximou de mim e eu sabia que sua intenção era me abraçar e me embalar, mas estaria descumprindo uma promessa e Edward não era esse tipo.

– Está tudo bem, Edward. – minha voz ainda era fanha – Eu não tenho medo de você. – com isso me entreguei aos instintos e me enterrei em seu peito, deixando que os soluços voltassem. Seus braços não me decepcionaram, me envolvendo de imediato.

Ele me pegou no colo como se eu fosse uma criança e nos levou de volta para a cama. Sentou-se encostando suas costas à cabeceira e começou a me balançar como se estivesse me ninando.

– Shh... Vai ficar tudo bem, pequena, eu prometo. Eu nunca mais vou te assustar novamente. – senti um beijo em meu cabelo e afastei meu rosto de seu peito para encará-lo.

– Não é isso, Edward! Eu estou tão perdida! Eu quero lembrar de tudo! Eu quero lembrar que tenho um padrasto, quero lembrar os meus motivos para ir morar com meu pai, quero lembrar das pessoas que conheci, das amizades que conquistei, quero voltar para você, eu quero tudo de volta! É tão injusto! Não quero que as pessoas a minha volta precisem controlar o que falam para não me deixar desconfortável, não quero que você se sinta magoado por eu não lembrar de você, não quero que minha mãe fique preocupada comigo e tenha que sair da Flórida para me ver, não quero ser uma estranha em minha própria vida! Eu sou sempre quem sai mais machucada de tudo! Será que nesse acidente não podia ser diferente? Por que sou sempre eu? – Edward não respondeu a nenhuma das minhas perguntas, mas tão pouco desistiu de mim.

Não sei se foram minutos ou horas, mas em algum ponto acabei adormecendo entre os soluços enquanto ouvia as palavras calmantes de Edward.

~*~

– Não posso ir para empresa agora, cancele! – ouvi a voz de Edward. Abri os olhos e pude vê-lo falando ao telefone. Ele falava baixo e estava de costas para mim, mas o nervosismo era perceptível em sua postura – Certo, então pelo menos adie. – ele suspirou – Liam, pelo amor de Deus, eu não posso sair de casa agora e se tem alguém aí que consegue enrolar os Volturi é você, então, por favor, enrole-os. – pausa – Certo, estarei aí assim que puder e ainda hoje resolveremos isso. – ele desligou o celular e voltou a suspirar frustradamente.

Ele se virou e sentei na cama para mostrar que estava acordada.

– Olá, linda. – um sorriso lindo iluminou seu rosto.

– Você precisa sair. – afirmei.

– Sim, mas antes precisamos conversar. – nem ao menos me mexi, pronta para ouvir o que ele tinha a dizer. – Primeiro de tudo, me desculpe. Não importa a situação, o momento, o que importa é que eu invadi seu espaço e sua intimidade e peço desculpas por isso.

– Se não importa o fato de que eu invadi seu quarto, sua cama e seu espaço antes, então, você está desculpado. – respondi tentando mostrar a ele que ele não era mais culpado do que eu pelo incidente.

Nosso quarto, nossa cama. Certo. Agora, sobre tudo aquilo que você se questionou, eu realmente não sou a melhor pessoa para te responder. Eu não sei quando você vai lembrar, ou ao menos se você vai lembrar. Eu não sei o motivo para isso ter acontecido e eu confesso que também estou me sentindo perdido, mas eu te garanto que independentemente das lembranças ou do passado, eu sempre estarei aqui. – ele se aproximou, sentou ao meu lado na cama e, com uma lentidão exagerada, pegou novamente a minha mão.

– Obrigada. – respondi apertando sua mão em uma tentativa de mostrar que sua presença era bem-vinda.

– Bella, não ignore isso. Todos esses sentimentos, não tenha medo de mostrá-los. Você pode sempre contar comigo. – seu olhar se perdeu por alguns instantes – Então... Eu estava pensando em como deve ser estranho para você não saber nada sobre nós, então pensei que talvez, se você quisesse, nós poderíamos fazer alguma coisa hoje à noite.

– Essa “alguma coisa” seria sair? – perguntei.

– Sim, alguma coisa como um passeio na rua ou jantar ou cinema, nada muito grande. A não ser que você queira. Ou podemos ficar em casa, mas pensei que talvez você quisesse sair um pouco daqui, mas se você preferir ficar aqui pode ser. Podemos ver um filme aqui. Ou jantar aqui. Ou até só sentar e conversar, só nós dois. Ou, se você preferir podemos chamar mais gente. Ou então nós não fazemos nada, você não precisa aceitar se não quiser. – quando terminou de falar, Edward estava vermelho. Talvez por ter dito tudo de forma tão rápida que nem ao menos parara para respirar ou pelo fato de estar me convidando para fazer alguma coisa.

