The Best Swimmer escrita por AlohaHawai


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

HEY PESSOAL LEEEEEIAM! Então, eu sei que vcs devem ter estranhado um pouco o fato de ter o Boo Boo na minha capa, ao invés do meu bebe Garrett. Mas eu queria mostrar como era o meu Cliff, e aqui está ele: Boo Boo Stewart. Ah, nos próximos três capítulos eu postarei o seguinte: Uma Annie/Delphi, outra Annie/May Jo. Assim vcs poderão saber em quem me baseio e etc... E hm, quero que vcs escolham qual vai ser o terceiro personagem, e o que tiver mais votos eu vou colocar.
~ Espero que vcs gostem desse capitulo, eu particularmente amei! (admito que dei uma choradinha no final, ><)
Ps: desculpem, o capitulo ficou grande demais!



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— Uau, estou morrendo de fome. — diz ele ignorando a mulher

Rapidamente, Finnick tira o paletó e o colarinho e se senta na outra ponta da mesa, enquanto o outro lado estava ocupado pelo estilista de Cliff. Ele se serve silenciosamente da comida, enquanto todos os olhares estão pousados sobre ele.

— O que é? — ele revirou os olhos — Consegui cinco patrocinadores.

Delphi dá de ombros e se serve, em seguida os estilistas fazem o mesmo.

Sabe aquela fome que eu estava sentindo? Bom, ela havia desaparecido há dois minutos trás.

Coloquei um pouco do cordeiro em meu prato e uma colher do patê de algas, que por sinal estava deliciosos. Mas somente comi isso.

Meia hora depois, Delphi, os estilistas e Cliff foram para a sala de televisão, onde eles veriam a reprise do desfile. E novamente me deixaram sozinha com Finnick. Na verdade eu ainda estava sentada nessa mesa por birra, fizera questão de comer minha comida devagar. Eu esperava que ele me disesse alguma coisa.

Eu esperei. E estava ficando cansada. Finnick não dissera nada, somente estava tomando seu vinho demoradamente e comendo seu cordeiro em silencio, isso estava me deixando brava.

— Você estava linda hoje. — ele disse no momento em que ia me levantar — Desculpe se não disse isso da melhor forma.

Ele levantou o rosto em minha direção e eu o olhei.

— Nós temos que conversar.

Imaginei que essa não era a melhor hora, mas além dos Avox nós estávamos sozinhos, e eu tinha um pouco de certeza de que eles não contariam nada para ninguém, se é que me entende.

— Pode falar.

— Aquele beijo... — ele começou dizendo — Não foi certo.

Meu coração começou a pulsar mais rápido, e eu estava nervosa, além de estar com o rosto vermelho provavelmente.

— Quero dizer... Eu gostei, mas eu não devia ter feito aquilo. Annie você tem somente treze anos e... — eu o interrompi e logo falei:

— E vou morrer no primeiro dia, eu sei. Não se preocupe Finnick, ninguém saberá daquele maldito beijo. Ou melhor, esse beijo nem existiu, não é? Suas amiguinhas não vão saber está bem.

Ótimo, uma crise de ciúmes. Era disso que eu precisava mesmo. Mas não me preocupei com que Finnick estava pensando, na realidade, eu não queria mais saber dele. Dane-se o Finnick, ele que fosse encontrar essas malditas mulheres idiotas da Capital, eu não estava nem aí para isso.

Me levantei bruscamente da cadeira, e no mesmo instante, ele colocou a mão em meus braços, impedindo-me de ir.

— Não vá. — disse ele olhando em meus olhos — Me desculpe, Annie.

Virei a cabeça para o lado, fazendo o possível para que minhas lágrimas não caíssem. Mas não dera certo, em segundos elas estavam escorrendo em meus rostos, passando pelas minhas bochechas e indo em direção à minha boca, fazendo com que eu pudesse sentir o gosto salgado.

— Está chorando?

Eu nunca fora muito de chorar. Depois que meu pai havia morrido, eu nunca mais vi motivo suficiente para derramar uma lagrima sequer. E também não chorava na frente dos garotos, mas dessa vez, eu não sentia vergonha por estar perto de Finnick. Não sei porque, mas de um jeito ou de outro, eu queria mesmo que ele soubesse que eu estava chorando... Por ele.

