O alvoroço que se estabeleceu na sala de espera depois da noticia foi geral, o que deixou Percy com um sorriso de orelha a orelha, pois viu seus amigos e parentes sorrirem e comemorarem entre si que tudo tinha dado certo.

- Podemos vê-los? – Max perguntou aflito, este mal acreditava que seu bisneto tinha nascido.

- Acho que agora não. – Percy respondeu e todos soltaram um muxoxo. – Eu vou perguntar para a médica e volto para avisar. – o moreno disse sumindo pelo corredor que viera.

Thalia que não era boba sabia que Percy estava incomodado com o nascimento de seu afilhado, e sabia também, que isso complicaria ainda mais a situação de seu irmão.

- Thalia? – ouviu uma voz chamá-la, quando ia seguir Percy.

- Oi? – a morena perguntou virando-se para Nico.

O moreno a olhava de uma forma preocupada, forma esta que a garota nunca tinha presenciando nos olhos negros do Di Ângelo.

- O que aconteceu com o Percy? – e pelo visto a Grace não fora a única a notar o desânimo do Jackson.

- Como assim? – a garota se fez de confusa e Nico ergueu a sobrancelha em desafio.

- Você acha que eu não reparei que o meu melhor amigo está muito cabisbaixo? – o moreno perguntou e Thalia bufou derrotada.

- Vamos conversar em outro lugar. – a morena disse e seguiu para a lanchonete com Nico em seu encalço.

Os dois caminharam lado a lado, até uma pequena mesa da lanchonete hospitalar. Sentaram-se frente a frente e Nico voltou a perguntar o motivo de Percy estar tão cabisbaixo.

- Eu tenho quase certeza, absoluta, de que o meu irmão estava pedindo a Annabeth em namoro, quando o Peter resolveu nascer. – a morena disse olhando para a janela da lanchonete, acompanhando os pedestres com o olhar, até que estes sumiam de vista.

 - Como assim? O Percy e a Annabeth? – o moreno estava confuso. Seu amigo nunca lhe dissera que estava afim da Chase.

- É. Eu também achei complicado, e estranho. Mas os dois estavam em uma espécie de amizade colorida e não contaram para ninguém, porque a Annabeth não queria. E quando o Percy, finalmente, cria coragem para pedi-la em namoro, o Peter resolve nascer. – a morena disse brincando com o guardanapo.

- Eu acho que assim foi melhor. – o moreno disse olhando o pequeno cardápio que estava na mesa.

- Como assim? – Thalia pergunta buscando os olhos de Nico.

- Você mesma me ligou dizendo que a mãe do Luke estava a procura da sua mãe. Se ela conhecer a Annabeth, em semanas Luke volta para a vida dela, e o Percy se ferra. E se eu bem conheço o meu amigo, ele vai sofrer demais. – o moreno respondeu olhando nos olhos azuis elétricos de Thalia. – Percy me contou sobre a sua última namorada, e pelo que eu me lembre da história, o fim não foi nem um pouco agradável.

Aquela simples menção do passado de Percy, fez com que Thalia se sentisse culpada, pois ela incentivou Perseu a se declarar, mesmo sabendo que Luke podia voltar a vida de Annabeth.

- Annabeth nunca voltaria com o Luke. – a morena disse transtornada.

- Você acha que não, mas eu acho que sim. Sabe por quê? – o garoto perguntou e a morena negou com a cabeça. – Porque o Luke é o pai do Peter, e querendo ou não, a Annabeth quer o melhor para a o filho dela, e eu acho que para um filho crescer, adequadamente, ele precisa de um pai presente.

- Um pai? Isso só é uma figura masculina. – a garota respondeu, e Nico revirou os olhos. – Percy pode muito bem ser essa figura.

- Ah, claro. Se você pudesse escolher entre um cara qualquer e o pai do seu filho, qual você escolheria para ser o mais presente na vida da criança? – Nico perguntou erguendo a sobrancelha.

- Eu... Eu. – Thalia perdeu a fala diante daquela pergunta.

O ideal seria o pai biológico. Não é? – a garota se questionou.

- Mas para isso seria necessário que o Luke estivesse aqui... – a morena olhou para os lados e fez uma cara de surpresa. – E... Olha ele não está aqui! E se depender de mim nunca mais estará.

