Dramione: Misunderstood

Cap. 5

 Hermione *

Finalmente o dia antes do Baile de Inverno tinha chegado e hoje estava uma bela manhã de Domingo. Levantei da cama, dei uma olhada na janela e vi os raios de sol entrando por ela. Coloquei uma roupa confortável, peguei meu livro de Poções e fui para a sala comunal. Depois de não ter dormido a noite inteira, achei que o melhor era acordar cedo e fazer alguns trabalhos escolares para ver se me destraía um pouco, pois durante a noite não parei um segundo de pensar em besteira que estava relacionada com o Malfoy.

Sai do dormitório e fui então até a sala comunal, onde encontrei uns garotos do segundo ano estudando em uma mesa. Eu me sentei na mesa habitual e comecei a folhear o enorme livro. Estava com alguma dificuldade em me concentrar, pois era impossível não manter o pensamento em uma certa pessoa. Durante essa semana que passou, Draco não apareceu mais naquela sala e me deixou fazendo o resto das tarefas sozinha. Pelo que eu soube, a diretora Mcgonagall lhe pediu para que ele continuasse a me ajudar nas tarefas até ao dia do baile, apesar de ela só ter o mandado cumprir um mês de detenção. Acho que assim o impederia de causar problemas na escola. Não sei o que aconteceu para ele não ter aparecido, mas por mais que eu não quisesse eu não conseguia evitar em me sentir preocupada com ele, estava com algum receio que a diretora o punisse devido ao fato de ele não estar cumprindo com sua obrigação.

Como não estava conseguindo estudar, decidi ir tomar o café da manhã. Posei os livros no dormitório e fui até ao salão principal, que estava quase vazio. Provavelmente a maior parte dos alunos tinha ficado na cama dormindo. Fui até a mesa da Grifinória, onde encontrei alguns dos meus amigos tomando o seu café da manhã. Comprimentei todos, peguei num enorme pedaço de tarte e fui sentar do lado de Harry. Enquanto me sentava, por impulso olhei para a mesa da Sonserina e tive a pior visão de sempre. O traste do Malfoy estava sentado de frente para mim na companhia da Parkinson e os dois pareciam muito cúmplices. Naquele momento não sei o que me deu e sem saber o por que, senti uma raiva invadindo meu corpo. A raiva era enorme que acabei deixando cair o enorme pedaço de tarte em cima da mesa.

– O que aconteceu, Mione? Está distraída ou é mais que isso? - Falou Lilá notando que eu estava observando a mesa da Sonserina.

– Ahm... Me desculpe Lilá, não reparei que você estava aí. - Disse, sem olhar para ela, encarando o Malfoy furiosamente.

– Por que está desse jeito? E por que está olhando para o Malfoy furiosamente? - Eu desviei o olhar dele e encarei a Lilá que paraceia confusa.

– Eu não estava olhando para ninguem. - Falei apanhando o pedaço caído na mesa. - A onde está Rony?

– Dormindo como sempre.

– Hum...

– Ei Mione, o que aconteceu? - Perguntou Harry que já tinha reparado que eu estava fora de mim.

– Nada... Eu estou bem, não se preocupe, Harry.

– Hum, parece estranha. Desde que chegou não parou um segundo de olhar para a mesa da Sonserina.

– Quer parar Harry? Aff, chega de falar da Sonserina e para o lugar onde eu estava olhando. Se me dão licença eu tenho que ir para a sala comunal, tenho um trabalho de poções para entregar ainda hoje.

– E não vai comer? - Perguntou Lilá preocupada.

– Não, perdi o apetite. - Falei para meus amigos bastante irritada, depois dei as costas para eles e saí do salão principal.

Como é que ele ainda tem o atrevimento de ficar ali grudado naquela nojenta da Parkinson? Argh! Eu já poderia imaginar que o Malfoy não passa de um crápula mesmo, ele nunca mudurá a sua personalidade, será sempre o mesmo que conheci há 7 anos!

Voltei para a sala comunal e encontrei Gina estudando, sentada numa das mesas perto da lareira. Enquanto fui até ela não pude deixar de reclamar sobre o que tinha visto no salão principal.

– Aquele Malfoy! Quem é que ele pensa que é?! Um dia ele se aproveita de mim e no outro dia fica grudado naquela estúpida da Parkinson! AI COMO EU O ODEIO! Mas isso não vai ficar assim, não vai não, nem que Merlin decida jogar uma maldição nesse mundo! - Gritei e já todos que estavam na sala comunal olhavam para mim chocados, incluindo Gina.

– Ei calma Mione! O que houve? - Perguntou Gina tentando me acalmar.

– Se ele pensa que ganha algo em me fazendo ciumes está muito enganado! Deve pensar que eu não tenho mais nada que fazer em dar importância para ele. Aff! Que ódio!

– Está falando de quê?

– Do Malfoy! Ele pensa que se pode aproveitar de mim, mas eu não serei burra ao ponto de me envolve com ele de novo, não dessa vez!

– Espere aí, deixa ver se eu entendi... Você foi beijada por Draco Malfoy, o loiro mais repugnante de Hogwarts? - Gina estava chocada.

– É isso mesmo...

– Não posso acreditar. Como é que isso foi acontecer?

– Foi lá naquela sala onde costumamos estar durante a noite, mas eu não quero falar sobre isso! É um momento que eu jamais quero recordar!

– Sei... Quer saber, Mione? Eu duvido que não volte a acontecer algo entre vocês dois.

– Pare de falar besteira! - Falei irritada -Nem ouse contar isso para alguém, ouviu?

