It Is The Life... escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 31
Perdão


Notas iniciais do capítulo

Hey!!!!!
Eu voltei.
Como passarão o feriadão.
Quem mora em Sampa emendou tudo né?
Minha mãe resolveu visitar todos os parentes que ela tem em São Paulo, e acreditem são muitos... E eu como sou uma boa filha tive que acompanhar, então o tempo que eu achava que seria para escrever o capitulo, na realidade foi para visitar a familia.
Espero que entendam.
Aproveitem o capitulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218949/chapter/31

Thalia estava espumando de raiva, e seus objetos que antes estavam na escrivaninha, jaziam no chão.

- Tha, o que acon... - Annabeth deixou sua frase morrer ao ver o estado em que Thalia e seu quarto encontravam-se.

A loira olhou mais uma vez para a amiga, e em passos lentos aproximou-se da mesma, estendendo os braços para um abraço. Thalia não hesitou ao retribuir o aperto.

- Me conta por que está assim. - Annabeth pediu, mas completou - Se for pelo que a Calypso fez, eu te garanto que o que ela recebeu foi pior. - a loira sentou-se na cama da amiga, que colocou a cabeça no colo da Chase, para que a mesma fizesse cafuné.

- Acha mesmo que estou assim por causa daquela vadia? - Thalia perguntou secando as lágrimas com as mãos, fazendo com que as mesmas ficassem sujas de maquiagem. - Ela falou a mesma coisa que ''ele'' me disse.

- Ele quem? - Annabeth perguntou confusa.

- O Perseu, aquele idiota. - a Grace respondeu.

- Você está me deixando confusa. - Annabeth disse - O que o Percy tem a ver com a história? Ele nem sabe das ameaças. – a garota o defendeu e Thalia revirou os olhos.

- Eu vou te explicar. – Thalia disse se ajeitando na cama e Annabeth arrumou a postura esperando que a morena começasse.

Flashback on:

Era a primeira vez em anos que Réia e Cronos visitavam a família de seu filho, Poseidon, e essa espécie de fenômeno coincidiu com o aniversário de Percy, o que deixou o garoto animado.

Dezoito de agosto chegou com rapidez e tal fato só deixava o pequeno garotinho, de agora dez anos, mais afoito. Perseu estava animado, pois seria seu primeiro aniversário, com a presença de seus avós paternos.

- Vamos, Percy. – Thalia disse batendo na porta do quarto do irmão, e como a mesma estava só encostada ela se abriu revelando o garoto penteado o cabelo. – Para que tanta arrumação, Peixinho? – a morena perguntou curiosa.

- Ué. É meu aniversário, preciso estar bonito. – o garoto respondeu, tentando dominar aquilo que ele chamava de cabelo.

- Nossa, desculpa. – Thalia disse arrumando o vestido que sua mãe insistira que ela usasse.

Percy logo desistiu de arrumar seu cabelo e resolveu que já estava na hora de descer.

- Vamos? – o moreno perguntou e Thalia levantou o olhar para fitá-lo.

- A princesa já está pronta? – a morena perguntou para provocar e Percy fechou a cara.

- Não me enche, Para-Raio. – agora foi a vez de Thalia fechar a cara.

- Me espera, vou pegar um negócio. – a morena de olhos azuis disse e entrou em seu quarto, quando saiu tinha um pequeno embrulho em mãos. – Para você. – ela empurrou o pacote para Percy como se estivesse entediada, mas na verdade queria ver a reação do irmão.

- Você? Dando-me um presente? – o moreno perguntou incrédulo, mas já tinha rasgado o embrulho.

Percy intercalou seu olhar do presente para a irmã milhares de vezes, até acreditar que aquilo era real.

- Sabe quanto custa uma dessa? – Percy perguntou ainda incrédulo. – Essa câmera é uma semi profissional... – mas o menino foi cortado antes de terminar a frase.

