Jolly Roger escrita por Luangel


Capítulo 7
Aprendiz e Tutor


Notas iniciais do capítulo

Oiê! como vão vocês meus mosqueteiros? Acho que desta vez eu ñ demorei tanto, né? Enfim, sei q esse cap tá curtinho, mas acho que ficou bom...^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/218395/chapter/7

Apesar de tudo, eu não corria perigo convivendo com Sasuke. Usaria tudo o que aprenderia contra ele e só assim, meu irmão poderia descansar em paz.

Sasuke Uchiha:
    Era uma tarde quente e sem vento em Suna, o suor percorria a minha nuca e minhas costas, mas eu não iria desistir de treinar ainda mais com minha espada, fingindo que o boneco de palha a minha frente era um inimigo mortal.
    De súbito, um barulho chamou a minha atenção e olhando pelo canto do olho, pude ver Akira se sentar na grama ao longe, para me ver treinar. Eu o ignorei e continuei a seqüência de golpes, enquanto sentia o peso de seu olhar sobre minhas costas.
    Por mais cedo ou tarde que chegasse ao local de prática, Akira sempre estava lá, esperando, atento, ávido como antes, quando chegara a Suna ainda menino, dois anos atrás. Dessa vez, porém, eu não me apressei em oferecer meus serviços como tutor ao meu amigo.
    Desde o dia em que Akira tentara me matar, nós dois passamos a ignorar um ao outro. Apenas ganhava tempo, pois algo dentro de mim me dizia que o Haruno não desistia assim tão fácil, de me matar.
    Mas também sei que se o deixasse sozinho, o rosado acabaria por me procurar. Mais cedo ou mais tarde eu acabaria por descobrir a razão de tanto ódio. Mas por enquanto, o que posso fazer é proteger a minha retaguarda sempre que o rapaz estivesse por perto.
    Minha habilidade com a espada havia sido sempre um ímã que atraía Akira. Aparentemente, o magnetismo ainda existe apesar do rancor que parecia brilhar como faíscas nas orbes verdes do rapaz sempre que eu estava por perto.
    E nesse dia não pude deixar de ficar surpreso quando o Haruno me procurou, quando acabei de treinar.  Ele me encarou com aqueles olhos verdes profundos, desviei o olhar, era... Estranho! Aqueles eram os olhos do rosado, mas... Ao mesmo tempo não eram.
    —Ensine-me a lutar. —Falou o rapaz.
    Aquilo nem de longe seria um pedido, era uma ordem, uma exigência que devia ser atendida imediatamente. Típico do menino imaturo que ele ainda mostrava que era. Um menino de faces coradas e maneiras estranhas.
    Posso apostar que Akira ainda nem precisa de uma navalha para manter o queixo liso e limpo. Peguei a minha toalha que estava pendurava numa cerca próxima e enxuguei o suor de meu rosto, sem tirar a atenção no Haruno que não mostrava sinais de hostilidade.
    O clima continuava quente, e treinar neste calor infernal era trabalho duro para qualquer homem. Graças a Deus, os meus ferimentos já estavam curados e já não me prejudicavam quando eu lutava.
    Sentia a pele retesada na região do ferimento, mas não provava mais das dores amargas de antes. Movi os ombros, em movimentos circulares, com o tempo recuperaria a flexibilidade perdida, devo ter paciência, e infelizmente essa é uma virtude que não tenho...
    —Por que eu faria isso?—Retruquei.
    O garoto encolheu os ombros e encarou as próprias botas, evitando me encarar.
    —Por que eu preciso aprender, e você é o melhor espadachim do alojamento.
Bebi o restante da água que havia em meu cantil e enxuguei a boca com o dorso da mão. 
    Akira havia usado estas mesmas palavras na primeira vez em que o procurara pedindo para ser ensinado, e também empregara o mesmo tom de voz. Não havia lisonja em sua atitude.
    O Haruno simplesmente afirmara a minha capacidade, constatando-a como um dado da realidade. Balancei a minha cabeça, não conseguia entender por que me sentia tão incomodado na presença do rosado, mas meu companheiro de armas ainda me perturba.
