Os dias passavam rápido, e não parávamos de treinar. Em compensação, eu melhorei meu controle de chakra razoavelmente, o que me deu mais ânimo.

Certo dia, tivemos a notícia que o sensei teve que se ausentar com urgência a pedido do Hokage. Aquilo era estranho. Na verdade tudo em Konoha estava estranho. Todos os Senseis estavam agindo estranho e o número de ninjas responsáveis por cuidar da segurança da vila aumentou rapidamente. Alguma coisa estava errada.

Naquele dia resolvi buscar uma explicação para tudo isso, então eu decidi começar na entrada de Konoha. Próxima à entrada, observei que os dois ninjas que cuidavam da entrada estavam falando alguma coisa. Corri e subi no telhado acima deles com cuidado e fiquei quieta, prestando atenção no que acontecia.

–... Preocupo-me com isso. Se continuar assim vão suspeitar do que está acontecendo - disse o mais alto deles.

– Não... Já estão suspeitando. Por mais que o hokage tenha tomado todas essas medidas de precaução, rumores estão se espalhando pela vila.

– De qualquer modo, temos que fazer o possível para que ninguém descubra. Se o povo de Konoha souber disso, essa vila se tornará um caos e o inimigo pode atacar a vila antes do previsto.

Arregalei os olhos. Atacar a vila?! Quer dizer que eu estava certa, algo realmente ruim esta acontecendo na vila de Konoha.

Pulei do telhado, e me preparei para sair dali, mas ates disso acontecer, percebo alguma coisa se movimentar ali perto. Querendo respostas, vou para o lugar e vejo uma pessoa sair entre as casas e começar a correr para longe de mim. Corro atrás dela, mas como fui descuidada, a pessoa notou a minha presença e começou a correr mais rápido, pulando entre os telhados e usando os objetos que poderia se apoiar para me despistar. Corro mais rápido para alcança-la e de repente noto que estamos perto dos rostos dos Hokages esculpidos na grande rocha. Desvio o olhar da rocha e continuo a persegui-la até uma pequena floresta usada como área de treino. No meio da floresta, ele para bruscamente em uma clareira, de costas para mim. Ao parar de correr, a primeira coisa que vi foram os cabelos acinzentados balançando em sua cabeça.

– Kakashi? - perguntei confusa.

Ele se virou, olhando para mim com o rosto neutro.

– Porque esta me seguindo?

Relaxei quando vi que era só ele.

– Eu vi alguém na entrada de Konoha e achei que poderia ser uma pista... - notei que falava de mais e me calei.

– Uma pista? Para o que?

– Nada, eu vou indo – Me virei bruscamente, tentando fugir dali.

– Você também notou que Konoha esta diferente não é? – Perguntou a sua voz neutra.

Parei no mesmo instante, virando meu rosto.

– Você devia parar de investigar isso, não é uma coisa que qualquer um deva saber.

– Se oque diz é verdade então oque fazia lá? Você também está atrás de respostas não é? – Encarei-o. Como ele podia se achar no direito de falar isso? Estávamos no mesmo nível.

– Não acha que isso não é da sua conta? - disse sem nenhuma mudança na expressão.

– Também não é da sua conta se eu quero ou não investigar sobre isso - disse com um pouco de raiva.

– Tanto faz, se é oque você quer então continue - logo depois ele sumiu se misturando com a floresta.

Metido! metido! metido! Ele realmente se achava!

 Saí dali continuando minhas investigações um pouco irritada. Depois de algumas horas não fui capaz de encontrar mais nenhuma pista sequer, fiquei mais chateada e resolvi ir para casa. No caminho, em quanto corria, notei que era seguida.

Será que era o Kakashi denovo? – pensei.

Pousei em um galho de uma árvore e esperei ele aparecer de uma vez, mas aconteceu nada. De repente tudo ficou silencioso, sem sinais de que havia uma pessoa por perto. Levantei uma sobrancelha. Devia estar cansada... Melhor ir para casa. Continuei meu caminho para casa e ao chegar na porta, notei que a rua estava vazia. Estranho... O sol nem se pôs ainda. Dessa vez ouvi um barulho forte atrás de mim e sem tempo de reagir alguém me agarra por trás, tampado minha boca.

– Quieta! Não vou te deixar escapar depois de finamente te encontrar! – era a voz de uma mulher.

– Não se preocupe, farei ela dormir rapidinho – Arregalei os olhos de medo, e tentei me soltar, mas antes de eu conseguir ter alguma reação, senti uma pancada em meu ombro e perdi os meus sentidos.

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Acordei balançando de um lado para o outro, me e ao lembrar do que aconteceu, voltei a mim.  Tentei me mexer e noto que estava amarrada e com um pano na boca. Olhei em volta. Nos movimentávamos rapidamente com varias árvores virando nada mais que um borrão verde escuro ao nosso redor, mas não estávamos fora de Konoha, dava para ver os rostos dos Hokages na grande rocha.

– Como assim? Ela já acordou? - a mulher estava atrás do cara que me carregava e seu rosto estava tampado por um pano preto, com uma bandana da vila oculta da chuva na testa.

