Pleasure Hotel escrita por R_Che


Capítulo 2
Colchão de Água


Notas iniciais do capítulo

Pois é minha gente, isto estava dificil, mas saiu!
Vimo-nos lá em baixo.



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A inauguração do “Pleasure” tinha sido um sucesso. Embora Santana achasse que tinha sido muito mau da parte de Quinn faltar. A loira na realidade não tinha planos para essa noite, só não queria fazer parte da confusão que seria aquela inauguração. Efetivamente haviam muitos protestantes à porta, mas no geral a noite correu bem. Quinn tinha ficado a ler um livro em casa. Ela vivia num apartamento na mesma avenida do “Karmel Café”. Era um apartamento luxuoso, um apartamento digno de um Fabray.

Passaram sete dias desde a grande inauguração, e Quinn estava deitada na cama sem pregar olho. Há horas que estava a tentar dormir, mas o sono não vinha e os primeiros raios de sol já tinham invadido o quarto. A loira tinha passado as últimas duas noites a ponderar uma ida ao “Pleasure”, mas isso só aconteceu porque ela sabia que Santana e Brittany, sua esposa, estavam em Nova Iorque na próxima semana. A loira não queria passar horas a ouvir Santana a reclamar que tinha razão. Quinn tinha um bocadinho de receio em embarcar nessa aventura, a loira prometeu a si própria que caso o fizesse seria somente uma noite e nada mais.

Q- Afinal o que é que pode acontecer numa noite só? E se eu não gostar azar, vou embora. Não é como se eu tivesse o problema de pagar a noite e não disfrutá-la. Bah Quinn, pára. Logo à noite vais lá e logo se vê.

X

Rachel Berry estava sentada na quarta fila do auditório da sua aula de Literatura Moderna em UCLA. À sua frente estavam Molly, Cristina e Vanessa a conversar acerca de uma aventura qualquer que Vanessa tinha tido na noite anterior. Rachel não queria saber do que se tratava, mas mesmo sem querer acabou por ouvir.

M- Mas como foi? Tu chegaste lá e pronto?

V- Sim. Cheguei lá, dei o meu cartão de identidade e deram-me uma chave.

C- E depois?

V- E depois fui para o quarto, que por sinal é um luxo, e esperei coisa de 10 minutos e chegou a minha… bom, vocês entendem… eu não sei o que lhe chamar.

M- Ah, então tu chegaste primeiro?

V- Sim, na receção perguntaram-me se eu queria um quarto já ocupado ou se queria um livre e esperar pela sorte. E eu optei pelo quarto livre.  

M- Mas qual é a diferença?

V- Nenhuma, acho que é uma questão de opção. Ah, e preço. Pagas menos 10% se quiseres um quarto livre, porque pelo que me explicaram podes perder mais tempo da noite… eu não percebi bem.

C- E a mulher que te calhou? Foi minimamente agradável ou nem por isso?

V- Opá, vocês não estão bem a ver, eu ao inicio assustei-me, ela aparentava ser arrogante, mas depois a coisa correu muito bem. Mas é preciso ter dinheiro.

M- Como assim?

V- Uma noite no “Pleasure” é uma pequena fortuna para o simples mortal.

M- Bom, mas ao menos tens a noção de que é bem frequentado.

C- Molly por favor…

M- O quê? Eu ficava bem mais descansada.

V- Foi interessante. – disse Vanessa com ar sonhador.

M- Vais voltar?

V- Quando me sair a lotaria. – as três riram.

Aquela conversa surreal que Rachel ouvira, ficou-lhe a moer a cabeça até ao fim da tarde. Tudo o que lhe parecia demasiado repugnante naquela ideia, ao mesmo tempo era aliciante. Ela quase que queria experimentar, mas ao mesmo tempo não queria ir contra os seus princípios. Acabaram as aulas em UCLA e a morena foi direta para o seu apartamento e de Noah. Quando chegou tinha uma nota em cima da bancada da cozinha.

-Não janto, não ceio nem durmo. Ahahah Adoro-te Baby. Puck-

E aquele foi o empurrão que faltava para que Rachel se aventura-se numa noite que ela própria tinha prometido não experimentar.

