The Best Swimmer escrita por AlohaHawai


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Ooooooi amores, tava morrendo de sdds de voces! Então, eu não consegui a capa da May Jo ainda, mas eu não queria deixar voces sem nada e faz um tempo que eu não to postando, ai só resolvi colocar uma capa da Delphi que eu gostei bastante (: Achei esse capitulo bem básico, mas espero que gostem!



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— Não se mexa Annie, só falta essa parte. — disse Lime

Ela e Martie estavam tirando o gel de meu cabelo. Eles iam fazer algum tipo de “penteado” prático e fácil que eu poderia usar na arena, além de bonito, claro. Nayla estava retirando o esmalte forte e passando algo mais fraco e menos chamativo. Todos estavam me preparando fisicamente para a arena, mas a única pessoa que podia me preparar psicologicamente não estava aqui.

Finn sairá logo cedo de meu quarto e me deixara um bilhete, dizendo que estava em uma reunião, mas que iria me levar para o aerodeslizador na hora certa. Agora eu só estava esperando que essa hora chegasse.

Mesmo minha Equipe de Preparação dizendo que eu era ótima e coisa assim, eu estava completamente nervosa. Não era fácil explicar isso para ninguém, não para quem nunca havia passado por isso pelo menos. Era por isso que eu precisava de Finn, ele com certeza me entenderia.

Uma comida apareceu em minha frente. Ovos mexidos, torradas com manteiga, pães do Distrito 4 e suco. Comi tudo rapidamente, acho que encher a barriga fazia meu medo e minha ansiedade diminuir um pouco. Era ótimo

Enquanto os outros terminavam de me arrumar, uma frase ecoava em minha cabeça: “Eu te amo Annie”. Finn havia dito isso para mim antes de eu dormir no dia anterior, o que fizera com que eu tivesse ótimos sonhos. Mas eu não havia tido oportunidade de falar o mesmo para ele, e estava com medo de ter perdido todas as chances.

— Olá Annie. — disse uma voz conhecida. Ela não me tirou dos pensamentos, mas me acalmou.

May Jo entrou na sala. Ao contrário dos outros dias, ela estava usando uma roupa simples, básica e preta. Devia ser sua maneira de demonstrar que estava de “luto” por minha causa, apesar de eu não ter morrido ainda. Mesmo assim, era um gesto bem legal.

Logo, minha Equipe de Preparação saiu. Antes, vi Nayla derrubar umas lágrimas na hora que estava se despedindo de mim; Martie e Lime me abraçaram forte e me deram beijos na testa. Eles eram realmente magníficos, ia sentir bastante falta deles. Provavelmente os colocaria na minha lista de nomes que diria antes de morrer.

Minha estilista me entregou meu uniforme. Era simples. Uma calça azul-marinho, uma camiseta azul-marinho com listras vermelhas, uma jaqueta impermeável da mesma cor e um coturno preto. Eu realmente parecia que estava indo para a guerra. Mas pensando bem, era alguma coisa do tipo.

— Eu estive pensando Annie, e quero que leve alguma coisa para arena. — disse ela — Todos os tributos levam.

Ela pegou algo na mesa e me entregou. Era um colar de ouro. No pingente redondo, estava escrito o numero 4 de um lado, e Annie no outro. Era pequeno, simples e não chamava atenção. Maravilhoso. O coloquei e pedi para ela fechasse o fecho do colar atrás de mim, logo a corrente estava em meu pescoço.

May Jo me abraçou. Vi que ela estava chorando, já qie um pouco de seu rímel escorria nas bochechas. Achei engraçado, nunca pensei que uma pessoa como ela seria capaz de borrar a maquiagem, seu gesto era fofo. Abracei-a e lhe dei um beijo na bochecha, fazendo-a sorrir.

— Estou apostando em você, Annie. — dito isso, ela saiu rapidamente da sala, me deixando sozinha.

Agora, seria a hora que eu encontraria Delphi e Finnick, e depois Finn me guiaria até o aerodeslizador, aonde iríamos para a arena, eu que tinha uma ligeira sensação de não ficar em Panem. Se é que me entende.

Um dia, há algum tempo atrás, haviam me dito que as arenas ficavam em exposição, caso alguém da Capital — de preferência rico — quisesse vê-las. Provavelmente ficava em um outro ponto do mundo, por isso precisávamos dos aerodeslizadores e passávamos um grande tempo no ar.

Delphi chegou. Assim como May Jo ela não usava roupas extravagantes. Usava um terninho cinza elegante, sapatos de salto e sua peruca simplesmente loira. O que era estranho, porque fora a primeira fez que eu já a vira assim, mesmo quando ela ia anunciar os nomes nos anos passados.

