The Best Swimmer escrita por AlohaHawai


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Pessoal desculpem, não vou mais colocar as capas dos personagens, eu tenho muitas capas (que eu pedi bem antes) e quero usar todas, mas elas são lindas! Enfim, espero que gostem desse capitulo.
Ps: dedico o capitulo pras duas lindjas que me mandaram recomendações, a Adrielli De Almeida e a anacarladinizs. Juro, eu AMEI as recomendações, tipo fiquei lendo e reelendo váaarias vezes, e até mostrei p/ a minha mãe e as minhas amigas. Sério meu, eu adorei de vdd. E pra anacarladinizs, sim o meu apelido é Nath (Nathália) kkkkkkk. ♥



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— Se acalme. — falei para mim mesma — Você ainda tem sessenta segundos.

Respirei fundo, precisava pensar um pouco. Olhei para baixo. Lá eu vi, as minas terrestres. Se fosse saísse do circulo essas coisas te levariam para cima, mas já haviam me dito isso várias vezes, obviamente eu não havia me esquecido. Olhei para frente, lá estava a Cornucópia, um chifre de ferro gigante no formato de um cone com a calda virada, a boca tem pelo menos seis metros de altura. É nela que está as coisas que nos manterão vivos: comida, remédios, equipamentos, fósforo e armas. Quanto mais distantes do chifre estão as coisas, mas valor elas perdem. Perto de meus pés eu consigo ver um grande saco preto, deve ser útil em um temporal, enquanto na boca do chifre eu consigo ver uma grande espada brilhante. Mas para pegar todas essas coisas, eu deveria ser corajosa e lutar por elas com o resto dos tributos, isso era o tão famoso banho de sangue.

Eu e o resto dos tributos estávamos em uma área plana e aberta, tão aberta que eu podia ver todo o céu e sol forte batia em meu rosto. Do meu lado direito, se encontra uma grande floresta, com imensas árvores finas e compridas, ela parecia ser assustador. À minha esquerda está uma grande e imensa barragem, o muro é todo feito de concreto e imagino que haja um rio atrás dele. Depois de olhar ao redor, percebi que a primeira coisa que faria era correr para a floresta, deveria haver algum lago por lá e seria o meu modo de encontrar algo.

Mas pensando bem, eu não gostaria de sair daqui sem nada nas mãos, seria péssimo. Olhei mais um pouco para a Cornucópia, havia algumas mochilas, tentei decidir qual pegaria. Tinha uma pequena e amarela, mas era ela chamativa demais para mim, não gostaria. Uma outra, da cor esverdeada, mas que estava próxima demais do resto das armas... Seria morta em um instante se fosse para lá. Até que uma outra me chamou a atenção, ela tinha uma cor meio laranja-morto e parecia ser grandinha até, por sorte estava bem longe da boca do chifre, acho que conseguiria pegar.

Admito que não era tão rápida, mas se chegasse lá seria uma ótima oportunidade, bom... Provavelmente conseguiria se fosse veloz o suficiente. Mesmo assim, de uma coisa eu tinha certeza, não conseguiria matar alguém, pelo menos estava rezando para que não precisasse fazer isso.

Acho que a única arma que eu conseguiria usar seriam as facas, só que eu não estava vendo nenhuma por lá. Havia um estojo sobre uma caixa de remédios, provavelmente haveria alguma.

Segurei minha respiração, se minha contagem estivesse certa, estaria faltando dez segundos. Provavelmente nesse momento Panem inteira estaria assistindo aos Jogos, e meu coração se apertou ao pensar em minha mãe. Será que ela estava preocupada comigo, ou estaria de olho em Cherr? Eu não gostaria de pensar nisso, mas sempre soube que não era a filha favorita.

Ok, Annie, respire, pensei. Finnick, Finnick, Finnick. Era tudo nisso que eu estava pensando e isso não estava me ajudando muito, daqui a pouco o gongo iria soar e eu estava aqui, na maior brisa possível. Finalmente me lembrei como respirar, deviam faltar cinco segundos para o gongo soar.

E então, um barulho irritante passou ao nosso redor, significando que agora sim a septuagésima edição estava aberta. Dei uma ultima olhada para Cliff, que até um certo momento estava em minha visão, e sai correndo em direção à mochila verde. Minhas pernas estavam meio bambas e eu quase tropeço na grama molhada da arena. Pego o saco preto que estava na minha frente e continuo correndo, enquanto passo pelos outros tributos que estavam com pressa.

Não consigo ver muito bem, as coisas pareciam rodar em minha cabeça, mas uns sete tributos estão na Cornucópia lutando entre si. Tom e Spenser não estão lá, na realidade, os dois foram os primeiros a sair e estão atrás do chifre, escondidos. Logo imaginei muito bem qual era o plano dele. Não se esqueça, nunca subestime os Carreiristas, pensei e dei uma risada baixa.