- E blábláblá. – a morena disse fazendo um gesto de falação com a mão. – Responde logo se gostou ou não. – a Grace disse e Percy abriu um sorriso, e por extinto abraçou a irmã. – Ei, não me lembro de ter te dado essa liberdade. – a garota disse se referindo ao abraço.

- Eu sei que você quer me abraçar, aproveita que é só hoje. – o moreno de olhos verdes disse e se soltou da irmã que abriu um meio sorriso. – Você sabe quanto custa uma dessa? – Percy perguntou pela segunda vez abrindo a caixa da sua mais nova câmera.

- Claro fui eu que paguei. – a morena respondeu revirando os olhos e logo em seguida rumando para a escada.

Percy correu para acompanhá-la. Quando chegaram ao fim da escada puderam visualizar garçons correndo de um lado para outro, para arrumar os petiscos e bebidas antes que os convidados chegassem. Os dois caminharam lentamente até a área da piscina e como a mesma estava “fechada” para evitar acidentes, seguiram para o jardim. Os brinquedos que Percy insistira em ter estavam terminando de ser montados entre o enorme jardim de Sally.

Antes que os dois fossem de encontro aos brinquedos a passagem fora interrompida por seus pais que caminhavam até eles.

- Percy querido, cuidado para não sujar a camisa antes dos parabéns. – Sally disse e Percy revirou os olhos. – Tudo bem? – ela reforçou o pedido e viu o filho assentir com a cabeça.

Sally saiu na frente e Poseidon olhou para os filhos.

- Eu comprei duas camisas iguais, então pode se sujar. Só não deixe sua mãe saber disso. Entendeu? – o homem perguntou e Percy assentiu com a cabeça rindo igual à irmã.

Depois os dois foram para os brinquedos e como só tinha os dois começaram a brincar logo Calypso apareceu e perguntou:

- Posso brincar? – Percy assentiu e a morena entrou no pula-pula juntos dos dois irmãos.

Thalia fechou a cara e saiu deixando a filha da empregada e Percy para trás. 

A morena foi para a cozinha e pegou um docinho que estava em cima do balcão, enquanto comia viu sua avó entrar na sala e a garota como era inocente sorriu para a mesma, que assim que a viu fechou a cara.

- Vovó? – a morena chamou e Réia passou reto abrindo a geladeira e pegando uma jarra d’água e logo depois despejou em um copo de cristal. – Vovó, a senhora vai vir no meu aniversário? – a morena perguntou esperançosa e Réia contorceu sua expressão em uma careta.

- Pelo amor de Deus, não me chame de vovó. – a mulher pediu depositando o copo na pia. – Melhor, não me chame de nada. Para você é Sra. Jackson, ou Réia. Sua bastarda. Não sei nem porque Poseidon a adotou. Nem uma menina você parece. É só mais um estorvo. – a mulher disse apontando para o corpo de Thalia.

- Por que a senhora não gosta de mim? – a garota perguntou com os olhos lacrimejados. A morena já tinha percebido o desgosto que a avó sentia por ela, mas nunca soube responder o porquê de toda aquela repulsa.

- Porque você matou o meu filho. – a mulher explodiu, fazendo com que Thalia se encolhesse em seu banco. – Você matou o meu filho, você acabou com a vida dele, você e aquela mulher que ele dizia amar. Mas eu acho que foi melhor assim, desse jeito você não seria um motivo de desonra para Zeus. Ele, com certeza não teria orgulho de você, sua Maria-macho. - Réia terminou e saiu da cozinha deixando Thalia desolada para trás.

Thalia enxugou as lágrimas e correu para a biblioteca de sua casa, se escondendo entre as prateleiras. A morena chorava por tudo que sua avó, não avó não, tudo que aquela mulher tinha lhe dito. Ela não queria ser um estorvo, muito menos uma bastarda, mas isso ela não podia evitar. A mesma sabia que não era filha de Sally e Poseidon, e sabia também que seus pais morreram em um acidente de avião. Mas por que a culpa era sua?

