Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 9
Passeio


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Tentei ao máximo possível não demorar com o capítulo! Cheguei a tentar postá-lo mais cedo hoje, mas a página sempre caía. Espero que dessa vez dê certo!
Boa leitura!



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Exatamente às quatro da tarde eu estava pronta, vestindo uma calça legging, uma blusa longa e uma camisa xadrez de botão por cima e calçando um par de sapatilhas confortáveis para um passeio. Não usava bolsa, pois não haveria nada que precisasse levar para sair com Edward.

Passei pelas portas do elevador, cumprimentei o porteiro que havia conhecido (provavelmente pela segunda vez) hoje e fui para a calçada. Reconheci o Volvo prata de Edward e me encaminhei até ele.

– Olá, linda. – ele disse assim que entrei no carro.

– Oi. – respondi – como foi o seu dia?

– Foi... conturbado, mas não importa mais, agora passou. Desculpe o atraso. – disse ele enquanto colocava o carro em movimento.

– Não tem problema, eu também acabei me distraindo e não vi a hora passar. – respondi enquanto observava os prédios, que eram a paisagem ao nosso redor.

– Verdade? E o que ficou fazendo? – ele perguntou claramente curioso.

– Bom... Praticamente passei o dia mexendo nas minhas coisas, tentando me conhecer, sabe? – por algum motivo não quis falar com ele sobre a caixa com as fotografias.

– Entendo. E como foi? Reconheceu alguma coisa? – ele perguntou interessado.

– Na verdade não. Fiquei surpresa por ser tão organizada, eu não costumava ser assim, mas acho que continuo a mesma em algumas coisas. – respondi sorrindo.

– Em que? – ele perguntou tão interessado que me perguntei se aquilo era realmente um teste para saber do que eu lembrava ou na verdade uma curiosidade dele.

– Eu ainda sou bagunceira com maquiagem... – respondi tentando evitar falar das meias, pois seria extremamente constrangedor.

– Aposto que se ainda usasse a mesma quantidade que usava estaria organizado, só estão bagunçadas porque a cada dia surge alguma nova. – ele respondeu com um sorriso que não chegou aos olhos – mais alguma coisa que permaneceu?

– Sim, mas é constrangedor. – respondi me virando para a janela.

– E você espera que essa resposta me faça desistir de saber o que é? – ele riu – Vamos, agora mais do que nunca eu quero saber o que é.

– Não, você vai rir! Ou melhor, já está rindo! – respondi cruzando os braços.

– Por favor, Bella! Prometo fazer o possível para me controlar. – ele falou com um tom de voz que me deixou completamente deslumbrada.

– As meias de estampa infantil...  Sempre gostei de usar para ficar em casa quando faz frio. – respondi ainda um tanto deslumbrada.

O carro estava parado em um sinal vermelho. Edward olhou em meus olhos com aquela intensidade que só ele sabia manter. Cuidadosamente afagou minha mão esquerda, cujo braço ainda estava com o gesso e com um sorriso simples ele respondeu:

– Eu me lembro. – com isso, ele voltou sua atenção para o trânsito e seguimos quietos até ele encontrar um estacionamento para guardar o carro, já que não havia vagas na rua.

Estávamos andando pela calçada de mãos dadas como se fôssemos um casal. Claro, éramos um casal no final das contas, mas naquele momento não era tão natural assim. Edward deixara o terno e a gravata que estava vestindo esta manhã no carro e a camisa social estava para fora da calça, dando a ele um ar mais casual.

– Eu estava pensando em te levar a uma cafeteria que você costumava gostar, mas não sei se seria o melhor. Você prefere ir a algum lugar novo? Algum lugar que não faça você se sentir desconfortável? – ele perguntou.

– Acho que não seria ruim ir a algum lugar que eu já conhecia, contanto que não haja pessoas que eu já conhecia. Eu não saberia o que dizer, entende? – recebi um afago em minha mão.

– Não se preocupe com isso, não acho que você vá ser reconhecida, não era comum vir até aqui. – ele respondeu.

– Por que não? Você disse que eu gostava. – paramos em frente a um lugar que parecia extremamente aconchegante. O ambiente era claro, as janelas eram grandes e na parede oposta à porta de entrada estava pintado um lindo crepúsculo.

– Nem sempre havia tempo, nem sempre havia oportunidade, nem sempre havia disposição... – Edward abriu a porta para mim e o som de um piano invadiu meus ouvidos.

Sentamos em uma mesa próxima a uma janela. Vi que a música vinha de uma televisão, que ao invés de passar algum programa qualquer apresentava um show.

– É um lugar adorável, Edward. Obrigada. – disse a ele com um sorriso.

– Fico feliz que ainda goste. Muito feliz. – ele ficou sorrindo para mim por um instante, até que pareceu voltar a si – Então... O que você vai querer?

– Não sei... Estou com vontade de comer doce – respondi pensativa.

– Claro. – ele riu.

– O que foi? - perguntei.

– Sua eterna devoção aos doces. – ele riu novamente. Deixei de lado sua provocação e me foquei no cardápio.

Por fim, Edward também optou por comer algo doce. Ele escolheu um muffin de banana com canela e um cappuccino com baunilha enquanto eu optei por um brownie e uma bebida gelada que misturava café, chocolate e levava chantilly por cima.

– Gostou? – ele perguntou quando já estava quase terminando.

– É maravilhoso! – respondi. – Podemos voltar mais vezes?