    —Não quer me ensinar?—Indagou o rapaz, impaciente e determinado.
    Talvez algumas lições dessem a mim o tempo necessário para solucionar o mistério por trás da súbita mudança de atitude de meu amigo.
    —Vamos lá, antes que eu me arrependa. Pegue logo a sua espada.
    Os olhos verdes do garoto se mostraram confusos, e ele piscou várias vezes antes de perguntar:
    —Agora?
    —Nenhum momento é melhor que o presente, não é?—Falei pegando a minha espada.
    —É... Suponho que tenha razão. —Reconheceu com um leve temor na voz.
    Depois de suspirar, Akira empunhou a espada na frente do corpo, como se a arma fosse uma espécie de amuleto contra o mal, e eu me segurei para não rir do rosado. Após alguns minutos de movimentos de defesa, eu joguei a espada de meu oponente para cima e agilmente a peguei no ar.
    Não conseguia acreditar em como a habilidade do Haruno com a espada desaparecera em apenas seis meses afastado.
    —Esqueceu tudo o que aprendeu comigo, Akira?—Perguntei estupefato quando o rapaz não conseguiu se defender do mais simples dos golpes.
    O garoto tropeçou nos próprios pés e praguejou em voz baixa.
    —Estive doente. Sou um sobrevivente da praga.
A desculpa simplesmente não fazia sentido!
    —Sei que a doença não afeta o cérebro. Nem o braço utilizado para segurar a espada. —Afirmei entregando a espada a Akira.
    Ele suava muito e parecia bem cansado, apesar do pouco tempo de luta.
    —A enfermidade me enfraqueceu muito. —Falou passando a mão na testa, limpando a face do suor. —Não sou mais forte como antes.
    Dessa vez eu não pude conter a risada antes de falar:
    —Você nunca teria sido o homem mais forte na disputa da feira.
Incrivelmente Akira não parecia estar ofendido com a piada, o rosado parecia absorto em seus próprios pensamentos.
    —Preciso aprender a compensar essa minha falta de força. É por isso que quero que me ensine.
    —A espada não depende da força. —Falei, sério novamente. —Depende da sua velocidade e agilidade, e da capacidade de ler a mente do oponente para antecipar o próximo golpe e esquivar-se.
    O Haruno parecia intrigado, como se nunca houvesse escutado nada parecido antes, embora houvesse repetido a mesma frase milhares de vezes no período em que o tive como aprendiz.
    —Como posso consegui isso?—Perguntou com naturalidade.
    —Primeiramente, você deve manter os olhos fixos no oponente. Nunca desvie o olhar nem por um segundo, ou... —Olhei para minha cicatriz vermelha em meu braço esquerdo. —Vai ter que se submeter ao doloroso procedimento de costurar carne e pele.
    De súbito, o rapaz corou feito uma garota e parecia envergonhado. Apesar de ser meio estranho, eu fiquei feliz em saber que o garoto estava envergonhado. A ferida havia doído muito, especialmente no momento em que o cirurgião a suturara com seus dedos desajeitados.
    —Observe os olhos do seu adversário, Akira. Eles são como espelhos da alma refletindo cada pensamento.
    “Teremos que voltar ao básico.”, pensei, por que o meu recém-aprendiz tropeçou novamente e deixou a espada cair ao chão. Começarei do primeiro passo e ensinarei a Akira a lutar como um verdadeiro mosqueteiro... Outra vez.
    Durante uma hora, o treinamento prosseguiu sem descanso. Atacar, defender, atacar, defender outra vez... Eu forcei o rosado a praticar o primeiro movimento centena de vezes, até o mesmo ser executado com perfeição.
    Depois, eu o fiz repeti-lo até adquirir rapidez. Só quando o Haruno demonstrou precisão cirúrgica e velocidade lampejante, eu o deixei largar a espada para descansar um pouco.

   


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Mereço reviews?Recomendações? Ok, já pedi demais né? Enfim, até o prox cap!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Jolly Roger" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.