A morena continuou chorando a dor de não ter seus pais consigo, e por ser a culpada pela morte deles, durante incontáveis minutos, ou seria horas? A morena não sabia explicar, mas assim que Percy a encontrou na biblioteca soube que um bom tempo já tinha se passado.

- Tha, por que está chorando? – o moreno perguntou visivelmente preocupado com a irmã.

- Deixe-me, Percy. – a morena disse cobrindo o rosto com as mãos.

O garoto nunca tinha visto sua irmã chorar, nem mesmo quando a morena quebrou o braço ao tentar escalar uma árvore, aquilo era uma novidade para Percy, uma que ele não estava gostando.

- O que aconteceu? – Percy perguntou colocando o braço nos ombros de Thalia, que deixou escapar um soluço.

- Eu sou um estorvo? – Thalia perguntou ainda chorando.

- O que é um estorvo? – Percy perguntou franzindo as sobrancelhas, e Thalia riu em meio ao choro.

- É quando algo está incomodando. – Thalia respondeu, mas não deu tempo para que Percy respondesse – Sabe? Eu não sou sua irmã de sangue, e eu posso estar sendo um incomodo para Tia Sally, o Tio Poseidon e para você. – a morena continuou, e viu Percy arregalar os olhos.

- Quem te disse isso? – o moreno perguntou.

- Só me responde. – a morena pediu e Percy negou com a cabeça. – Por favor.

-Você incomoda sim. – Percy disse e Thalia arregalou os olhos, que por sinal começaram a lacrimejar, de novo. – Quando você me acorda super cedo, ou quando implica comigo. Agora escuta bem o que eu vou falar... Porque eu nunca mais vou repetir isso, nem sobe tortura. – o moreno disse e as lágrimas de Thalia haviam voltado, só que agora silenciosas. – Você é a melhor irmã que eu poderia pedir, e apesar de não ser de sangue é minha prima, ou seja, é da família. – o moreno disse e Thalia abriu um sorriso – Apesar de todas as maldades que você faz comigo, eu gosto de ser seu irmão. – Percy dramatizou no final.

O Jackson não tinha mentido quando revelou aquilo para Thalia, a morena era diferente das outras garotas, ela não tinha medo do perigo, muito menos de se machucar, e se bobeasse era mais corajosa que muitos garotos juntos.

- É sério que você gosta de ser meu irmão? – Thalia perguntou e Percy respondeu:

- Não respondo isso nem sobe tortura. – o que fez os dois rir. – Mas, agora é sério, quem te disse que você era um estorvo? – o moreno podia ser pequeno, mas sabia que aquela acusação era absurda, e tinha certeza que aquilo não tinha partido de ninguém de sua família. – Se foi alguém da escola pode deixar que eu resolvo. - o moreno disse flexionando o braço, para mostrar os músculos que ainda não tinha, para descontrair, já que Thalia tinha ficado séria.

- Não foi ninguém da escola. – a morena disse interessada na barra de seu vestido.

- Então, quem foi? – o moreno a essa altura já estava mais que confuso.

- Foi a Dona Réia. – a garota respondeu ainda interessada em seu vestido.

- A vovó? – Percy perguntou, tentando encaixar as revelações. – Como assim, Thalia?

- Quando a Calypso foi brincar, eu fui para a cozinha. Ai, a vovó entrou onde seu estava, e eu perguntei se ela viria para o meu aniversário, ela não respondeu. Então, eu chamei de novo. Ela disse que não era para chamá-la de avó, nem nada parecido, disse também que eu era uma bastarda e que Poseidon estava perdendo tempo me criando e... – Thalia não terminou, pois os soluços se tornaram constantes.

- E o que, Thalia? – Percy incentivou para que ela continuasse.

- Ela disse que eu tinha matado os meus pais. – a morena respondeu depois de respirar fundo.

- Tha. Calma. – o moreno tentava acalmar a irmã que chorava horrores.

- Eu... Eu não os matei. – a morena dizia entre soluços.

Percy não sabia o que fazer, nunca em sua vida tinha consolado alguém, muito menos Thalia, aquela que era forte, aquela que nunca chorava.

