Alvo olhou para o malão aberto sobre sua cama. Conferiu todo o seu conteúdo três vezes antes de decidir que não tinha se esquecido de nada. Amanhã iria para casa, para passar o natal com sua família na Toca. Estava ansioso e com saudades de sua família. Afinal, não os via há um bom tempo.

Fechou o malão e saiu do dormitório, indo para o Salão Principal que já estava cheio com todos os seus amigos e familiares. Tentou localizar seus amigos e encontrou-os à mesa da Grifinória, todos os cinco conversando animadamente sobre as férias de natal.

Sentou-se ao lado de Tiago e Madge, que contava animada sobre a visita que faria aos avós durante o natal, os grandes olhos azuis brilhando, como se fosse o único presente que pudesse querer.

“Eu não vejo meus avós há dois anos” disse, enquanto tomava um gole de seu suco de abóbora. “Adorava passar o natal lá quando era mais nova. Eu e minha família nos sentamos em frente à lareira e ficamos conversando, brincando e fazendo joguinhos. A ceia é servida perto da meia-noite e quando finalmente o relógio da as doze badaladas, nós nos levantamos, abrimos os presentes e cantamos músicas de natal. É bem simples, eu sei, mas ainda assim eu amo passar o natal com meus avós.”

E continuaram conversando, até que o correio chegou. Nenhum dos cinco recebeu cartas, apenas Liz. Uma coruja das torres jogou sobre a garota uma carta, que ela abriu.

À medida que lia, sua expressão mudava de tédio para indignação, tristeza e raiva. Ela olhou para Madge, e lhe passou a carta. A morena começou a ler e mostrou as mesmas reações que a amiga. A essa altura, todos estavam extremamente curiosos, inclusive Alvo, e esperavam que uma das duas dissesse alguma coisa. Tiago foi o primeiro a quebrar o silêncio.

“O que houve? Por que estão com essas caras?” perguntou, olhando de Madge para Liz.

“Ela vai passar o natal comigo” disse Madge, olhando para Liz.

“Mas isso não é bom?” perguntou Rosa. “Que eu saiba vocês são grandes amigas, certo?”

“Sim, nós somos” disse Liz. “Mas esse não é o problema. O problema é o motivo.”

Calou-se. Esperaram que uma das duas explicasse, mas é óbvio que não o fizeram.

“E qual é o motivo?” perguntou Alvo, olhando para Liz. Ela acenou com a cabeça na direção de Madge, que entregou a carta ao garoto, e o Potter entendeu porque elas estavam daquele jeito.

Querida Elizabeth,

Sei que quer vir logo para casa, e que está com saudades de mim e de sua irmã, mas tenho más notícias.

O estado de seu irmão piorou. Terei que passar o natal no hospital, e você não poderá vir para casa.

E nem adianta tentar discutir, pois já conversei com os pais de Madge e eles disseram que você pode passar o natal com eles.

Sinto muito por isso. Apenas não quero que tenha que passar por isso. Sua irmã vai passar o natal com sua prima Amy na casa de sua avó.

Eu te amo muito, e espero que entenda.

Com amor,

Mamãe.

Alvo levantou os olhos da carta, e as garotas agora estavam se encarando, como tentando achar uma solução silenciosa para o problema. Alvo sabia como Liz se sentia sobre o acidente do irmão, e também como ela queria ir logo para casa e poder passar um tempo com sua família. Sua mãe também sabia disso. E era realmente injusto que ela fizesse isso, independente do estado em que Luke estava.

“Ela não pode me impedir de passar o natal com minha família” disse Liz, aborrecida. “Ela podia ter avisado antes, pelo menos! Minhas malas já estavam prontas!”

Como não sabiam sobre o irmão da garota, os outros três estavam literalmente sem entender nada. Olhavam confusos da aborrecida Liz para a confusa Madge.  Então, Liz se levantou.

“Aonde você vai?” perguntou Alvo, vendo a lufana sair do salão principal.

“Eu não sei, só não me sigam!” disse, e foi embora.

Alvo e Madge se olharam, e entenderam perfeitamente o que eles queriam dizer: Não iriam deixar que ela saísse sozinha.

Levantaram-se ao mesmo tempo, mas quando Alvo fez menção de seguir Madge ela o parou.

“Não Alvo, fique aqui. Vou tentar falar com ela, tentar acalmá-la. E além disso eu sei para onde ela está indo.”

Alvo queria protestar, mas achou melhor assim. Assentiu e observou enquanto a garota ia correndo atrás da amiga.

Voltou para a mesa, onde os amigos o olhavam confusos.

“Você poderia, por favor, explicar o que acabou de acontecer?” perguntou Escórpio.

“Eu não posso” disse.

“Como assim não pode?” perguntou Tiago.

“Eu não posso” repetiu, levantando-se e saindo do salão principal, ignorando completamente os chamados dos amigos atrás dele.

Deixou que suas pernas o guiassem, e elas o levaram para a biblioteca, que estaria completamente vazia se não fosse por uma garota sentada em um canto mal iluminado com um grosso livro no colo.

Alice Parkinson estava concentrada em sua leitura, e consequentemente não viu quando Alvo se aproximou.

“Olá” ele disse, e a garota deu um pulo.

“Alvinho, você me assustou!” ela disse, mas sem seu tom de voz normal. Disse normal e calmamente.

“Tudo bem com você?” ele perguntou, sentando-se ao lado da garota.

“Estou sim. E você, Alvinho?” disse, usando novamente o novo tom de voz.

“Estou bem também” respondeu. “Já fez suas malas?”.

“Malas?” Alice perguntou, confusa.

“Sim, para o natal” Alvo explicou.

“Ah, essas malas. Não” respondeu, voltando a olhar para o livro.

“Por que não?” o Potter perguntou.

“Eu vou ficar em Hogwarts durante o natal” ela respondeu, dando de ombros. Alvo estranhou.

“Por que vai ficar aqui?” ele perguntou, olhando para a garota.

“Meus pais estão indo para Paris durante o natal, e eu vou ficar aqui” ela disse, secamente. Sua expressão corporal deixava claro que não queria continuar a conversa.

“Entendo. Tenho que ir” Alvo disse, e se levantou.

“Tudo bem Alvinho.” Ela disse, sem tirar os olhos de seu livro.

Virou-se quando estava chegando à porta.

“Feliz natal, Alice” ele disse, e a garota sorriu.

“Feliz natal, Alvo” ela respondeu enquanto Alvo passava pela porta.

N/A: Gente, desculpa mesmo mesmo mesmo a demora.

Mas pra compensar, eu vou postar dois capítulos de uma vez! EBA! Ok, chega.

Bom, a Alice pode ser irritante, mas ela também tem sentimentos e problemas. Claro, com uma mãe como a Pansy...

Ela ia ser tipo uma vilã, mas eu pensei bem e vi que não ia dar certo. Depois de um tempinho eu meio que comecei a gostar dela.

Então, o vilão vai ser outro MUHAHAHAHAHAHA * cof cof * .

Bem, mas é isso.

Beijinhos sabor suco de abóbora *;