Annabeth acordou cedo no dia seguinte, e mesmo que já estivesse convicta da gravidez precisa mais de que um teste de farmácia. Precisa de um teste de laboratório.

Deixou um bilhete para os pais em cima da mesa, no mesmo dizia que iria a biblioteca, coisa que fazia com freqüência.

Seguiu até um hospital que ficava no centro da cidade, ia lá desde pequena, adentrou o recinto e foi até a recepcionista e perguntou:

- A Doutora Justine, está atendendo hoje? – a mulher que estava na recepção, respondeu.

- Sim. Só que a Doutora só atende com horário marcado.

- Não teria nenhum encaixe, ainda hoje? – Annabeth perguntou.

- Eu posso ver. – a recepcionista disse buscado algo em seu computador. Annabeth esperou alguns minutos, quando a moça voltou a falar – Temos um encaixe para a Senhorita às nove da manhã. Pode ser?

- Pode sim.

- Seu nome, por favor. – pediu a moça

- Annabeth Chase.

- A Senhorita pode esperar, ou voltar no horário marcado. – a recepcionista falou.

Annabeth achou melhor voltar depois, dirigiu-se até um café que havia no final da rua, comprou um capuccino sentou-se no fundo do recinto e tirou um livro da bolsa colocou a mão na barriga e começou a ler.

Horas depois olhou no relógio e se assustou faltavam alguns minutos para sua consulta apressou o passo para chegar a tempo, a moça na recepção, que Annabeth mais tarde descobriu chamar-se Claire a levou até uma sala de espera.

Alguns minutos esperando, seu nome foi chamado e a Doutora esperava a loira dentro da sala.

A doutora solicitou o exame e pediu que assim que estivesse pronto, procura-se pela mesma. Annabeth assentiu e voltou para casa.

Três dias se passaram, era véspera de Natal, 24 de dezembro. A noite haveria uma festa na casa dos Jacksons, só para família e amigos mais íntimos. Annabeth já tinha pegado o exame e o resultado todos já sabem, agora ela teria que contar para seus pais, mas como ela não sabia.

- Annabeth desça logo, ou chegaremos atrasados. – Seu pai gritou do andar de baixo.

- Já vou. – respondeu gritando.

Quando a loira desceu seu pai a elogiou dizendo que estava muito bonita, o que não deixava de ser verdade, o vestido tubinho preto com paetês caiu perfeitamente em seu corpo, o salto prateado dava contraste a cor do vestido, também usava um colar de coruja que ganhara dos pais no seu aniversário de 15 anos, a maquiagem contrastava os olhos e cabelo estava com cachos, ou seja, naturais.

Enquanto seu pai dirigia para a casa de Thalia, Annabeth repassava mentalmente como iria contar para os futuros avós. Também pensava em Luke, o mesmo não mandara nem um sinal de vida desde que viajou e isso a preocupava.

Quando chegaram Annabeth reparou que havia muitas pessoas, algumas espalhadas pelo enorme jardim e outras na sala de estar.

Sally e Poseidon cumprimentavam as pessoas, quando chegou a vez da família Chase, depois de beijos e abraços, Annabeth perguntou:

- Onde está Thalia?

- Ela pediu que você subisse assim que chegasse. – Sally respondeu dando um sorriso.

Annabeth subiu as escadas e chegou a um corredor enorme, haviam sete portas, uma no final do corredor, era a suíte do casal, e três portas em cada lateral, a segunda da direita era o quarto de Thalia, e a segunda a esquerda era de Perseu irmão de morena.

Annabeth não chegara a conhecer Perseu, ele se mudou para a Inglaterra um pouco antes da loira conhecer Thalia, já tinha visto algumas fotos, mas as mesmas eram de quando era bebê, o moreno gostava de tirar fotos da família e dos amigos por isso nunca aparecia nelas.

A loira entrou no quarto de Thalia e se deparou com a mesma pronta vendo algo no notebook.

- Não precisa se preocupar, eu estou bem. – uma voz masculina soou, era uma videoconferência.

