American Idiot escrita por Adrenaline Earthquake


Capítulo 5
Are We The Waiting


Notas iniciais do capítulo

Me agradeçam. Tirei parte do meu sono pra vir aqui postar por vocês -q
Mentira, não precisa agradecer, só fiz minha obrigação. Uma obrigação divertida, mas uma obrigação.
Enfim... Foi meio difícil escrever esse capítulo, considerando que eu não gosto muito de Are We The Waiting. Pode até não ter ficado tão bom quanto os outros, mas o próximo eu prometo que vai ficar bem melhor, porque eu simplesmente AMO St. Jimmy! ♥
Bom, Are We The Waiting: http://www.youtube.com/watch?v=bt-_9uKUW6s
Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218848/chapter/5

Fiz o que o pequeno grupo havia mandado eu fazer: segui meu coração falso. Não sabia onde estava me levando, mas não me importei com isso.

Em minha caminhada, acabei saindo da parte desolada da cidade e fui parar na agitação de um pequeno centro comercial dentro da própria Cidade. Não era tão grande quanto o centro, mas era mil vezes mais caótico e, de certa forma, sufocante. Era como estar em uma daquelas cidades basicamente formadas por lojas, como muitas ruas de Paris ou esses lugares conhecidos principalmente por suas marcas caríssimas. De qualquer forma, Ray sugeriu que achássemos um lugar para passar a noite, afinal, já passava das duas da manhã. Concordei e procurei por um hotel. Como nós não estávamos exatamente ricos (só possuíamos o que tínhamos ganhado vendendo drogas e bebidas, mais um pouco de dinheiro que eu peguei da minha mãe), tivemos que ficar em um hotel pequeno e sujo, mas era melhor do que dormir nas ruas. Como eu ganhei no par ou ímpar, fiquei com a cama de solteiro (felizmente), enquanto Bob e Ray dividiram a de casal. Claro que ri a noite inteira disso.

Minha cama não era nem um pouco confortável e confesso que me fazia sentir falta da minha cama quentinha em Jingletown, mas era só pensar em tudo o que eu vivi naquela merda de cidade que todos esses pensamentos iam embora de minha mente.

Nesta noite, dormi bem mal. Tive vários pesadelos com a cidade e com as pessoas miseráveis que vi ao longo de minha caminhada pela Avenida dos Sonhos Quebrados. Acordei assustado e suando frio diversas vezes, levantei-me para olhar a rua e ainda andei pelos arredores do hotel, tentando distrair minha mente daquilo tudo. Resultado: só consegui dormir umas seis horas da manhã, o que não adiantou nada, pois Bob e Ray acordaram às nove, alegando que estavam famintos.

Não era pra menos, não comíamos nada desde o dia anterior.

Levantei-me, morrendo de sono e de dor de cabeça. A contragosto, fui lá fora conseguir alguma coisa pra comer. Devo dizer que viver na 7-11 é bom para uma coisa: aprender a furtar objetos e/ou alimentos. Com essa experiência, fui capaz de pegar um pouco de comida para nós sem gastar nem uma moedinha.

Assisti-os comendo, pois a preocupação e a tensão não me deixaram comer absolutamente nada. Simplesmente sentei ali e aguardei. Enquanto esperava, comecei a refletir (sim, eu faço muito isso) sobre nossa breve estadia na cidade. Foi, no mínimo, interessante. E aprendi várias coisas, devo admitir.

Mas... Eu sentia que aquele estilo não era para mim. Em minha mente, noites estreladas e luzes de cidade desciam sobre mim. Na minha mente, eu tinha arranha-céus e estrelas cadentes, mas tudo o que ganhei foi uma cidade confusa, cheia de pessoas estranhas e ruas suspeitas onde você não podia andar após a meia noite.

Sinceramente? Eu deveria parar de criar imagens na minha mente. No fim, somos nós que estamos à espera do desconhecido. Ao invés de encontrarmos o que imaginávamos, nos damos de cara com uma cidade queimando meus sonhos. Viver naquela cidade era viver no isolamento, longe de pessoas “de verdade”, vivendo entre robôs que praticavam as mesmas ações, possuíam as mesmas coisas e vestiam as mesmas roupas. Preferia mil vezes os punks que conheci na 7-11.

O que fazer com meus sonhos e pensamentos destruídos?

Será que o Jesus dos Subúrbios era uma mentira?

Será que eu sou só Frank Iero, mais um fracassado na vida que se rendeu ao mundo das drogas?

Argh, odeio essa minha história de vida. Esse “amor e ódio”.

Odeio tudo.

Sinto uma vozinha dentro de mim gritando “Somos nós, somos nós que estamos esperando...”.

Esperando pelo que?

