No dia seguinte, toda a escola já sabia do insidente com as cobras, na verdade Rita Skeeter, do Profeta Diário, fora procurá-la. Hermione evitou ao máximo a loira que fora a escola justamente para pegar uma entrevista exclusiva com ela. Mas durante o almoço ela não teve como escapar, pois a loira sentou-se ao seu lado na mesa da Grifinória.

Rita: Querida Hermione, como você se sentiu após ser vitimas de tantos ataques de comensais da morte? - perguntou ela, indiscreta.

Hermione: normal! - respondeu, impassível. Evitaria falar qualquer coisa.

Rita: e aquela explosão na fonte do jardim, que a machucou, como você se sentiu depois daquilo?

Hermione: dolorida! Uma das partes da fonte me machucou! - lembrou. Rita se irritou com a respósta fria de Hermione.

Rita: e depois no ataque do banheiro? E o que você sentiu quando viu aquele tanto de cobras na sua cama?

Hermione: Cortada no caso do banheiro, por conta dos cacos de vidro. E o que senti quando vi cobras na minha cama? A principio me assustei, então me acalmei, mas também havia sangue na minha cama, o que me deixou um pouco assustada! - respondeu, ainda sem demonstrar reações. Rita sorriu perante a resposta e perguntou, presunçosa.

Rita: e você acha que é os Comensais estão te atacando apenas porque você é nascida trouxa? Ou por que você é a nova namorada de Harry Potter? - Hermione e Harry engasgaram. Harry ficou espantado. Então o boato já tinha alcançado a Londres Bruxa? Imaginara se já havia se espalhado por toda a Inglaterra. Hermione no entanto recuperou a compostura e respondeu.

Hermione: se estão me atacando é porque certamente querem alguma coisa, agora se é porque sou nascida trouxa não faço ideia, mas não é por eu ser namorada do Harry. Somos apenas amigos! - disse ela, irritada. Rita teria se aproveitado se Hermione não tivesse se levantado naquele instante. - agora se me der licença, acho que perdi o apitite.

Rita se preparou para segui-la, mas Lilá e Parvati, as únicas pessoas que sabiam sobre a fulga de Hermione a pararam. Intervendo na passagem de Rita. Hermione fora obrigada a contar a Lilá e Parvati sobre sua ideia de partir para sua casa em Londres, pois ambas a viram fazendo as malas, assim convenceu-as a nao falar nada para ninguem, alem de ajudá-la. Ela as agradeceu mentalmente e se dirigiu ao quarto que dividia com as duas. Viu uma mala pequena, onde colocou apenas algumas roupas, e coisas preferidas. Hermione se sentou na cama, escrevendo em um pedaço de papel, tão rapido, mas ainda sim com um capricho que só ela tinha. 

Colocou a carta em um envelope, e deixou-a encima do criado mudo, foi então que viu Lilá e Parvati entrando no quarto. Elas sentaram-se na cama de Lilá, que era a mais proxima da cama de Hermione.

Lilá: tem certeza disso? - perguntou.

Parvati: deixar Hogwarts pode ser perigoso! Se eles te acharem... - Hermione sorriu.

Hermione: tenho certeza! E se eles me acharem, pelo menos não vão machucar mais nenhum aluno de Hogwarts! - disse ela. Sorrindo, a mentira fazia a dor aumentar e tornava-a quase insuportável. - e se aquelas cobras tivessem machucado vocês? - perguntou. - Eram pra mim, eu não ia querer que machucassem vocês! - disse ela.

Parvati: mas e depois, voltar para Hogwarts, vai ser quase impossivel, voce vai ter que repetir o ano.

Hermione: falo que minha tia avó passou mal e tive que ficar com ela, não vou ficar mais que quatro meses, é tempo suficiente para saber o que fazer! - disse ela.

Lilá: então toma cuidado! Vai ser dificil fazer com que Harry e Rony fiquem aqui! - disse a loira.