- Shhh. – Percy murmurava baixo, tentando acalmá-la. – Tha, você não matou ninguém, foi um acidente, não foi culpa sua. – o moreno dizia.

- Mas... Por que ela disse aquelas coisas? – a morena perguntou inconformada.

- Eu não sei, mas de uma coisa eu tenho a certeza absoluta. Você é muito amada, e não precisa da Dona Réia para lhe dizer o contrário. – Percy disse enxugando as lágrimas da irmã.

Thalia abriu um sorriso mínimo e abraçou o irmão.

- Duas vezes em um mesmo dia? – o moreno perguntou se referindo ao abraço e Thalia gargalhou. – Vem, vamos descer. Está todo mundo te procurando. – Percy disse estendendo a mão para que Thalia pudesse levantar.

- Eu vou ao banheiro, pode ir descendo na frente. – a morena levantou-se sozinha, fazendo com que o irmão revirasse os olhos.

Percy assentiu com a cabeça e deu as costas para a irmã, mas antes que o mesmo girasse a maçaneta, Thalia o chamou:

- Ei, não pense que eu serei legal com você depois disso. – a morena disse apontando para o lugar onde estavam sentados e Percy abriu um sorriso.

- Nunca achei que seria diferente. – o moreno de olhos verdes respondeu e saiu da sala deixando uma Thalia mais calma para trás.

...

Depois do aniversário de Percy, o moreno nunca mais olhou para avó com os mesmos olhos, e Thalia passou ignorar a mulher, que fazia o mesmo com a neta. O tempo se passou e as palavras de Réia estavam sendo esquecidas por Thalia, mas algo fez com que a dor fosse multiplicada.

Thalia estava no colégio, e andava de um lado para o outro, preocupada.

- Thalia, pare de andar, está me deixando tonto. – Grover disse sentando em uma dos bancos do pátio.

- Se eu pegar aquele moleque. – a morena dizia, enquanto andava.

- Pensei que já estivesse acostumada com esses sumiços dele. – agora foi Beckendorf que se pronunciou e seu tom não era nenhum pouco amigável.

A morena olhou para o amigo e bufou desanimada. O sinal de inicio das aulas tocou e cada um dirigiu-se para a sua sala de aula.

Thalia sentou-se nos fundos, e não prestou atenção em nenhuma aula, tudo isso devido a sua preocupação. O sinal do intervalo logo tocou, o que a impressionou, pois o tempo tinha passado rápido, pelo menos para a morena.

No caminho do refeitório achou seus amigos e juntos foram até a cantina comprar algo. Thalia não desgrudava do celular, tentando, em vão, falar com o irmão. A morena deixou seu olhar cair sobre o recinto e algo, não, alguém fez com que a morena congelasse.

A passos firmes ela caminhou até a mesa onde seu namorado, Ethan Nakamura, e seu amigos riam e conversavam alto.

- Seu idiota. – Thalia disse ao puxar um dos garotos pela camisa, fazendo com que o mesmo descesse da mesa.

- Ei, calma, Tha. – o moreno disse levantando as mãos em rendição.

Thalia analisou a expressão do moreno a sua frente. As olheiras roxas, o rosto pálido, e os olhos vermelhos denunciavam que Percy estava bêbado. A morena olhou para os acompanhantes do irmão, e percebeu que eles não estavam melhores que o Jackson.

- Você tem noção do quanto nossos pais estão preocupados? – Thalia perguntou e Percy deu de ombros. – A policia atrás de você! – a morena gritou exasperada e seu irmão fez descaso ao dar as costas para ela. – Tem noção do que isso significa?

- Não pedi para me procurarem. – Percy disse sentando-se novamente em cima da mesa, só que dessa vez olhava para Thalia.

- Não pedi para me procurarem. – Thalia repetiu, fazendo imitação da voz do irmão, claro que falhando miseravelmente, mas não prestou atenção nisso – Você sumiu o final de semana inteiro. Queria que pensássemos o que? Que você está bem? – a morena gritava, e a atenção dos outros alunos que antes era destinada para coisas aleatórias, estava sobe os dois irmãos.