A garota disse e se levantou, exasperada com a conversa que acabara de ter com o Di Ângelo.

- E o que você pretende fazer? O mundo parece grande, mas ele não é. – o garoto disse para uma Thalia de costas.

- Se for preciso eu mato o Luke e desovo o cadáver dele em um terreno baldio. Entendeu? – a morena perguntou com os olhos faiscando de raiva.

Thalia virou-se novamente, e deixou a pequena lanchonete e um Nico Di Ângelo admirado para trás.

Com certeza, aquela garota faria de tudo pela felicidade daqueles que ela amava.

Nico estava pronto para deixar seu lugar e voltar para a sala de espera quando uma voz, angelical, chamou sua atenção:

- Nico? Onde estão todos? – a mulher perguntou, e Nico fez uma careta. Ele nunca fora com a cara de Calypso, ainda mais com aquele sorriso inocente. Inocente até demais.

- Ah. Oi, Calypso. Os outros estão na sala de espera. – o moreno disse se levantando. – Eu vou voltar para lá, se quiser pode me acompanhar.

- Está bem. – a morena disse, seguindo Nico. – Era com a Thalia que você estava conversando? – Calypso perguntou como quem não queria nada.

- Era sim. Por quê? – Nico perguntou franzindo o cenho.

- É que vocês nunca me pareceram duas pessoas que manteriam uma conversa civilizada. – a garota disse e Nico deu um sorriso de lado, concordando mentalmente.  – Mas... Sobre o que conversavam? – a garota disse cínica, pois escutara toda a conversa.

- Nada muito importante. – o moreno respondeu entrando na sala de espera.

A morena riu baixinho, e deu um sorriso maquiavélico. Com aquelas informações ela poderia afastar Percy de Annabeth, de uma vez por todas. Ela só teria que esperar o momento certo para dar o bote.

...

Percy tinha voltando até a saleta aonde o parto tinha ocorrido, e chegando lá não encontrara nem Annabeth, e muito menos Peter. Um dos enfermeiros que tinha ajudado no parto, ainda fazia a limpeza dos aparelhos usados, quando Percy perguntou:

- Para aonde eles foram levados? – o moreno perguntou buscando o olhar do enfermeiro.

- A Srta. Chase foi levada para o quarto, para higiene e descanso e o bebê foi tomar banho, e daqui a pouco será colocado no berçário. – o moço respondeu, e Percy sorriu saindo da sala de operações.

O moreno voltou para a sala de espera e falou:

- A Annie foi para o quarto descansar e o Peter está tomando seu primeiro banho, ou seja, só poderemos vê-los daqui a pouco.

Enquanto, o moreno falava pode ver, sua mãe e seu pai entrando de forma desesperada no hospital. Os dois estavam ofegantes e o rapaz não pode deixar de rir da situação.

- Cadê a Annabeth? Eu sabia, eu sabia que não podia deixá-la sozinha. Mas alguém me escuta? Não. Claro que não. Ela está bem? O Peter já nasceu? Ela ainda está em trabalho de parto? Eu posso entrar? Ai Meu Deus. – Sally metralhou todos com perguntas e em um fôlego só, o que impressionou a todos os presentes, pois a mulher ainda estava ofegante devido a corrida.

Todos riram, quando a mulher respirou fundo, e se apoiou sobre seus joelhos.

- Calma, mãe. Senta aqui e respira. – Thalia disse colocando a mão sobre o ombro direito de Sally. – Alguém pega um copo de água, por favor. – a morena pediu e Nico saiu para pegar o que a Grace pediu.

- Sua mãe está assim, desde que saímos de Miami. – Poseidon falou jogando em uma das cadeiras, deixando com que as malas que carregava caíssem em desordem pelo estreito corredor. – Eu estou cansado. – o homem disse suspirando exausto.

- Percy, você que estava com a Annabeth, me explique o que aconteceu. – Sally pediu, enquanto pegava o copo de água que Nico estendia na sua direção.

- Nós estávamos assistindo um filme, e a bolsa dela estourou. – o moreno disse resumindo os acontecimentos.

- Eu sabia que não devia viajar. – a mulher sussurrou, mas todos ouviram.

- Calma, Sally. A Annabeth está bem. Não está? – Poseidon perguntou para os demais presentes, que assentiram mecanicamente.

- Ocorreu tudo bem? – a mulher perguntou preocupada.

