Os convidados foram saindo após cumprimentarem os noivos e, na casa de Sasuke, ficaram apenas o casal Uchiha, a Godaime, Naruto e Hinata. Sasuke estava irritado demais para ficar em casa com a sua esposa, mas também tinha medo de sair para buscar a tal menina no país da Onda e deixá-la ali sozinha, quando fora tão fácil para que Orochimaru se infiltrasse na vila afim de “parabenizá-lo pelo casamento”.

- Hokage-sama, estou saindo para buscar a tal Uchiha! – disse ele, subindo para trocar de roupa e buscar a katana e acessórios ninja.

- Eu vou com você, Sasuke-kun! – foi dizendo a noiva.

- Fique, Sakura. Você não está em condições de ir – pediu Sasuke, com uma leve irritação na voz.

- Eu estou grávida, não doente! – disse ela, se irritando. – E agora os seus problemas, são meus problemas!

- Sakura... – Sasuke aproximou-se e deu-lhe um abraço terno. – Eu não me perdoaria se algo acontecesse com você ou o nosso bebê. Por favor, fique - pediu ele, apenas para que os ouvidos delas ouvissem.

- Sasuke...- Ela chorava copiosamente em seus braços. – Leve o Naruto com você. – e, virando-se para Naruto. – Desculpa te envolver nisso, Naruto-kun.

- Eu vou com você, Sasuke! Espere apenas eu passar em casa e pegar as minhas coisas – disse Naruto enquanto colocava a mão no ombro do amigo, num gesto mudo de apoio.

- Hinata, vá indo para casa e chame o Neji. Avise que essa é uma missão especial – olhando para os recém-casados. – Eu queria poder mandar mais ninjas, mas isso os colocaria em risco. Sejam discretos e voltem logo – a Godaime colocou um ponto final na conversa.

- Ótimo. Nos encontraremos em meia hora, na saída da vila – afirmou o Uchiha, antes de ir buscar as suas coisas.

Já estava bastante escuro quando eles se encontraram. Apenas os três melhores jounins da vila. E tinham um objetivo em comum: pegar aquela menina e matar Orochimaru. Já dava para começar a sentir pena do ex-Akatsuki.

Avançaram o máximo que puderam naquela madrugada e conseguiram abrigo numa pequena aldeia, nos limites do país do fogo. O plano era alcançar o país da Onda ainda pela manhã, encontrar a tal menina e trazê-la em segurança (nem que amarrada) para Konoh, usando-a como isca para matar aquele maldito, mas parecia que os céus não estavam dispostos a colaborar com os ninjas.

Ao amanhecer, caiu uma tempestade como não se via há anos no país. Trovões e raios coalhavam os céus, fazendo ainda mais difícil e cansativo o caminho. Naruto, Sasuke e Neji não se lembravam de se sentirem tão molhados na vida, sem contar o frio.

O vento castigava as árvores e o barulho atrapalhava a percepção dos ninjas, que estavam preocupados com o fato de que poderia ser tudo uma grande esparrela. Orochimaru talvez estivesse armando-lhes uma armadilha.

Deveria ser bem depois da hora do almoço, ou assim julgavam pela fome que sentiam, quando finalmente atingiram cruzaram a ponte Naruto, chegando assim ao país da onda. Perguntaram pelas aldeias o resto do dia, mas já era de noite quando uma moça disse algo que poderia ajudá-los.

- Eu já vi uma menina com esses olhos. Seu nome é Fujiko – disse ela, se referindo ao Sharingan. – Mora mais afastada daqui. Se eu fosse vocês, não iria lá. Ela luta muito bem. Mandou seis homens para o hospital de Konoha.

- Que ótimo! Tudo o que a gente precisava era de um Sasuke com saias! – pensou alto o loiro.

- Não se preocupe, Naruto. Eu te protejo! – atalhou Sasuke, arrancando risadas do gênio dos Hyuuga.

- Humpf! – Naruto limitou-se a bufar em resposta à “gracinha”.

Decidiram não ir “aborrecer” Fujiko-san ainda. Era mais sensato descansarem direito se tivessem que lutar contra a Uchiha ou Orochimaru ou ambos.

A noite não fora das mais agradáveis, já que nenhum dos três ninjas achava possível ter uma boa noite de sono. Neji pensava na sua casa, em todo o trabalho no clã Hyuuga que ficara pra trás com a sua saída repentina em missão e na sua esposa, que provavelmente estaria aconchegada em seus braços se ele não estivesse ali, dividindo uma caverna úmida com dois outros homens.

Naruto ainda estava puto com as provocações de Orochimaru.

- “...a filha de Hiashi-san te deixou molenga.” – as palavras do velho sennin ainda ecoavam na mente dele. - Por que não me deixaram matar aquele infeliz? Tenho certeza de que se ele morresse, o selo perderia o efeito. Além do mais, eu não to molenga! Eu serei o Rokudaime e mereço respeito! – e foi nessa linha de pensamento que nosso loiro herói passou a noite.

Sasuke era o pior dos três. Sentia-se culpado múltiplas vezes. Primeiro por ter ido atrás de Orochimaru em busca de poder, poder este que, apesar de ajudar-lhe quando enfrentara seu irmão, o deixou um vazio enorme na vida, uma vez que, quando não tinha mais vingança, não tinha mais amigos e não tinha mais para onde voltar, nem pelo que viver.

Então, anos depois da sua busca, ainda estava com uma doença maldita por causa daquele selo que o havia separado das pessoas que mais amava.

"Como iria encarar Sakura, ainda mais agora que ela esperava um filho meu? E Naruto, que nos convidou para sermos padrinhos no seu casamento? Quem é essa menina que Orochimaru tanto quer? Se ela for realmente uma Uchiha, eu vou ter coragem de entregá-la para ele?" Sasuke tinha muitas questões para refletir.

Após um café da manhã rápido...

- Uchiha, você tem alguma idéia para convencer a menina a vir conosco? – perguntou Neji, curioso.

- Não.

- Uchiha, você não quer que simplesmente batamos na casa dela e falemos “Ei menina, nós somos de Konoha, ele é seu primo. Vamos embora!" e aí ela pule nos nossos braços, né? – tornou a instigar o Hyuuga, com um humor cáustico.

- Olha aqui, Neji, eu ainda não sei o que faremos. Na verdade ainda não sei nem SE faremos alguma coisa com essa menina. Ela não tem culpa de ter nascido Uchiha e não sei se terei coragem de entregar alguém inocente para aquele verme só para livrar a minha cara – explodiu Sasuke, enquanto arrumavam suas coisas e davam o “papo” por encerrado.