Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 7
Jantar


Notas iniciais do capítulo

Olá! Demorei um pouquinho, mas tentei compensar com um capítulo enorme!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/220364/chapter/7

A mão dele continuava segurando a minha, mas eu não havia obtido uma resposta e o silêncio estava começando a me deixar desconfortável.

– Você tem certeza, Bella? – ele perguntou com a voz um tanto contida, como se tentasse esconder um pouco da preocupação.

– Tenho. Eles estão preocupados comigo, Edward. Não é justo excluí-los apenas por um capricho! – respondi.

– Não faça isso pelos outro, amor. Todos eles te adoram, ninguém está te julgando por querer um tempo só para você, já foi muito você vir para casa comigo. Você não precisa se sacrificar por ninguém, nesse momento precisamos pensar no que é melhor para você. – disse isso pontuando com um toque na ponta do meu nariz e levantando.

– É o melhor para mim, quero conhecê-los. – disse puxando a mão dele e fazendo com que ele voltasse a se sentar.

Ele sorriu com o meu gesto. Acho que era a primeira vez que eu tomava a iniciativa de nos aproximar. Ainda sorrindo, analisou minha expressão e perguntou novamente:

– Você tem certeza, Bella? – dessa vez sua voz estava normal, como se ele apenas quisesse se assegurar do fato.

– Eu tenho. – finalizei.

– Com uma condição. – ele pediu voltando seu semblante sério.

– Qual? – perguntei temerosa.

– Vai ter que me deixar te ajudar. – ele disse rindo.

– Bobo! – gritei empurrando-o e acabei rindo também.

Fomos para a cozinha decidir o que faríamos de comer. Ainda estava de tarde e, contanto que o objetivo não fosse fazer nada exagerado, daria tempo de preparar tudo.

– O que eu costumo fazer? – perguntei a Edward quando me dei conta de que não adiantava saber o que tinha em casa se eu não sabia o que precisava.

– Varia. Algumas vezes um jantar mesmo, outras pedimos pizza, às vezes alguns aperitivos... Depende da ocasião. – ele respondeu encostado na bancada em uma pose que me fez perder a consciência por alguns segundos para admirá-lo.

– Certo. – respondi voltando à realidade – E o que essa ocasião pede?

– Algo que seja bom para você. Por que não sua comida favorita? – ele opinou.

– Perfeito! – respondi animada. – Vá arrumar uma forma de convidá-los para vir aqui hoje enquanto preparo tudo. – empurrei-o para fora da cozinha e ele saiu rindo.

Já sabia exatamente o que fazer, só esperava que agradasse a todos. Comecei separando os ingredientes e encontrando tudo o que eu precisava. Depois dessa introdução à minha própria cozinha as coisas foram fluindo.

Em determinado momento Edward voltou com a notícia de que minha mãe não poderia vir porque as passagens para Flórida, onde ela atualmente morava, eram para hoje. Assim sendo meu padrasto também não viria. Não foi necessário falar do meu pai, já que, até onde eu sabia, ele ainda estava em Forks. Já meus sogros e cunhados chegariam às oito da noite.

A notícia teria me deixado realmente desesperada, afinal seria eu, Edward e toda a família dele, mas de alguma forma as fotos e as conversas de hoje me deixaram um pouco mais confiante, permitindo que eu ficasse apenas um pouco tensa.

Edward me ajudou em cada etapa, já que meu braço quebrado me impossibilitava de fazer a maioria das coisas sozinhas. Por sorte ele era bom em entender e realizar o que eu falava. Quando não precisei mais de ajuda ele ficou sentado em um dos banquinhos o tempo todo me olhando. Eu estava sem graça e teria pedido para ele parar de olhar se não fosse a adoração e felicidade em seu semblante. Eu não seria capaz de tirar isso dele. Em dado momento ele próprio se levantou dizendo que iria se arrumar, mas poderia chamá-lo a qualquer momento.

Quando eram sete horas estava quase tudo pronto. Havia feito uma salada colorida, batatas cozidas e escalopinho ao molho madeira. A salada estava disposta em cima da bancada e a carne e a batata encontravam-se no forno desligado, porém aquecido para manter a temperatura.

Depois disso saí do modo automático e entrei em um dilema. Como me arrumar? Eu não tinha ideia do que vestir, muito menos onde vestir. Entrar no quarto de Edward ainda não era uma opção viável e eu não tinha como saber que roupas eu tinha caso não fosse até lá.

