Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 6
Família


Notas iniciais do capítulo

Perdão pela demora, mas finalmente está aí! Espero que gostem!



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Novamente, no entanto, eu atrapalhei. Ou melhor, meu estômago atrapalhou, pois resolveu reclamar por comida bem naquele momento. Edward imediatamente colocou uma distância segura entre nós e pude sentir meu rosto quente.

– Acho que já está na hora de comermos, o que acha? – sua educação constante com certeza não permitiria que ele demonstrasse que percebera minha necessidade de alimentos.

– Claro. – concordei.

Seguimos para a sala e sentei em um dos sofás. Edward foi em direção à cozinha, mas logo voltou com alguns papéis de propaganda nas mãos.

– Se importa de pedirmos por telefone? – ele perguntou um tanto sem graça.

– Claro que não. – respondi me inclinando para ver as opções.

Acabamos optando por comida italiana, que era fácil de agradar a nós dois.

Enquanto Edward levava os panfletos de volta para a cozinha fiquei observando os porta-retratos que estavam nas mesas ao lado dos sofás. Em um deles estava uma foto perfeita para revista, de um casal abraçado, ela com as costas apoiadas no peito dele. As mãos dele envolvendo a cintura dela. O rosto dele estava parcialmente escondido no pescoço dela e os cabelos dela escondiam parcialmente seu próprio rosto. Ainda assim, era perceptível que estavam sorrindo. Se eu não estivesse vendo de tão perto, não acreditaria que éramos eu e Edward naquela foto.

No outro porta-retratos a foto parecia ter sido tirada em um momento de grande agitação. Eu estava no meio, sorrindo, com Edward logo ao meu lado, com um braço em minha cintura também sorrindo. No meu outro lado, estava uma mulher loira, de cabelos compridos, incrivelmente linda e esbelta com um homem enorme, de cabelos escuros e cacheados, muito forte com um braço em volta de seus ombros e uma gargalhada congelada no rosto. Ao lado de Edward uma mulher bem baixinha, parecendo frágil e de cabelos pretos e repicados se inclinava para ele com um beicinho e atrás dela havia um homem loiro que sustentava um sorriso de bêbado.

– Gosta? – me assustei com Edward já de volta, sentado bem próximo de mim – Desculpe – ele se desculpou rindo um pouco do meu susto.

– São lindas. – respondi ainda olhando as fotos.

– Você as escolheu. – ele disse se aproximando para olhar as fotos também.

– Jura? – olhei em volta, ainda não acreditando em toda aquela perfeição – eu nunca adivinharia que sou boa para escolher essas coisas.

– Não, linda – ele riu um pouco – você escolheu as fotos. A decoração quem fez foi a minha mãe.

– Ah sim. – falei um pouco sem graça. – Quem são nas fotos? – perguntei tentando mudar o assunto.

– O grandão de cabelo escuro é meu irmão Emmett, a loira é Rosalie, esposa dele. O loiro é Jasper, meu cunhado, e a baixinha de cabelo escuro é minha irmã Alice. A morena no meio é você e o homem extremamente lindo e charmoso ao seu lado sou eu. – ele respondeu rindo e chegou a me dar uma leve cotovelada. Não tive como não rir com ele.

– Me fale sobre eles. – pedi.

Encostamos no sofá e Edward começou a falar.

– Emmett assusta um pouco de início por causa do seu tamanho e postura, mas na verdade é uma criança. Vive fazendo piadas, a maioria sem graça e adora ver filmes, principalmente da Disney. Rosalie é um tanto... complicada. Ela é mais séria e mantém ele na linha dura. Vocês duas foram para a mesma faculdade. O tamanho de Alice é inversamente proporcional à quantidade de energia que ela consegue ter, ela sempre consegue nos convencer a fazer o que ela quer, seja com a postura de mini sargento ou com um olhar de cãozinho sem dono. Jasper é o mais tímido de nós, mas isso não o torna fechado, ele apenas tem uma grande capacidade de observar as pessoas e o ambiente, muitas vezes percebendo coisas que em geral ninguém notaria, principalmente quando se trata de sentimentos como más intenções, desconforto ou quando alguém está escondendo alguma coisa. – ele explicou a personalidade de cada um apontado para o porta-retratos.

– Nós somos tipo um grupo? – perguntei.

– Sim. Apesar de formados e casados estamos sempre fazendo alguma coisa. Uma festa, uma viagem, um evento, um churrasco ou mesmo uma pequena reunião na casa de alguém. Além do fato de que nos conhecemos desde o ensino médio – fizemos uma pausa enquanto eu refletia sobre aquilo tentando me imaginar em um grupo como aquele.