Hermione: falando neles eu escrevi essa carta para Harry, amanhã vocês podem entregar para ele, na hora do café? - perguntou, com um brilho no olhar.

Lilá: claro!

Parvati: só tome cuidado! - disse ela, sorrindo.

Lilá pegou a carta que estava no criado mudo de Hermione, e a guardou em uma gaveta. Durante um tempo o silencio reinou. Até que Hermione se levantou e jogou mais algumas roupas na mala, fechou-a e a guardou debaixo da cama. Logo pegou o material das aulas.

Hermione: melhor irmos...

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No seu horário livre Hermione foi para de baixo do carvalho onde se sentou, havia deixado seu diário dentro da mala que levaria para casa, então não havia nada para fazer. Estava apenas pensando. Não usaria o trem, nem uma vassoura, não conseguia aparatar para muito longe ainda, sem contar que Hogwarts tinha uma barreira contra aparatanção, teria que ir pela rede de flur. Tão perdida em pensamentos não reparou quando Blaise se aproximou dela.

Blaise: seria um presa fácil para um comensal da morte tão distraida! - ele se sentou, ao lado dela.

Hermione: o que faz aqui? Você deveria estar em aula agora! - reclama.

Blaise: matei este horário! - responde, calmo. - eu soube das cobras e do sangue... Você realmente acredita que tenha algo haver com os Comensais?

Hermione: não tem! - riu, seca. - alguém sabe sobre os espiritos e pensa que possuo algo que os espiritos tinha antes de morrerem e quer que eu entregue este algo a ele. - resmunga, baixo o suficiente para que apenas ela  e Blaise escutassem. Blaise se assusta com a afirmativa. 

Blaise: então esse alguém sabe sobre os espiritos? Provavelmente descobriu naquele dia em Hogsmade... Provavelmente sabe a identidade dos Espiritos. Você sabe? - perguntou, querendo uma resposta.

Hermione: sim. - Blaise fez mensão de perguntar quem era, mas ela logo respondeu. - Vincent... Emily, Meredith, Pérola e Letícia Vincent. - Blaise arregalou os olhos.

Ele conhecia a lenda das Vincent, na verdade sabia que elas foram as causadoras do massacre de varios clãs trouxas e bruxos, e quase destruíra os Malfoys tambem. Eram dadas como bruxas perigosas e morreram em um local desconhecido, longe da civilisação. Local que somente um homem soubara onde ficara e morrera levando o segredo do túmulo das Vincent consigo.

Blaise: não se envolva muito com as Vincent, Hermione! - disse preocupado. Hermione o olhou como se tentasse entender o que significava aquelas palavras. - as Vincent foram enterradas na história, dadas como lendas e ainda renegadas por todos, mas foram reais, e elas cruéis, cruéis o suficiente para se aproveitar de uma mente inteligente como a sua. Elas vão machucá-la, não confie nas Vincent. - naquele instante o céu escureceu e ele a prensou na árvore. - as Vincent não vão tirar você de mim! E eu não vou perdê-la para as Vincet!

Ele foi se aproximando dela, como se fosse beijá-la. E quando os lábios dele, quase encontraram com os lábios dela começou a chover. Ela o empurrou. E aquela chuva parecia torná-la mais forte. Quando ele caiu no chão ela disse, em uma voz distante.

Hermione: você já vai me perder! - então correu. Para dentro do castelo.

Deixando um Zabini no chão, sujo e irritado. Não por estar molhado e ou por ter sido empurrado. Mas por ter sido rejeitado. Algo em si doeu mais do que imaginaria que pudesse doer. E foi naquele momento que ele entendeu, o que sentia por Granger não era paixão. Era amor.