– O cheiro está delicioso. – Edward falou surgindo pela entrada da cozinha vestindo calça jeans e uma camisa social cinza com as mangas dobradas até os cotovelos. Ele estava perfeito.

– Obrigada. – respondi simplesmente.

Ficamos mergulhados em um silêncio constrangedor por alguns instantes, até que acabei me distraindo com o cabelo úmido de Edward, que deixava algumas gotas escorrerem por sua testa e rosto perfeitamente barbeado.

– Então... Você gostaria de tomar um banho? – ele perguntou hesitante.

– Sim, mas... – como eu diria isso? – acho que preciso da sua ajuda para decidir o que vestir.

– Oh! Eu posso te mostrar algumas coisas que você gosta de vestir. – ele respondeu de imediato.

– Na verdade, eu gostaria que você pegasse para mim. Se importa de fazer isso enquanto eu tomo banho no banheiro do corredor? – era melhor jogar tudo de uma única vez.

– Por mim tudo bem, posso separar e deixar em cima da cama para você? – ele perguntou.

– Talvez seja melhor deixar no quarto em frente ao banheiro. É mais perto. – sim, eu sabia que era uma péssima desculpa, mas Edward não me decepcionou em entender a situação. Ele sabia ser sutil.

– Claro, espere só um minuto. – com isso ele correu em direção ao quarto e em pouco tempo voltou com uma nécessaire preta com bolinhas brancas em suas mãos. – Você costuma levar quando viajamos.

Com isso e algumas sacolas plásticas para envolver meu gesso entrei no banheiro. De fato aquele pequeno objeto preto e branco tinha tudo o que eu precisava. Sabonete com uma espuma extremamente cheirosa, xampu de morango (que não era a marca que eu me lembrava, mas o cheiro era o mesmo), hidratante, desodorante, meu perfume e até mesmo um mini kit de maquiagem que serviria bem para mim.

Por sorte havia uma toalha e um roupão no banheiro, pois no auge do meu constrangimento não pensei em nada disso. Após embrulhar meus cabelos na toalha e vestir o roupão macio me preparei para abrir a porta e disparar para o quarto em frente.

Não houve necessidade alguma, no entanto. Como eu deveria imaginar, Edward não estava em nenhum cômodo próximo e pude atravessar o corredor sem medo de maiores constrangimentos.

Já dentro do quarto encontrei um vestido, uma saia, uma calça jeans e duas blusas, alem de um conjunto de lingerie para cada. Tentei não imaginar Edward escolhendo as peças.

Meu senso de conforto gritou pela calça, mas como ainda estava tensa com o fato de conhecer a família de Edward optei pelo vestido que era roxo de alças, ia até pouco acima dos joelhos e me deixava com um ar um tanto inocente. Usaria a mesma sapatilha que estivera o dia inteiro.

Resgatei de dentro de minha caixa de milagres uma escova e decidi que meus cabelos secariam ao natural. Para mim seria impossível fazer uma produção impressionante de qualquer forma, afinal eu tinha um braço quebrado, então o máximo que fiz em meu rosto foi passar um pouco de lápis e rímel.

Não adiantaria passar nada nos lábios porque, considerando o modo que os mordia, nada duraria, e desnecessário passar algo nas bochechas, já que meu rubor natural com certeza faria o trabalho todo sozinho. Muito provavelmente até mais do que necessário.

Enfim, eu estava pronta.

Fui para a sala e lá estava Edward, virado para a parede de vidro, muito concentrado na cidade que se estendia lá em baixo. Mal havia entrado no cômodo e ele virou-se para mim, como se sentisse minha presença.

– Nossa! Você está linda! – ele falou.

– Obrigada. – respondi já sentindo meu rubor começando a trabalhar.

Ele se aproximou e moveu sua mão lentamente para meu rosto. As pontas dos seus dedos encostaram delicadamente em minha bochecha e senti seu polegar começar a circular por ali. Minha respiração havia parado e eu já começava a me sentir zonza quando, pela segunda vez no dia, o interfone tocou chamando minha atenção.

Edward se afastou rapidamente e foi atender enquanto fiquei parada, ainda no meio da sala, tentando recuperar meu ritmo respiratório e cardíaco.

– Meus pais chegaram. – ele disse retornando.

Com essa simples frase, o pouco que havia conquistado em minha batalha fisiológica interior foi por água abaixo.