X

R- Boa noite.

Tina- Boa noite, posso ajudá-la?

R- Eu queria um quarto.

T- Com certeza, e quer um quarto ocupado ou livre? Quer que lhe explique as modalidades, ou já tem conhecimento?

R- Sim, já tenho conhecimento por alto. Quero livre.

T- Muito bem, preciso da sua identificação, por favor. – Rachel mostrou o cartão de identidade e a rececionista escreveu os dados da morena. – Obrigada, pode guardar.

R- Uma questão…

T- Diga.

R- Quando vocês se referem a sigilo, é só sigilo com o exterior ou também com o interior? O que eu quero dizer é, se eventualmente vocês informam a pessoa a quem dão a segunda chave do nome de quem lá está dentro.

T- Não minha senhora, de maneira nenhuma. É sigilo total. Só as hospedes é que sabem se revelam os seus nomes às suas companhias.

R- Posto nesses termos acho que já estou a ficar enjoada. – disse a morena baixinho.

T- Desculpe? – Tina ouvira o que a morena disse.

R- “Companhias”. – respondeu Rachel.

T- Ah, claro. Pode não ser o termo adequado. Peço desculpa por isso.

R- Não se preocupe. Posso pagar já?

E Rachel pagou e subiu até ao quarto.

Quando a morena entrou no luxuoso quarto de hotel, uma sensação de medo apoderou-se dela, e quase que a fez desistir. O quarto era grande e coberto de janelas em vidro. De fora não se via para dentro, mas de dentro definitivamente podia-se apreciar as luzes de Los Angeles à noite. Estava decorado de modo refinadíssimo e Rachel agradeceu o conforto que emanava daquela habitação, pois pelo menos o preço exorbitante que tinha pago por aquela noite fazia sentido. Ao lado da porta de entrada estava um papel emoldurado com um conjunto de regras. Dizia o seguinte:

“Estas são as 3 regras básicas que a administração do hotel sugere que sigam, de modo a que a vossa noite seja mais agradável e segura.

1-     Não partilhem os vossos nomes reais.

2-     Não conversem acerca da vossa vida privada, nem partilhem qualquer tipo de informações pessoais.

3-     Não percam tempo com banalidades, passem à ação e disfrutem.

Sejam felizes com prazer no “Pleasure Hotel”.”

Rachel teve vontade de vomitar no momento em que terminou de ler aquele papel. Dirigiu-se até uma das janelas envidraçadas do quarto e permaneceu de pé, com as luzes apagadas, a olhar para a cidade dos anjos coberta de luzes.

X

Q- Olá Tina! – disse a loira sorridente.

T- Quinn, por aqui? Estás bem? – respondeu a rapariga com simpatia.

Q- Estou ótima. Mas vou ficar melhor quando tu me prometeres que não vais contar à Santana que eu vim cá.

T- Eu não conto, mas tenho de registar o teu nome.

Q- Sim, não há problema com isso. Toma. – Disse enquanto lhe entregava o cartão de identidade.

T- Tu tens passe vip, não preciso de mais nada teu. – sorriu a rececionista.

Q- Mas eu preciso teu. – respondeu Quinn ao sorriso.

T- Claro. Com ou sem?

Q- Com. – e o sorriso de Quinn abriu-se mais um bocadinho.

A loira subiu até ao quarto e parou à porta do mesmo. Quarto número 308. Ela rezou para que aquele quarto lhe trouxesse alguma sorte essa noite, e sem respirar duas vezes introduziu o cartão magnético na porta.

Rachel ouviu o clique da porta a abrir e fechou os olhos antes de voltar a abri-los e virar-se para a pessoa que entrara no quarto. Quinn por seu lado estava parada à porta do quarto à espera de qualquer que fosse o feedback que aquela rapariga que estava de costas para ela lhe desse. Acendeu a luz e nada disse. Rachel virou-se e pousou os olhos na imensidão verde e camel que encontrou à sua frente. Aquela não era uma loira imponente, aquela era pelo contrário, alguém para quem ela olharia uma segunda vez na rua. Já Quinn sorriu simpática e o que mais atenção lhe despertou, foi o pânico que Rachel transmitiu com o olhar. Quinn quis deixá-la mais confortável e passou os olhos pelo quarto de hotel antes de exprimir a primeira sentença.