Quando virei meu rosto em sua direção, vi sua boca se abrir quando ele viu as minhas lagrimas e rapidamente se levantou da cadeira. Seus dedos grossos tocaram a minha bochecha, e em seguida ele limpou as lagrimas suavemente.

— Não chore Annie, por favor. — disse Finnick

Ele pousou seus olhos sobre os meus e em seguida, me puxou para seus braços. Acho que os Avox estavam adorando ver isso, quero dizer, parecia uma cena de novela de tão patético que era. Revirei os olhos, mas não larguei Finnick. Como havia dito antes, estar perto dele me fazia bem.

Ficamos abraçados por um bom tempo e eu agradeci pelos outros estarem entusiasmados com a reprise do desfile, eles certamente ficariam ocupados por um bom tempo.

Finnick pegou uma de minhas mãos e me levou em direção ao corredor escuro, deixando a sala de jantar sem ninguém. Não sabia se estávamos indo para o meu quarto, ou para o dele, mas logo adivinhei já que percebi que entramos em uma porta de madeira, enquanto a minha era branca, como a de Cliff.

O quarto era bem parecido com o meu, mas eu não estava preocupada com isso. Na verdade, eu não conseguia parar de pensar no fato de eu estar sozinha num quarto, com um garoto de dezenove anos, por quem eu era apaixonada.

Ele me sentou na cama e se sentou ao meu lado, então ele me beijou. Posso não ter beijado muitos garotos, mas posso dizer verdadeiramente que esse fora o melhor beijo de minha vida. As mãos de Finnick passavam entre a minha cintura, o meu rosto ou as minhas costas, enquanto as minhas estavam pousadas em seu rosto.

Por um momento consegui esquecer tudo. Esqueci que daqui há quatro dias seria jogada em uma arena e provavelmente morreria no primeiro dia. Esqueci de minha mãe e Cherr que estavam em casa, e teriam que se virar sem mim. Simplesmente esqueci do mundo, e me concentrei somente no fato de eu estar beijando Finnick, pela segunda vez.

Nossos lábios estavam fazendo um movimento mais rápido, não estava delicado como antes. E de um jeito estranho, eu estava começando a ficar com calor. Acho que o clima estava realmente ficando quente.

Antes de Finnick me colocar deitada na cama, ele parou e olhou para nossas mãos, que estavam entrelaçadas.

 — Me desculpe. — ele disse beijando a minha mão — Confundi as coisas. Você tem treze anos. A onde eu estava com a cabeça!?

Abri um sorrisinho e lhe lasquei um beijo nos lábios, ele ficara maravilhoso se preocupando comigo.

Minutos depois, nos estávamos deitados sobre sua cama. Ele sentado e eu apoiando minha cabeça em seu peito, mas ambos de roupas, claro. Nós ficamos conversando, mas de modo algum tocamos no assunto dos Jogos.

Levantei meu corpo, ficando com o rosto na direção do seu e pousei minhas mãos sobre seu pescoço. Nele ainda havia as marcas de batom, provavelmente eles eram bons, porque estavam durando bastante em sua pele.

— Não quero que veja isso. — disse ele abaixando a cabeça — Vou tirar, prometo.

— Finnick. Você não me deve satisfações, certo? — acho que fora rude demais

Ele se levantou com cuidado para não me machucar e foi ao banheiro. Finnick completamente me ignorou e fora tirar as malditas marcas de batom, ele estava preocupado com isso. Ridículo. Ele pegou um algodão e jogou um certo tipo de produto sobre ele, então ficou em frente ao espelho retirando a maquiagem da pele.

Depois de fazer isso, tirou a camisa branca que estava um pouco suja e a jogou no chão do banheiro, ficando com o peito nu.

Eu estava acostumada a vê-lo assim no Distrito, mas não sei porque, nesse momento eu ficara nervosa. Acho que era pelo fato de eu estar deitada junto com ele, ou por nós termos nos beijado. Eu estava ficando confusa demais.