Provavelmente levara pelo menos uns cinco minutos, considerando o tempo gasto para atravessar a entrada do prédio e a subida do elevador, mas para mim, pareceu ser imediato.

Quando dei por mim a campainha tocou e Edward estava do meu lado.

– Pronta? – ele perguntou me puxando em direção a porta.

– Nem um pouco. – respondi segurando com força em sua mão, mas indo junto com ele em direção à porta, decidida a não deixar seus pais esperando.

Ao abrir a porta me deparei com um casal extremamente lindo. O homem tinha estatura mediana e parecia ter boa forma física. Seus cabelos eram loiros, na altura da gola da camisa social preta que ele vestia e os olhos azuis. De alguma forma me veio à mente que ele faria muito sucesso se resolvesse seguir carreira em cinema.

A mulher tinha cabelos castanhos caramelados que caiam em ondas até pouco abaixo dos ombros e rosto em formato de coração com olhos castanhos. Seu corpo era pequeno, esguio e delicado. Olhando para ela me veio a ideia de um conto de fadas.

– Bella, estes são meus pais, Carlisle e Esme. – Edward disse como se apresentasse para eles pela primeira vez, afinal, para mim, era como se fosse a primeira vez.

– Olá. – me chutei mentalmente por não conseguir articular uma resposta melhor.

– Olá, Bella. É muito bom ver você. – disse Carlisle oferecendo-me sua mão esquerda. Um gesto em comum, mas necessário, já que meu braço direito estava quebrado. Respondi ao seu gesto e recebi um aperto caloroso.

– Bella, é realmente maravilhoso ver você, querida. – Esme foi além, se aproximando de mim e me dando um abraço leve. Seu cheiro era suava e seu abraço me deixou uma sensação ótima de ser bem-vinda.

– É bom vê-los também. – respondi sorrindo, começando a me sentir bem na presença deles.

– Entrem. – chamou Edward.

Antes mesmo que eu pudesse ficar sem graça ao perceber que havia esquecido de convidá-los para entrar as portas do elevador se abriram novamente e pude registrar um gritinho agudo.

– Bella! – mal tive tempo de registrar a presença de uma pessoinha correndo graciosamente em minha direção e me dando um abraço e um beijo na bochecha – Eu estava tão preocupada! Senti sua falta. Sério, você faz muita falta. Só não digo que as coisas ficaram tediosas porque a preocupação não permitiu. – reconheci a irmã caçula de Edward, com suas feições minúsculas e o cabelo curto preto, em um corte que ia acompanhando o maxilar dela, porém com as pontas desfiadas e os olhos castanhos.

– Alice! – repreendeu o rapaz que a acompanhava. Ele era alto, forte, com cabelos loiros que iam até a nuca e olhos também castanhos. – Desculpe, Bella, minha mulher está um pouco animada além da conta com o fato de podermos te ver novamente. – ele falou para mim com sotaque um tanto sulista, de forma muito polida.

– Bella, estes são meu cunhado Jasper e minha irmã Alice. – disse Edward me olhando como se avaliasse cada reação minha. Provavelmente ele estava com medo do que a espontaneidade de sua irmã pudesse vir a causar, mas para ser sincera, eu adorei.

– É muito, muito bom mesmo, ver vocês. – falei para ambos – Entrem! – chamei.

Alice enroscou seu braço direito em meu braço esquerdo e fomos para a sala como se fôssemos melhores amigas. Talvez fôssemos mesmo.

Sentamos todos nos sofás. Carlisle e Esme trouxeram um vinho que logo foi aberto e servido a todos por Edward. Jasper carregava uma caixa com alguns salgadinhos que foi aberta e deixada em cima da mesa entre os sofás pra que pudéssemos nos servir.

Ainda estávamos organizando as coisas em cima da mesa quando a campainha tocou novamente.

Edward se levantou e novamente me ofereceu sua mão. A tensão voltou e ele abriu a porta.

Se o abraço de Alice me pegara desprevenida, o que aconteceu a seguir fora totalmente inimaginável.

– Belliiiiiiiiinha! – senti braços fortes envolvendo meu corpo e meus pés abandonaram o chão e tudo girou.

– EMMETT! – ouvi várias vozes gritarem e finalmente fui solta.