Eu não tive como não rir. Minha risada preencheu o ambiente e me espantei ao perceber que, por mais estranho que fosse o som do meu riso eu gostei de ouvi-lo.

– Eu aceito fazer alguma coisa com você, Edward. – respondi ainda me esforçando para segurar o riso.

– Ótimo! – eu podia ver o alívio e a animação em seus olhos. – O que você prefere? O que você quiser, pode ser o que você quiser. – ele agora já estava de pé, não conseguindo controlar sua animação.

– Que tal o passeio? Assim poderíamos sair um pouco e conversar. – sugeri um pouco receosa de quebrar toda aquela felicidade dele.

– Perfeito! – ele olhou no relógio – posso te pegar às três? Eu preciso estar presente em uma reunião, mas volto assim que acabar.

– Está ótimo para mim. – respondi feliz por não ter abalado seu estado de espírito.

– Certo. Você devia dormir mais para descansar um pouco. Seu café da manhã está embrulhado em cima da bancada na cozinha, eu deixei um cartão do lado de cada telefone na casa porque não sabia se você ia saber mexer no celular ou não. De qualquer jeito nos cartões tem meu número de celular e o número da empresa. Seu celular está em cima da sua mesa no escritório. Eu deixei os panfletos de restaurantes na bancada da cozinha também e deixei dinheiro junto, assim você não precisa se preocupar em cozinhar. Não se preocupe com a louça e ainda tem torta de nozes na geladeira. – tomou fôlego após essa tempestade de palavras – Acho que é isso.

– Tudo bem. Então, bom dia de trabalho! – desejei a ele.

– Obrigado, linda. – com aquele sorriso maravilhosos e deixou um beijo em minha testa e saiu para o trabalho.

Eu realmente tentei continuar na cama, até porque ainda era cedo, mas não consegui. Levantei e fui para a cozinha descobrir o que seria meu café da manhã.

Sobre a bancada, estava uma linda cesta embrulhada em papel celofane colorido com um laço enorme. Ao abrir descobri yogurte, achocolatado, mini torradas, geleias, frutas e bolinhos. Achei tão fofo e doce da parte de Edward que considerei guardar de lembrança. Meu estômago discordou e acabei levando a cesta e alguns talheres para a minha parte preferida da casa.

Lá fora, enquanto admirava a vista da grande Nova York, deliciei meu desjejum provando cada coisa que Edward escolhera para mim.

Quando terminei senti uma vontade enorme de mergulhar na piscina. Ao me aproximar para ver melhor, percebi que havia controles para acender algumas luzes coloridas dentro dela e para ligar o aquecedor de água.

Deixei as luzes piscando e o aquecedor trabalhando enquanto rumei para o quarto para procurar alguma roupa de banho para vestir parando na cozinha apenas para deixar a cesta com minha refeição em cima da bancada como eu a havia encontrado.

Entrar no quarto de Edward acabou sendo uma tarefa mais fácil do que imaginei que seria. Talvez por já ter passado a noite ali e ter sido ali que tive uma das conversas mais intensas com ele, minha timidez estava começando a me permitir algum conforto.

Entrei no closet para procurar algo apropriado para entrar na piscina, apesar de que eu precisaria tomar muito cuidado com o gesso que ainda estava em meu braço.

Uma vez lá dentro não pude evitar parar para analisar as roupas que eu tinha.

Tudo parecia organizado para ocasiões. Havia desde roupas que eu provavelmente só vestia quando estava em casa até vestidos muito elegantes e separadamente uma fileira de casacos apropriados para o inverno de Nova York.

Havia uma parte destinada a sapatos e não pude deixar de me perguntar quando eu havia despertado o lado consumista em mim. Além disso, quando eu havia despertado o bom gosto em mim? Afinal, todos pareciam ter sido cuidadosamente escolhidos.

Em outra parte estavam as bolsas. Vários tipos, vários tamanhos, várias cores, várias marcas. Todas muito bem organizadas de forma que fosse fácil ver cada uma, para não perder tempo procurando alguma ou esquecer que existia.

Avistei um painel com diversos brincos e grandes colares pendurados. Logo abaixo dele havia um móvel no qual estavam dispostas caixas com cordões mimosos, pulseiras e anéis. Dentro da primeira gaveta pude encontrar algumas joias que eu provavelmente só usava em ocasiões especiais.

Na gaveta abaixo estavam vários estojos de maquiagem e alguns produtos diversos. Aquela era a única parte que não estava muito bem organizada, mostrando tudo espalhado livremente pela gaveta espaçosa.

Senti meu rosto esquentar ao abrir o que seria minha gaveta de roupas íntimas. Apesar de não haver nada que eu julgava imoral, descobrir babados, fitas, cores variadas, estampas diversas e bojo ocupando lugar das minhas antigas peças simples e unicamente em tons neutros me surpreendeu bastante.

