Capítulo 50 – Luke Barton

– Frank?! – eu exclamo, boquiaberto por encontrar o “utilidade zero” na terra dos deuses. – O que raios você está fazendo aqui?!

O loiro dá de ombros enquanto aponta para Howard.

– Seu amigo chamou por ajuda.

Eu me viro lentamente para encarar Howard, tentando ao máximo engolir a minha raiva crescente.

– Luke, eu... – o nerd tenta explicar, mas eu o interrompo prontamente.

– Você conseguiu pedir ajuda... E com tantas opções na Terra, você escolhe o Frank?! Qual é o seu problema?! – se fosse possível, fogo sairia das minhas narinas tamanho o meu ódio. – Não era pra você ser o gênio da equipe?

Porém, Howard não parece temer o meu estado raivoso.

– Eu não o chamei, mas sim o Fury! – nós dois voltamos nossos olhares para um Frank risonho.

– Tá rindo de que, palhaço? – inquiro num tom seco e grosso, não me importando nem por um momento sequer com os olhares tanto dos meus amigos quanto dos Vingadores sobre nós três.

– Na verdade, acho que ainda não entenderam... Foi o próprio Nick Fury que me mandou. – Frank me informa com um imenso sorriso no rosto.

E então toda a lógica, ciência, matemática e sei lá mais o que perdem o sentido. O Fury mandando o Frank como apoio nessa guerra é o mesmo que o presidente dos Estados Unidos promover um chimpanzé a chefe de segurança.

Sem saber ao certo o que fazer, eu começo a gargalhar. Mas o riso sai de maneira tão tosca que eu acabo me calando logo em seguida. Não é possível que o Fury tenha feito uma cagada dessas, quero dizer, com tantos agentes bocós na SHIELD e logo Nick Fury nos apronta uma dessas.

– Acho melhor deixar o Luke se acalmar. – Rogers sugere ao perceber que nossos pais começam a achar que eu sou louco. Devagar, ele avança para perto de Frank. – Então... Frank, poderia nos dizer o porquê do Fury mandar você ao invés de, sei lá, um exército?

Frank também se aproxima de James, observando meu amigo com seus olhos azuis semicerrados, como se o estivesse avaliando.

– Sei que vai parecer estranho, e talvez vocês três nem acreditem em mim. – Frank mira para James, Thomas e eu, ainda nos estudando sem cessar. – Mas por todos esses anos em que treinamos juntos, eu nunca reagi porque eu estava com medo de machucar vocês.

James franze o cenho enquanto Thomas e eu nos entreolhamos segundos antes de soltarmos uma gargalhada. Mesmo entre meus risos escandalosos, posso perceber Erika, Mayday, Howard e James corarem com a nossa postura enquanto Frank se limita a revirar os olhos, esperando pacientemente pelo silêncio.

– Garoto, você me parece familiar. – Tony Stark diz, provavelmente tentando deixar a situação menos constrangedora.

– Creio que fomos apresentados quando eu era apenas um recém-nascido, Sr. Stark. – Frank responde ao Homem de Ferro. – Meus pais falam muito de você. – ele faz um gesto que abrange todos os Vingadores. – De todos vocês.

– Nós conhecemos seus pais? – Natasha Romanoff inquire, observando meu colega de surras com curiosidade expressa. – Qual é o seu nome?

– Chamo-me Franklin Richards. – Frank responde às perguntas da mãe de James.

Eu paro na hora com a minha patética risada.

– Espere um pouco. Richards? Você não está dizendo que...

– Que sou o filho do Sr. Fantástico e da Mulher Invisível, membros do Quarteto Fantástico? – ele completa minha frase com evidente prazer. – Sim, é exatamente o que quero dizer.

Franklin... Que nome imbecil.

– O seu nome também não é o melhor do mundo. – Frank contradiz os meus pensamentos, fazendo-me ficar ainda mais boquiaberto. O que mais esse moleque pode fazer?

“Você não viu nada.” Escuto sua voz dentro da minha cabeça, o que me faz calar a boca imediatamente.

– Sue e Reed... – escuto o pai de James, o Capitão América, soltar os nomes dos pais de Frank com um tom nostálgico. – Como eles estão?

– Por que não pergunta diretamente a eles?

– Eles estão aqui? – meu pai questiona.