- Agora eu estou aqui, e estou bem. – Percy disse levando uma garrafa de cerveja a boca.

- Bem? – Thalia perguntou irônica – Você aparece na escola, depois de um fim de semana sabe Deus onde, bêbado e isso é estar bem? – a morena disse arrancando a garrafa de Percy, que continuava a beber, ignorando-a.

O moreno olhou para ela incrédulo, devido a audácia da garota. Thalia sustentou o olhar do irmão, que se levantou furioso.

- Quem você pensa que é? – o moreno disse encarando a morena nos olhos.

- Sua irmã. Tenho o direito de te mostrar que isso é errado. – a garota disse erguendo a garrafa de cerveja.

- Não, você não tem o direito, afina você não é minha irmã. – o moreno disse, agora sem gritar, mas com o silêncio que fazia no refeitório era possível ouvir até mesmo o bater de asas de uma mosca. – Como foi que a vovó disse... – Percy pareceu pensar, mas sabia exatamente o ponto fraco da irmã. Thalia arregalou surpresa com o que o irmão iria fazer, e com isso começou a balançar a cabeça em sinal de negação, o que fez o moreno sorrir ainda mais. – Ah, lembrei... Você é uma bastarda, uma garota que os MEUS pais adotaram por pena, um estorvo em nossas vidas. É isso que você é, Thalia. – Percy terminou olhando nos olhos de Thalia, ele estava firme até aquele momento, mas quase hesitou ao ver os olhos da Grace mais claros e lacrimejados.

Thalia levantou a cabeça e olhou a sua volta. Todos, sem exceções, olhavam para a briga que se desenrolara, algumas pessoas se divertiam e comentavam que o ano tinha começado animado,  e outras por quem Thalia demonstrava nada mais que desprezo, como as lideres de torcida, ou os jogadores de futebol riam abertamente da cena e ainda apontavam o que fazia a morena se sentir pior, mas os olhares que mais incomodava era os de pena. Seus amigos, pessoas que a admiravam devido a sua audácia e coragem e até mesmo os funcionários da escola a olhavam com pena.

Ela não precisava de pena, ela não queria pena.

Seu olhar voltou-se para Percy, que agora estava com outra garrafa em mãos e ao lado de Nakamura, seu namorado. Thalia achou engraçado pensar em Ethan como seu namorado, naquele momento ele era qualquer coisa, menos namorado, afinal o garoto não tinha levantando um dedo para defendê-la.

Thalia secou uma lágrima que tinha caído e ela não havia percebido, olhou novamente para a platéia que assistira a discussão e correu abrindo espaço entre os alunos.

Chegou ao estacionamento e as lágrimas que antes ela fizera questão de segurar, caiam livremente. Tentou três vezes colocar a chave na porta do carro, mas errou. Na quarta tentativa conseguiu, abriu a porta com brutalidade e ligou o carro, fazendo uma manobra um tanto arriscada para sair de sua vaga. Por pouco não levou a cancela da escola junto, já que o porteiro abriu quando percebeu que Thalia não pararia o carro até sair do estacionamento.

Já na rua deu uma última olhada para o colégio e do portão principal pode visualizar seu amigos com expressões aflitas.

A morena chorava enquanto dirigia, e se impressionou ao não sofrer nenhum acidente. Quando chegou ao Central Park, estacionou o carro de qualquer jeito e adentrou o parque, não se importou com os olhares que recebeu, caminhou até um lugar, até então desconhecido pela morena e passou o resto do dia lá, sem que ninguém a incomodasse.

Só percebeu que era hora de ir embora, quando moradores de rua começaram a aparecer no local, e como ele era de difícil acesso Thalia ficou um pouco receosa e foi embora. Como não tinha um lugar para passar a noite optou em voltar para casa. Quando chegou Sally a abraçou.