— Preciso voltar. — falei

— Não, fique aqui. Delphi não vai ir ao seu quarto por enquanto, não se preocupe. — ele disse dando-me um beijo na testa

Dei de ombros e assenti silenciosamente, em seguida lhe dei um beijinho rápido na ponta do nariz. Ele colocou uma das mãos sobre meus cabelos e começou a acariciá-los, fazendo com meus olhos se fechassem, minha respiração ficasse mais lenta e calma, e meu corpo mais leve.

~

Levantei da cama bruscamente. Ao olhar para o quarto notei que não era o meu, e eu estava sozinha na grande cama de casal. Oh não, eu havia dormido no quarto de Finnick. Se alguém percebesse isso iria nos matar.

Consegui ouvir um barulho de água e percebi que Finnick estava tomando banho, o que não significava que eu estava completamente sozinha. Então olhei para meu corpo, por incrível que pareça eu estava usando uma de suas camisetas. Sabia disso já que ela tinha o seu cheiro, era imenso em mim e era masculina.

Mas como eu havia saído de minha saia e minha blusa, e viera parar em uma de suas camisetas?

Ok, teria uma conversa com Finnick logo que ele saísse do banheiro. Quem ele estava pesando que era!?

Fiquei deitada na cama, imóvel, ate que ouvi a porta se abrir e minutos depois ele saiu, com uma toalha branca enrolada da cintura para baixo. Ele estava com um olhar sarcástico e havia um sorriso em seu rosto, Finnick bagunçou os cabelos molhados, ficando com uma aparência melhor. Ele estava lindo.

Parece que não se preocupou muito por eu estar em sua cama, simplesmente abriu a porta de seu closet, apertou um dos botões e uma roupa apareceu: uma bermuda, uma camiseta branca com a gola em V e chinelos. Ele parecia estar indo para a praia, não para o treinamento.

Em seguida, quando já estava vestido, ele olhou para mim como um sorriso no rosto e veio até o meu lado. Finnick plantou um beijo rápido em minha testa e colocou uma de suas pesadas mãos sobre as minhas.

— Gostou da camiseta? — arqueei uma das sobrancelhas e ele deu uma risada alta. Ouvi-lo rir, feliz, era como sinos tilintando em meus ouvidos, eu me sentia maravilhosamente bem.

— Aqui, pegue as suas roupas. — ele pegou a saia e a blusinha que estavam sobre um pufe e eu me levantei, indo ao banheiro. Ao contrário dele, eu não gostava de ficar nua na frente dos outros.

Me vesti rapidamente, lavei meu rosto com água gelada e penteei meus cabelos, tomando cuidado para as ondas não serem desfeitas.

Finnick estava jogado na cama, com os braços levantados e embaixo de sua cabeça — servindo de apoio —. Logo que sai do banheiro, falei que ia ser a primeira a sair do quarto, e ele me deu um rápido beijo nos lábios. Assim, sai correndo pelo corredor e entrei em meu quarto, eu precisava trocar de roupa e ficar pronta.

Tirei a saia e a blusa roxa e a deixei sobre a cama, em seguida a baguncei, fazendo parecer que havia passado a noite lá. Os empregados da Capital não poderiam nem sonhar que eu dormira junto com o meu mentor.

Coloquei a roupa que estava pendurada. Era uma roupa estranha, uma calça preta e uma camiseta preta, com uma listra verde. Essa seria a minha vestimenta durante os dias que eu era treinaria.

Quando já estava pronta, sai do quarto silenciosamente e segui para a sala de jantar. Delphi e Cliff estavam sentados, ambos já estavam comendo e conversavam animadamente. Percebi que Cliff estava sendo bem mais social do que eu, isso significava que ele tinha mais chances de ganhar patrocinadores.

— Bom dia. — falei e sorri. Me sentei ao lado de Cliff e comecei a comer.

Passei uma geléia de amora em uma torrada, coloquei leite morno num dos copos e peguei alguns biscoitos com gotas de chocolate, os colocando sobre meu prato branco. Comi em silencio, e somente levantei os olhos quando vi que Finnick havia entrado na sala, usando a mesma roupa de antes e com um sorriso enorme no rosto.

— Parece que dormir bem, Finnick. — disse Delphi ao vê-lo — Como foi a noite? Passou bem acompanhado?