– Não só eles. Nós decidimos trazer mais alguns amigos para a festa. – e ele estala os dedos, transformando tudo a nossa volta. Como se tudo o que nos cerca fosse um grande adesivo, Frank faz o favor de tirá-lo, revelando não alguns amigos, mas centenas.

– Lembram-se do que eu disse sobre a guerra estar perdida? – o Homem Aranha nos pergunta enquanto tenta impedir o queixo de cair ainda mais. – Acho que nossas chances aumentaram um pouquinho.

Sabe quando todos os seus ídolos de repente se materializam na sua frente? Pois é, eu também não, por isso mesmo estou quase caindo no chão de tão pasmo.

Todos, sem exagero, todos os heróis que James, Thomas e eu crescemos ouvindo suas histórias estão aqui. Wolverine, Demolidor, Elektra, Mulher Invisível, Sr. Fantástico, Coisa, Tocha Humana, Vampira, Feiticeira Escarlate, Mercúrio, Jean Grey, Homem de Gelo, Ciclope e mais uma penca de super heróis que eu jamais pensei que veria na minha vida.

Já seria bom se parasse por aí, mas não, juntamente com os super-heróis, todos nós podemos avistar Nick Fury e Maria Hill comandando um enorme exército de agentes armados até os dentes.

– Ai meu santo. – Mayday sussurra quando vê que Nick Fury está vindo em nossa direção com suas feições não muito felizes.

Aproximo-me dela, envolvendo sua cintura com um dos meus braços e trazendo-a para perto de mim.

– Eu protejo você, ruiva.

May imita uma dama medieval ao levar suas mãos à testa e cair em meus braços.

– Oh, agora o meu cavaleiro negro está aqui para me salvar. – sorrio e a coloco em pé novamente. – Estará sempre aqui, meu nobre Luke Barton?

– Sempre. – e ela sorri de volta, fazendo o meu coração acelerar quando me mostra suas covinhas que tanto amo.

– Então, aqui estão vocês. – Fury nos observa ainda com seu olhar repressor.

James se aproxima do chefe da SHIELD com seu melhor sorriso.

– Fury! – ele começa. Não sei ao certo o que ele quer, mas espero que funcione. – É uma história engraçada...

– Vocês foram negligentes e desobedeceram minhas ordens, roubaram uniformes e mais de quinze armas da agência, gastaram o pouco poder restante do Tesseract para fugir para Asgard, quase destruíram o setor de pesquisa na fuga. – Nick Fury para com suas alegações, observando os nossos pais atrás de nós com um leve sorriso no rosto. – Mas cumpriram o seu objetivo. – ele estende a mão para James. – Muito bem.

Nós seis nos encaramos, pasmos, com a reação pacífica e sem envolver qualquer agressão física ou verbal da parte do Fury.

– Espere um pouco. – eu me manifesto ainda incrédulo. – Então nada de “Sala Castigo”? Ou de surras ou de agentes bravos?

Fury nega todas as opções.

– Claro que não. – ele chega perto de mim e me dá uns tapinhas no ombro. – Mas discutiremos sobre o rebaixamento de vocês mais tarde.

– O quê?!

– Capitão. – Nick Fury se dirige aos nossos pais, observando-os com desconfiança. – Vejo que você e o resto dos Vingadores foram salvos por um bando de adolescentes fujões e irresponsáveis. – ele se aproxima de Steve Rogers. – O que acham disso?

Não demorou mais que um segundo para que todos tomassem um passo à frente.

– Nós nos conhecemos há menos de 24 horas. – meu pai começa.

– E já vimos o quão eles podem ser persistentes e irritantes. – Peter Parker nos esboça seu sorriso maroto.

– Mas não importa. – a Viúva Negra continua, olhando para o filho. – Nada disso importa.

– Por mais que eles tenham errado. – Thor prossegue.

– Eles são nossos filhos. – Tony Stark nos dá uma piscadela.

– São parte de nós. – Bruce Banner diz.

– E nós temos orgulho deles. – Steve Rogers termina, lançando um olhar orgulhoso, assim como o restante dos seis Vingadores. – E agradecemos por não terem desistido de nós.

Quando nós seis iríamos responder, um enorme baque nos para. Olhamos para os muros de Asgard e logo vemos esses com seus últimos segundos de vida.

– Tá na hora do pau! – escuto o Coisa dizer enquanto se aproxima de nós juntamente com o resto do Quarteto Fantástico e alguns membros do X-men.