– Acho que não fiz força o suficiente, mas não importa. Estamos prestes a sair de Konoha.

– Pelo menos isso - Me olhou diretamente - agora temos uma boa carta na manga para essa guerra.

Guerra?! – O pânico inundou meu rosto e senti meu rosto suar.

Então essa era a causa para todas as coisas esquisitas que estão acontecendo em Konoha? Vendo no meu rosto uma grande interrogação a mulher abre um sorriso.

– Ora, ora. Ela parecer não fazer ideia do que está acontecendo... - ela aumentou o passo ficando cara a cara com migo - O país do fogo esta em guerra minha querida, oque significa que todas essas pessoas insignificantes vão morrer, uma por uma!

Arregalei os olhos, sentindo o pânico aumentar. Eu realmente precisava sair dali imediatamente. Com dificuldade, peguei uma kunai em um bolso secreto na minha roupa e comecei a cortar as amarras sem que eles percebessem. Quando senti elas soltas, me joguei para um lado, fazendo meu rosto ir de encontro ao chão. Sem tempo para me recuperar do tombo, peguei minha kunai e com um movimento cortei as amarras dos pés, correndo assim que podia, o mais rápido que podia.

– Merda! Não podemos deixar ela fugir - disse o homem que facilmente me alcançou. Um grito de susto e medo escapam de minha boca quando ele agarra minha roupa por trás e me para - Já disse para ficar quieta! você vai vir com a gente de qualquer jeito para acabarmos com essa vila do mesmo geito que acabamos com a sua! – berrou, me levantando pela gola até ficarmos cara a cara.

Parei de me mexer, em choque, e baixei a cabeça pensando no ele acabou de dizer.

 Foram eles quem mataram toda a minha família... e agora vão acabar com a única vila que me aceitou, sem hesitar. O desespero de ver todos mortos, fez surgir um calor intenso que começou a fazer meu corpo inteiro latejar, junto com ele um sentimento estranho de ódio que nunca senti.

– Parece que dessa vez você recebeu a mensagem. Agora pacientemente vamos... - de repente segurei o seu braço com força e levantei minha cabeça com os olhos cheios de mágoa e ódio. O homem ficou assustado por um momento – Mas... Mas oque é isso?!

O calor aumentou fazendo meu corpo latejar ainda mais, e sem pensar direito, apertei o seu braço com mais força, ouvindo um estalo vindo de dentro dele. Imediatamente ele me soltou berrando de dor.

– Droga! Oque você fez com o meu braço!! - segurava o braço quebrado com a outra mão - como você...

Deixei toda a minha raiva fluir e fora de mim corri na direção dele, agarrando seu pescoço e o jogando contra a árvore mais próxima. Olhei para a mulher que começou a se afastar de mim, e corri atrás dela, puxando-a pelos cabelos e quando ela cambaleou na minha direção, lhe dirigi um soco no estômago, fazendo-a voar na direção do homem. Andei ate eles e lagrimas começaram a escorrer no meu rosto.

– Porque vocês mataram a minha familia?! Porque vocês acabaram com a vida deles?!? - peguei o cara pela gola e o deixei cara a cara com migo - Responda!

– N-nós não tivemos escolha... Foram ordens e tínhamos de segui-las! - apertei mais a gola dele, me sentindo mais triste por dentro.

Nesse momento o calor me cobriu por completo liberando uma grande carga de Chakra na direção deles e um barulho estrondoso ecoou pela floresta inteira, como se um selo explosivo tivesse sido ativado.

Logo depois daquilo, senti todo aquele calor sumir e minhas pernas começaram ceder, meu corpo se encheu de dor e sua grande parte parecia se concentrar na minha barriga. Cai de joelhos no chão sem forças e na hora em que meu corpo ia tombar no chão, sinto alguém me segurar a tempo. Antes que eu pudesse ver quem me segurou, desmaio me entregando, ao cansaço e as dores.

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Sinto o vento frio da noite bater no meu rosto e abro os olhos lentamente tentando me encontrar quando finalmente noto que ainda estou na floresta, em cima das costas de alguém, mas o tamanho da pessoa que me carregava era diferente. Olho para o lado e levo um susto ao reconhecer o rosto do kakashi, neutro como sempre.

– Kakashi... o que você esta fazendo aqui? - perguntei com um pouco de dificuldade.

– Eu ouvi um barulho esquisito e te achei prestes a cair no chão - disse naturalmente.

– Então foi você... - logo me lembrei do casal que me sequestrou - Oque aconteceu com eles?

Fitou meu rosto com uma expressão esquisita.

– Se esta falando daqueles caras, eu os achei quase mortos no chão - meu corpo tremeu - Foi você quem fez aquilo?

Virei os rosto e uma lagrima escapou dos olhos ao responder.

– Sim.

Nós ficamos calados, dessa vez ele parecia pensativo. Encostei meu rosto em seu ombro e olhei o céu que agora estava escuro. Depois de apenas alguns minutos o cansaço volta a me dominar, e dormi em quanto o Kakashi me levava ao hospital de Konoha.