 Estava bem perto da mochila, mas uma garota, acho que do Distrito 11, apareceu em minha frente. Ela estava com uma faca na mão e apontava em minha direção, mas vi pavor em seus olhos e logo desviei, fazendo com que ela corresse atrás de mim. Era agora ou nunca, eu deveria pegar a mochila e sair correndo em direção à floresta na maior velocidade possível, ou estaria morta no primeiro dia. A garota alcançou a mochila no mesmo tempo que eu, mas ela está em grande vantagem por causa da faca em sua mão. Nós brigamos por um tempo e eu consigo derrubá-la no chão, fazendo com que sua faca caia na grama. Sou bem rápida e consigo pegar a mochila e a faca, então saio correndo para a floresta, enquanto os outros ainda estão lá brigando.

Antes de sair correndo, me viro e olho para a garota. Ela estava jogada no chão e eu podia ver uma grande mancha de sangue em sua blusa preta; uma garota, acho que Britney, estava com uma faca nas mãos e saia de perto dela. Provavelmente havia matado-a quando viu a oportunidade.

Todo o medo que eu estava sentindo, saiu rapidamente, me deixando mais nervosa. Adentro na floresta escura e consigo ouvir o barulho de outros do meu lado, as folhas secas não conseguiam nos esconder. No limite da floresta, me viro e me sento numa das pedras para abrir a mochila. Agora, mais ou menos uns cinco tributos ainda estão atacando os outros no chifre, o resto estavam mortos, estirados o chão. Abri a mochila, tomando cuidado para não fazer barulho, e tiro as coisas que estavam dentro dela. Por sorte, acho que não há ninguém atrás ou perto de mim, então minha respiração fica mais tranquila.

Abro a mochila e tiro as coisas de dentro. Há uma caixinha de fósforo, um pacote de ameixas secas e outros de biscoitos com chocolate, um par de óculos escuros, uma corda grande e pesada, uma garrafa de água térmica e cinza — que obviamente estava sem liquido algum. Será que é tão difícil eles darem água para nós? —, um rolo de arame, e por ultimo, uma faca. Isso mesmo, havia uma faca em minha mochila. Eles deviam ter colocado errado, mas eu estava me sentindo sortuda pela primeira vez.

Minha garganta está completamente seca e eu sinto necessidade de beber alguma coisa. Anoto mentalmente que a próxima coisa a fazer agora era procurar pelo lago e encher a garrafa. Em silencio, recoloco tudo de volta na mochila e me reencosto na pedra. Estava errada de ficar aqui parada, mas eu não sabia muito bem para onde ir.

Alguns minutos depois, me levantou e continuou indo reto. Há um declive. Não me sinto muito bem, não gosto de ficar numa área baixa de floresta. Tento contornar, apesar de saber que demoraria mais.

Percebo que já começa a escurecer, e o crepúsculo está no céu, logo o sol sumiria. Então eu precisava urgentemente arranjar um lugar para deitar, seria impossível sair á noite, principalmente quando era a hora da caçada dos Carreiristas, com certeza seria morta. Além disso, de noite apareceram as corujas, os corvos e muitos outros animais noturnos, que realmente me davam medo.

Quando começo a ficar exausta, vejo que há um bicho em minha frente. Ele está parado, provavelmente assustado. Me aproximo em silencio e posso ver que é um esquilo. Ótimo, odeio esquilos mas com certeza seria a única coisa que arranjaria para comer por um bom tempo.

Pego a faca que estava em minha mochila e com sutileza, ataco-a no esquilo, fazendo-o ficar grudado na arvore. Me aproximo dele, tomando cuidado para não pisar nas folhas secas, Arranco a faca do esquilo e o cheiro, ótimo, ele estava cheio de sangue... Com certeza não conseguiria comê-lo desse jeito.

Havia uma grande pedra, ela era imensa e isso fazia com que eu conseguisse me esconder. Passei a bota sobre a grama e as folhas secas, vendo se não havia nenhum bicho ou coisa do tipo, estava seguindo o conselho de Finnick. Depois de checar tudo, me sentei em cima das folhas e encostei minhas costas na pedra. Com certeza não era tão confortável, mas era a única coisa que eu acharia hoje. No dia seguinte eu acordaria o mais cedo possível, iria encontrar água e encontrar um lugar decente para ficar.

Antes de finalmente ficar sossegada, eu monto uma armadilha. Passei bastante tempo fazendo isso quando estava no treinamento, esperava que conseguisse fazer direito. Com um pouco do arame que estava na mochila, monto duas arapucas rapidamente. Rezei para que conseguisse alguma coisa logo de manhã.