Q- Pelo menos o quarto vale o dinheiro gasto. – o tom de voz de Quinn era de pura simpatia, e o seu sorriso transmitiu um bocadinho de calma a Rachel.

R- Sim, essa foi a única coisa que me consolou depois de ler essas regras aí da porta. – disse a morena apontando para a moldura de parede. Quinn não foi de meias medidas e leu o papel. Um sorriso, que para Rachel não fazia sentido, apoderou-se da face da loira de tal modo que se transformou numa gargalhada. A morena não fazia ideia de onde estava metida e de qual era a piada que lhe tinha escapado.

Q- O meu nome é Quinn. – disse a loira ainda entre risos.

R- Ahm…

Q- Não te preocupes, não precisas de retribuir. Mas continuando… eu vivo em Melrose Ave, sou uma adicta a passar o meu tempo livre sentada num café que se chama “Karmel”, tenho uma agência de management, e estou no último ano do curso de Publicidade e Marketing em UCLA. Ah, e se não te importares, vou sentar-me um bocadinho aqui no sofá e tomar um copo. Acompanhas-me?

R- Obrigada, mas não era suposto tu teres guardado essas informações todas para ti? – disse a morena enquanto se sentava no sofá da suite e olhava para Quinn que estava perto do mini bar a preparar as bebidas para ambas.

Q- Sabes quem é a Santana Lopez?

R- A dona do hotel? – disse Rachel confusa.

Q- Exato. E nitidamente a autora dessas regras. Ela é a minha melhor amiga de infância, desde sempre, sabes?! E eu aprendi com os anos a nunca seguir os concelhos dela, inclusive a fazer o contrário do que ela diz. – e sorriu simpática enquanto se sentava na outra ponta do sofá. Rachel sorriu de volta.

R- A tua amiga tem umas ideias malucas.

Q- Eu já lhe disse isso. Aliás, eu desde que entrei aqui, à bocado, que estou a rezar para que ninguém lhe conte que eu cá vim.

R- Porquê?

Q- Ela ainda está chateada comigo por eu ter faltado à inauguração.

R- Ah. – Rachel bebeu um gole da bebida e baixou a cabeça sem assunto.

Q- Digamos que eu critico muito esta ideia dela.

R- Se te consola, somos duas.

Q- E então porque é que estás aqui?

R- Porque é que tu estás?

Q- Curiosidade.

R- Ora nem mais. Mas é a primeira e última vez.

Q- Sim, essa foi a minha promessa a mim mesma antes de vir cá.

Ambas sorriram e ficaram uns minutos em silêncio. Minutos esses que se alargaram e se tornaram constrangedores. Rachel sabia que era a vez dela de quebrar aquele ambiente, afinal aquela loira já o tinha feito uma vez.

R- Rachel. – Quinn entendeu e sorriu.

Q- Muito gosto Rachel.

R- Estou no terceiro ano do curso de Línguas e Literaturas em UCLA também. Nunca te vi por lá.

Q- Como é que sabes?

R- Sou muito boa a decorar caras.

Q- Eu raramente lá vou, só em época de trabalhos e frequências.

R- E consegues passar? No meu curso estavas com um problema.- Quinn sorriu simpática e posicionou-se no sofá mais perto de Rachel.

Q- Aqui entre nós, eu posso culpar os meus pais de muita coisa, mas que eles fizeram um bom trabalho em conceber-me, isso fizeram. – E ao ver a expressão de confusão de Rachel, Quinn gargalhou. – Estou a brincar. Não sei, acho que o facto de toda a minha vida ter sido um bocado autodidata me ajudou.

R- Isso é bom. Boa sorte com isso.

Q- Obrigada. Para ti também, é o último ano, não é?

R- Não, o meu curso é um dos poucos que são 4 anos de licenciatura.

Q- Ah, ok. De todos os modos já passaste mais de metade. Está quase.

R- Pois está.

