Dramione: Misunderstood

Cap. 4

Narrado por Hermione *

Os dias foram passando e o dia do baile de Inverno estava próximo. Eu e a equipe de organizadores trabalhámos quase todas as noites na decoração do salão principal.

Os dias que trabalhei com o Malfoy foram os piores dias da minha vida! Eu e ele nunca estavamos de acordo com nada e passavamos a maior parte do tempo discutindo por coisas idiotas, sinceramente não sei se ia aguentar por muito mais tempo aquela situação. Estava ansiosa para que o dia do baile chegasse para me afastar dele de uma vez por todas!

*****

Finalmente, o ultimo dia de estar com Draco naquela sala onde sempre estavamos preparando as coisas para o baile, tinha chegado. Eu não poderia estar mais que feliz, afinal o que eu mais queria era distância dele.

Antes de ir para a sala, dei de caras com Harry que estava lendo no sofá e assim que me viu, sorriu para mim.

– Oi Mione. - cumprimentou ele.

– Oi...

– A onde é que vai a essa hora?

– Vou no mesmo lugar onde tenho ido todas as noites. - Falei fazendo um ar cansado ao mesmo tempo.

– Ah... Você e o Draco, entendi... - Ele fez um ar de nojo. Como eu entendia aquele ar.

– É... Finalmente chegou a última noite. Você não faz ideia de como é suportar aquele loiro repugnante todas as noites! Argh!

– Imagino sim, lamento, Hermione.- Eu não respondi, apenas fitei o chão extremamente pensativa.

– O que aconteceu? Ficou estranha de repente.

– Impressão sua, Harry. Afinal por que eu estaria estranha? -Respondi dando de ombros.

– Por nada, esqueça o que disse. - Eu fitei-o desconfiada.

– Ok... Bom, vou indo, até mais Harry. - Eu dei as costas para ele e fui em direção a saída da sala comunal, reclamando por ter que estar de novo com Draco.

*****

Malfoy já estava na pequena sala organizando alguns objetos de decoração, reclamando sozinho algo sobre mim e pelo que entendi era sobre o fato de eu estar atrasada. Eu avancei até ele e pelo caminho deixei cair alguns materiais que estavam em cima da mesa e foi então que o loiro percebeu que eu tinha chegado.

– Granger é você! Além de estar atrasada ainda derruba o que eu já tinha arrumado. - Falou ele irritado.

– Sério? Então levante o rabo dessa cadeira e venha arrumar de novo. - Respondi ironicamente.

– Eu não vou fazer isso! Foi VOCÊ que derrubou os materiais, então trate de arruma-los de novo. - Eu bufei e comecei a arrumar os materiais que estavam caídos no chão. Depois de ter feito o que Draco me pediu fui para o lado oposto da mesa onde ele estava sentado, para tentar evita-lo ao máximo. Por mais que eu quisesse eu não conseguia esconder a vontade de o encarar.

– Eu não acredito que tive que passar quase um mês aqui com você, sangue-ruim. Ainda bem que essa é a última noite.

– Quer parar de me chamar de sangue-ruim?! - Falei irritada

– Quer fazer o favor de não me chamar isso só por uma vez na sua vida? Você sabe que eu odeio a sua presença da mesma forma que você odeia a minha. Por favor não me aborreça mais do que já estou. - Ele não respondeu e me observou por algum tempo.

– Quer saber Granger, eu nunca odiei a sua presença, apenas... - Eu olhei para ele e por momento fiquei com vontade de rir.

– Ah Malfoy não me faça rir! Pare de falar besteira. - Ri sarcasticamente e eu notei que ele tinha ficado constrangido devido aquelas palavras que ele acabara de dizer.

– Esqueça o que eu falei. Eu não queria ter falado isso. Hoje eu não devo estar normal.

– Correção: Você NÃO É normal. - Ri cinicamente e levantei da cadeira para ir buscar outros materiais.

Assim que passei pelo Malfoy, ele se levantou da cadeira e me agarrou com força no braço, me fazendo gemer de dor.

– Ai, o que está fazendo, Malfoy? Me solta!

– Não solto até reptir o que disse há pouco!

– Não disse nada de mais. Ai! - Falei gemendo devido a dor que estava sentindo.

– Repita!- Só disse que você não era normal!

– Ele parou de apertar o meu braço e ficou parado me fitando sério.

Era muito complicado ter que olhar nos seus olhos cinzentos. Eu engoli em seco, me soltei dele com força e continuei caminhando, sentindo meu coração batendo com intensidade. Assim que voltei para o lado dele, ocupei o meu lugar e ele me olhava sério, parecendo que queria algo.

– Granger, preciso de lhe fazer uma pergunta.

