Imprinted Heart escrita por penadinha_x


Capítulo 3
Cinema




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Ficamos mais de quatro horas nos arrumando, coisa de mulher. Quando era cinco e meia, os meninos chegaram. Sorte que a gente já estava arrumada. O Quil tinha pegado o carro do avô dele emprestado, ele era grande assim todo mundo podia ir junto. A viagem foi demorada, eles colocaram umas músicas chatas e eu não estava mais aguentando aquele som quando finalmente chegamos. Tivemos uma discussão pra escolher um filme, os meninos queriam um de ação, a Jully um de romance e eu um filme de comédia. Como eles estavam em maior número, ganharam. Eu tava esperando para pegar minha pipoca quando Jake apareceu.

      – Pega uma coca pra mim? – Ele pediu. NUNCA.

      – Não, pegue você mesmo – Respondi sem a menor educação. – Você já não está aqui? Então peça você mesmo.

      – Pelo visto você está tão feliz quanto eu estou de ter que vir pra cá. – Ele percebeu que eu estava de mal humor. Também quem não perceberia?

      – Hm, é. – Eu disse. O Jacob estava com uma cara de quem foi amarrado e torturado pra vir pra cá.

      – É só fingir que é igual à antes. Você nem vai perceber. – Ele sugeriu. Será?

      – É isso que eu não entendo. Antes eu adorava sair com o pessoal, mas agora não tem nada que eu mais odeie. – Era a primeira vez que falava isso em voz alta.

      – Hm, eu também me sinto assim. Era legal, antes. Agora... – Ele balançou a cabeça negativamente.

      – Anda logo vocês dois. O filme já vai começar – Falou o Embry me puxando pelo braço.

      O filme foi uma droga, ver aqueles tiros e sangues. Urgh. Eu sentei do lado da Jullye, mas durante o filme eu fingi ir ao banheiro e deixei o Quil sentar no meu lugar. Sabia que a Jullye ia querer me matar depois, mas quem liga? Só que trocando de lugar com o Quil eu sentei do lado do Jacob. Ele parecia que ia entrar na tela do cinema e ele próprio iria matar todos os personagens. Aterrorizante. Eu acho que tinha cochilado por que quando as luzes acenderam, eu dei um pulo da cadeira assustada, mas fingi que tava me espreguiçando. Boa idéia.

      – Pensa que eu não vi você dormindo? – Falou o Jake atrás de mim, enquanto a gente saia da sala do cinema.

      – Shh. Fala baixo. – Não acredito que ele percebeu.

      – Relaxa. Só eu que vi isso. – Ufa!

      – Não vejo a hora de ir embora logo.

      – É. Eu também não. Mas o pessoal ta querendo ir a uma lanchonete aqui perto.

      – Vou matar o Quil. – Falei revirando os olhos. Óbvio que era idéia dele. O Jacob riu.

      – Eu te ajudaria se não tivesse com muita fome.

      – Tudo bem, eu espero pra matar ele quando você já estiver alimentado.

      – Ok, mas se a polícia descobrir, você me obrigou. – Ele disse e levantou os braços.

      – E você vai me deixar ir pra cadeia sozinha? – Arregalei os olhos.

      – Não vou levar a culpa por matar meu primo.      

      Nós dois começamos a rir. Talvez depois de hoje fosse mais fácil ter a última aula todos os dias com eles. Parecia que nós estávamos voltando a ser amigos, apesar de que a gente nunca deixou de ser. O Jake era o mais legal de todos, só falava quando era necessário, e sempre dizia a coisa certa. O Embry e Quil eram mais bobões.

      A volta foi mais tranqüila, ninguém quis colocar nenhuma música irritante e a Jullye ficou meio emburrada comigo. Só porque eu deixei o Quil sentar ao lado dela no cinema. Porque ela não entende que eu sou o cupido? Um cupido falido, mas ainda assim um cupido. Ela me chamou pra dormir na casa dela. Eu realmente não queria deixar Anna sozinha, mas também não queria partilhar do momento “depressão” dela, então escolhi dormir na casa da Jully. Liguei pra minha mãe e ela aceitou numa boa, parecia que ela estava me evitando, ela estava mesmo disposta a um momento depressão.

      – Julls? – Eu perguntei quando já estávamos deitadas.

      – O que é Nash? – Murmurou a Jullye

      – Sabe, eu queria te contar uma coisa, mais do que te contar, eu queria que você me ajudasse a entender. – Jully não era muito boa em conselhos – essa parte ficava pra mim –, mas ela sempre tentava me ajudar.

      – Hm, pode falar.

      Ok, lá vamos nós.

      – Então... – Eu comecei a falar me sentando na cama – Desde quando eu voltei pra cá, não não. Desde quando as aulas começaram que eu tenho evitado os meninos, não sei por que disso. Mas sei lá, não gosto de ser da mesma sala que eles. Eu fico meio agoniada quando to perto deles. E hoje, cara, hoje foi um saco ter que ficar com eles o tempo todo. Eu sei, eles são meus amigos há muito tempo, mas agora eu não quero mais. Quer dizer, eu quero ser amiga deles, mas não quero ficar com eles o tempo todo, não me sinto bem, entende? – Parei pensando um pouco – Apesar de que hoje não foi total desastre, quando eu fiquei conversando com o Jake até que foi legal. – Tudo tem suas vantagens não é?

      Esperei para ver o que a Jullye achava disso tudo, esperei mais um pouco – ela era meio lerda. – Ta, ela era lerda mais nem tanto. Com certeza ela devia ter dormido no meio do meu discurso. Vadia.

      – Valeu por ter me ouvido Julls. – Eu sibilei. E voltei a deitar.

      – Nossa, você está apaixonada pela Jacob! – Disse a Jullye, toda eufórica. Meu Deus eu sabia que ela era lerda, mas nem tanto.

      – Ãhn? Como é? Não. Você devia está sonhando, só pode. – A Jullye realmente não era boa em conselhos, mas sempre sabia se alguém estava apaixonado.

      ­– Estou falando sério Natasha. Você está apaixonada pelo Jake.

      – Como você sabe disso, se nem eu sei? Impossível! Aqueles meninos são insuportáveis, como eu posso estar apaixonada por um deles? – Ela só podia estar brincando. POR FAVOR, que ela esteja brincando.

      – Você não os suporta, descrição de paixão número um. Mas quando você esta falando com o Jake, você se sente a vontade, descrição de paixão número dois.

      – E eu vou te arrebentar se você não parar com isso, descrição de paixão número três.

      – Ah Nash, isso até que vai ser divertido. Agora não é só o Quil que é o apaixonadinho da turma, e você vai pagar tudo que fez eu passar. – Ela disse com uma voz meio sombria. Por que ela queria vingança logo agora?

      – Mas... Tem algo errado na sua tese – Eu falei pensado melhor. – Eu não posso estar apaixonada pelo Jacob, porque eu fico irritada quando eu to perto de qualquer um dos meninos e não só quando eu to perto do Jake.

      – Mas... – Ela disse me imitando – na verdade você não odeia ficar perto de todos os meninos, somente do Jake, só que eles só vivem juntos, então você acha que odeia todos eles.

      Merda, merda, merda.

      – Ai, chega Jully. Eu vou dormir e quando acordar vou perceber que tudo isso não passou de um pesadelo. Boa noite.

      ­– Boa noite apaixonada – Ela falou e começou a rir. Nada engraçado.

 


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