Percy assentiu com a cabeça, enquanto se divertia com a situação de seus pais.

- Vocês vieram direto, de Miami? – Apolo perguntou olhando sugestivamente para as malas no meio do corredor.

- Claro! – Sally respondeu pouco se importando com a bagunça que seu marido fizera no corredor. – Thalia me ligou desesperada, gritando que o filho da Annabeth estava nascendo, nós só tivemos tempo de jogar nossas coisas na mala e voar para Nova Iorque. – a mulher respondeu e Apolo assentiu com a cabeça.

- Eu ainda estou com a sensação de que esquecia algo no hotel. – Poseidon disse pensativo, fazendo alguns rirem.

- Quem estava com ela na hora do parto? – Sally perguntou para Thalia, que apontou, discretamente, para Percy, que agora conversava com Beckendorf e Grover.

- Menos mal. – Sally disse. – Seria horrível se ela estivesse sozinha. – a mulher se culpava por não estar presente naquele momento, afinal ela prometera para Atena, em seu leito de morte, que cuidaria de Annabeth como uma filha, e no momento mais importante ela não estava para apoiá-la.

- Ei, mãe. Não se sinta culpada. A senhora não estava aqui, mas agora está e é o que importa. – Thalia disse, quando viu a culpa tomar conta das feições de sua mãe.

- Acho que isso não é o suficiente. – a mulher disse, e a Grace não soube como retrucar.

A morena de olhos azuis agradeceu, mentalmente, quando um enfermeiro apareceu informando que o pequeno Chase já estava no berçário, e ai sim, foi um grande alvoroço, pois todos correram para a área infantil do hospital.

Max, Sally e Afrodite foram os primeiros a colar o rosto no vidro que separava os visitantes dos bebês do berçário.

As duas mulheres suspiraram ao identificar um pequenino pacotinho embrulhando em roupinhas azuis, esse que tinha em frente de seu berço a determinada identificação:

PETER CHASE.

MÃE: ANNABETH CHASE.

17/06

- Ai como meu afilhado é lindo. - Thalia disse se espremendo entre sua mãe e sua tia.

- Nosso afilhado! – Percy corrigiu e a morena o olhou espantada.

- Como assim? – a garota perguntou, incrédula.

- Depois que ele nasceu, a Sabidinha me convidou para ser padrinho dele. – o moreno disse dando de ombros, e Thalia bufou voltando-se para o vidro.

Travis e Connor, que tentavam ver alguma coisa murmuraram um para o outro:

- Ele tem cara de joelho. – Connor disse e Travis confirmou.

- Eu era mais bonito, quando pequeno. – o outro Stoll disse, fazendo com que seu irmão gêmeo concordasse.

- Seus idiotas! Ele não tem cara de joelho, e vocês não eram bonitos quando nasceram, na verdade, vocês não são bonitos. – Silena disse, admirada com o filho de Annabeth.

- Claro que ele tem cara de joelho! – Travis retrucou, ultrajado. – Olha a cara dele como é toda enrugada.

- E nós somos bonitos, sim. – Connor disse e o irmão concordou com um biquinho.

- Está bem, vocês falam e eu finjo que acredito. – Silena respondeu abanando a mão em descaso, fazendo com que os Stoll se abalassem com a resposta e todos riram com a cara de desolados dos gêmeos.

- Nossa Katie, você vai deixar esse protótipo de Barbie falar assim com o seu namorado? – Travis perguntou para sua namorada, esta que estava mais interessada em falar com Juniper o quanto o bebê era lindo. – Valeu. – o rapaz disse e a namorada fez um sinal de silêncio para ele, continuando sua conversa com a outra garota.

- Eu acho que ela vai sim. – Connor disse, e os demais garotos riram.

- E você Travis, deixa o meu protótipo de Barbie em paz. – Beckendorf disse abraçando sua namorada pela cintura.

A morena riu e continuou olhando o pequeno bebê através do vidro.

- Eu quero um desses! – Beckendorf disse no ouvido de sua namorada que sorriu.

- Um desses só depois do casamento. – a garota respondeu baixinho, e o garoto riu contra o pescoço da garota, que se arrepiou.

- Isso é uma indireta, Srta. Beauregard? – o moreno perguntou no pé de seu ouvido.

- Entenda como quiser, Sr. Beckendorf.