Finalmente anoitece, e logo ouço o hino. Começaria a recapitulação dos mortos. Consigo ver a insígnia da Capital por entre as arvores, e logo o hino acaba. Se eu estivesse em casa, provavelmente estaria assistindo à reportagem inteira das mortes, mas isso daria uma vantagem aos tributos que estão vivos. Mas aqui na arena não é assim, nós vemos as mesmas fotografias que eram mostradas quando eles transmitiam as notas de nosso treinamento; mas agora eles apenas colocam as fotos e os números dos respectivos Distritos. Respiro um pouco antes de aparecer os tributos e faço a contagem mentalmente.

O primeiro a aparecer é o garoto do Distrito 3, em seguida aparece a garota do Distrito 5. Então todos os Carreiristas haviam sobrevivido ao primeiro dia dentro da arena, nenhuma surpresa nisso. Depois, apareceu os dois garotos do Distrito 6, a garota do Distrito 8 e o garoto do Distrito 10. Raven havia sobrevivido, estava feliz com isso. Fim. A insígnia da Capital apareceu novamente, e logo a escuridão pairou sobre a floresta silenciosa. Então havia 5 mortos no primeiro dia... Só isso? Provavelmente as pessoas não gostaram muito disso... Elas gostavam de ver todos morrerem.

Encostei a cabeça na pedra, ainda mais calma e suspirei. Cliff não havia morrido, estava feliz com isso também.

Eu realmente precisava dormir um pouco, não estava me sentindo muito bem e estava me sentindo cada vez desidratada, eu realmente precisava de água, ou senão morreria de um jeito ou de outro em dias.

~

Pássaros. Foi isso que eu pensei logo que acordei. Olhei para cima, as imensas arvores ainda estavam lá, assim como a pedra dura em que eu dormia e as folhas embaixo de mim que eu usava como cobertor. Então nada disso havia sido um sonho, ou melhor, um pesadelo. Eu estava mesmo dentro dessa arena, e não podia fazer mais nada. Esfreguei os olhos, ainda um pouco sonolenta, e me levantei tomando cuidado para não fazer barulho.

Olhei ao meu redor, estava tudo tão silencioso que eu comecei a estranhar um pouco. Fui dar uma olhada em minha armadilha. Como previ não havia nada, eu realmente era péssima em montar arapucas.

Peguei minha mochila e segui meu caminho, como havia dito no dia anterior, a primeira coisa que faria era procurar água. Provavelmente havia um lago, eles não deixariam as crianças completamente sem nada. O que me levava a pensar que para chegar no lago, eu teria que passar pelos Carreiristas e provavelmente por alguns obstáculos. Nada era tão fácil assim.

Continuei andando em silencio, até ouvir vozes conhecidas e altas. Me esgueirei atrás de uma grande pedra, onde eu esperava não haver nada de diferente. Deixei minha respiração calma e suspirei, não podia deixar que eles me vissem ou me ouvissem. Provavelmente morreria.

— Tom, pare de ser chato! — ouvi uma voz feminina, era Britney — Nós temos que matar os outros, ninguém morreu na Cornucópia.

Ela deu uma risada alta e revirei os olhos.

— Vamos logo com isso, Spenser! — disse Tite — Temos que fazer uma fogueira logo que pararmos.

— E isso para que? — perguntou Britney

— Vamos chamar a atenção dos outros. — disse Spenser — Obviamente vamos matá-los quando eles nos acharem.

Ouvi um barulho de folhas secas e logo eles desapareceram em minha frente. Me levantei rapidamente e segui na direção que estava indo, e não poderia esquecer de não seguir a próxima fogueira que visse. Seria morta.

As arvores balançavam fortemente e eu senti um vento frio passar em minha espinha, me estremeci. Segui na mesma direção, parando para descansar ás vezes, estava quase ficando sem fôlego. Depois de um tempo percebi que o tempo havia mudado, quando acordara estava calor e agora, estava um tempo nublado e uma ventania.

Por sorte, eu sabia que a roupa que eu usava não me faria passar frio, isso era uma das coisas boas.

Continuei andando silenciosamente, até que ouvi um barulho e me virei. Era um coelho. Comecei a rir, não uma risada histérica, mas eu realmente estava rindo. Quero dizer, meu coração quase havia parado quando eu ouvira o barulho nas folhas, e na realidade era somente um bichinho fofo. Não tinha com o que me preocupar.

Olhei para ele e vi que seus olhos eram avermelhados. Não era normal isso, não que eu já vira um coelho na minha vida, mas eu sabia que não era assim. Além disso, havia pequenas bolinhas amarelas em sua pupila, isso me deixou assustada. Não esperei para ver o que havia de errado, na verdade, corri o mais rápido possível.

