Nossos Momentos escrita por b-beatrice


Capítulo 17
Música e Amassos


Notas iniciais do capítulo

Gente! Perdoem o atraso!
Sei que combinamos durante o fim de semana, mas inventei de viajar com umas amigas no feriado. Resultado? Engarrafamento na ida, internet que não pega, ressaca, engarrafamento na volta, cansaço acumulado e nada de relaxar...
Sem mais delongas... Divirtam-se!
E não deixem de comentar!
Beijinhos!



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Nosso dia não estava tendo nada de grande importância.

Nós conversávamos. Muito. Sobre tudo.

Basicamente, fizemos o mesmo que eu fizera dois dias atrás, só que dessa vez com Edward junto.

Vez ou outra ele me perguntava se algum objeto me era familiar. Em todas a resposta foi negativa, mas observamos que, mesmo não lembrando, eu sabia mexer na televisão, no som e em todos os outros aparelhos eletrônicos da casa.

Foi Edward quem percebeu que, quando eu estava no automático, fazendo as coisas sem pensar em como elas deveriam ser feitas eu acabava acertando.

Como, por exemplo, quando estávamos arrumando o quarto juntos. Eu soube exatamente onde guardar a colcha que usamos para nos cobrir e onde pegar o edredom que usávamos para deixar na cama durante o dia.

Ou quando ele pediu que eu pegasse para ele o panfleto com o número de algum restaurante bom para pedirmos comida e eu de a ele o número do meu restaurante preferido sem parar para ler as opções.

Estávamos bem, em uma atmosfera tranquila, sem as costumeiras hesitações.

– Quero te mostrar uma coisa – ele disse, sentado na cama, já vestido com o cabelo pingando aquelas gotinhas celestiais indicando o banho recente, assim que saí do meu banho, ajeitando minhas roupas, com as sacolas ainda enroladas em meu braço.

– Mostre. – respondi logo já animada com a curiosidade enquanto tirava as sacolas de mim e Edward vinha em minha direção.

– Certo, é por aqui. – ele disse pegando em minha mão e me levando para o corredor ao lado de fora do nosso quarto.

Íamos em direção à porta no final do corredor, aquela que ignoramos no meu primeiro dia de volta ao nosso apartamento, por estar desconfortável demais depois de conhecer nosso quarto. A mesma porta que, por não ter atravessado com Edward, eu sentia como se estivesse fora dos meus limites e continuava ignorando.

Paramos em frente a ela. Como de costume, ele apertou minha mão e finalmente abriu a porta.

A primeira coisa que me atingiu foi o cheiro. Amadeirado.

Depois, as cores. Primárias. Preto. Branco. Cinza.

O cômodo era clássico e muito simples. A parede era toda coberta por papel de parede com fundo cinzento e flores brancas espalhadas por ele.

O chão também era cinza, mas havia um padrão de linhas brancas emboladas, como se formassem nós, espalhadas por ele.

Pelas paredes, janelas de madeira branca, com finas cortinas claras, iam do teto até pouco acima do chão, oferecendo muita claridade ao ambiente.

Entre as janelas havia vasos de vidro com plantas grandes quebrando um pouco o tom neutro com seu verde saudável.

O lustre era enfeitado com fileiras de cristais que desciam dele em cascata, refletindo a luz em pontinhos de diversas cores.

No centro do cômodo, bem abaixo do lustre, havia um imponente piano de cauda preto.

Fui até ele encantada. Ao voltar meu olhar para Edward percebi que a parede atrás dele era decorada por fileiras de quadros com moldura negra. Um abaixo do outro, um ao lado do outro. Todos idênticos, apenas as fotos diferenciando, mas em todas elas, tons de preto, branco e cinza apresentavam os mesmos modelos. Edward e eu.

Me aproximei da parede com as fotos para observar. Havia fotos do nosso casamento, fotos nossas no que pareciam ocasiões especiais, identifiquei uma foto nossa na pracinha de Forks, havia inclusive algumas em que pude observar o Central Park, a Torre Eiffel e o Big Ben como nosso plano de fundo. Em todas estávamos grudados e nossa proximidade era perceptível em cada uma delas.

– Gosta? – ele perguntou.

– É mágico. – respondi sincera.

– É nosso. – ele respondeu me oferecendo aquele sorriso perfeito.

– Você toca? – perguntei apontando para o piano.

– Não toco há algum tempo, mas queria te mostrar uma música. – ele disse abaixando um pouco a cabeça, como se estivesse um tanto envergonhado.

De alguma forma, saber que ele queria tocar para mim me encheu de alegria. Fui pulando até ele e o puxei para a baqueta em frente ao piano, sentando-o sobre ela.

– Toque! – falei ansiosa por ouvir e assisti-lo, mas ao invés de começar a tocar, Edward riu e me puxou para sentar ao seu lado.

– Agora sim. – ele disse ainda rindo enquanto eu me acomodava ao lado dele.

Então ele começou. No inicio, ele apenas tirou alguns sons aleatórios, como se testasse as teclas. Logo em seguida, uma linda melodia preencheu o ambiente.

Era calma, trazia uma sensação de paz, conforto, confiança, proteção. Era como uma canção de ninar. Era familiar, só não conseguia lembrar de onde a conhecia.

Quando terminou, uma emoção muito forte me dominava e tudo o que eu fiz foi abraçar Edward, tentando passar para ele toda a minha gratidão por aquele gesto.