Ela me abraçou.

— Boa sorte, Annie. — ela sorriu — Tente ganhar, está bem?

Delphi podia ser uma cidadã da Capital, e eu não ir com a cara de muito dos residentes daqui, mas ela era diferente. Admito que não gostara quando ela tirara o papelzinho com o meu nome, mas realmente esse era o trabalho dela, e acho que no fundo ela não tinha ideia do que os Distritos sofriam com os Games. Nesse tempo que fiquei com ela, percebi que ela tinha algo único, que de um jeito ou de outro me fazia gostar dela.

Sorri para Delphi, que continuou no abraço forte por um bom tempo, ela abriu um sorriso e saiu da sala sutilmente, me deixando sozinha novamente. Em alguns minutos Finnick chegaria para me levar.

Ficar sozinha era bom, me dava tempo para pensar. Eu não tinha estratégias, na verdade, a única coisa que sabia era que ao sair do circulo, eu correria para a floresta. Não estava preparada para o banho de sangue na Cornucópia, mesmo sendo considerada uma Carreirista, e sabia que morreria no primeiro momento.

Então, assim que saísse de lá, eu procuraria água. Água era a única coisa que me faria ficar viva. Eu até poderia estar com fome, mas acho que aguentaria no máximo umas duas semanas comendo cascas de arvores, já por outro lado, eu poderia morrer por desidratação em alguns dias.

Percebi que estava roendo as unhas e imaginei que Nayla fosse me matar, mas não me importei muito com isso, provavelmente ela nem as veria.

Faltava pouco tempo e eu estava com medo de que Finn não chegasse a tempo, ele sempre estava acostumado a se atrasar. Mas meu desespero se esvaiu quando ouvi a porta se abrir e vi o cabelo loiro conhecido aparecer.  Finnick usava uma roupa simples, uma calça e uma camiseta branca com gola V.

Ele olhou para mim com um sorriso no rosto e veio se sentar ao meu lado, colocando uma das mãos em meu joelho.

— Já disse Annie, respire.

Finn pegou um copo de água que estava em cima da mesa branca e me estendeu. O tomei silenciosamente, fazendo umas pausas para respirar. Estava realmente nervosa e isso não seria bom.

— Já vi Cliff, ele parece melhor do que você. — ele riu

— Idiota. — revirei os olhos e lhe dei um tapa de leve no rosto

— Vamos, falando sério agora. — ele se levantou e me tirou da cadeira, me segurando pelas mãos. — Não vá para a Cornucópia, não se esqueça disso. Você não vai sobreviver lá, você sabe.

Assenti com a cabeça. Sim, eu sabia muito bem disso.

— Eu não sei como vai estar a arena, mas de qualquer forma, eles não vão dar água para você. Eles nunca dão. — disse Finn revirando os olhos — Então procure um rio, é a primeira coisa que precisa fazer. Ah, tenha cuidado com tudo. Pode simplesmente haver um ninho de cobras dentro de uma arvore ou dentro da água, não importa muito. Então veja bem aonde você esta colocando os pés e as mãos.

Concordei novamente com a cabeça, ele havia dito tudo e acho que eu não precisava de nenhum outro conselho. Mas eu ainda tinha alguns minutos com ele, então quis aproveitar.

Pousei meus lábios em meu pescoço, o que o fez arquear as sobrancelhas e sorrir. Minhas mãos estavam em sua cintura e ele me abraçou de um jeito protetor e gentil, Finn era maravilhoso.

Eu era terrivelmente mais baixa do que ele, então fiz um pequeno esforço para deixar minha boca na mesma altura da sua, enquanto ele tivera que abaixar um pouco para ficar na minha direção. Era até um pouco engraçado de ver. Nós não tínhamos nada em comum, isso estava claro.

Coloquei minha boca sobre a sua e em segundos sua língua batendo com a minha. Era engraçado, sabe, essa brincadeira com as línguas. Eu gostava de fazer isso, deixava o beijo mais engraçado e nada formal. Não me preocupava em errar o momento ou não conseguir fazer direito.

Nós ficamos no mesmo movimento por bom tempo, até a hora que resolvi que estava precisando respirar. Faltava apenas dez minutos para Finn me levar até o aerodeslizador. Eu tinha que me preparar psicologicamente agora,

— Só um minuto, Finn, preciso respirar um pouco. — falei e ele assentiu

Dez minutos. Tínhamos que estar prontos. Me levantei e Finn fiz o mesmo, bebi o resto de água que estava no copo e sai da sala. Seguimos por um longo corredor e saímos na longa área plana em que o aerodeslizador estava pousado.