A brincadeira entre namorados teria continuado se Thalia não os interrompesse.

- Nossa. Isso é muito açúcar para o meu diabetes. – a morena disse e os dois a fuzilaram com o olhar, fazendo com que a Grace retrucasse.

- Thalia você é muito estraga prazeres. – Silena disse, firmando os braços de seu namorado ao seu redor.

- A culpa é minha? Vocês que ficam nesse lenga-lenga, e eu sou obrigada a ouvir! – a garota de olhos azuis disse divertida, fazendo sua prima revirar os olhos.

- Já ouviu essa frase: Os incomodados que se mudem? – Beckendorf perguntou, e Thalia o fuzilou com o olhar, fazendo o garoto se encolher contra a namorada.

- Já. Mas não estou afim de, segui-la. – a Grace disse, dando de ombros.

Silena revirou os olhos, e não disse mais nada, o que fez com que Beckendorf também se calasse, deixando Thalia com um sorriso vitorioso estampado no rosto.

Percy que ouvia a pequena discussão, riu sozinho quando o casal se calou. O moreno olhou para os lados e viu que todos estavam entretidos com o bebê do outro lado do vidro, então, em silêncio, se afastou em busca de um enfermeiro.

Como não achara nenhum foi até a recepção e perguntou:

- A senhora poderia me informar se a paciente Annabeth Chase, já pode receber visitas? – o moreno de olhos verdes foi o mais educado possível com a senhora que o atendia, esta que sorriu diante a cordialidade do rapaz.

- Deixe-me ver, meu jovem... – a mulher disse, buscando algo em seu computador. – A Srta. Chase já pode receber visitas. E ela está no quarto 258 na ala norte, próximo ao berçário. O senhor sabe onde fica? – a mulher perguntou e Percy assentiu agradecendo e indo na direção que tinha vindo.

Percy andava distraidamente, quando sentiu uma mão fina em seu ombro esquerdo. O moreno virou-se e encontrou Calypso, para sua total surpresa.

- Calypso? – o moreno perguntou, incrédulo, fato que ele não queria ter demonstrado.

- Nossa, finalmente, encontrei um conhecido. – a garota disse colocando a mão no coração. – Esse hospital é muito grande.

- É mesmo. Mas... O que você está fazendo aqui? – o Jackson perguntou coçando a nuca.

- Ué, como assim o que eu estou fazendo aqui? – o a menina perguntou, fazendo-se de inocente. – Eu vim ver a Annie, e o filho dela. Aliás, eu vim com a minha mãe que deve estar com os outros. –a morena disse e sorriu para Percy.

- Nossa, Percy como você é burro! – o moreno disse batendo em sua testa, fazendo a garota rir. – Os outros estão no berçário. Por que não está com eles? – Percy perguntou de cenho franzido.

-Eu sai para ir ao banheiro e quando voltei para a sala de espera não encontrei vocês lá, e sai para procurar até que eu te achei. – a garota disse sorrindo e Percy devolveu o gracejo. - Mas, para onde você estava indo?

- Eu estava indo ver a Annie, mas se você quiser eu posso te levar até o berçário. – o moreno sugeriu, até porque a conversa que teria com Annabeth tinha de ser a sós, e não com platéia.

- Não, não precisa se preocupar. Podemos ver a Annabeth primeiro, e depois voltamos para o berçário. Que tal? – a garota perguntou e Percy bufou discretamente.

Por que sempre tinha que ter algo, ou alguém, para interromper? Que saco.

O moreno pensou, enquanto voltava a caminhar até o quarto em que a, sua futura, Sabidinha estava.

Os dois chegaram ao corredor do quarto de Annabeth, e como não sabiam qual era o quarto, os dois saíram a procura do número 258, sendo que Percy o encontrara primeiro. Deu duas batidas de leve, e chamou Calypso com a cabeça, indicando que aquele era o quarto que procuravam.

- Entre! – ele escutou a voz de Annabeth abafada, e girou a maçaneta devagar passando somente sua cabeça pela fresta da porta.

- Posso entrar? – o garoto perguntou. E Annabeth abriu um sorriso de orelha a orelha ao ver que se tratava de Percy, mas seu sorriso só perdia para o do Jackson.

