As Bruxas Vincent escrita por Ana Wayne


Capítulo 15
15. Strom


Notas iniciais do capítulo

Strom = Tempestade



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Hermione estava andando pelo corredor daquela passagem secreta. Infernos! Ela vivera naquela casa durante cinco anos, CINCO ANOS, e nunca nem ao menos desconfiara que havia uma passagem secreta ali. Ela finalmente chegou ao seu destino. Uma sala retangular com paredes de pedras escuras, com alguns candelabros de bronze presos à elas, uma pequena janela do outro lado da sala que era vestida por uma grossa curtina de veludo roxo, também tinha uma lareira de pedra com alguma lenha ao lado e um pouco dentro, acendendo os candelabros próximos a ela, ela pode perceber que também havia uma mesa de madeira e uma cadeira antigas, mas muito bem cuidadas, em uma das paredes tinha livros e mais livros em uma estante, tinha um báu fechado, que ela se perguntava o que havia ali.

Após iluminar o restante da sala viu que havia algumas pinturas ali: algumas muito antigas, da época de Everton, outras mais novas, da época de seu avó. Mas uma era especial. Era a de seu pai e sua mãe. Recente: da terceira lua de mel deles, que fora em um castelo na Rússia. Suspirou, seu pai quase não vinha a Clyvedon, deveria ter sido Adrian a colocar o retrato ali. Ela se aproximou da mesa. Havia candelabros ali, e ela os acendeu, já que ali não parecia ter eletricidade, ela também acendeu a lareira, para ficar mais aquecida.

Novamente na mesa percebeu que havia livros ali que também eram recentes. Olhando os livros ela gelou ao encontrar um especial. O que dera a seu pai. Definitivamente não fora Adrian que colocara o retrato ali, o livro era de seu pai e ele ainda nem tinha terminado de ler. Sem contar que observando anotações em papeis avulsos ela pode perceber que algumas eram feitas em esferógraficas e em papeis novos, e mais do que isso: com a letra de seu pai!

Ela se levantou. Claro que seu pai poderia saber daquele lugar, afinal John Granger passara a infancia dele naquela mansão. Ela foi até a estante e pegou um livro e então percebeu ser um diário. E para sua sorte: o diário de Everton Granger. Se sentando novamente, ela leu o diário, silenciosamente.

"5 de Maio de 1264 

De tempos em tempos, nós, humanos, bruxos ou trouxas, procuramos, de forma repetitiva e cansativa, motivos para guerras e revoltas. Não sabemos manter a paz, pois no nosso interior está a guerra. Ontem, Montfort, pediu-me para liderar suas tropas na batalha contra as forças do Rei. Sou jovem, e admito gozar da guerra, de sentir a minha espada atravessando a garganta de meu oponente. Aceitei de imédiato, e Montfort prometeu-me que caso venhamos a vencer, ele dar-me-há o título de Conde de Clyvedon, que tanto almejo."

"4 de Abril de 1264 

Somos os piores, sem dúvida, de todas as espécies criadas pelo nosso Divino Deus, nós Humanos, somos a pior de todas. Nosso amor é falso. Nossa adoração é falsa. Vendemos e compramos amor, lealdade, dignidade e fé. Matamos aqueles que são de nossa própria espécie, ou os vendemos como escravos, por causa da diferença entre tons de pele. Não nos vemos como realmente somos: irmãos, todos criados pelo Senhor, pelo mesmo Deus."

"12 de Abril de 1264

Ela é a mais pura de todas as criaturas existentes. O sorriso dela é mais poderoso do que o poder de todos os bruxos. Seu nome é Ann, Ann Marie Jones. É filha do ferreiro da vila de Clyvedon. Ela é linda. Tem cabelos castanhos que descem aos cachos pelas costas, e os olhos dela são azuis como o céu de uma tarde de verão, e sua pele é macia e extremamente clara. E eu digo, Ann ainda será minha esposa. Por tudo o que a de mais sagrado e divino. Ann será minha esposa!"

"30 de Abril de 1264

Me encontrei com ela na noite passada. Ann estava linda, como sempre. Durante a festa que houve em Clyvedon Fell's. Nós dançamos, pelo menos cinco vezes. Mas também tive de dancar com Jean Marie, sua irmã mais velha. Eu e Ann trocamos juras de amor. E uma vez agora digo, Deus, eu a amo. Amo-a como jamais amei uma mulher em toda a minha vida."