Ele era gigante. Nunca vira algo do tipo assim. Parecia uma nave, com paredes de ferro e uma grande porta na frente, que virava uma “ponte” quando se abaixava. Olhei para os lados, pude ver os outros tributos saindo das outras salas e se aproximando, significava que eu tinha apenas cinco minutos.

Olhei para Finnick, para seus maravilhosos olhos verdes. Me lembrei de quando eu tinha sete anos e estava na praia, meu pai havia acabado de partir para pescar. Havia um garoto lá, ele era um pouco mais velho que eu tinha e tinha cabelos extremamente claros. Nós estávamos bem longe um do outro, mas eu conseguia ver que ele estava tentando pegar algum peixe na água. Eu revirei os olhos, ele não ia conseguir pegar nada daquele jeito.

— Quer ajuda? — perguntei na maior delicadeza possível e me aproximei dele. — Sou Annie.

O garoto olhou para mim de cima para baixo e então me abriu um sorriso sarcástico.

— Você vai me ajudar? — ele revirou e deu de ombros — Finnick.

Na verdade, acho que depois disso não fiz questão de ajudá-lo em nada.

Finn me olhou, ele parecia curioso e eu balancei a cabeça, colocando os pensamentos de lado.

— Cinco minutos. — ouvi uma voz eletrônica

Ok, eu tinha que ser rápida agora. Finn colocou uma de suas mãos em meu rosto e me aproximou para mais perto de si. Não me senti mal fazendo isso, era apenas um gesto com o meu mentor, ninguém ligaria ou desconfiaria de nada. Isso era bom.

Coloquei minha mão direita em seu rosto e ele a tocou, de uma forma carinhosa. Abri um sorriso e lhe abracei por completo, passando os braços por volta de seu pescoço. Meus cinco minutos estavam acabando.

— Se cuide, Annie. — ele disse tocando meus lábios — Você vai sair de lá viva. Não se esqueça do que eu falei antes, está bem?

Eu assenti e sorri, me virei e andei em direção ao aerodeslizador, onde um grupo de Pacificadores me esperava. Antes de ir até lá, Finnick me segurou pelo braço, fazendo me girar e olhar seus olhos novamente.

— Eu te amo Finn. — falei

Não podia sair de lá sem dizer isso. Finnick havia me dito no dia anterior e eu prometera que lhe diria isso. Então, abri um sorriso para ele e sai correndo em direção aos Pacificadores. Logo que todos os tributos estavam lá, as portas se fecharam.

Nos não seriamos deixados na arena, na verdade ficaríamos em algum lugar embaixo da terra, e então depois de dez minutos subiríamos.

Tom estava lá e ele parecia bem entusiasmado, assim como Spenser e Britney. Acho que todos os Carreiristas se sentiam assim, eles estavam confiantes de que ganhariam. De qualquer forma, eles eram idiotas.

— Fique imóvel, está bem.

Uma moça, de cabelos presos e roupas brancas, se aproximou de mim com uma agulha grande na mão. Em segundos, ela colocou o troço em meu braço, fazendo-me sentir uma picada de agulha dolorosa e então vi algo brilhante piscar em minha pele. Era o meu rastreador. Desse modo todos poderiam ver onde eu estava e as câmeras me achariam facilmente.

Pude observar melhor todos os tributos que estavam perto de mim. Raven estava na outra fileira, na ponta. Seus cabelos estava presos e ela usava uma roupa vermelho-barro, seu rosto estava um pouco pálido e de longe eu podia ver que seu olho estava vermelho. Ela havia chorado antes de chegar aqui.

Tom estava brincando com Tite, mesmo ambos estando presos por um cinto de segurança. Eles pareciam ter um tipo de conexão ou alguma coisa assim, dariam ótimos aliados. A garota do Distrito 12, Letty, estava sentada ao meu lado; seus cabelos estavam presos e eu pude ver um pouco de medo em seus olhos claros. Estava com um pouco de pena dela.

Dois minutos depois senti que o aerodeslizador havia saído do chão e devíamos estar no ar. A viajem estava sendo rápida, os Carreiristas conversavam entre si, enquanto os tributos parceiros faziam o mesmo.

Pela primeira vez eu consegui ver Cliff. Ele usava a mesma roupa que eu e estava sentado na outra fileira, ao lado do garoto do Distrito 7. Seus olhos estavam calmos e o rosto abaixado, significava que ele olhava para o chão imovelmente. Me senti mal, queria poder ter lhe desejado boa sorte ou pelo menos ter se despedido, sabia que não conseguiria fazer isso quando estivesse na arena.

