Frio, frio,  frio, nada mais do que isso. Hoje fez 27 graus negativos. A pior hora é de manhã, quando tem que se levantar para ir á escola. Tenho que ir, pois sei que o estudo é essencial para mim, mas no fundo, bem no fundo algo diz pra eu faltar. Não teve jeito tive que ir.

  Lá fora o céu ainda escuro me dava um pouco de medo, confesso. O céu azul anil me fazia ficar com mais sono ainda. Sempre espero minhas amigas na estação Fênix onde esperamos o bonde para nos levar até a escola. Hoje elas demoraram muito então fui sozinha mesmo.

  Chegando lá as encontrei sentadas em um banco alegando estar me esperando. Chegando à sala logo atrás da minha carteira lá estava ele,Victor, sentado sozinho olhando vibrantemente para frente. Não gostava quando se sentava atrás de mim, pois fica difícil olhar pra ele.

  Ao decorrer das aulas, torcia pra ele se sentar mais pra frente. Isso veio acontecer na aula de Artes, quando, por um milagre, se sentou na minha frente, nesse momento não sabia oque fazer, não sabia se mudava de lugar, se ficava ali quieta, ou se tomava uma atitude e conversava com ele. Bom, resolvi mesmo ficar quieta no meu lugar. Num momento magico ele se virou e começou a conversar comigo, pra falar a verdade não prestei atenção no que ele falou, quando fico nervosa não me concentro em nada.

  Quando a aula acabou, nos prostramos no portão principal á espera do Victor, mas me lembrei de que tinha que estar em casa mais cedo para os preparativos da festa da mamãe, o nosso plano diário de seguir ele até sua casa não iria dar certo hoje.

  Quando cheguei em casa, as minhas bexigas já estavam na mesa de centro pra encher , nem avisei que havia chegado já comecei a encher. Mesmo a festa sendo amanhã não podia perder tempo, porque não daria tempo de preparar no dia da festa. Mais tarde recebia uma noticia que levou meu dia valer a pena: a mãe do Victor foi convidada, e supostamente ele também poderia vir.