– Desculpe, Bellinha, acho que me deixei levar. – disse para mim o sujeito extremamente alto e musculoso, com cabelo preto encaracolado, covinhas no rosto e olhos azuis com uma expressão de criança que acabara de levar bronca.

– Emmett... – ouvi alguém atrás dele sibilar. – controle-se! – saiu de trás dele a provável criatura mais linda que eu já vira no mundo. Seu corpo tinha as curvas nos lugares certos, seu rosto tinha traços perfeitos e seus olhos eram de um azul quase violeta. Seu cabelo era loiro dourado e caia em ondas suaves que chegavam até o meio das costas – Olá, Bella. É bom ver você. – a voz dela era contida e não demonstrava nenhuma emoção significativa. Não pude deixar de me perguntar se havia alguma intriga entre nós duas.

– Bella, estes são meu irmão Emmett e minha cunhada Rosalie. – disse Edward delicadamente envolvendo minha cintura com um braço olhando para Emmett como se o alertasse para manter distância.

– É muito bom vê-los. – falei um tanto sem graça.

Voltamos todos para a sala e nos sentamos novamente nos sofás. Rosalie entregou a Edward uma grande caixa e me perguntei o que haveria ali dentro quando ele foi para cozinha depois de dar uma boa olhada em mim, provavelmente se certificando de que eu estaria longe de mais algum possível abraço de Alice ou Emmett.

Carlisle serviu o vinho à Rosalie e Emmett e enquanto isso uma conversa suave se iniciou e não pude deixar de me comparar com as pessoas a minha volta. A escolha pelo vestido, pelo visto, foi apropriada já que nenhuma das mulheres usava jeans.

– Já podemos jantar? Estou com fome! – disse Emmett assim que Edward voltou para a sala.

– Claro! – respondi me levantando em um salto.

Ao mesmo tempo Esme, Alice e Rosalie estavam de pé e fiquei um pouco perdida.

– Podemos te ajudar, querida? – perguntou Esme em sua voz doce.

Aquilo me pegou completamente desprevenida. Certo, Edward dissera que estavam preocupados e eu realmente parecia gostar de todos ali, mas não estava contando com tamanho apoio.

– Sim, seria ótimo. – respondi aceitando a ajuda.

Acabou que não fiz nada de verdade, já que minha sogra e minhas cunhadas colocaram a mesa por mim enquanto teciam elogios pelo aparência e pelo cheiro da comida. Por um instante me preocupei com a quantidade de cadeiras, pois hoje cedo havia registrado seis cadeiras na mesa de vidro, mas já devia esperar que Edward já teria ajustado tudo e quando cheguei à mesa havia oito cadeiras em torno dela.

Nós quatro fomos chamar os homens e novamente me surpreendi pela maneira como agiam quando cada um deles puxou uma cadeira para cada uma de nós nos sentarmos. Eram extremamente educados e cavalheiros.

A conversa durante o jantar não falava sobre nada em especial e pude perceber que todos eles se esforçavam em me deixar o mais confortável possível, não perguntando se eu lembrava disso ou daquilo. A comida foi elogiada diversas vezes, especialmente por Emmett que conseguiu repetir duas vezes.

Quando todos acabaram eu ia me levantar para retirar os pratos, mas Edward foi mais rápido e acabou fazendo isso por mim enquanto eu permanecia sentada a mesa com os outros.

Edward voltou com uma pilha de pratos menores e alguns talheres que foram largados em cima da mesa enquanto ele ia novamente para a cozinha e Emmett orgulhosamente distribuía os pratos com talheres para cada um na mesa. Quando retornou, Edward trazia a caixa que Rosalie entregara a ele mais cedo e depositou-a no centro da mesa.

– Tire de dentro da caixa, animal! – bradou Emmet se levantando e fazendo ele mesmo o que Edward não fizera enquanto recebia um rolar de olhos de Edward e era repreendido por sua mãe e sua esposa.

De dentro da caixa saiu uma torta de nozes que me fez salivar e Esme ficou responsável por partir e servir cada um de nós.

– Está deliciosa, Rosalie. – elogiei.

– É sério? – perguntou Emmett me olhando espantado – Você realmente acha que Rose é capaz de fazer alguma coisa na cozinha? Bellinha, você é hilária! – ele disse rindo.

– Emmett! – repreedeu-lhe Rosalie.

– Ah, fala sério, ursinha. Ela perceberia em algum momento. Assim como todos perceberam. – com isso todos riram.