- Minha filha. Nunca mais faça isso. – a mulher disse depois de passar um bom tempo abraçada à morena. Thalia sentiu-se incomodada com a forma que Sally a chamou, mas deixou para lá, e olhou a sala. Todos os seus amigos estavam lá, e direcionavam sorrisos aliviados para a morena que retribuiu com um meio sorriso.

A morena ouviu passos na escada e olhou. Percy descia com a cabeça baixa, quando ele olhou para frente encontrou o olhar de Thalia. A morena nada expressou, mas assim que o moreno fez menção de ir até ela, à mesma correu subindo a escada e trombando no ombro de Percy, propositalmente. Thalia se trancou no quarto pelo resto da noite.

Depois da briga Thalia não dirigiu um olhar, ou uma palavra a Percy, e o moreno não tentou nenhuma aproximação, pois sabia que o que tinha feito era errado. E assim se passou o tempo, os dois distantes e como completos desconhecidos.

Sally e Poseidon não gostaram nada do afastamento entre os filhos, mas nada puderam fazer já que Thalia estava irredutível e Percy nada fazia para mudar a situação, então os dois tiveram que aceitar a situação.

Quando Percy descobrira que teria de se mudar para Inglaterra, todos seus verdadeiros amigos foram se despedir dele no aeroporto, naquele momento ele pode ver quem realmente estava ao seu lado, e se surpreendeu ao encontrar Thalia no meio deles. O moreno de olhos verdes despediu-se de todos, deixando Thalia por último e quando a abraçou não fora correspondido, o que deixou o mesmo triste, mas ele não podia mudar o que havia dito para a morena.

- Me desculpe? – ele sussurrou e não teve resposta.

O moreno se afastou e deu um beijo na bochecha da irmã, que assim que o mesmo se afastou secou uma lágrima que deixara cair. E foi assim que Percy partiu para Inglaterra, sem o perdão da irmã.

...

- Eu não acredito que o Percy tenha feito isso. – Annabeth se pronunciou depois de minutos, a loira estava incrédula com o que Thalia havia lhe contado.

- É, mas ele fez. – Thalia disse enxugando pela terceira vez as lágrimas.

Annabeth a abraçou de novo e a morena se aconchegou aproveitando o silêncio.

- Você nunca o desculpou? – a Chase perguntou minutos depois e Thalia negou com a cabeça.

- Ele me mandou uma carta quando estava na Inglaterra, acho que foi a primeira vez que eu recebia algo dele de bom grado, na carta ele pedia para que eu o desculpasse e que ele tinha sido muito infantil, mas eu não consegui... Eu tenho medo dele fazer de novo. – Thalia disse chorando – Ele é uma das únicas pessoas que eu confio, e o que ele fez me magoou muito. – a morena finalizou e Annabeth assentiu com a cabeça.

Thalia podia não ter perdoado de fato o irmão, mas sentia falta dele, por isso assim que ele se comunicava com a família, ela dava um jeito de falar com ele, isso fez com que os dois agissem como se aquilo nunca tivesse acontecido. Mas a certeza que os dois tinham, era que nunca conseguiriam esquecer aquele dia.

- Como a Calypso ficou sabendo disso? – Annabeth perguntou confusa, afinal o colégio era particular, e Maria não tinha dinheiro suficiente para pagar a educação de Calypso em um lugar daqueles.

- A vadia tinha conseguido uma bolsa, por isso estudava lá. Ela foi que mais me atormentou depois do que aconteceu. – Thalia disse agora com a raiva emanando de seus olhos.

As duas ficaram em silêncio e logo Annabeth começou a rir.

- O que foi? – Thalia perguntou preocupada.

- Você namorava o Nakamura? Por quê? – o que a morena lhe contou fez com que a curiosidade nascesse dentro de Annabeth, e como ela não se conteve perguntou.

- Ele era meio Bad Boy e isso era legal, além de ser lindo. – a morena respondeu acompanhado a amiga nas risadas.

A verdade era que Thalia gostava do Ethan, mas ele se meteu com coisas erradas, isso fez com que se separassem.