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Draco estava em sua cama assimilando o que descobrira. Zabini havia lhe contado sobre o amor que sentia por Hermione. Mas ele havia percebido, ele estava apaixonada por ela. Não sabia o que fazer. Blasie sempre fora seu melhor amigo, e Hermione sempre fora apenas a sangue-ruim, mas agora... Agora Blaise era como um rival e Hermione a garota que ele queria para ele, nem que para isso tivesse que entrar em guerra com o pai e com os Comensais e Voldemort. Ele a queria.

Suspirou e se levantou. Pegando a capa de Hogwarts saiu do quarto. Estava na hora de agir. E dane-se as regras.

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 A chuva estava forte, e ficava cada vez mais forte. Ela não sabia se isso era algo bom ou ruim, já que usaria a lareira. Não se importou com a chuva e trocou de roupa, para ir jantar. Sentou-se ao lado de Harry com quem conversava animadamente. Ignorou a dor, tanto que sentia no coração como a de cabeça. E sorria. Lilá e Parvati, faziam parte da conversa e por isso, hora ou outra olhavam para Hermione, preocupadas. No fim Hermione e Harry ficaram sozinhos, ainda conversando, animados.

Harry: já reparou que a gente não estava tendo uma conversa dessas a algum tempo? - perguntou. Hermione sorriu.

Hermione: seria um pouco dificil, não? Com toda essa loucura de namoro e esses ataques inconsequentes. - riu.

Harry: o mais engraçado é a historia do namoro! - comenta rindo. Os dois estavam no salão comunal da grifinória, conversando animados.

Hermione: isso seria totalmente...

Harry: impossivel! - completa. Hermione ri, confirmando que também achava isso. - da onde eles tiraram essa ideia?

Hermione: nós dois seriamos a mesma coisa que Gina e Ron juntos.

Harry: não, isso é mais possivel, digo... Não me leve a mal, mas você é como uma irmãzinha que eu nunca tive, mas eu não sinto o ciúmes possessivo de Ron por você como ele sente pela Gina!

Hermione: não me leve a mal, mas eu tirava o seu titulo de garoto que sobrevivel caso pensasse em ficar com ciúmes desse jeito de mim. - brinca. Eles riem.

Harry: obrigada Mi, você tá sempre comigo... - diz ele. Hermione sente um aperto no coração. Não queria ter que deixá-lo, mas precisava de um tempo para organizar as ideias.

Hermione: Harry, eu sempre vou estar com você, mesmo que esteja do outro lado do mundo, vou apoiar você. - Harry sorriu. Algo dentro dele o alertou. Aquelas palavras... Eram tão parecidas com uma despedida. Mas ele ignorou o alerta, sem saber que talvez pudesse evitar uma dor que só viria no dia seguinte. Junto da tempestade.

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Já estava quase desistindo. Nem parecia um Malfoy agora. Andara a biblioteca toda, mas não encontrara nada senão livros, livros e mais livros... Ele estava quase saindo da biblioteca, ainda entre as estantes, quando a viu. Ela não estava com o uniforme. Já havia colocado uma roupa trouxa: uma leg preta, blusa roxa, short jeans preto e all star roxo, e pulseiras e colar roxo. Estava linda, e apesar da chuva ela parecia com calor. Ela estava entrando na biblioteca indo em direção a algumas estantes mais ao fundo, ele a seguiu, disfarçadamente, é claro.

Hermione e ele estavam em uma estante distante das pessoas. Perto de uma janela, fechada. Ela pegou um livro na estante e sentou-se em um sofá proximo a janela. Ele a observou, e cansou de só observar. Se aproximou dela. Encarando a imagem a sua frente. Ela estava consentrada naquele livro, e estava linda, mais linda do que nunca.

Draco: talvez devesse ficar mais atenta! - diz ele chamando a atenção dela.

Hermione desvia o olhar do livro para ele. Ele ainda era o mesmo loiro que conhecera há seis anos atrás, mas ela sentiu que de alguma forma ele estava diferente, mudado.

Hermione: o que faz aqui, Malfoy? - perguntou, curiosa. Era raro ver Malfoy na biblioteca fora da época de provas.