– Isso foi lindo! – falei contra seu ombro em um abraço desajeitado.

Edward então passou uma perna para o outro lado da banqueta e ficou de frente para mim, me acolhendo melhor em seus braços.

– É sua. – ele disse.

– Minha? – perguntei sem entender.

– Sim. Eu compus para você. Antes mesmo de você saber que eu gostava de você. Antes mesmo de eu saber o quanto eu gostava de você. – ele disse me mantendo contra o corpo dele, em um abraço delicioso, que mantinha a magia daquele cômodo em nós.

Ficamos, então, um bom tempo sentados lá. Edward permaneceu o tempo todo com seus braços a minha volta, me protegendo.

Vez ou outra ele me apertava e eu o apertava de volta. Ou então ele respirava fundo o cheiro do meu cabelo e eu respirava fundo o cheiro da base de seu pescoço.

Em algum momento, no entanto, em meio a nossa tranquila troca de carinhos ele beijou o topo da minha cabeça após puxar o ar. Sem pensar, fiz o mesmo em seu pescoço.

Em um primeiro momento sua postura foi um tanto rígida e eu mesma fiquei sem saber mais como agir, imaginando se tinha ultrapassado algum limite dessa nossa nova relação e também sem saber o que fazer a seguir.

Ele então voltou a me apertar começou a acariciar minhas costas. Respondendo a esse gesto comecei a passar minhas mãos por suas costas. Só que agora não era mais um carinho qualquer. Agora, junto com a vontade de tocá-lo, vinha a vontade de descobri-lo e me descobrir também, entendendo as reações que eu despertava nele e que ele despertava em mim.

Estávamos assim, ainda sem palavras ditas, apenas gestos. Um correspondendo ao outro. Tudo muito tranquilo, sem pressa.

Infelizmente ou não, eu quis mais. Pela primeira vez, eu tomei a iniciativa em um contato mais íntimo entre nós. Não que eu estivesse pensando em fazer grande coisa.

Enquanto minhas mãos continuavam passeando por suas costas beijei seu pescoço e, lembrando de nosso primeiro beijo, continuei repetindo isso, subindo por sua jugular e alcançando sua maxila.

Seu aperto em minha volta tornou-se mais forte e sua respiração já não era mais tão tranquila. A combinação disso me deixou com ainda mais vontade de avançar, mesmo sem saber em que.

Me virei de frente para ele, passando uma de minhas pernas para o outro lado da banqueta, tentando obter uma posição melhor e comecei a me esticar para alcançar seus lábios. Antes disso, no entanto, Edward segurou minha cintura, mantendo-me junto dele e nos aproximou mais.

Minhas mãos foram direto para seu cabelo, as mãos dele me prensaram conta ele. Meu corpo foi contra o corpo dele e nossos lábios finalmente se encontraram.

Nossas bocas então se moviam em sincronia e nossas línguas entraram em uma batalha que ambos aproveitávamos.

Minhas pernas se embolaram a volta dele e suas pernas se cruzaram em baixo de mim. Continuamos assim.

Nossas respirações aceleradas, meu coração descontrolado e meu corpo esquentando rapidamente. Eu queria mais, mas não conseguia entender o que.

Talvez Edward estivesse entendendo o que se passava em mim porque, graças a Deus, ele não me parou. Ele correspondia a cada gesto meu da melhor maneira possível.

Em dado instante, o ar que eu soltava começou a sair acompanhado por um ou outro gemido. Passei por um breve instante de vergonha, mas logo em seguida Edward teve a mesma reação e isso, de alguma forma, me trouxe uma grande satisfação.

Foi então que o interfone tocou.

Quebramos o beijo. Edward ainda manteve nossas testas coladas por alguns instantes e deixava alguns selinhos em meus lábios, mas o toque constate e irritante o fez levantar para atender, me deixando por alguns momentos sozinha no sofá. Aqueles poucos segundos foram o suficiente para fazer com que eu me sentisse muito sozinha e abandonada. Provavelmente eu já estava ficando mal acostumada com toda a atenção de Edward.

Fiquei ali, parada, sentada no sofá, bem no meio da sala tentando recuperar meu ritmo respiratório e cardíaco.

Sim, eu tinha perdido a memória e, em minha mente, eu ainda era uma adolescente, mas meus hormônios já deveriam estar em taxas normalizadas. Eu não deveria estar agindo como uma garotinha em plena puberdade louca para se jogar no garoto mais popular da escola.

Eu sabia o que eu estava sentindo. Era mais que atração por Edward. Eu não era ingênua. Eu sabia o que eram amassos e o que era sexo... Só nunca havia sequer cogitado a possibilidade de praticar tais atos.

Aquilo era novo pra mim, mas de alguma forma, Edward me fazia sentir como se aquilo fosse necessário.

– O almoço chegou. – disse ele retornando com um copo de água na mão.

Aquela frase me despertou de volta e me trouxe uma grande sensação de dejavu, fazendo com que eu lembrasse da noite do jantar para a família de Edward. Naquela vez, minha batalha era para controlar minha ansiedade. Dessa vez, era para controlar minha vontade de me jogar em cima dele ou, pelo menos, de puxá-lo de volta e exigir mais tempo no sofá.

– Certo. – respondi levantando e me dando conta de que talvez eu também devesse beber um pouco de água para tentar me acalmar. 


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