No aerodeslizador era a ultima vez que eu viria essas pessoas sem que elas me matassem.Ai.Um pacificador injetou o meu chip localizador no meu braço. Cocei o meu braço o começo durante metade da viagem ate Nicholas me mandar parar

-Daqui a pouco seu braço vai ter um buraco que você mesma cavou.

Fiz uma careta para ele e ele só riu.Uma noite fazia muita diferença,nesta manha já tinha certeza que eu e Nicholas tínhamos uma ligação,ele tinha se tornado meu melhor amigo e irmão.Mas e Alex?você deve estar pensando.Nossa situação era complicada,eu não sabia se podia confiar em um carreirista mesmo ele sendo Alex.

Olhei para ele no lado dos outros carreiristas ele parecia confiável, mas eu não sabia se podia confiar nele.Ontem eu havia perguntado a opinião de Nicholas sobre esse assunto,ele só disse que não tinha certeza  arriscaria tudo por uma duvida. E essa duvida era Alex. Olhei para Nicholas que tinha acabado de adormecer e Alex que estava se sentindo sozinho com os seus supostos aliados, quando ele me viu deu um sorriso discreto. Em quem eu devia confiar?

Algum tempo depois, não me pergunte quanto foi porque eu não fazia ideia, chegamos na arena e fomos para sala de abertura ,que nos distritos eram conhecidos como curral.Onde os animais iam antes do abate.

Lue,meu estilista me esperava na sala. Ele parecia ter se apegado a mim mais do que gostaria.E ele não era assim tão mau.

-Eu vou torcer por você e Nicholas-ele disse relutante, mas depois resolveu me dar um conselho.

-acho melhor você comer um desses-ele apontou para o banquete que tinha no centro da sala-você vai me agradecer mais tarde

Fiz o que ele disse enquanto ele preparava a sua maquiagem.Porque alguém se maquiaria antes de entrar na arena?Olhei bem pra Lue,aposto que ele faria isso.

-Você foi mais útil do que Oliver-confessei

Ele deu um sorriso e disse

-Aposto que fui.Falando em apostar...eu estou tão confiante que você e  Nicholas podem ganhar que eu e Mikaelson –ah ,então esse era o nome do estilista de Nicholas-apostamos que vocês vão ganhar ,então não nos decepcione.

Sorri sem graça. Apostar? Isso devia ser meio ofensivo, mas eu não me importo.

-Eu devo agradecer? Mas não se preocupe, nós vamos ganhar-era a coisa mais estupida que eu tinha dito em dias.

A porta bateu.Nicholas estava suado pedindo um minuto comigo para Lue.Ele deu ombros e saiu.

-O que...?-ele me interrompeu

-Vamos fugir -só o que ele disse me puxando pelo braço

Eu me soltei dele.

-VOCÊ TÁ MALUCO???-eu não gritei enquanto falava,mas deveria,talvez assim ele entenderia que isso era muito idiota.

-Eu arrumei ajuda. Por favor confie em mim-ele implorou com pressa.

Minha mente girava,eu acho que vou desmaiar.

-Eu não posso fazer isso. - disse encostando a mão na parede para me equilibrar

-Então eu vou sozinho-ele disse com raiva esperando que eu fosse atrás dele,eu queria fazer isso mas eu estava prestes a desmaiar.O que estava acontecendo comigo?

Puxei ele pela camisa

-Fique.

-Você vai comigo?-Nicholas perguntou pela ultima vez

-Você vai me deixar aqui para morrer?

-Estou te chamando para ir comigo...a gente pode discutir depois que sairmos daqui?-ele disse impaciente –Droga,eles estão vindo

Nicholas saiu da sala e Lue entrou.Fora da sala aconteceu uma discursão ,barulho de briga e alguns gritos.

-NICHOLAAAS

Lue me segurou enquanto eu corria para a porta.

-Ele não devia ter feito aquilo, os organizadores vão pegar no pé dele quando ele entrar na arena. - ele disse meio decepcionado com a falta de inteligência de Nicholas.

Passei o resto do tempo restante sentada roendo minhas unhas, nervosa com o que aconteceria com Nicholas na arena.

Até que Lue me levou para o canto da sala onde tinha uma bandeja de vidro igual aos que tinham na arena.

-Boa sorte- ele disse segurando a minha mão como estivesse segurando a mão de alguém que estava doente no estado terminal.

