Jogos Vorazes Dos Bruxos escrita por cyzz


Capítulo 10
Por outro ponto de vista


Notas iniciais do capítulo

o que acharam da morte de Nicholas?



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Enquanto contava meus mantimentos pensei em Lyra, como ela devia estar depois de saber que Nicholas estava morto. Eu não conseguia entender a ligação deles, mas ela parecia muito forte, como a de irmãos. Provavelmente ela pensaria –como eu- que ele seria capaz de sair do banho de sangue vivo. Eu ainda diria mais, que ele poderia ficar nos cinco últimos vivos. A ideia de que Lyra estaria segura acabou quando eu vi a foto do seu parceiro no teto da arena, mas fiquei aliviado por ela ter sobrevivido e prometi a mim mesmo que no dia seguinte- ou seja, hoje-procuraria ela.

–... Vamos espalhar armadilhas pela parte da selva... - o Dois disse planejando com a sua parceira e Ecatherina.

Nós descobrimos que a arena era fragmentada, grande parte dela era uma selva com muita lama e plantas que atrapalham a caminhada quando mais nós nos afastássemos da cornucópia mais seca a selva ficava e a lama se transformava em barro. Exploramos até a margem de um rio que ficava no final da selva, o rio era enorme e mal conseguíamos ver a outra margem, atravessar a nado é muito arriscado, mas era bem seguro se achasse o outro lado. Provavelmente depois de uma floresta seca teria um campo aberto, o que parecia tentador, mas eu desconfiava da facilidade do outro lado.

Devia ser quase uma hora da tarde, mas era difícil dizer só olhando a posição do sol, quando terminamos de espalhar as armadilhas .Era um truque muito previsível porém em todos os anos muitos tributos desavisados caem e se ninguém te tirar até a noite...bem acho que já sabe o que acontece.

Voltamos para a cornucópia amontoando os nossos mantimentos. Ecatherina insistiu em querer dar um ronda por perto para ver se alguém nos observava e me arrastou com ela. Achei meio paranoico da parte dela, pelo menos eu acho, que ninguém seria tão estupido de tentar nos roubar.

Quando começamos a nos afastar muito da cornucópia perguntei até onde andaríamos e ela respondeu com um sorriso:

–Nós vamos caçar alguns tributos

Fomos até um alvo fácil, um casal de tributos conversando. A garota reclamava de que não tinha comido o dia inteiro e o garoto saiu para buscar alguma coisa.

–Podemos ficar para o lanche?-Ecatherina perguntou para a garota que tinha ficado, imediatamente fazendo o rosto da menina ficar sem cor.

–Você se importa? –perguntei usando um tom de voz que fez a garota se derreter. Ecatherina se aproximou para mata-la enquanto estava distraída e uma voz surgiu atrás de mim.

–Lhisandra, corra!-o garoto do distrito dela gritou. Apos o aviso ela acordou do transe e tentou correr. Ecatherina a segurou pelos braços e cortou o seu pescoço. Lhisandra caiu no chão morta , fazendo a lama se misturar com sangue. O parceiro da garota segurava com forca um machado, provavelmente deve ter achado pelo chão pois não lembro de ter visto ele no banho de sangue. Suas mãos tremiam e ele veio correndo com o machado levantado na minha direção, com um simples arremesso acertei a barriga dele com uma das minhas facas.

–Patético - Ecatherina disse enquanto saiamos dali.

Por um momento na tarde, enquanto a dupla do quatro caçava, nos demos ao luxo de comentar os jogos desse ano. Comentários sobre os tributos desse ano que eram fracos e que seria fácil de vencer esse ano eram feitos a todo o momento. Mais tarde a garota do quatro voltou ferida e com a nossa caca, perguntei a ela onde estava a sua dupla e ela disse tentando não chorar que um idiota havia matado Frank quando ele estava distraído e que ela se vingou do tal idiota o pendurando na arvore, morto, como um aviso aos outros.

Não entendi bem porque Ever ficou tão irritada quando a menina do quatro perguntou se podia usar um pouco das ataduras para o seu braço ferido.

–Corra para pegar as ataduras antes que a minha paciência acabe-Ever disse a criança ferida.

Ela correu até a pilha de mantimentos e quando chegou a metade ela caiu com um feitiço de tortura que Ever jogou. A menina se contorceu no chão e Ackles se aproximou terminando o trabalho da parceira.