– Difícil me imaginar sendo assim. Eu costumo... Ou melhor, costumava, ser a antissocial. – comentei.

– Você adora organizar encontros nossos aqui mesmo, nessa sala. – ele rebateu – Quando minha mãe terminou a decoração do apartamento tínhamos apenas um sofá com as poltronas e uma televisão na parede, mas você gostava de fazer esses encontros aqui por causa da vista e odiava quando alguém ligava a televisão e o assunto parava de fluir por causa de algum jogo ou programa de TV, então trocamos a televisão por outro sofá.

– Me fale sobre sua mãe. Ela fez um excelente trabalho na decoração do seu apartamento. – elogiei.

Nosso apartamento – ele corrigiu – Minha mãe é arquiteta e adora se envolver com todo tipo de arte visual. Ela fez questão de fazer a nossa decoração, foi nosso presente de casamento. Além do mais, os instintos maternais dela são exacerbados, então ela gosta de cuidar das pessoas, torar tudo o mais confortável possível.

– E o seu pai? – perguntei.

– Meu pai é médico, mas leva muito a sério o papel de chefe de família, então ele sempre se dedicou muito ao lar. Sempre fez o possível para criar a mim, Alice e Emmett da melhor maneira possível nos cercando com muito amor e companheirismo, mas nunca deixando de lado a educação. E quanto a minha mãe... Ele sempre foi e até hoje é loucamente apaixonado por ela, então... Não há nada que ele não faça para vê-la feliz. – ele falava naturalmente e pegou mais uma vez minha mão colocando-a entre as suas e fazendo carinhos.

– Sua família parece ser maravilhosa. – comentei

Nossa família. – houve um momento curto de silêncio, e então ele acrescentou – Eles estão preocupados com você.

Imediatamente me bateu um enorme sentimento de culpa. Havia pessoas preocupadas comigo. Todos eles tinham algo para fazer, mas tinham estado naquele hospital, em uma sala de espera qualquer apenas para saber como eu estava e para oferecer o apoio que fosse necessário. E qual foi a minha maneira de retribuir? Fazer com que Edward fosse convencê-los a aceitar um capricho meu de não ver ninguém. Como eu pude ser tão insensível?

Ainda estava me auto avaliando quando o barulho do interfone me assustou. Edward foi atender dizendo que a comida havia chego.

Arrumamos tudo em cima da bancada da cozinha e comemos sem voltar a falar sobre o passado. Eu ainda pensava em como consertar as coisas com a família de Edward. Eu tentei evitá-los por medo e insegurança, mas deveria ter pensado nas coisas que estão além disso.

Quando terminamos Edward fez questão de cuidar da louça sozinho. Não era um trabalho imenso, já que bastava colocar no lava-louças, mas isso não evitou que me sentisse inútil.

– Então, o que quer fazer agora? – ele perguntou se apoiando na bancada, de frente para mim.

– Não sei... Alguma ideia? – perguntei.

– Que tal vermos um filme? – ele perguntou novamente estendendo a mão para mim e foi impossível dizer não.

– Claro.

Fomos para a sala dos vídeos. Escolhi Orgulho e Preconceito, exibindo meu gosto pelos clássicos.

Sentamos cada um em um pufe, mas estávamos próximos. Durante todo o filme percebia que Edward às vezes iniciava um movimento, mas travava antes de cumprir o que planejara. Durante o tempo todo o gesto de proximidade mais ousado ao qual ele se permitiu arriscar premeditadamente foi o de segurar minha mão.

Quando o filme acabou eu havia tomado uma decisão.

– Edward? – chamei baixinho na escuridão do cômodo que agora que o filme acabara se encontrava na penumbra.

– Sim? – ele respondeu ao mesmo tempo que apertava levemente minha mão, como se fosse para confirmar que estava ali comigo.

– Eu quero organizar um encontro aqui no nosso apartamento. – disse.

– Você ainda vai fazer muito isso, linda. – ele disse e depositou um pequeno beijo em meus dedos.

– Quero fazer hoje, Edward. Quero fazer um encontro para rever a nossa família.


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Notas finais do capítulo

- não vou prometer postagem no fim de semana porque hoje já é quarta, mas prometo não demorar tanto com o próximo capítulo caso ainda haja quem queira.
- Se quiser fazer uma autora de primeira viagem feliz... Comente!