Vi que suas sobrancelhas se ergueram e ela abriu um risinho, em seguida olhou para mim. Por um momento senti que ela sabia que ey havia dormido em seu quarto, mas isso era impossível, fizemos cuidado para ninguém perceber.

Finnick sentou-se ao seu lado e colocou um pouco de pães, biscoitos e frutas em seu prato, jogou suco de laranja em seu copo e comeu.

— Bom, vamos conversar. — ele disse olhando para mim e Cliff — Hoje vocês vão passar o dia no Treinamento. Tentem ao máximo aumentar suas habilidades, e comecem com o que vocês não sabem fazer, ou o que é mais difícil.

Cliff assentiu com a cabeça e eu fiz o mesmo.

— Não se mostrem muito, e tentem conseguir aliados, como os tributos do Distrito 1 e 2. Hoje vou conversar com Enobaria e Cashmere. Aliados são bons.

Enquanto ele falava, nós só assentíamos, não tínhamos muito que falar.

Finalmente acabamos de comer, exatamente às onze horas, começamos a nos preparar para descer. Minutos seguintes, entrei no elevador com Cliff e Finnick, enquanto Delphi ia ver as coisas com patrocinadores, pelo visto, ela parecia ser ótima em palavras e com certeza conseguiria alguém para nós.

O lugar estava lotado, todos os vinte e quatros tributos estavam lá. Todos usavam as mesmas roupas que eu e Cliff, com somente algo os diferenciando: em suas costas havia os números de seus respectivos Distritos. Me aproximei da porta de vidro que nos levaria à grande sala, onde teriam alguns treinadores e as atividades.

Finnick se despediu de mim e de Cliff e disse que depois conversaria com a gente. Ele não me abraçou ou me beijou, simplesmente me lançou um olhar, abriu um sorriso e saiu, indo em direção aos mentores dos outros tributos.

Quanto mais íamos adentramos, mas eu conseguia ver os tributos. O garoto do Distrito 1, Spenser, tinha um porta atlético e ele me assustava um pouco, pelo fato de ele ser grande e ter uma carranca. A garota, Tite, não se parecia nem um pouco com um tributo, quero dizer, ela era completamente feminina e tinha aquele jeito “patricinha” demais, certamente não conseguiríamos ser aliadas.

— Bem vindos tributos. — ouvi uma voz de uma mulher, ela estava em nossa frente. Era grande e alta, de cabelos loiros e presos num rabo de cavalo alto, os olhos castanhos me deixavam intimidade e eu sentia um pouco de medo, como se ela fosse brigar comigo por qualquer coisa errada.

Um homem, grande, com os músculos e o abdômen definidos, se aproximou de nós. Ele parecia ser mais simpático.

Ambos começaram falando sobre as regras, e disseram que estávamos livres para escolher a estação que quiséssemos. Então, em pouco minutos, fomos nos dispersando. Cada um foi para um lado.

Me juntei com uma garota na sessão de camuflagem, ela era ruiva e bonita, e o numero 7 estava em sua costas.

— Olá. — ela sorriu, sua voz era suave, apesar de ela aparentar ter uns dezessete anos — Sou Raven.

— Annie. — sorri

Assim, ficamos em silencio e comecei a trabalhar. Eu era boa em camuflagem, então não me preocupei muito. Comecei pintando uma pedra em meu braço, provavelmente a arena teria grandes pedras, e se camuflar nelas era um ótimo jeito. Mas seria impossível acharmos tintas por lá, então tive que fazer com os produtos orgânicos mesmo, que por sinal pinicavam a minha pele.

Quando acabei, pulei para a sessão de facas. Pela primeira vez ela estava vazia, já que os Carreiristas estavam se preocupando com o manuseio de espadas e como atirar com o arco e flecha. Aproveitei que estava sozinha e peguei as três facas que estavam sobre a mesa, havia três alvos e eu precisava atirar no circulo pequeno e vermelho. Seria impossível.

Logo, me lembrei de Finnick, quando estávamos no centro de treinamento do Distrito 4, ele havia me feito acertar o alvo, mas eu sabia que sozinha não conseguiria. Facas eram bastante uteis na arena, já que poderiam ser usadas para cortar as madeiras, matar os animais, cortar frutas e matar até pessoas.