- E quando vocês terminaram? Porque pelo o que eu me lembre, quando cheguei lá vocês nem se olhavam na cara. – Annabeth disse assim que se recuperou das gargalhadas.

- Ah, ele não me defendeu naquele dia, nem nada parecido. E foi ele que levou o Percy para aquele caminho, então eu meio que peguei uma raiva dele. – a morena respondeu séria. – Além de que ele começou a se meter com coisas mais erradas do que a bebida e não sei se você se lembra, mas ele foi expulso no meio do ano porque estava traficando drogas dentro da escola. – a morena continuou e levantou as mãos para o alto. – Ainda bem que me livrei antes.

Annabeth riu e logo o silêncio voltou de novo, sendo interrompido por Percy que abriu a porta abruptamente.

- Finalmente achei vocês. – o moreno disse e pulou na cama onde as duas estavam.

- Sai daqui, Perseu. – Thalia disse séria e Percy pensou que ela estava brincando, mas ao olhar para a morena ele soube que era sério, muito sério.

- O que foi Thalia? – só naquele momento o moreno percebeu que a garota havia chorado, sem contar nos arranhões que ela tinha nos braços e no rosto.

- Vocês precisam conversar. – Annabeth disse e antes que Thalia agarrasse seu braço, ela se levantou e deixou o quarto.

Thalia fechou a cara e Percy sentou-se na cama olhando seriamente para a morena.

- O que aconteceu, Thalia? – o moreno perguntou e a morena cruzou os braços em frente ao busto.

- Nada que te interessa. – a garota respondeu seca, e Percy se irritou um pouco.

- Como não me interessa? Você é minha irmã! – o moreno respondeu.

- Não, eu não sou sua irmã. Eu só sou uma bastarda, uma garota que os SEUS pais adotaram por pena, um simples estorvo. Não é mesmo, Percy? – a morena perguntou fria e o garoto abaixou a cabeça, envergonhado.

- Pensei que já tivesse esquecido. – o moreno murmurou baixo depois de minutos em silêncio.

- Isso é meio difícil de ser esquecido. – a morena respondeu – Ainda mais, quando vem de alguém que confiamos. – a garota finalizou e Percy levantou a cabeça, seus olhos estavam em um tom mais claro de verde e a culpa estava estampada em seu rosto.

Percy desviou o olhar de Thalia, olhando para um vampiro de pelúcia, que o mesmo havia dado a irmã em seu aniversário de oito anos, o garoto abriu um meio sorriso, e decidiu que naquele momento ele conseguiria o perdão de Thalia.

- Tha, eu sei que te pedir desculpas não vai adiantar, mas tudo que eu mais quero nesse momento é que você tente me entender. – Percy disse olhando nos olhos de Thalia, e a morena estava com toda a sua atenção voltada para o irmão – Naquele dia eu estava bêbado, e sei que isso não justifica o que eu te falei, mas eu estava cansado de todos ficarem opinando na minha vida, e como era você naquele momento eu acabei descontando minha raiva em você.

“Eu também estava com raiva de você – a morena arregalou os olhos, mas Percy continuou. – Sabe... Você era tão resolvida, e não deixava ser influenciada por ninguém eu meio que sentia inveja, suas notas “perfeitas” – Percy disse fazendo aspas com os dedos, já que as notas de Thalia eram superiores as dele, mas não altas – sendo melhor do que os outros, sendo um orgulho para os nossos pais. E eu? Eu acabei com a minha vida, segui caminhos errados, deixando meus pais desapontados, mas quando eu descobri que o que eu fazia era errado, já tinha acabado com as minha amizades e o que realmente valia à pena. – o moreno encerrou.”

Thalia olhou para o irmão, chocada, e estendeu os braços para que ele a abraçasse.

- Eu sei que prometi nunca mais repetir isso, mas... Eu tenho orgulho de ser seu irmão, sempre tive. – Percy disse e Thalia riu antes de se separar do irmão.