– De qualquer forma, obrigada, Bella. – Rosalie me respondeu e pude perceber uma pontada de tristeza em seu olhar. Talvez a falta de emoção não fosse uma intriga e sim uma forma diferente de ver as coisas. Enquanto a maioria estava feliz pelo fato de eu estar “bem”, Rosalie não estava satisfeita em me ter só pela metade. Afinal, eu não era capaz de lembrar de nenhum momento que passara com ela, fosse bom ou ruim.

Os três casais foram embora ao mesmo tempo alegando que todos trabalhariam na manhã seguinte (incluindo Edward), depois de Alice combinar uma ida urgente ao shopping ainda para aquela semana, e sobramos eu e Edward no apartamento. Ele não deixou que eu cuidasse da louça, alegando que eu já tivera trabalho de mais.

Já estava tarde e eu estava realmente cansada, mas não sabia como dizer sutilmente que ainda não estava pronta para entrar no quarto dele, muito menos dormir lá.

– Então... – ele disse sentando-se comigo no sofá quando voltou da cozinha após cuidar da louça – Eu estava pensando que seria melhor para você ter mais espaço para dormir, por conta do braço quebrado, seria mais confortável. Então, talvez eu devesse dormir no quarto de hóspedes hoje. – De uma coisa eu jamais duvidaria: Edward sabia enxergar e respeitar limites.

– Acho que é melhor eu dormir lá. – respondi – Suas roupas estão todas no seu quarto, não quero atrapalhar sua rotina.

– Certo então. – ele ficou parado me encarando por um instante e finalmente pegou minha mão, levou até os lábios e depositou um beijo. – Boa noite, Bella.

Com isso me levantei e fui para o quarto. Coloquei todas as roupas que estavam em cima da cama em uma poltrona. No guarda roupas encontrei um cobertor extremamente macio que seria ótimo para mim. Já havia arrumado a cama quando ouvi uma batida na porta.

– Acho que você pode precisar disso – disse Edward vestindo apenas uma calça de moletom preta enquanto erguia para mim um pijama cor de rosa.

– Obrigada. – falei pegando o conjunto da mão dele. – Boa noite, Edward.

Já ia me afastando quando ele segurou suavemente em meus ombros e congelei onde eu estava. Seu rosto se aproximou do meu até que seus lábios encontraram minha testa. Ele deixou um beijo ali enquanto dizia suavemente:

– Boa noite, Bella.

Com isso ele se afastou indo para o quarto dele e eu fechei minha porta. Vesti o pijama e deitei na cama recém-arrumada, mas sentia que algo estava errado.

Virei para um lado, para o outro e nada ajudava. Deitei de costas, depois de barriga, mas não funcionou. O braço não estava doendo, mas o gesso incomodava, o colchão não parecia me acolher bem e o cobertor já não me parecia tão suave.

Eu estava muito cansada, mas o sono não vinha. Será que eu tinha insônia e Edward esquecera de me falar? Será que podia ser por causa do acidente?

Levantei decidida a pedir a Edward algum remédio para a dor que me desse sono, assim resolveria o incômodo do gesso e a insônia de uma vez só.

Fui até a porta do quarto dele e bati, mas não houve resposta. Abri lentamente e me deparei com o quarto muito escuro. Pude distinguir a figura de Edward deitado de bruços com os ombros um tanto encolhidos ressoando tranquilamente.

De alguma forma, no escuro, o quarto não parecia tão assustador. Fui me aproximando da cama e esperava que Edward não ficasse bravo por acordá-lo.

– Edward? – chamei, mas ele nem se mexeu. – Edward? – encostei em seu ombro, mas ainda não obtive resposta. Sentei na cama para que pudesse chegar mais perto e novamente chamei, dessa vez apertando um pouco mais seu ombro – Edward?

Em resposta ao meu chamado ele se virou para mim, ainda dormindo, passou seu braço por minha cintura me deitando, seu rosto foi para meu cabelo e de repente eu estava presa a ele.

Meu plano era sair de fininho e ir procurar sozinha o tal remédio, ou mesmo ignorar meu incômodo e voltar para minha cama até pegar no sono, mas em algum momento em que meu cérebro planejava minhas ações meus olhos se fecharam, meus músculos relaxaram e eu dormi como um anjo protegida pelo embalo de Edward.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

- previsão para a próxima postagem: semana que vem!
- Se quiser fazer uma autora de primeira viagem feliz... Comente!