Bom, obviamente, e como previsto, eu errei. Não havia acertado sequer um alvo, e a minha única mira boa havia acertado o circulo branco. Por sorte, ninguém estava prestando em mim, então não tornei alvo fácil de brincadeiras e piadinhas estúpidas.

Sai da sessão de facas, não iria dar certo e com certeza eu precisaria que Finnick me desse uma aula sobre isso hoje a noite. Então, fui para onde Cliff estava, a sessão de espadas.

O negocio era pesado e eu sentia que me braço iria desmoronar. Bom, espero não precisar de uma espada, pensei.

Um gongo. Hora do almoço, graças a Deus. Sai de onde estavam as sessões e segui para minha mesa. Estava acostumada às comida deliciosas da Capital,e provavelmente, isso seria a única coisa que eu realmente sentiria falta. Além do maravilhoso banho de espumas e claro, toda essa luxuria.

Peguei um pouco de carne de cordeiro, purê de abobora, um pouco de frutas e água, então segui para as mesas. Como de costume, os Carreiristas estavam sentados juntos, e agradeci por Cliff não estar lá. Ele acenou para mim e eu me juntei à ele.

— Você estava péssima com as facas. — ele riu e eu revirei os olhos

— Estava mesmo... Acho que Finnick precisa me dar umas aulas. Ou eu vou morrer na Cornucópia.

— Eu espero que isso não aconteça... Acho que Finnick vai se sentir mal. — ele disse ironicamente

Olhei para ele com as sobrancelhas arqueadas, eu entendi. Era como se eu estivesse sentada, tomando café da manhã, e Delphi fizera aquele comentário estúpido. Provavelmente ela e Cliff haviam conversado sobre isso. Ótimo, agora eu não poderia sequer chegar perto de Finnick que eles começariam a comentar. 

Depois de terminar de come, voltei às sessões. Segui para o arco e flecha. Realmente não era boa nisso, mas depois de três tentativas, eu conseguia acertar o alvo, me sentira bem feliz com isso.

~

— Boa noite, queridos. — disse Delphi com seu sotaque da Capital

Eu e Cliff acabávamos de entrar na sala de jantar. Ambos estávamos mortos, o primeiro dia treinamento já havia sido cansativo, não sei como aguentaria mais dois dias e em seguida ser jogada numa arena.

Olhei em volta, May Jo e Paul, o estilista de Cliff, estavam lá sentados. Abri um sorriso na direção deles e me sentei numa das cadeiras vazias. Como percebi, Finnick não estava lá... Provavelmente havia saído com uma de suas amantes da Capital.

Comi em silencio, até que eles começaram a perguntar as coisas que haviam acontecido.

— Bom, descobri que sou péssima com as facas. — bufei dando uma risada — E manusear uma espada não é comigo.

Delphi me olhou com um sorriso no rosto, e deu uma garfada em sua carne de pato.

— Mas estou indo bem em camuflagem e... — fui interrompida por um elevador se abrindo

Finnick entrou. Mas ele não estava como no dia anterior. O paletó estava ajeitado, os cabelos com o mesmo jeito de sempre, um olhar brilhante, um sorriso irônico em seu rosto, e percebi que não havia uma marca sequer de batom em seu pescoço. Ele olhou para nós e se sentou na única cadeira vaga, ao lado de Cliff.

Todos voltaram ao que estavam conversando, e Finnick colocou um pouco de comida em seu braço.

— Então, continue Annie. — disse May Jo empolgada

— Ah, não é nada demais. — dei de ombros e corei ao ver que Finnick me olhava atentamente — Sou boa em camuflagem e armadilhas, ah, e acho que estou reconhecendo todas as frutas e alimentos... Isso é ótimo. Mas vai ser impossível uma luta corpo a corpo.

— Sabe Finnick, acho que você pode ajudar Annie com isso, quero dizer, ajudá-la a atirar facas e coisa assim. — disse Delphi. Ela realmente havia pensando nisso sozinha ou May Jo havia lhe dado uma dica? — Não sei se isso é proibido, mas ninguém descobrirá.

Finnick olhou para mim de esguelha e sorriu.

— É uma ótima ideia. — ele concordou — Se quiser posso ajudar hoje mesmo.