– Qual o plano? – o Ciclope pergunta, enquanto Jean Grey, Vampira, Homem de Gelo, Wolverine, entre outros se preparam para o confronto.

– Que tal lutar e permanecer vivo? – eu sugiro.

O Wolverine me dá um sorriso torto.

– Isso já é o bastante pra mim, guri.

Mais um baque e, dessa vez, o muro desaba. Para mim, a construção foi desabando em câmera lenta, como se esta quisesse enfatizar como Asgard sofreria o mesmo fim se não déssemos conta do nosso inimigo.

Uma pena que a visão não melhorou quando as paredes caíram de vez.

Dezenas não, centenas de alienígenas armados gritam para nós. Eles não parecem nada amigáveis, pra falar a verdade, acho que se déssemos a oportunidade, eles nos matariam e fariam palitos de dente dos nossos ossos assim que nos tocassem.

– Chitauris... – Tony Stark sussurra com desprezo. – Dezessete anos se passaram e eles continuam mais feios que o Marilyn Manson.

– Temos que achar o Tesseract e tirá-lo daqui o mais rápido possível. – Thor logo nos avisa. – Ele está na sala do tesouro de Odin. – o deus chama por alguns guardas asgardianos que estão esperando ordens. – Venham comigo, irmãos, temos uma missão a cumprir.

– Eu vou com você. – Erika prontamente já se posiciona ao lado do pai. – Faremos isso juntos.

Thor nada responde, apenas assente de leve com a cabeça.

– Então prepare-se para agir quando a guerra começar. – ele volta para os guerreiros asgardianos. – Vamos nos posicionar mais a Oeste.

Antes de ir atrás do pai, Erika vai para perto de James e o beija.

– Fique vivo, soldado. – ela ordena num tom sério. – Você não tem ordens para morrer hoje.

– Nem você. – James a beija novamente.

Os dois se separam rapidamente enquanto Thor fita a filha e James com um olhar neutro.

– São muitos. – Reed Richerds nos informa depois de esticar o pescoço a fim de observar o número do inimigo. – Teremos que nos esforçar para dar conta dos chitauris.

– Já demos antes em menor número. – o Homem de Ferro responde. – Vai ser moleza.

– Hã, pessoal? – Frank nos chama. – Acho que temos problemas bem maiores que os chitauris.

Só entendo o que ele quer dizer quando vejo a enorme figura na frente do exército, provavelmente o líder. O alienígena é diferente dos demais, aparentemente ele é mais evoluído já que consegue ficar numa postura ereta perfeita ao mesmo tempo em que nos encara com seus olhos azuis elétricos esbanjando puro divertimento. Sua armadura não é prata como a dos chitauris, mas sim dourada e azul, destacando a pele arroxeada. As mãos estão cerradas enquanto seus punhos encobertos por alguma energia que provavelmente vai nos dar muita dor de cabeça.

– Asgardianos! – o alien vocifera. – Eu sou Thanos, filho de Mentor, senhor da Lua Titã e de todo o Universo! Ordeno que me entreguem o Tesseract e o traidor Loki se não quiserem que eu destrua sua amada Asgard!

– Pode ficar com o maluco, mas seu outro pedido fica pra próxima, Barney. – Peter Parker responde. – O cubo é nosso.

Thanos não parece nada animado com a resposta vinda do pai de Mayday.

– Humanos intrometidos, não importa o quanto vocês resistam, no final de tudo, eu conseguirei o que quero. – ele dá um passo à frente. – E quando o Tesseract for meu, não destruirei somente Asgard, mas também a sua preciosa Terra.

– Só por cima do meu cadáver. – Nick Fury prepara as armas e os agentes da SHIELD fazem o mesmo.

Logo, todos os heróis começam a se preparar para a luta. Thomas e Bruce Banner imediatamente se transformam nas enormes criaturas verdes. James, Natasha e Steve Rogers preparam as armas enquanto Mayday e o Homem Aranha calibram os lançadores de teia. Thor e Erika já estão com Mjolnir e Torden em mãos, se preparando para correr para a Sala do Tesouro de Odin quando as coisas esquentarem. Howard e Tony Stark já expõem as armas de ambas as armaduras e eu e meu pai sacamos nossos arcos.

– Como desejar. – Thanos sorri, dando início a batalha.