Acho que ele percebeu que eu estava olhando para ele, pois levantou a cabeça e olhou para mim. Rapidamente ele abriu um sorriso e assentiu com a cabeça, como se soubesse o que eu estava pensando. Então, em silencio, ele sussurrou “Boa sorte Annie” e eu sorri, fazendo o mesmo em seguida.

Olhei para baixo novamente, senti que minhas mãos estavam suando, meu coração estava pulsando mais rápido e minhas pernas estavam bambas. Provavelmente cairia logo que chegasse na arena.

Alguns minutos depois senti que estávamos pousando. Não sei muito bem, mas de repente a porta grande e de ferro se abriu, e nossos cintos foram destravados. Todos levantamos ferozmente e saímos do aerodeslizador, seguindo direito para nossas pequenas cabines, onde ficaríamos por mais dez minutos.

A sala era pequena. As paredes eram brancas e havia um pufe preto no meio; uma televisão LCD estava na parede e havia uma mesa, onde continha um pouco de água, uma pequena pipula — que eu imaginei ser remédio para dores de cabeça ou algo assim — e biscoitos sobre um prato. O numero 4 estava marcado na porta, e embaixo havia escrito Annie Cresta.

Me joguei no pufe, fazendo com que minhas pernas ficassem mais duras. Suspirei fundo e tomei o remédio que estava lá, provavelmente me deixaria mais calma. Liguei a televisão e vi que estava passando na Capital. As pessoas estavam todas lá, com suas roupas e maquiagens estranhas. Elas conversavam em voz alta e comiam; todas olhando para o imenso telão, onde daqui dez minutos seria ligado.

— Oito minutos. — ouvi uma voz feminina

Comecei a me preparar mentalmente. Pensei em minha mãe e Cherr, no que elas deveriam estar fazendo agora, pensei em Garrett. Não havia pensado muito nele ultimamente, mas eu sentia saudades de pular no mar ou simplesmente de rir perto dele. Com certeza o garoto estava me fazendo falta. Pensei em meu pai, naquele maldito dia... Eu devia ter feito algo para impedi-lo de ir, eu devia ter gritado ou alguma coisa assim; eu fora complemente estúpida.

— Cinco minutos.

Pensei em Finnick, no que ele devia estar fazendo agora. Pensei em como seria sua vida depois de eu morrer. Provavelmente ele ficaria um pouco triste — ou pelo menos era o que eu esperava —, mas logo voltaria a ir às suas típicas festinhas e aceitando bebidas das solteiras da Capital. Acho que sinceramente, minha morte não mudaria muito em sua vida... Seria alguma coisa simples.

— Três minutos. — disse a voz novamente, fazendo me ficar mais nervosa.

Me levantei do pufe, comi um pouco dos biscoitos e dei um ultimo gole no copo de água. Em seguida, sai do quarto e fui para onde haviam me pedido para ficar. Quando a mulher avisasse novamente, eu entraria no tubo de vidro e ele me levaria para cima, onde eu esperaria os sessenta segundos.

Ante de entrar, comecei a rezar. Não sabia se estava certo, mas a mãe de minha mãe havia me ensinado umas palavras que as pessoas diziam antigamente. Não era nada demais, somente pedi para que tudo desse certo e coisinhas assim... Acho que não adiantaria nada, mas seria melhor do que nada.

Respirei um pouco e ergui a cabeça. May Jo havia me dito isso, provavelmente me mataria se eu entrasse na frente das câmeras olhando para baixo e com uma cara deprimente. Cabeça erguida e sempre parecendo forte.

Então, quando uma porta se abriu atrás de mim, percebi que os Jogos iriam começar. Entro no tubo e em segundos, o cilindro começa a subir. Fico em total escuridão por um tempo, devo estar passando pela terra. Em seguida, forço meus olhos a se abrirem e percebo que estou sobre um circulo de metal. Não saia de lá antes dos sessenta segundos, senão você voará pelos ares, dissera Finnick. Não me esqueceria disso.

Quando finalmente pude olhar ao redor, uma rajada de vento veio em minha direção, fazendo com que meus cabelos voassem em meus olhos. Depois disso, a voz do lendário e muito conhecido locutor dos Jogos Vorazes, Claudius Templesmith, retumbou em meus ouvidos:

— Senhoras e senhores, está aberta a septuagésima edição dos Jogos Vorazes!


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Notas finais do capítulo

Me mandem reviews pessoal, ultimamente quase ninguem está mandando e to ficando bem triste com isso! )):
Xoxo, District 4