- Vish. Quem te disse que EU estou preocupada? – Thalia perguntou com sarcasmo – Só perguntei por causa da Dona Sally, que fica “Como será que ta meu bebê?” toda hora.

A risada masculina preencheu o quarto, Annabeth viu que Thalia deixou escapar um sorrisinho.

- Tá!Mande um beijo para a mamãe e pro papai também. – ele deu uma passou e falou como se tivesse lembrando de algo – E Feliz Natal também ... – ele ia continuar só que Thalia o cortou.

- Já comprou o meu presente de Nata?

- Já que você não está preocupada não vai querer presente de Natal. Não é mesmo? – a voz perguntou.

Thalia ainda não tinha percebido Annabeth no batente da porta, e a loira não queria atrapalhar a conversa que a amiga estava tendo.

Antes que Thalia respondesse, a campainha soou no apartamento do homem e ele disse:

- Para-raios espera só um pouquinho. – os olhos de Thalia brilharam perigosamente, como se pudesse matar o homem do outro lado da tela. A morena levantou a cabeça e reparou em Annabeth.

- Até que enfim você chegou! – disse exaltada – Pensei que não viesse mais.

- Oi Thalia. – Annabeth disse em tom sarcástico e continuou – Eu estou bem! Obrigada por perguntar, e você?

- To bem. – a morena respondeu indiferente.

- Com que estava conversando? – a loira perguntou com os olhos brilhando de curiosidade, odiava não saber alguma coisa.

- Com o meu irmão. – a morena novamente respondeu indiferente, diante a pergunta da loira.

- O Perseu? – Annabeth perguntou retoricamente, já que ele era o único irmão de Thalia.

- Infelizmente é o único que eu tenho. – a morena respondeu.

- Credo Thalia. – a loira falou – Qual é o do apelido? Para-raios, não é?

- Longa história. Que eu não estou afim, de contar agora. – a morena falou com os olhos brilhando como minutos atrás – E eu acho melhor a gente ir descendo antes que a Dona Sally aprece e queira falar com o peixinho júnior. – a loira deixou escapar um riso ao ouvir o apelido do irmão da amiga.

A festa seguiu sem grandes acontecimentos, mas na hora da ceia Annabeth vendo toda aquela comida correu para o banheiro, Atena vendo a agitação de filha a seguiu.

- Annie você está bem? – perguntou Atena.

- Estou sim mãe, não precisa se preocupar. – a loira disse, logo depois de lavar a boca. Atena deixou passar, mas já estava com a pulga trás da orelha.

Thalia ao ver Annabeth saindo do banheiro, foi até ela.

- Você está pálida. O que aconteceu? – perguntou preocupada.

- Outro enjôo. – Annabeth respondeu – Dessa vez passou, mas eu sinto que minha mãe está desconfiada de alguma coisa.

- Novidade se ela não estivesse. – Thalia disse com ironia – E você sabe que tem que contar logo. – repreendeu a loira.

- Eu vou contar no momento certo.

- Quando você estiver indo pro hospital ter essa criança?

- Até amanhã eu conto. Beleza? – a loira disse tentando se livrar da amiga.

- Eu espero. – foi a última coisa que Thalia disse antes de se despedir de Annabeth.

Enquanto estava no carro, Annabeth começou a falar:

- Mamãe, papai. Eu tenho que con... – sua voz morreu, a coragem que havia sentido a segundos atrás tinha se esvaído completamente.

- Você tem... – seu pai falou tentando encorajar a loira.

- Nada não é besteira.

Quando chegaram a loira subiu direto para seu quarto, afim de tomar banho. Minutos depois ao sair do banheiro ainda de roupão encontrou sua mãe segurando o exame que havia feito a três dias atrás.

- Você poderia me explicar o que é isso? – Atena falou fria e sem nenhuma expressão aparente no rosto. Essa ação de Atena deixou Annabeth paralisada, parecia que tinha virado uma estatua.

- Ande, me explique o que é esse exame. – Atena continuou, só que agora com um tom de voz mais alto que o anterior.

Annabeth respondeu:

- Eu estou grávida. – só que essa fala não passou de um sussuro.