– Claro que não, mas você não me explicou direito o que aconteceu hoje para estar tão nervosa.

– Já falei! Ele estava grudado na Pansy lá no salão principal.

– E você ficou com ciúmes, não foi?

– CIÚMES?! Francamente, Gina! Eu ter ciúmes do Draco Malfoy? Por Merlin! - revirei os olhos.

Nesse momento, o namorado de Gina chegou e se sentou do lado dela, perguntando novamente se eu estava bem. Porra! Mas quantas vezes eu terei que falar para todo mundo que eu estou perfeitamente bem?!

Eu não falei mais nada e fui até ao dormitório pousar meus livros que tinha deixado na sala comunal, depois dei uma olhada no relógio e reparei que já passava das 11 horas. Eu tinha que ir novamente para aquela sala onde Draco me beijou ontem a noite. Só de pensar que ia voltar a vê-lo de novo, meu coração batia com intensidade, mas não teria bem a certeza se ele voltaria lá de novo.

Minha cabeça estava muito confusa. O fato de eu estar pensando em Draco o tempo todo não me agradava nada. Detestava ter que sentir esse sentimento que nem eu mesma sei o que é.

*****

 Draco *

Depois de ter terminado meu café da manhã, fui dar uma volta pelo jardim que estava coberto de neve. Naquela hora a Granger já devia estar lá naquela sala dando uns últimos retoques na decoração do baile de Inverno. Eu sabia que esse tempo que eu tenho deixado a Granger sozinha fazendo as tarefas todas a tem deixado irritada.

Era isso que eu pretendia, fazer a Granger sentir mais raiva de mim. Ontem eu tinha dito para ela que ela se ia arrepender por ter me dado aquele tapa e eu não voltei atrás com minhas palavras, pois hoje decidi "me vingar" em ficar grudado na Pansy o tempo todo. Era horroroso eu querer tê-la perto de mim. Por mais que me custasse admitir, havia algo nela que me fazia esquecer que eu era um Malfoy cheio de regras e principíos.

Depois de ter passado algum tempo no jardim pensando, decidi ir até aquela sala onde a Granger devia estar e assim fiz. Subi a escada que dava para o terceiro andar e caminhei até lá. Sem a Granger dar pela minha presença, avancei até ela e notei que ela estava bastante pensativa, segurando uns materiais de madeira.

– No que você tanto pensa, sangue-ruim?

– Malfoy!

– Sim, eu! - Ela não disse nada, apenas atirou um pedaço de madeira que me acertou na perna. Esfreguei o local onda a madeira havia batido e agachei para apanhá-la.

– O que deu em você? Quer me mandar para a enfermaria, Granger?

– Minha vontade era matar você, isso sim! Agora se me dá licença eu vou arrumar umas coisas, já que tenho ficado com a tarefa toda, não é? - Falou cinicamente.

Ela tentou passar por mim, completamente irritada, mas eu não deixei ela avançar. Segurei seu braço e a encostei na parede dura e fria, fazendo com que ela olhasse nos meus olhos.

– Outra vez me encostando nessa parede dura e fria? Você não tem mais nada que fazer, né? - Ela falou sarcasticamente.

– Não... Pode me dizer o que é melhor do que atromentar você?

– Você não passa de um traste! - Ela falou com repugnância no seu tom de voz.

– Sério que você pensa isso de mim? - Falei sorrindo sarcasticamente e depois soltei seu braço.

A Granger não falou mais nada e me empurrou para que eu saísse da sua frente. Sinceramente, para mim uma das suas melhores qualidades, é que a Granger se sabe defender muito bem sozinha.

 Hermione *

Depois de ter afastado Draco de mim, fui até até a mesa onde estava sentada, mas assim que passei por ele, Draco voltou a segurar meu braço e me puxou para ele. Só o fato de ele me ter agarrado fazia minha respiração falhar, assim como meu coração que batia com muita intensidade.

– Nem pense em fugir de mim.

– Por que?

– Por que quanto mais você foge de mim, mais eu me aproximo. - Falou ele aproximando seu rosto do meu e depois posou seus lábios nos meus. Só de sentir o calor dos lábios dele, foi o suficiente para fazer meu mundo girar. A pouco e pouco ele se afastou de mim e eu permaneci de olhos fechados, mas depressa voltei a realidade e vi ele rindo.

– Do que está rindo?

– De você. Quer saber, Granger? O melhor é você não se apaixonar mais por mim.

– Do que está falando? Francamente! Jamais me apaixonaria por um garoto que eu acho um crápula, um horror...

– Então isso quer dizer que ainda me odeia?

– Nem pergunte, porque você sabe a resposta... E o que eu odeio mais é o tipo de pessoa em que você se está tornando. - Ele continuou rindo como um idiota e só de ver o sorriso dele atordoava minha cabeça.

O Draco se afastou de mim saiu da sala, me deixando sozinha naquele lugar. Mas por que que ele tinha o hábito de me deixar para trás que nem uma idiota? Mas quem pensa que ele é? Para mim, o Draco não passa de um sangue-puro patético sempre se achando o melhor cara de Hogwarts.

*****

Mais tarde, depois de ter arrumado tudo, voltei para o dormitório. Deitei na cama e tentei adormecer, mas foi impossível, não com ele presente em meus pensamentos. Só queria entender por que que quando eu estou com ele, meu mundo sofre uma reviravolta?

Merlin, prometo para mim mesma que a partir dessa noite tudo será diferente. Prometo tirar Draco Malfoy dos meus pensamentos de uma vez por todas! Mas de quê que me serve se só de olhar para ele, me entrego com facilidade e nem sequer penso em mais nada? Que droga!

*****