Percebi que Cliff me olhou. Provavelmente não estava gostando de ter toda a atenção voltada a mim, já que a pessoa social era ele.

Terminamos nosso jantar, e fomos para a sala de estar, onde os adultos estavam bebendo e conversando animadamente sobre os patrocinadores. Mas não consegui ficar mais de dez minutos junto com eles, e logo segui para meu quarto em silencio, precisava dormir um pouco.

Tirei o vestido cinza que estava usando e coloquei o meu pijama. Era uma roupa simples, de seda e roxo, mas havia um grande decote em V e o short era minúsculo. Não me sentiria nada bem se fosse obrigada a ficar desse jeito na frente de alguém, principalmente um garoto.

Desfiz a cama e me enfiei embaixo da coberta felpuda e gostosa. Até que ouvi alguém bater na porta.

Antes de atender, coloquei meu roupão branco. Ele era escuro e feio, mas com certeza seria melhor do que me sentir nua.

— O que você quer? — falei. No mesmo instante, cruzei meus braços acima dos peitos, olhando para baixo.

— Pensei que queria ajuda. — ele disse. Percebi que não estava usando o terno preto, somente uma bermuda e uma camiseta básica. Acho que isso era algo como seu pijama, ou alguma coisa assim. O fazia lembrar- se de casa.

— Esse horário? Qual é Finnick? — revirei os olhos — Esse é horário em que as crianças como eu, dormem, e os garotos como você saem para festinhas. Estou cansada, amanhã nos falamos.

Antes de fechar a porta em sua cara, ele colocou as mãos pesadas rapidamente, fazendo com que eu não conseguisse fazer. Finnick era forte demais, obviamente eu não poderia com ele.

— Estou com sono Finnick. Se amanhã você resolver chegar mais cedo, nós conversamos. — lhe dei uma piscadela e sorri

Sem cena de ciúmes Annie, eu não sou sua namorada, pensei.

— Me desculpe. Amanhã de manhã a gente conversa então. — ele olhou para baixo. Suas sobrancelhas estavam juntas e a testa franzida, por um segundo, pude ver um olhar triste por baixo dos olhos verdes.

— Está bem. — dei de ombros e fechei as portas pesadas bruscamente

Em silencio, andei em direção à minha cama. Os passos eram leves e eu fazia o possível para não chorar, não tinha motivo.

Meu pai havia morrido. Meu nome havia sido sorteado em uma maldita Colheita, e agora eu estava indo em direção à morte. Eu não sabia lutar, não sabia atirar, não conseguia matar nem um mosquito. Seria impossível sobreviver à esses jogos. Então, me diz, eu não tinha razão nenhuma para chorar por um garoto ridículo, metido e fútil, que saia com cinco mulheres todos os dias. Certo?

Me enrolei embaixo das cobertas e em segundos, fechei os olhos.

Pela primeira vez em anos, eu havia tido um sonho. Estava sentada em casa, ou melhor, no meu quarto, sobre o parapeito da janela. O sol estava quase se pondo e finalmente, os trovões haviam cessado dando lugar a pequenas gotículas finas que caiam do céu. Eu olhava para o norte atentamente, não tirando os olhos do mar azulado e profundo que estava em minha frente. Meu coração pulsava cada vez mais rápido, com se de uma hora para outra ele fosse parar. Em meus olhos havia lagrimas quentes, que insistiam em descer em minhas bochechas.

Eu me lembrava desse dia. Eu passara uma noite inteira olhando para o nada, esperando que a porta de casa se abrisse e uma voz masculina entrasse em casa. Mas eu esperei, esperei, esperei e nada. Não ouvi sequer algum passo sobre o chão de madeira, na verdade, eu parecia não escutar mais nada.

Então acontecera, um moço, de cabelos loiros e cacheados, olhos acinzentados, magricela e uma pele morena, entrou em casa. Ele estava com os braços sobre as costas de minha mãe, que usava um vestido elegante. Ela estava sorrindo, e parecia a mulher mais feliz do mundo.

Depois desse dia, eu parei de olhar para a janela, parei de esperar por alguém que não voltaria.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews pessoal, sou movida á isso ok!? E NÃO ESQUEÇAM de me falar qual personagem vcs querem, está bem?
Xoxo District 4



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