E aquele silêncio outra vez. Quinn desta vez optou por uma estratégia diferente, levantou-se do sofá e foi palmear o quarto. Sentou-se na ponta da cama e levantou-se, como quem testa o colchão, e após esse gesto mandou-se deliberadamente para cima da cama, como se de uma piscina se tratasse. Rachel riu-se quando percebeu que a loira afinal não se tinha chegado a sentar, só tinha fingido, e que apanhou um grande susto quando percebeu que se atirou para cima do colchão… que era de água. Quinn juntou-se à gargalhada de Rachel e perguntou:

Q- Achas que se eu me chegar para um lado, e tu te mandares do outro eu saio a voar? – E novamente as duas riram.

R- Eu não creio que tenha peso suficiente para te mandar pelos ares! – e os risos não acabavam.

Q- Podes experimentar? Pelo menos posso dizer que me fizeste voar.

Rachel sorriu e Quinn percebeu que não tinha sido um comentário muito feliz.

Q- Não, não. O que eu quero dizer é que nós não temos de fazer nada que tu não queiras. – disse a loira rapidamente.

R- Está tudo bem Quinn. Eu sei ao que vim e porque vim. E se te consola saber, eu também não fazia ideia que esse colchão era de água.

Q- Sabes que eu acho isto pouco confortável?

Rachel não disse nada, largou o copo que tinha na mão e em vez de ir devagar até ao colchão, correu em direção ao outro lado da cama e atirou-se para cima dela. Quinn gargalhou ao notar que nem um milímetro se tinha mexido e a morena ao reparar fez beicinho.

R- Eu disse. – a loira olhou para Rachel e sentiu um aperto esquisito no estômago. Aquela morena podia ser baixinha, mas além de atraente era adorável. Quinn virou-se para Rachel, que estava de barriga para cima na cama, e apoiou-se num cotovelo para olhar para ela.

Q- Tens namorada?

R- Claro que não. – respondeu a morena horrorizada.

Q- Porquê esse espanto todo? É uma pergunta normal.

R- Eu nunca viria a este lugar se tivesse uma relação. Não sou esse tipo de pessoa.

Q- Certo. – disse Quinn a sorrir.

R- Tu tens?

Q- Não. Eu não sou uma pessoa que se deixe envolver facilmente.

R- É por isso que estás aqui? – e o tom de Rachel era agora sarcástico. A loira percebeu, sorriu e aproximou-se dela pousando o braço no qual não tinha a cabeça encostada, por cima do corpo de Rachel. A morena sentiu o ar preso nos pulmões, ela não esperava aquele gesto íntimo tão cedo, e Quinn percebeu, mas não tirou o braço, pelo contrário, puxou-a devagarinho para mais perto dela.

Q- Queres saber porque é que eu estou aqui? – E o tom agora foi mais sedutor.

Nenhuma das duas iria ser capaz de descrever no dia a seguir como é que a intimidade tinha surgido, no entanto, o certo era que Quinn tinha metade do seu corpo por cima do de Rachel e a boca da loira recorria suavemente o colo da morena. Rachel estava cómoda, em nenhuma das suas teorias de como seria aquela noite, lhe tinha passado pela cabeça que pudesse ser tão agradável. Por seu lado Quinn estava camufladamente assustada por todo o desejo incontrolável que a invadia naquele momento. Quando é que ela se tinha tornado tão carnal? E por uma desconhecida?! Levou uma das mãos a uma coxa da morena e sentiu-a estremecer debaixo dela. Rachel desaprendeu como era respirar e Quinn quase como se tivesse adivinhado juntou os lábios com os da morena, e depositou um longo e molhado beijo em Rachel. Quando a língua da loira pediu permissão para entrar, Rachel percebeu que aquele era o ponto de viragem, e dali para a frente, não havia volta atrás. 


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Notas finais do capítulo

Posso ser honesta convosco? Preciso desesperadamente que me digam se aprovam esta história, porque eu tenho a sensação que me estou "enfiar num beco sem saída".
Isto é só o primeiro capitulo, não queiram tudo de uma vez... lol
Agora a sério, o que acharam do capitulo? Acham que está demasiado forçado? Dificil de entender?
Beijinho