– Sempre que você quiser! – ele respondeu com aquela animação de antes.

– Posso perguntar uma coisa? – eu disse.

– Sempre. – ele respondeu.

– O que eu costumava pedir quando vinha aqui? – perguntei.

– Você não tinha um pedido certo, mas era sempre algo doce. – ele respondeu e seu olhar se perdeu. – Quando nos mudamos para cá nós gostávamos de vir ao Central Park, acho que nos fazia sentir como se ainda estivéssemos em Forks, sabe? Você me arrastou para cá na segunda vez em que viemos. Ficou fascinada pela pintura lá atrás, disse que tinha tudo a ver comigo, algo sobre a cor do meu cabelo. – ele riu um riso melancólico – Você estava tão encantada... Nós sentamos em uma das mesas, fizemos nossos pedidos e acabamos passando a tarde aqui.

– O Central Park nos fazia sentir em Forks? – perguntei, fazendo-o voltar a si.

– Forks é um tanto... Verde de mais, como você mesma falou uma vez. Quando você estava lá há pouco tempo sentia falta do marrom e do cinza, mas quando viemos para cá o verde acabou fazendo falta. – ele respondeu – Pronta para o passeio no Central Park?

Nos colocamos de pé. Edward deixou o dinheiro sobre a mesa e voltamos a andar de mãos dadas pelas ruas.

O Central Park era lindo e, de fato, havia muito verde. Caminhamos bastante enquanto Edward me falava sobre o lugar, apontando uma coisa ou outra. Vez ou outra éramos quase atropelados por alguma criança que passava correndo ou pelos pais ou babá que corriam atrás dela.

Durante o passeio, quando estávamos sentados em um banco, acabei me lembrando da clareira do meu sonho e, consequentemente, do que veio depois e acabei corando.

– O que foi? – Edward perguntou, como sempre atencioso.

– É que... Foi um sonho que eu tive. – respondi evitando olhar para ele.

– Ah... – foi o que obtive em resposta.

– Havia uma clareira. O chão era todo em grama muito verde com flores coloridas. Era quase um círculo perfeito, mas acho que não era aqui. – divaguei balançando minhas pernas enquanto olhava para o chão.

– Acho que sei do que está falando. Fica em Forks. Nós íamos lá de vez em quando. – ele respondeu, mas não mudei minha postura – Foi lá que te levei no nosso primeiro encontro de verdade e... – ele parou de falar e quando olhei para ele vi que estava um tanto ruborizado – foi lá que tivemos nosso primeiro beijo.

– Como foi? – perguntei realmente interessada.

– Eu te levei na clareira para você conhecer, nós passamos a tarde lá, conversamos e, de alguma forma acabamos nos declarando. Um pouco antes de irmos embora eu te beijei e, para ser sincero, sua resposta foi melhor do que eu esperava. – ele riu no final, provavelmente tentando quebrar o clima tenso, mas eu ainda estava curiosa.

– Por que foi nosso primeiro encontro de verdade? Já tínhamos saído antes? – perguntei.

– Nos encontramos uma vez por coincidência. Acabamos jantando juntos e ajudou para nos aproximarmos. – ele respondeu se aconchegando melhor no banco e, consequentemente se aproximando de mim – Então... Você não terminou de me contar como foi avaliar seus pertences?

– Foi curioso. Passei tanto tempo olhando e conhecendo tudo que saí de órbita. Só percebi que a hora tinha passado quando você ligou, por isso me assustei com o horário. – respondi também me acomodando melhor no banco.

– Bom saber que não estava chateada pelo meu atraso. – respondeu ele enquanto eu me apoiava ao seu lado e ele apoiava seu queixo em minha cabeça. – Espera um pouco! – ele falou alarmado nos separando – Isso significa que você não comeu nada a tarde inteira?

– Comi! – respondi como uma criança que leva bronca da mãe e Edward continuou em silêncio aguardando que eu continuasse – Eu comi o café da manhã que você deixou para mim. Aliás, obrigada. E depois eu lanchei com você naquela cafeteria.

– Bella! – ele repreendeu se levantando. – Vem, vamos a algum restaurante – falou pegando minha mão.

– Ah não, Edward! Vamos ficar mais! – pedi fazendo ele parar – Por favor!

– Certo, mas você precisa comer alguma coisa. – ele cedeu.

– Obrigada! - gritei abraçando ele e novamente me impressionando com a facilidade com a qual parecíamos nos encaixar.

Edward me comprou um cachorro-quente. Enquanto eu comia passeávamos com o braço dele por cima dos meus ombros, mas assim que acabei voltamos a andar de mãos dadas.

Por um instante me permiti a sensação de me achar superior às outras mulheres por estar com ele. Ele recebia vários sorrisos e muitas olhadas, mas parecia alheio a tudo. Só o que fazia era segurar minha mão, acariciá-la e conversar um jogo de perguntas e respostas que ele havia iniciado.

De acordo com ele seria bom para mim, que poderia conhecê-lo e seria bom para ele, que poderia ver até onde me conhecia. Em meio a perguntas bobas como preferências de comida, cor, filmes, músicas, estilos, lugares, esportes e programas acabamos entrando em uma conversa extremamente agradável.

Quem visse de fora diria que éramos um casal comum daqueles que passeavam pelo Central Park. E de repente, me peguei desejando que, em algum momento, pudéssemos voltar a ser.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam? Não deixem de comentar!
Já comecei a escrever o próximo capítulo! o/
Beijinhos!