Dei de cara com uma arvore. Incrível a facilidade dos Idealizadores em colocarem algo em sua frente em segundos, com certeza eles gostavam de ver os outros assustados. Em segundos meu corpo estava no chão e provavelmente senti um galo nascendo em minha testa. Com certeza os telespectadores estavam rindo disso agora.

Balancei a cabeça e me levantei novamente, não poderia perder tempo. Já estava ficando com sede e minha garganta estava completamente seca, precisava de água urgentemente.

Continuei andando, até que parei, finalmente havia achado o lago. Na verdade não era um lago, somente um pequeno riacho com pedras ao redor, mas pelo menos era água. Olhei para baixo, seguindo o conselho de Finnick, não poderia esperar mais nada dos Idealizadores. Por sorte não havia nada ali, além de compridas algas e alguns peixinhos que nadavam rapidamente. Será que a água não faria mal?

Rapidamente desfiz esse pensamento, eu estava com sede e precisava urgentemente disso. Transformei a junção de minhas mãos em uma “conchinha” e peguei a água do riacho, colocando na boca. Suave, gostoso, frio, denso, maravilhoso. Fora essa a primeira reação ao colocar o liquido na boca. Acho que eu nunca me sentira tão aliviada como estava no momento, era delicioso.

Enchi minha garrafa de metal com a água e me sentei, não havia nada para fazer de qualquer forma, e eu estava um pouco cansada. Além disso, os Carreiristas estavam bem longe de mim.

Encostei a cabeça numa arvore e comecei a mexer na casca, não conseguia deixar minhas mãos paradas por muito tempo. Fechei os olhos.

Primeiro dia do ano. Estava um pouco frio e eu tinha que ajudar minha mãe à fazer as redes de pesca para meu pai, ele ia pescar. A praia estava bem deserta, o que era um milagre para o litoral do Distrito 4, mas o inverno estava realmente rigoroso naquele ano.

Admito que estava com um pouco de medo de tocar na água, eu não era boa em nadar. Até conseguia ficar no raso ou alguma coisa assim, mas tinha um grande medo de ir até o fundo, o que era surpreendente para alguém que morava no único Distrito de Panem que havia água e tinha um pai pescador. Mas as pessoas nunca me zombaram disso ou algo assim... Acho que era porque ninguém sabia.

Havia um garoto na praia, acho que ele era a única alma viva que estava por lá. O garoto era pequeno e tinha cabelos loiríssimos. Estava tentando pegar algo na água, mas pelo o que estava vendo, ele não conseguia muito bem. — Quer ajuda? — perguntei na maior delicadeza possível e me aproximei dele.

— Sou Annie.

O garoto olhou para mim com as sobrancelhas arqueadas. Provavelmente deveria estar me achando louca ou algo assim. Quem chegaria do nada e começaria a conversar? Acho que só eu mesmo. Ele me olhou de cima para baixo com seus maravilhosos olhos verdes. Então me abriu um sorriso sarcástico.

— Você vai me ajudar? — ele revirou e deu de ombros — Finnick.

Sorri para ele também. Nós ficamos em silencio, acho que o garoto estava tentando pensar ou alguma coisa do tipo, não queria atrapalhá-lo. Ele voltou para a areia e se sentou, fiz o mesmo.

Peguei algumas conchinhas que estavam espalhadas e as joguei no mar, fazendo com que Finnick olhasse para mim com um sorriso bobo no rosto. Ele fez o mesmo, pegando as pequenas conchinhas e as jogando. Não sei como, mas acho que havíamos entrado em uma competição.

Depois de alguns minutos nós começamos a rir, como bobos. Ele se levantou e jogou um pouco de areia na água e eu tomei cuidado para cobrir o meu rosto.

— Pare de ser bobo, Finnick! — digo depois de uma pausa para respirar

Ele continua jogando a areia e reviro os olhos. Então escuto a voz grossa de meu pai ao meu lado e ele se aproxima. Está com a mesma aparência de sempre, cabelos grisalhos e lisos, olhos esverdeados, pele bronzeada e um rosto rechonchudo Ele sorri para nós e coloca uma das mãos pesadas e grandes em meu ombro.

— Vamos querida, está na hora. — ele diz e olho para seus olhos — Vou me despedir de sua mãe.

— Está bem, papai. — olho para Finnick que nos olha com atenção e sorrio — Até mais.

Finnick sorri para mim e me dá um beijo na bochecha, fazendo-me ficar surpresa.

— Nos vemos outro dia, Annie.

— É, acho que sim. — sorri e lhe mandei um beijo pelos ares.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado e não deixem me mandar reviews, ok! Xoxo, District 4