– Alô Annabeth... - uma voz feminina soou do outro lado do aparelho, Annabeth reconheceria aquela voz até mesmo debaixo d’água, era Thalia. – Onde você está?

Annabeth não conseguia responder por causa do choro, um soluço escapou de sua garganta e Thalia gritou:

– ANNABTH VOCÊ ESTÁ CHORANDO? – e como quem cala consente Thalia continuou – ONDE VOCÊ ESTÁ? O QUE ACONTECEU?

– O Luke... – ela não conseguiu terminar

– O que aquele desgraçado fez?

– E... ele... n-ão assumiu a criança Tha. – ela disse amargurada.

–ELE O QUÊ? – a morena gritou exasperada – Onde você tá? Eu vou te buscar.

– No parque,... Aquele perto da cafeteria... no cen.. Centro – falou ainda soluçando.

– Me espera que eu to chegando. – Depois disso Annabeth desligou o celular.

Praticamente do outro lado da cidade Thalia fazia zig-zag entre os carros e em troca recebia buzinas e palavrões do outros motoristas, mas mesmo assim o trânsito de Nova York estava parado. O que dificultava seu percurso. Enquanto dirigia ela pensava em diversas torturas para fazer em Luke caso encontrasse o loiro, e para você ter idéia era uma pior do que a outra.

Enquanto esperava o sinal vermelho abrir, escutou seu celular tocar.

– Alô Thalia. Aqui é a Atena. - a mulher disse do outro lado da linha. – Você tem noticias de Annabeth? O celular dela está desligado. – ela parecia desesperada por noticias.

– Eu liguei e a Annie disse que o traste do Luke não assumiu a criança, eu estou buscar ela no parque. – Thalia respondeu.

– Eu não acredito aquele filho de uma... – Atena gritou transtornada, respirou fundo duas vezes e continuou – Leva ela para casa por favor, Frederick e eu estamos voltando para casa.

– Pode deixar. Eu levo sim. – Thalia respondeu e depois disso desligou o celular já que estava dirigindo.

Quando chegou ao parque, tratou de procurar pela a amiga e a encontrou encolhida em um banco, ainda chorando. Thalia não disse nada só a abraçou e esperou algum tempo, depois a levantou e guiou a loira até o carro.

Não trocaram nenhuma palavra, Annabeth soluçava muito e Thalia estava apreensiva, chegaram ao prédio de Annabeth e subiram direto algumas pessoas estranhavam o estado deplorável da loira.

Annabeth se jogou no sofá e ficou em silêncio, Thalia vendo o estado da amiga pegou um copo d’água para a loira.

– Sabe, eu pensei em todas as possibilidades de reação dele menos nessa. – Annabteh falou quebrando o silêncio.

– Eu sei que você vai ficar brava. - Thalia disse, mas mesmo sabendo da reação da loira continuou – Eu te avisei.

Annabeth não disse nada, mas no fundo sabia que era verdade. Ela parou para pensar um pouco e viu cenas que não aconteceriam. Como por exemplo: a criança correndo até a porta, porque seu pai chegou, ou, todos na mesa para jantar, isso nunca aconteceria. Mas por outro lado ela precisava ser forte, seu filho só podia contar com ela, sabe aquela frase: “ O que não nos mata, nos fortalece”. Era exatamente assim que Annabeth pensava, ela tinha que olhar para frente e esquecer o passado, esquecer que um dia se apaixonou pelo loiro, esquecer o que ele a fez passar.

Thalia sentou do lado de Annabeth e passou o braço pelos ombros da loira e disse:

– Eu estou com você.

– Obrigada Thalia. – Annabeth disse – Eu vou tomar um banho.

A loira encheu a banheira com água quente e ficou lá, sem pensar, sem fazer nada, só curtindo a água quente.

Thalia sabia que Annabeth demoraria, então foi até a venda mais próxima e comprou dois potes de sorvete cada um de um sabor, pipoca de microondas, jujubas e barras de chocolate tudo em um número grande.

Voltou ao apartamento e fez brigadeiro de panela e esperou a loira voltar do banho. Annabeth vestiu um moletom vermelho bem quente e quando voltou para a sala encontrou Thalia cheia de doces assistindo Two and a half man.

– Onde conseguiu todos esses doces?

– Na venda da esquina. – respondeu indiferente

– E pra que tudo isso?

– O que melhor que doces para esquecer um canalha? – Thalia perguntou, Annabeth deu de ombros e pegou uma barra de chocolate.

– Mas quando, se leva um toco, a mulher não assiste romance e todas essas coisas.

– Você sabe que eu não gosto de romance, além de que o Charlie é muito engraçado. – Annabeth teve que concordar.

Riram feito duas condenadas, o que fez com que Annabeth esquecesse um pouco seus problemas.

Depois de assistirem uma temporada inteira, Thalia percebeu que Atena e Frederick não haviam chegado o que ela achou, mas que estranho.

– Enciclopédia, onde estão seus pais? – Thalia chamou Annabeth pelo antigo apelido.

– Eles foram para casa de campo. Estou até vendo a reação do meu pai, ou pior da minha mãe. – Annabteh falou, mas era possível ouvir dor em sua voz, se Thalia pudesse ela saia atrás daquele loiro desgraçado e mataria ele com suas próprias mãos, mas Annabeth não permitiria. O que era uma pena.

A loira foi buscar mais pipoca na cozinha, enquanto a morena zapeava pelos canais, até que um canal prendeu sua atenção, a TV mostrava um carro capotado, onde o jornalista dizia:

– E novamente a estrada faz vitimas. Dessa vez um casal que voltava para Nova York, sofreu um grave acidente, pelo que tudo indica andavam em alta velocidade e a neve que cobria a estrada deixou a pista escorregadia ocasionando o acidente.

Agora tinha voltado para o Studio e a moça do jornal continuou:

–Infelizmente o motorista morreu na hora, já a moça foi levada até ao hospital. -Então foi ai que veio o maior choque eram os pais de Annabeth.

– Meus Deuses, mas essa! – Thalia exclamou alto.

– Mas essa. O que, Tha? – Annabteh perguntou e sua voz  vinha do corredor. Thalia assustada desligou a TV.