Ela pulou algumas páginas. Avançando para o ano de 1270, quando Everton supostamente queimou as Bruxas Vincent.

"3 de Janeiro de 1270

Sou um homem feliz. Um homem completo. Hoje eu o sou. Graças a Ann, que hoje encontrasse grávida de nosso primeiro filho. Mas hoje, também, veio em minha procura Diana. Aquela maldita bruxa que uma vez seduziu-me, em 1254. Diana pediu-me que entrasse no exercito da Santa Inquisição, novamente. E ajudá-la a matar bruxas de verdade, dessa vez. Eu aceitei sua propósta. Desde que ela e seus outros bruxos jamais se aproximassem de Ann."

"15 de Fervereiro de 1270

Ann perdeu nosso filho. Houve um aborto expontaneo. Era uma criança de apenas 2 meses. Graças a esse triste acontecimento resolvi esperar mais um tempo para revelar a Ann que entrei novamente para a Santa Inquisição."

"2 de Maio de 1270

Senti-me a pior das criaturas essa noite. No jantar, quando anunciei a Ann que me alistei a Santa Inquisição. Ann chorou e perguntou-me com tristeza evidente do porquê estaria eu abandonando-a agora. Eu não a respondi, apenas vim para esse maldito escritorio. Deus, eu realmente sou a pior de todas as criaturas."

"10 de Abril de 1270

Hoje completa um mês que estou longe de casa. Um longo e sofrido mês sem ver minha amada esposa Ann. Só peço-o Deus, que deixe-me amá-la mais uma vez e que receba dela este amor novamente!... Estou apenas eu, junto de dois moleques de 17 e 18 anos que alistaram-se a Inquisição. Graças a Diana estou a procura de uma bruxa chamada Isabel. Ela disse que vai dar um jeito na bruxa para que eu e esses moleques possamos pegá-la. Então apenas devo confiar em Diana."

Cansada Hermione suspirou. E então seus olhos se prenderam novamente no diário.

"15 de Abril de 1270.

Diana me pediu um favor novamente. Ela quer que eu mate 8 amigas dela. Não entendi muito bem essa história. Mas eu apenas tenho que deixar que todas tenham seus filhos e tenho que cuidar para que todos eles vá parar em locais seguros, para que a profecia de uma bruxa se realize. Eu farei o que Diana quer, porém dessa vez quero algo em troca. Minha esposa, Ann, não pode ter um filho e eu quero um."

"20 de Abril de 1270

Hoje eu 'achei' as Irmãs Vincent. Na verdade elas vieram até mim. Eu as amarrei e elas pedriam-me para que as queimasse em sua terra de origem. Algum lugar no leste do continente. Eu comprometi-me a levá-las. E as levarei. Diana revelou-me que já tenho um filho, Pietro Vladescu, que é filho meu e dela, Pietro encontrasse em um lugar próximo ao lugar onde queimarei as Vincent, terei tempo para conhecê-lo, mas ainda sim, ainda quero um filho de Ann."

"Maio de 1271

Eu as queimei essa noite. Junto ao castelo. Seus filhos: Sebastian de Meredith, Elias de Pérola, Linda de Cristal, Felipe de Evelyn, Felipa de Evangeline, Maire de Emily, Bianca de Beatrice, e Erick e Henry, gêmeos, de Léticia, foram todos entregues em regiões diferentes do continente. Elas mesmas os entregara a familias diferentes. Elas prometeram-me que minha lealdade e ajuda seriam recompensadas quando eu voltasse a Clyvedon. Também pude encontrar-me com Pietro. É um jovem forte, foi 'adotado' por uma familia rica. Não sei bem porque, mas senti que um dia, minha linhagem ia acabar misturando-se com a linhagem desse filho bastardo."

"Maio de 1271

Cheguei a Clyvedon, e corri para os braços de minha mulher. Nos amamos durante a noite toda, cometendo assim o pecado da lúxuria. Mas não demos importancia para isso, estavamos com saudades de mais para reprimir aquele desejo e assim não cometer o pecado."

"Junho de 1271

Novamente sou feliz, minhas orações foram atendidas e Deus, manda-me um herdeiro. Ann está grávida e dessa vez farei de tudo para que ela dê a luz a essa criança."

"Outubro de 1271

Essa madrugada, ele nasceu. Veio junto ao romper da aurora. Seu nome é Liam Everton Granger. Meu filho. O herdeiro do Condado de Clyvedon. Ann também encontra-se bem, e está amamentando nosso filho. Meu filho, Deus, quanto tempo esperei para que pudesse dizer isso, meu filho!"