Draco: estava te procurando! - disse, sentando-se ao lado dela. Ela se surpreendeu. - o sangue na sua cama... De quem era? - perguntou.

Hermione: ainda não sei! - respondeu ela, com um sorriso triste.

Draco: de qualquer forma... Não era por isso que eu estava te procurando! - ele pega algo dentro de um dos bolsos do casaco do uniforme. Hermione se surpreendeu, era sua pulseira. - acho que isso é seu!

Hermione: onde você achou? - perguntou. Ele colocou a pulseira no pulso dela. - eu achei que tinha perdido-a para sempre.

Draco: no corredor da sala precisa. - ela se espantou. Lembrando-se do dia em que perdera a pulseira. Quando tinha o livro das Vincent da sessão restrita. - quando vi percebi que o fecho estava estragado, então consertei! - diz.

Hermione: obrigada, ela era muito importante para mim! - agradesce. O silencio torna-se incômodo e então ela diz. - Acho que vou indo. - ela fecha o livro, mas Draco percebeu que ela colocara um papel lá. Talvez para marcá-lo e pegá-lo amanhã novamente.

Draco: claro. A propósito... Cuidado com o fecho, ainda está um pouco delicado. - ela sorriu para ele, e então ele sentiu como se tivesse ganhado o dia.

Ela se vira e vai indo embora, enquanto ele fica parado. Pensando. O sorriso dela não fora frio, nem sarcástico, fora doce e meigo, mas ao mesmo tempo fora um pouco distante. Ele ficou ali pensando nela. No entanto lá fora, o vento estava cada vez mais agitado, incomum para o início do outono, a chuva ficou cada vez mais grossa e forte. Um clarão atravessou o céu, iluminando aquela parte da biblioteca, um vento forte abriu a janela e trazendo a chuva e o frio para dentro do castelo, e então veio aquele barulho, estondeante e ensurdecedor, despertando-o de seus devaneios. Ele fechou a janela, e suspirando sussurrou.

Draco:essa tempestade vai ser longa...

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...

Hermione havia voltado ao quarto. Mal acreditava que esta com a pulseira de sua tia avó em seu pulso novamente. E ainda não acreditava que era Malfoy que a entregara a pulseira. No quarto ela tomou um banho, guardou sua roupa e pegou outra. Uma roupa preta. Discreta. Não pretendia chamar atenção. Nem ali e menos ainda em Londres. Ela pegou o livro de Mark e um papel, escreveu algo e o embalou. Parvati e Lilá chegaram no quarto exatamente naquela hora.

Parvati: você já está pronta. - concluiu, ao vê-la arrumada.

Lilá: nunca pensei que fosse sentir tanto a sua falta! - murmurra. Era mentira dizer que Lilá, Parvati e Hermione eram melhores amigas, assim como também era errado dizer que elas se odiavam ou mesmo não tinham amizade.

Hermione: hey, girl! Eu volto antes das provas! - anuncia. Tentando animar o clima fúnebre, mas nenhuma das três estavam bem. - Parvati eu gostaria de pedir um favor pra você! Você poderia entregar isso pra mim na Michael's Bookstore, na próxima visita a Hogsmeade, entregar para Mark Michael. - pediu.

Parvati: claro! - ela pegou o pacote na mão de Hermione.

Hermione: e Lilá, quando eu voltar quero você de casamento marcado com o Ron, falou? - as meninas riram. 

Lilá: vou fazer o meu melhor! - brinca.

Hermione pega a mala, naquela hora já não tinha mais ninguém no salão comunal da Grifinória, e ela até agradescia por isso, Lilá e Parvati a ajudam a abrir a rede flur e então ela se vai. Se vai sem saber se realmente vai voltar. Mas ela não pensou nisso. Tudo ficou claro demais para ela e ela fechou os olhos. E quando os abriu estava de volta a sua casa. Grangers House, em Bram Street.