Por quem?

Balancei a cabeça, tentando dispersar esses pensamentos.

-Já acabaram?

-Já. – os dois se puseram de pé e sorriram, visivelmente mais felizes.

-Então vamos.

-Afinal, pra onde estamos indo?

-Boa pergunta, Raymond. Boa pergunta... – murmurei. Os dois se entreolharam, sem entender nada. Não é de se admirar. Os dois são muito idiotas pra notar qualquer coisa. Desde que cheguei aqui, tudo o que tenho feito é refletir sobre minha vida e parece que esses dois não acompanham meu raciocínio.

Argh.

Continuei andando e virando em esquinas obscuras e sujas. Não sei por que, mas eu tinha a ligeira sensação de que havia algo me guiando. Talvez fosse mesmo o meu coração, como Billie disse. Talvez fosse outra coisa. O que quer que seja, terminou me guiando até a parte mais suja e, de certa forma, obscura da Cidade. Era como se houvéssemos acabado de entrar na zona de perigo da Cidade, a área onde todos os traficantes se reúnem.

Era exatamente esse o tipo de lugar que eu estava procurando.

Porém, era bem diferente da minha velha e conhecida 7-11. Para começar, os grupos eram bem maiores e, de certa forma, bem mais fechados. As pessoas possuíam um olhar hostil e ameaçador, que me dava certos calafrios. Não detive meu olhar nas pessoas, afinal, eu tinha mais o que fazer.

-Ei, vocês dois... Vão achar um lugar para nós, sim?

-Aqui?! – gaguejou Bob – No meio de toda essa gente.

-Ou é isso ou a gente gasta todo o nosso dinheiro em um hotel. O que você prefere?

Ray suspirou e arrastou Bob consigo, prometendo achar um canto para nós. Assenti e continuei a rondar por aí até parar em um pequeno grupo composto por uma menina de cabelos roxos e batom preto, um homem de cabelo espetado negro e olhos azuis e um outro que possuía uma cicatriz logo abaixo de seus olhos negros como abismos.

-Oi... – torci as mãos nervosamente. O homem de olhos negros franziu o nariz levemente e o de cabelos espetados levantou uma sobrancelha. A menina riu divertidamente e se aproximou de mim.

-Oi, baixote. O que faz em uma área punk como essa? Não está com medo de nós? Com vontade de correr de volta à sua cidade de robozinhos iguais a você?

-Não. – confessei – Não sou daqui. Sou de Jingletown.

-Oh, um forasteiro! – disse ela, surpreendendo-se e pondo a mão no bolso de sua calça jeans apertada e colada – O que quer aqui? – sua voz que já era gélida se tornava ainda mais ameaçadora com um pouco de ironia.

-Me encaixar. É tudo o que eu quero. – respondi, sinceramente. Ela me olhou de baixo para cima, olhou para os seus dois companheiros e os três caíram na gargalhada. O de cabelos espetados se levantou e aproximou-se de mim, sorrindo perigosamente.

-Vaza daqui, pirralho. Isso aqui não é área pra você brincar.

Fechei a cara, mas antes que eu pudesse responder, senti dois braços me puxando para longe. É óbvio que eu já sabia quem era.

-Argh, me solta! Eu quero ir lá atrás deles! – gritei, atraindo vários olhares curiosos.

-Nem pense nisso. – resmungou Bob – Ele acaba com você em dois tempos. Já viu o tamanho dele?!

-Não quero saber, ele é um filho da puta! Deixa eu ir lá! – teimei.

-Não, Frank. Chega de confusões, só por hoje... – implorou Ray. Bufei e me deixei ser levado pelos dois. Paramos em um canto qualquer da grande área obscura. Sentamo-nos no chão e nos encostamos na parede enquanto eu tentava esfriar meus ânimos.

Eu tinha que me misturar com aquela gente. Não importava se meus sonhos de arranha-céus haviam sido destruídos, eu precisava me entrosar. Não podia ficar sendo, para sempre, o baixinho revoltado.

Era hora de mudar meu estilo totalmente.

Foi a partir deste dia que eu deixei de ser o Jesus dos Subúrbios e passei a ser...

... Saint Jimmy.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

SAINT JIMMYYYYYYYYY(8)
Como eu amo esse personagem ♥
Isso não vem ao caso.
Ok, eu tenho que postar minha fic dos Killjoys, tipo, AMANHÃ. E EU MAL COMECEI AINDA, SÓ TENHO UMAS 10 LINHAS! *chora*
Portanto, duvido muito que o próximo saia amanhã. Quem sabe, no sábado.
Quem sabe.
E, de novo, nada de me apressar, se não, eu dou um soco em vocês.
(Mentira -q}
Beijo *-*