Ela fechou o diário. Então fora isso que acontecera pela visão de Everton Granger. Ele ganhara por parte das guerras e por parte da bruxaria, filho, poder, terras e títulos. Olhou para o lado. Procurando distanciar esses pensamentos. O Marques Everton Granger de Creedfield, era o passado daquela família, e também fazia parte de seu presente.

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Draco se sentia frustrado. Assim como Blaise. Dumblore havia anunciado a todos que a monitora da Grifinória havia ido viajar para a Alemanha. E por isso Prudence Pinter iria assumir seu lugar durante um tempo. Draco ficou irritado. Ela não deveria ir viajar. Faltava pouco mais de um mês para o inicio das provas. Nott e Martser ficaram espantados. Depois do jantar Blaise simplesmente desapareceu e Draco irritado, frustrado e triste foi até a biblioteca. 

A biblioteca era o lugar mais impregnado com o cheiro dela e ele sabia disso. Ele foi para onde estivera com ela pela ultima vez. No sofá, ele passou pela mesma prateleira onde ela deixara o livro e pegara o mesmo livro lendo só agora o título: As Cartas de Elena Pierce. Quando ele folheou o livro viu que havia ali um envelope. E nele estava escrito Hermione Granger, com a letra dela.

Ele pegou o envelope e o colocou em seu bolso. Para que pudesse ler mais tarde. Saindo da biblioteca ele se encontra com Blaise que parecia entrar para procurar algo, talvez ele fosse procurar por algo dela, ignorou-o e foi atrás seu quarto, onde iria ler aquela carta.

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Mansão de Clyvedon

Hermione se levantou daquela cadeira e se aproximou do baú, e o abriu. Ali tinha uma adega de prata com pedras de rubi. Ela pegou a adega na mão se perguntando o que era aquilo. Deixando de lado, Hermione procurou por algo que mostrasse que seu pai realmente já estivera ali. E então achou. Era uma pasta com documentos. Abrindo a pasta viu que uma delas era uma certidão de nascimento. Sua. Mas tinha outra com os mesmos dados, só mudava o nome. E então percebeu que havia uma carta anexa uma carta. Hermione abriu a carta e viu uma foto bruxa de uma família rica, pelas coroas poderia até mesmo dizer real. As letras no papel eram suaves e delicadas.

Querida Megan,

Prima querida, é com grande pesar que tenho que escrever-lhe esta carta. Mas corro grande perigo agora. Minha família vem sendo ameaçada por uma critautra terrivel, e eu sei que você, infelizmente, não pode ter filhos, e por isso peço para que cuide de minha filha, Katharina Blanc Volkova, pois aqui, Kathy poderia morrer. Megan a muito não nos falamos, eu sei, e sei que seu marido não vai muito comigo, mas eu os imploro que cuidem de Kathy.

Não posso cuidar dela, pois sinto que ele me matará em breve e quero que ela possa crecer de forma saudável. Junto a uma família, como nós duas uma vez crescemos. Infelizmente, sinto que jamais poderei buscá-la, ou vê-la novamente. E quero que caso aceite minha filha, prometa-me que a amará como sua. Mas deverá contar a ela sua verdadeira origem quando ela completar seus 16 anos. Prometa-me que Kathy, ou qualquer outro nome que der a ela irá conhecer o pai e o irmão. E eu poderei entregá-la a você.

Com amor e tristeza finalizo essa carta, pedindo apenas mais um favor: ame minha filha, como eu a amo.

Helena Blanc Volkova.

Então Hermione, ou Katharina, como preferirem. Se espantou com a revelação daquela carta e olhou para a foto. A criança que tinha na foto, a mais nova de prováveis 8 meses. Era ela. Ela tinha outras fotos de seus oito meses, mas já junto aos Grangers. Ela sentiu-se traída, enganada. E largando tudo ali ela saiu correndo. Correu da casa, chorando, deixando Martha e Adrian, e posteriormente Emma, preocupados.

Agora ela estava em frente ao mar, dentro de uma gruta. La agora a tempestade estava ficando mais forte. O Sol não saíria tão cedo. A escuridão da gruta não a assustava, as verdades recém descobertas a assustavam. E ali ela ficou, encolhida no canto, enquanto aquela tempestade ficava mais e mais forte, com ventos e trovões fortes o bastante para destruir algo ali.


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