Annabeth estava exausta, mas feliz por ver Percy. O moreno a acompanhara durante duas horas e meia de parto. Ele, com certeza, era uma pessoa muito bem-vinda, ainda mais naquele momento que ela necessitava falar com ele.

- Claro que pode, Cabeça de Algas. – a loira respondeu sorrindo, no entanto, seu sorriso morreu quando Calypso entrara no seu campo de visão logo depois da entrada de Percy.

O moreno caminhou até a cama hospitalar de Annabeth, e depositou um beijo suave em sua testa, fazendo com que a garota sorrisse e fechasse os olhos, momentaneamente.

- Então, como você está? – o moreno perguntou.

- Bem. – Annabeth respondeu olhando para Calypso, que tinha um sorriso sádico estampando no rosto. – Oi, Calypso. – a Chase disse, e a morena se aproximo parando ao lado de Percy, que estava sentando na cama de Annabeth.

- Oi, Annie. – Annabeth retorceu sua expressão em uma careta ao ouvir o apelido sair da boca de Calypso. – Como se sente? – sua fala transbordava falsidade, porém, só Annabeth parecia perceber já que Percy estava pensativo.

- Bem. Obrigada.

A morena de olhos cor de âmbar ia dizer alguma coisa, no entanto fora interrompida por uma enfermeira que entrou no quarto da Chase.

- Annabeth, vejo que já tem visitas. –a mulher disse fechando a porta atrás de si.

Ao vê-la a Chase sentiu um arrepio percorrer sua espinha, como se algo ruim estivesse perto de acontecer.

- Sim, sim. Já tenho alguns visitantes. – a loira disse tentando sorrir. – Mas cadê os outros? – a loira perguntou para Percy, que ainda estava distraído. – Percy? – ela chamou e Calypso o cutucou no braço.

- Oi? – o moreno perguntou, e Annabeth riu com a lerdeza dele.

- Onde estão os outros? – a garota repetiu a pergunta.

- Estão no berçário vendo o pequeno Chase. – o moreno respondeu e Annabeth sorriu diante a menção de seu filho.

- Ele está bem? – a loira perguntou, e viu Calypso revirar os olhos e se afastar, indo para a outra extremidade do quarto.

- Está ótimo. E eu acho que ele será um grande Dom Juan no futuro. – o rapaz disse, fazendo Annabeth rir.

- Como assim? – a loira perguntou divertida.

- Em menos de cinco minutos, ele arrancou inúmeros suspiros das mulheres que estavam grudadas no vidro para vê-lo. – o rapaz disse buscando a mão de Annabeth, essa que não demorou a corresponder ao aperto que Percy lhe proporcionava.

Aquela sensação era boa demais, apesar de ser um simples aperto de mãos, proporcionava um calor bom para ambas as partes. E como se aquele simples gesto os hipnotizou, os dois ficaram perdidos um nos olhos do outro, até que uma pessoa pigarreou para chamar a atenção deles.

- Uhmm. Licença? – a enfermeira pediu. – A Srta. Já está liberada para receber visitas. – a moça disse e deixou o quarto.

- Calypso? – Percy chamou,fazendo com que a morena se aproximasse dele.

- Sim?

- Você poderia chamar os outros? – o rapaz perguntou, sabendo que aquela seria uma ótima chance de falar, a sós, com Annabeth.

- Eu até chamaria... – Calypso respondeu e Annabeth a fuzilou com seus olhos cinza brilhando de raiva. – Mas é que eu não sei onde fica o berçário. Desculpa. – a morena se fez de acuada e Percy a olhou, levantando-se em seguida, mas a mão de Annabeth que ainda estava entrelaçada a dele, o impediu de caminhar.

- Nós precisamos conversar. – a loira disse com seus olhos brilhando em expectativa.

Percy olhou para Calypso que estava perto da porta, esperando-o para seguirem até o berçário. O moreno se inclinou e falou rente ao ouvido de Annabeth:

- Depois que você tiver alta, nós teremos todo o tempo do mundo para conversar. – o moreno disse sorrindo, pois ele sabia sobre que assunto Annabeth queria debater.

- Você promete? – a loira perguntou, receosa de largar a mão dele.

- Prometo. – o moreno disse e deu um beijo na testa de Annabeth como se aquilo você um hábito dos dois, o que na verdade estava se tornando. E Annabeth adorava aquele simples ato vindo de Percy, pois lhe proporcionava uma sensação de proteção, o que era estranho e bom ao mesmo tempo.