Um vidro desceu cobrindo a bandeja e eu flutuei. Fiquei apavorada com a sensação e bati no vidro para que Lue me ajudasse, mas ele só repetiu ”boa sorte”.

Eu já não estava mais na sala de abertura. O sol brilhava com uma intensidade que eu sentia que podia queimar as minhas retinas a qualquer segundo. Fiz uma concha com as mãos para ver melhor. A arena era uma selva enorme, mas no horizonte eu via uma montanha. Aposto que no caminho ate lá não seriam só as pessoas que iriam querer me matar.

-Senhoras e senhores deixem o 86° jogos vorazes começarem – o apresentador anunciou

E a contagem começou. Olhei para os lados desesperada. Nick?Alex? Eu estava sozinha e o meu pesadelo tinha acabado de começar.

4,3,2,1....o gongo soou.

Os tributos correram e ....eu não conseguia me mexer .Ótimo, revirei os olhos. Isso era bem típico meu.

Os tributos chegaram até a cornucópia e os feitiços começaram. As luzes verdes estavam ficando cada vez mais perto de mim. Eu precisava fazer alguma coisa. Coloquei meu pé para fora da bandeja, e eu caí de cara no chão, bem  no momento que uma luz verde passou aonde eu estaria.

Arrastei-me para longe da cornucópia e um corpo de um garotinha caiu morta no meu lado. Arranquei uma adaga cravada em suas costas e sai correndo. O tributo que matou a garotinha só conseguiu fazer um corte no meu braço antes que eu entrasse na selva.Corri até uma distância segura e olhei para trás.Vi alguém passando e me escondi atrás de uma arvore. Tentei diminuir a minha respiração até que não tivesse ninguém aqui.

Caminhei alguns metros, já que eu não aguentava mais correr e notei que as minhas botas estavam afundando e meio molhadas.

”Água”,pensei voltando a correr.

O dia parecia mais curto na arena, já estava escuro, frio e eu estava vulnerável sem nenhuma arma, só com uma adaga estupida.

Subi em uma arvore quando ouvi passos dentro d’agua. Era um bom e mau sinal. Quando vi um tributo passando sujo de lama eu apertei as minhas mãos na minha pequena adaga. Mas pela minha sorte ele não me viu. Notei que ele carregava uma mochila, mas nenhuma arma.

Pulei da arvore bem na atrás dele com a adaga na mão. O tributo tirou da mochila um machado. Mas ele estava de costas a alguns passos de distância de mim. Dei um passo e as folhas me denunciaram. Droga. Ele se virou cortando o ar com o machado, que passou centímetros de mim. Cravei minha adaga no ombro dele quando ele tentou me cortar. Ele uivou de dor e trocou de braço o machado. Puxei com força a faca do seu ombro. Eu dei um passo para trás me preparando para correr e ele me derrubou. Minha adaga tinha caído da minha mão. Ele prendeu os meus braços para que eu não fugisse. Desespero mental. Arrastei- -me para o lado esticando a minha mão.

-Boa noite, garotinha - ele levantou o machado.

Peguei a adaga antes que o machado me cortasse profundamente e cortei sua garganta. O tributo caiu imediatamente. Bem encima de mim. Eu fiquei coberta de sangue e tentei saí dali antes que ele acorde. Se ele não estiver morto.

Achei um pântano perto da onde eu estava o que explicava o barulho de passos na água. Resolvi fazer o acampamento mais perto possível da margem do pântano, encima de uma árvore, claro, eu não sou estupida.

Algum tempo depois a arena ficou silenciosa e a logo da capital apareceu mostrando os tributos mortos. Tributo feminino do distrito 5,tributo masculino do 6,os dois tributos do 7,a garota do 8,os dois tributos do 9,a garota do 10 e o garoto do 11.

!!!!!

O tributo do 11 morreu? Olhei para a foto novamente esperando que eu estivesse enganada. A foto de Nicholas estava estampada no céu como um dos tributos mortos. No canto dos meus olhos escorreu uma lagrima, limpei-a com raiva. Nicholas não morreu pela manhã eu iria procura-lo.

Tentei me confortar me balançando contra a árvore, mas a qualquer momento eu iria cair do alto dela então diminui a força. Uma canção veio a minha cabeça. Aquela que Nicholas cantou enquanto eu dormia antes da entrevista e que me fez lembrar da onde eu o conhecia. Cantarolei a música na minha mente até cair no sono. Espero que eu não caia da arvore.