Por entre os lençóis brancos destacava-se uma longa perna morena. Quinn abriu os olhos e fixou o seu olhar naquela perna, ela era lisa e perfeita e a loira sorriu ao pensar que já tinha sentido o gosto daquela pele. Fechou os olhos e manteve o sorriso. Ela sabia que dentro de poucas horas tinham de abandonar aquele quarto, afinal o check out era obrigatório até ao meio dia, mas abriu os olhos e olhou diretamente para o relógio que existia por cima de uma das mesas de cabeceira e uma sensação de felicidade inundou-a ao perceber que ainda tinha duas horas. A loira não pretendia acordar Rachel, ela na realidade queria ficar ali, a olhar para ela e a recordar a noite, que segundo ela, tinha sido a mais inesquecível que Quinn tinha passado até então. No entanto, Rachel mexeu-se e deu sinais de que estava a acordar. Quinn olhou para ela e viu-a lentamente abrir os olhos. A morena tinha um semblante cansado, mas ao mesmo tempo, os seus olhos brilhavam. Nenhuma das duas sabia como começar uma conversa, Quinn porque estava embasbacada a olhar para Rachel, e Rachel porque estava demasiado envergonhada.

R: Bom dia. – disse a morena com algum rubor.

Q: Bom dia. – já a loira, abriu um sorriso encantador.

R: Temos de ir embora, não é?

Q: Ainda temos duas horas.

R: Ah.

Q: Dormiste bem?

R: Sim, e tu?

Q: Muito bem. – sorriu a loira e Rachel mais uma vez corou.

R: Não te dei pontapés? Eu às vezes mexo-me demais.

Q: Tu dormiste placidamente. Acho que se não fosse porque eu te abracei durante a noite nem me tinhas tocado. – e agora o sorriso era maroto. Rachel voltou a corar e Quinn de repente mudou o seu semblante para um muito mais sério.

R: O que foi? – disse a morena assustada com a mudança de reação da loira.

Q: Eu vou beijar-te. – respondeu a loira ainda séria. Quinn pousou uma mão do outro lado do corpo da morena e posicionou-se por cima dela lentamente. Rachel instintivamente encolheu-se para dar passagem ao corpo da loira e quando Quinn já estava confortavelmente posicionada, aproximou o seu nariz ao da morena e fixou os seus olhos verdes nos castanhos de Rachel. Ficou por alguns segundos assim, a respirar o mesmo ar da outra, mas ao sentir as mão de Rachel tocarem no seu corpo no intuito de a aproximar mais, Quinn cedeu e juntou os lábios de ambas. O beijo começou por ser terno, mas quando as línguas se encontraram, passou a passional. Elas não queriam acabar com aquele momento, e nenhuma das duas ia fazê-lo por si própria, então quando Rachel sentiu que Quinn a agarrava contra o seu corpo, deu-se ao luxo de abraçá-la também e marcar aí o início de algo que ela queria repetir ansiosamente. Quinn abandonou os lábios da morena mas sem levantar os seus do corpo dela, a loira arrastou beijos por toda a pele que encontrava e Rachel sentiu pela segunda vez naquela experiência que a decisão de ir àquele hotel tinha sido absolutamente correta.

Quinn por seu lado sentia nostalgia, afinal ela sabia que provavelmente seria muito difícil voltar a ter contacto com aquela mulher. O destino não ia voltar a juntá-las, seria demasiada coincidência, e então ela quis aproveitar cada segundo daquela manhã. Se ambas tivessem de descrever aquele encontro numa palavra, “sexual” e “amoroso” não seriam expressões corretas, aquele tinha sido um encontro puramente passional. E estranhamente bom.

X

Nenhuma das duas queria ir embora, no entanto, e já à porta do hotel, Rachel mandou um táxi parar e estendeu a mão a Quinn.

R: Adeus?! – disse ela com algum desconforto.

Q: Adeus. – respondeu a loira enquanto estendia a sua mão de volta. Rachel sorriu ao perceber que ela não ia negar-lhe o cumprimento, mas o que a morena não esperava era que Quinn a puxasse para si e a beijasse. Podia ter durado muito aquele beijo, mas o que mais durou foi a conexão. Ainda com os lábios juntos aos da morena, Quinn disse: Até breve.

Rachel esboçou um sorriso envergonhado e entrou no táxi em direção a sua casa. Por seu lado Quinn, dirigiu-se ao seu carro e fez o mesmo.

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Puck: Onde é que andaste?

R: Que susto! – respondeu Rachel enquanto abria a porta de casa. Ela não esperava que Noah estivesse em casa tão cedo. As noites do rapaz eram sempre longas. – Não é um bocadinho cedo para estares em casa?

P: Não fujas à minha pergunta. – respondeu ele com um sorriso maroto.

R: Fui dar uma caminhada.

P: Ah sim? E eu tenho “burro” escrito na testa?

R: Porquê?

P: Porque eu cheguei eram 5 da manhã a casa, e não acredito que tenhas ido caminhar de madrugada, e muito menos assim vestida. – apontou o rapaz com o mesmo sorriso.

R: Oh, pronto. Basicamente não tens nada a ver com isso. – sorriu Rachel vitoriosa. Mas Puck aproximou-se dela e encostou-a à parede, entalando-a entre o seu corpo e a mesma.

P: Rachel Barbra Berry, tu cheiras a sexo! – disse o rapaz em choque. – Onde é que tu andaste? Como…?

R: Noah deixa-te de parvoíces. Vou tomar banho e vou acabar um trabalho que tenho para fazer. Vai fazer alguma coisa da vida além de te meteres na minha. – Rachel soltou-se dele e fechou-se no quarto. Puck franziu um sobrolho e riu-se.