Annabeth assentiu, discretamente, com a cabeça e soltou a mão de Percy, deixando-o ir.

Percy acenou mais uma vez antes de fechar a porta e acompanhar Calypso até o berçário.

- Você e a Annabeth são grandes amigos. Não é? – Calypso perguntou puxando assunto.

- É somos grandes amigos. – o moreno disse com certa amargura na voz, e a cobra, vulgo Calypso, soube que aquela era a hora certa de dar o bote.

- Você gosta dela, não gosta? – a garota perguntou na maior cara de pau, e Percy a olhou assustado.

- Não. – o moreno não estava pronto para sair espalhando isso para os quatro ventos.

- Como não, Percy? – a morena disse, e quando o rapaz ia responder, ela continuou. – Eu te conheço a muito, muito tempo e sei que você tem uma queda pela Annie.

- Está tão na cara assim? – o moreno se entregou, frustrado.

- Está. É como se tivesse uma placa na sua testa em verde e vermelho neon escrito: Eu, Percy Jackson, estou caidinho pela Annabeth Chase. – a garota fez uma brincadeira e Percy riu coçando a nuca, constrangido. – Mas eu acho que... – a morena se interrompeu propositalmente.

- Você acha que... – o moreno incentivou e ela negou com a cabeça.

- Nada muito importante.

Calypso ia continuar a andar, mas Percy a puxou pelo pulso fazendo com que a garota parasse frente a frente com ele.

- Fala Calypso, sua opinião é importante. – Calypso sorriu sacana, ao ver que tinha plantando uma pulga atrás da orelha do rapaz.

- Promete não ficar bravo? – a garota perguntou, e Percy assentiu confuso. – Eu acho que você não devia colocar muita fé me um relacionamento sério, ainda mais com ela.

- Por que não? – o Jackson perguntou com medo da resposta.

- Percy isso não está na cara? – o rapaz negou com a cabeça, e a morena revirou os olhos, teatralmente.  – A Annabeth só está brincando com você igual a Zöe fez. Sabe por quê? Se ela, realmente, quisesse um relacionamento com você ela já tinha se deixado levar, e pelo que eu vi e deduzi ela está te enrolando a muito tempo.

Aquilo foi como um soco no estômago de Percy, pois ele se viu na situação que Calypso acabara de descrever.

Annabeth estava brincando com ele como todas as outras fizeram, e isso ele não podia admitir.

- Sabe, Percy? Você merece uma mulher fiel, que te ame de verdade. – Calypso disse acariciando as bochechas de Percy. E o moreno estava tão atônico que não percebeu quando a garota aproximou-se e roubou-lhe um beijo.

Sua primeira atitude foi arregalar os olhos e tentar afastá-la, mas a garota manteve-se firme, até que Percy não resistiu e correspondeu ao beijo.

O moreno não sentira, absolutamente, nada com aquele beijo, ao contrário de Calypso que se sentiu vitoriosa.

- Calypso, isso não... – o moreno disse afastando-a pelos ombros.

- Isso não é certo, Percy? – a garota disse, nervosa. – Eu só quero o seu bem. E o que não é certo, é você se envolver ainda mais com alguém que não te quer. Você não vê que isso só te fará sofrer? – a mulher perguntou retórica.

- A Annabeth gosta de mim, sim. – Percy disse, com hesitação.

- Será que gosta? – a mulher questionou, deixando-o mais confuso. – Você pode até estar certo, mas eu lhe garanto que ela ainda ama o pai do filho dela. E eu ficaria bem preocupado, sabe por quê? – o moreno negou com a cabeça, e a cobra estava pronta para dar o bote final, e fazer com que seu veneno entrasse em Percy para fazer o grande estrago. – a mãe do Luke ligou na sua casa hoje, e eu aposto que foi a mando do Luke.

- Como é que é? – Percy perguntou, atônico.

- Se eu me recordo bem, seu nome era May Castellan. Reconhece esse sobrenome? – antes mesmo de Calypso terminar de destilar seu veneno, Percy saiu apressado tomando um rumo desconhecido pela mesma.

- Ai ai, Percy. Você ainda vai ser meu! Escreva o que eu estou dizendo.– a mulher disse para si, enquanto andava até uma enfermeira que tinha um celular em mãos.