–Você achava mesmo que nós íamos gastar a nossas únicas ataduras com você?-ele disse a única palavra com desprezo. Ele furou a garota lentamente com a lança, fazendo que a única parte da cornucópia limpa de sangue fosse tingida de vermelho vivo.

A tarde escureceu e nós fomos checar as armadilhas, cada um de nós fomos para uma área diferente. Eu havia ficado com as armadilhas no raio de alguns quilômetros da selva seca. Até agora não havia achado ninguém, sinceramente eu não botava fé em que alguém cairia nessas armadilhas, principalmente essa sendo a área mais vazia. Depois de um tempo comecei a checar se elas estavam com algum problema, mas parecia perfeitamente armada. Em uma delas havia um guaxinim que estava preso, tirei ele de lá e montei a armadilha novamente. Não matei o guaxinim ,esperando para faze-lo quando estivesse na cornucópia, pelo menos eu teria uma companhia nessa escuridão que havia se formado.

O guaxinim levantou uma das orelhas, mostrando que havia ouvido algum barulho com o seu ouvido mais aguçado. Acelerei o passo tentando saber o que ele tinha capitado e ouvi um barulho quase surdo que me fez parar. Barulho de alguém se debatendo no ar, será que a armadilha havia pegado outro animal? Fui até lá para solta-lo já que não precisávamos tanto assim de comida. Vi algumas sombras se mexendo no ar, era um animal bem grande, talvez um macaco ou um tigre. É meio estranho, mas com esse tamanho só poderia ser. A respiração do animal estava falhando de tanto se mexer eu poderia apostar com alguém que ele estava desde mais cedo aqui. Foi quando eu vi ele soltar alguns palavrões, empunhei a minha faca meio assustado e esperei que meus olhos se adaptassem ao breu.

Aos poucos a minha visão foi clareando e vi que talvez não fosse um animal, era uma criança havia sido presa na rede. Cheguei mais perto a espetando, que fez se virar bruscamente e me olhar com raiva. Eu não vou repetir o que ela disse mas eu nunca tinha visto alguém juntar tanto xingamento junto numa frase. Seus olhos piscavam tentando clarear a visão, mas continuava muito escuro. Só quando uma brisa afastou algumas folhas das arvores fazendo que entrasse um raio de luz, pude enxergar. Seus olhos arregalaram me reconhecendo e abriu a boca para falar. A única desavisada que havia caído nessas armadilhas estupidas foi Lyra.

Falamos ao mesmo tempo:

–O que faz aqui?

–Vai me matar?

Enquanto eu desfazia a armadilha, o guaxinim que ainda estava preso no meu braço, virou a cabeça quase como a garota do exorcista me chamando atenção. O som de passos aumentava cada vez mais. Desfiz os nós mais rápido e em alguns instantes Lyra estava em pé. Entreguei a ela um machado que havia guardado do casal que eu havia matado mais cedo. Ela segurou a arma e flexionou as pernas me perguntando se devíamos correr. Balancei a cabeça afirmativamente e pedi que ela não falasse. Corremos para longe da armadilha indo em direção do rio, mesmo que a distancia para o rio fosse enorme. Quanto mais corríamos, eu via que Lyra não ia aguentar muito por suas pernas ficarem tão apertadas na rede da armadilha. Ela parou por um instante massageando as pernas e voltou a correr. Continuamos a correr, mas algo nos parou. Ecatherina,Ackles,Ever estavam na nossa frente e Ackles balançava a cabeça fingindo decepção.

–Eu sabia que Alex era um traidor – Ever disse

Lyra deu um passo para trás instintivamente quando eles levantaram as suas armas.

–Oi queridinha .Quer ser a primeira?-Ecatherina ameaçou apontando a varinha para Lyra.

–Avada Kedavra

Uma luz verde atingiu onde Lyra estava, mas frações de segundos antes ela havia se jogado no chão .

Ever colocou duas flechas no seu arco e levantou mirando em Lyra, Ackles ficou com uma espada e uma faca na mão preparando para atirar a segunda arma em mim.

–Estupefaça – gritei acertando os dois.

Eu e Lyra corremos e Ecatherina jogou outra maldição. Eu bloqueei com a varinha. Ela tentou nos caçar no escuro, porém nós já tínhamos um ótimo esconderijo. Ela achava que era. Desistiu e gritou um aviso.

–Não achem que vão se livrar de mim! Assim que amanhecer eu vou caçar vocês! Esperem por mim!


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