Descobri inclusive alguns biquines, mas já estava muito entretida com minhas descobertas sobre mim mesma.

Ao abrir outra gaveta ri ao reconhecer meu gosto por meias grossas, longas e com estampas infantis. Aquilo me confortou um pouco, pois alguma coisa em mim permanecia igual.

Fui para o banheiro do quarto, onde encontrei o mesmo hidratante de morango e o mesmo perfume de lavanda que estava na nécessaire que Edward me entregara no dia anterior. Na prateleira dentro do box reconheci o mesmo xampu de morango.

Saber que eu mantinha alguns gostos me dava algum tipo de segurança, como se eu mostrasse para mim mesma que eu ainda era a mesma pessoa, e não alguém que havia acordado em um corpo que não era seu por engano.

Fui para o cômodo que funcionava como escritório para tentar descobrir o que eu fazia da vida. Não foi difícil descobrir qual era a minha mesa e qual era a de Edward. Ao avistar canetas sérias alinhadas paralelamente na mesa da esquerda e um porta-lápis infantil com marcadores de texto fluorescentes, lápis infantis e canetas coloridas na mesa da direita, rumei imediatamente para a cadeira da segunda.

Havia pastas e envelopes empilhados, recortes espalhados e anotações rabiscadas em volta dos textos impressos. Um celular com o cartão de Edward também se encontrava ali, juntamente com um chaveiro e uma carteira. O monitor do computador a minha frente estava envolto por várias folhas de post it com lembretes diversos.

O que mais me chamou atenção foi um escrito em uma folhinha amarela, cuja anotação eu havia circulado desesperadamente com uma caneta vermelha, como se fosse urgente. Além disso, a anotação em si chamava atenção.

Avisar a Alice que deixei a caixa-Cullen na portaria!

Perdi alguns minutos refletindo no que aquilo poderia significar. Depois de concluir que não chegaria a conclusão alguma rumei para o closet, troquei o pijama pela primeira roupa que encontrei, prendi meu cabelo em um rabo-de-cavalo alto e fui para a portaria do prédio utilizando as chaves que encontrara em minha mesa.

Ao sair do elevador tomei alguns segundos para observar o ambiente a minha volta. A intenção não era reparar em nada, mas sim fazer o possível para saber voltar, já que quando entrei no prédio no dia anterior havia sido pela garagem.

Avistei o local onde o porteiro estava, esparramado em uma cadeira com diversos monitores apresentando vários locais do prédio e um interfone.

– Olá. – comecei sem saber o certo como faria aquilo.

– Boa tarde, senhora Cullen! Como a senhora está? – ele respondeu endireitando-se na cadeira. Me surpreendi ao descobrir que o homem de meia idade sabia quem eu era.

– Bem, obrigada. – respondi.

– A senhora precisa de alguma coisa? – ele perguntou após perceber que eu não diria mais nada sem um estímulo.

– Eu havia deixado uma caixa aqui com você há alguns dias, certo? – perguntei tentando ao máximo possível não demonstrar minha falta de memória.

– A caixa que sua cunhada viria pegar? Sim, ainda está aqui. Ninguém apareceu. – ele respondeu eficientemente.

– O senhor poderia pegar para mim? – pedi a ele já mal contendo minha excitação por poder descobrir o que teria na caixa.

– Claro. – com isso ele se abaixou e quando levantou-se novamente segurava uma caixa não muito grande de plástico. – Aqui está.

– Muito obrigada! – minha gratidão ficou óbvia em minha voz.

– Não por isso! – ele respondeu e voltou a sentar-se em sua cadeira enquanto eu rumava de volta para o apartamento.

Sentada no chão do escritório, já que minha mesa estava lotada de mais, abri a caixa e dela tirei uma enorme quantidade de fotos. Estavam organizadas em bolos enrolados por tiras de papel.

O primeiro grupo de fotos era antigo. Estavam todas em preto e branco e foi necessário ler o verso para descobrir que se tratavam de fotos de Esme e fotos de Carlisle desde quando eram crianças até o fim da juventude.

Em um novo bloco havia fotos de Esme e Carlisle juntos, fotos do casamento deles, fotos de Esme grávida, fotos de Esme e Carlisle com um bebê que parecia uma bolinha, fotos do casal com o bebê um pouco mais crescido e Esme grávida novamente, fotos do casal com dois bebês, sendo um recém-nascido e outro incrivelmente redondinho, fotos desses quatro e Esme grávida novamente e finalmente foto dos cinco Cullens de sangue. Esme, Carlisle, Emmett, Edward e Alice, que era um bebê incrivelmente miúdo.