– Não estou interessada. - Respondi sem olhar para ele.

– Sabia que ia me dar essa resposta. - Ele revirou os olhos.

– Quer saber? Farei na mesma, mesmo não estando interessada.

– Faça o que bem entender...

– Você chegou a gostar mesmo do Weasley? - Eu ergui a sobrancelha, pois não tinha endentido aquele tipo de pergunta. Mas o que deu no Malfoy para ter mudado assim tão de repente?

– Me responda Granger.

– Por que quer saber?

– Apenas estou tentando ter uma conversa civilizada com você!

– Está me dando tréguas?

– Nem pense nisso! Apenas fiquei curioso! - Respondeu ele sério.

– Esse seu lado sensível me dá nojo. - Eu olhei para ele chocada, enquanto ele aguardava a minha resposta. - Por Merlin, isso é pergunta que se faça?

– Claro, não vejo qual é o problema.

– Você é o poblema! Não entendo por que ficou tão interessado na minha vida assim tão de repente, mas se quer saber gostei sim.

– Que nojo, não sei como conseguia, chegava até a dar ânsia de vômitos! - Ele fez um ar de nojo.

– Cale a boca, isso é um assunto meu que não te diz respeito.

– Mas e agora não gosta mais dele? - Eu suspirei.

– NÃO MALFOY, NÃO GOSTO! Agora me deixe em paz!- Eu não disse mais nada e peguei num monte de materiais.

Tinha as mãos tão cheias que acabei deixando cair a maior parte deles. O Malfoy veio rapidamente para me ajudar e enquanto apanhavamos os materiais, sua mão tocou na minha por acaso. A conexão entre nós dois foi imediata. Eu olhei diretamente para os olhos cinzentos dele e senti borboletas no meu estômago, estava me sentindo estranha naquele momento, estava tão constrangida que desvei meus olhos dos seus. Ele se aproximou de mim e a reação que eu tive naquele momento foi me levantar rapidamente para que ele não cometesse nenhuma loucura, mas isso foi impossível, Draco se levantou também e me puxou contra si e sem perder muito tempo, ele encostou seus lábios nos meus.

De início tentei recusar o beijo e cheguei a socar o peito dele para ver se ele se soltava, mas sem saber a razão, acabei me entregando. As minhas mãos tocavam no cabelo loiro e liso dele, enquanto as mãos de Draco estavam sobre a minha cintura. Estava sentindo algo diferente, algo fora do normal, um desejo incontrolável.

Por fim quando nos separamos, me enconstei na mesa, estava com alguma dificuldade em respirar e por momentos me esqueci dos meus problemas com Draco. Eu sei que não devia permitir que isso tivesse acontecido e por um lado estava me sentido arrependida, mas até quando isso ia durar?

– Malfoy... Isso não devia ter acontecido. - Falei sem olhar para ele.

– Eu sei. Mas então por que me forçou a beijá-lo? - Perguntei irritada.

– Eu não a forcei a nada! Você me beijou por que quis, oras! - Ele revirou os olhos.

– Como eu te odeio! - Falei com um ar de nojo e ele deu uma gargalhada. O loiro foi até mim mais uma vez, me puxou pelo braço como tinha feito há pouco e me encostou na parede.

– Me solta! - Falei alto.

– Não sei se é isso que você quer.

– Me solta, já falei! - Ele me ignorou e mais uma vez acabei me entregando. Eu me sentia derrotada, fraca por não conseguir fazer com que Draco parasse de me beijar. Eu estava tão chateada comigo mesma, estava sentindo tanta raiva que acabei por lhe dar um tapa na cara e assim fez com que ele parasse e se afastasse de mim. O loiro massajou a cara devido a dor que sentiu com aquele tapa e ficou completamente irritado.

– Sua sangue-ruim idiota, você vai-se arrepender por me ter feito isso! - Falou ele ainda massajando a cara.

– Você estava precisando de um tapa desses há muito tempo! Você não passa de um nojento e de um traste!

– E eu nem sei o que me deu para beijar uma sangue-ruim como você!

– Idiota! - Gritei e sai de perto do loiro completamente irritada e fui até a sala comunal da Grifinória.

Eu precisava de estar sozinha, precisava de organizar meus pensamentos e meus sentimentos. Eu subi até ao dormitório, coloquei o pijama e me deitei na cama fitando a janela. Meus pensamentos ainda estava naquela sala, onde Draco me beijara por duas vezes. Eu estava completamente icomodada com aquilo. Mas o que será que me passou pela cabeça por ter me entregado nos braços dele? Por que que eu gostei daquele beijo? E por que o Draco Malfoy? A pessoa que eu sempre detestei! Tantas perguntas e nenhuma resposta eu tinha...

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