- Eu também tenho orgulho de ser sua irmã. Ainda mais agora que você virou um homem de verdade. – quem olhasse de fora acharia que Thalia estava zoando com o irmão, mas na verdade ela se referia ao vicio que Percy havia largado. Aquilo a deixava orgulhosa.

- Me perdoa? – Percy sussurrou e como Thalia demorou em responder o moreno começou a ficar apreensivo.

- Sim. – a morena sussurrou de volta e Percy sorriu em meio aos cabelos de Thalia.

- Agora você pode me explicar o que aconteceu? – o moreno perguntou, apontando para os braços da irmã.

- Uma briga. – Thalia disse dando de ombros e indo para o banheiro.

- Briga? Com quem? – o moreno a seguiu e ficou olhando ela lavar o rosto e se livrar da maquiagem borrada.

- A vadia da Calypso. – a morena respondia com tanta naturalidade que Percy se assustava.

- Por que brigaram? – o Jackson sabia da aversão que Thalia tinha pela Calypso, mas nunca elas tinham chegado a se baterem.

- Você ainda não precisa saber. – Thalia respondeu, ela usaria o irmão como uma carta na manga, era a Calypso dar um passo em falso que Percy descobriria.

- Por que eu não posso saber? – o moreno perguntou cruzando os braços em frente ao peitoral.

- Porque não. – a Grace respondeu e andou de volta para o quarto, e como antes, fora seguida por Percy. – E que papo é esse que você e a Annabeth se beijaram? – Thalia perguntou assim que viu Percy abrir a boca para perguntar o motivo da briga, de novo.

O moreno corou e Thalia conteve uma enorme vontade de rir, nunca em sua vida tinha visto Percy corar, ainda mais quando o assunto era garotas.

- Ela te contou? – o moreno perguntou ainda vermelho e incrédulo, afinal não tinha sido ela que mandara ele, esquecer do beijo?

- Contou. Eu só quero que você saiba que a Annabeth não é como as garotas com quem você já ficou. Ela já sofreu demais para ser mais uma em sua lista. – Thalia disse fria, o que deixou Percy nervoso.

- Não sou mais um garoto de dezesseis anos para ter lista. E além do mais, Annabeth é diferente. Eu gosto de estar com ela. – o moreno disse sentando-se na cama da irmã.

A fala de Percy deixou Thalia chocada, desde que o irmão chegara, ela tinha percebido que ele estava diferente, mais homem, mas algumas ações dele faziam com que ela se lembrasse de um adolescente inconseqüente, que acha que a vida era só de curtição.

- Você gosta dela. – Thalia afirmou e Percy negou com a cabeça.

- Gosto dela como amiga. – o moreno respondeu e Thalia negou com a cabeça.

- Não, você gosta mesmo dela. – a morena disse frisando o mesmo.

- Mesmo se eu gostasse dela, eu não teria a mínima chance, ela ainda gosta do tal de Luke. – o moreno respondeu cabisbaixo.

- É uma questão de tempo, ela com certeza vai esquecer-se daquele covarde. – a morena disse e Percy continuou imóvel.

- MENINOS, O ALMOÇO ESTÁ PRONTO. – Maria gritou do andar de baixo e Percy levantou para sair do quarto, como Thalia não o acompanhou ele a olhou sugestivamente.

- Não vem? – o moreno perguntou e a garota respondeu.

- Vou trocar de roupa daqui a pouco eu desço, seu idiota. – Percy franziu o cenho e Thalia continuou – Sabe, só para não perder o costume. Ou você achou mesmo que eu seria legal com você?

Percy abriu um sorriso e respondeu:

- Nunca achei que seria diferente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai... O que acharam?
Eu sei que a desculpa do Percy tá bem mixuruca, mas assim que eu pensar em algo melhor, eu mudo e aviso vocês. Beleza?
Mereço reviews ou uma chuva de vaias?
Será que ganho uma recomendação?
Sei lá... Nos vemos no próximo capitulo.
Beijos e até lá.
OBS.: teve alguém que ouviu a conversa da Thalia e do Percy atrás da porta. Quem será?