Soltei uma gargalhada quando percebi que Emmett, o gigante, havia sido um bebê gorducho.

Em outro bloco estavam fotos dos Cullens com os filhos um pouco maiores. Achei graça ao ver que Emmett era provavelmente uma criança obesa, Edward incrivelmente magrelo e Alice um pingo de gente. Havia fotos dos três em diversos momentos da rotina. Tomando banho, brincando, comendo, fazendo caretas, em aniversários e outras ocasiões especiais. A que achei mais linda era uma em que as três crianças estavam sentadas em um banco uma ao lado da outra. Emmet, com cabelo parecendo um capacete, estava em uma ponta de braços cruzados e cara emburrada, Edward, com cabelo boi lambeu, estava no meio com uma expressão de tédio e Alice, com Maria Chiquinha estava na outra ponta fazendo pose com as perninhas cruzadas e um sorriso exagerado.

Havia um bloco para cada um dos Cullnes filhos, mostrando diferentes épocas. Aniversários, festas na escola, jogos, apresentações... Me perdi por um tempo admirando as fotos de Edward.

O barulho do telefone me trouxe de volta a realidade. Havia um aparelho próximo a impressora e levantei correndo para atender.

– Alô – falei. Só depois disso me dei conta do quão arriscado isso seria, já que poderia ser qualquer um ligando. As chances de ser alguém de quem eu não lembrava eram muito grandes.

– Hey! – pude ouvir a voz de Edward soando um tanto insegura – Como você está?

– Bem – respondi não entendendo porque Edward ligaria para me checar. Talvez ele estivesse mais assustado com meu ataque dessa manhã do que deixara transparecer. – Algum problema?

– Na verdade sim. – ele suspirou – Desculpe, Bella. Sei que marquei com você às três, mas vou me atrasar um pouco.

– Não tem problema. – respondi.

– Tem sim. Sei que deveria ter avisado antes, você deve estar quase pronta e eu acabei ficando um tanto enrolado aqui. – ele falou martirizando-se.

– Que horas são? – perguntei quando me dei conta de que ele achava que eu estava quase pronta.

– Bella, eu sinto muito mesmo. Sei que deveria chegar aí em vinte minutos, mas eu realmente não vou conseguir. – ele falou derrotado.

– Vinte minutos!? – respondi assustada. Não era possível que o tempo houvesse passado tão depressa.

– Certo, agora quinze. Olha, eu prometo te compensar, não fique chateada, por favor. – ele disse implorando.

– Tudo bem, não estou chateada, só fiquei surpresa. Não sabia que já era tão tarde. Acho que não vi a hora passar.

– Certo. Então, será que nós podemos marcar para as quatro? – ele perguntou um tanto inseguro. – Podemos ir a uma cafeteria que você gosta e depois dar uma volta no Central Park, o que acha?

– Está ótimo para mim. – respondi tentando ao máximo possível trazer de volta a animação que Edward apresentava esta manhã.

– Certo. – percebi que “certo” era uma palavra que Edward repetia muito quando estava ansioso – Estarei aí às quatro sem falta! Te encontro na portaria do prédio?

– Perfeito. Até as quatro, então!– afirmei.

– Até lá. Um beijo, linda. – e antes que eu pudesse responder qualquer coisa um clique soou me informando que Edward havia desligado.

Alucinadamente guardei as fotos novamente dentro da caixa e a coloquei embaixo da minha mesa para depois voltar a examinar o conteúdo. Lembrei de voltar à piscina para desligar o aquecedor e as luzes antes de correr para o quarto na intenção de conseguir ficar pronta decentemente até as quatro.

Preferi não divagar muito sobre como seria o encontro com Edward, aceitando o fato de que, por hora, era melhor me manter firme na realidade, já que todos os meus devaneios acabavam perdendo o nexo em algum ponto.


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Notas finais do capítulo

Alguma observações sobre a fic:
Já havia comentado em resposta a comentários que a história não se baseia em nada específico, mas como foi comparada com o filme Para Sempre (que eu finalmente assisti o/ e achei lindo de mais) preciso informar que, diferentemente do filme, a Bella vai recuperar a memória!
Além disso, como puderam observar não existe tensão entre a família da Bella e o Edward.
Outra observação importante, é que estou tentando manter a personalidade de cada personagem na medida do possível para encaixar com o enredo.
Tendo dito isso, quero agradecer muuuuiiiiiito pelos comentários! Acho que o capítulo anterior foi o que teve maior número e isso me faz muito feliz!
Por favor, continuem comentando! Isso trás um gás enorme para a história. Podemos observar isso apenas vendo como os capítulos estão se tornando cada vez maiores!
Enfim, obrigada a todas as que comentam! Sintam-se livres para elogiar, criticar, opinar... Espero ansiosamente pelos próximos comentários!